Poesia Amor Nao Realizado Olavo Bilac
Se as leis da razão não têm em si mesmas o princípio da sua própria inteligibilidade, então recebem essa inteligibilidade de fora [...], o que é autocontraditório. Mas, se a razão universal ou conjunto das relações lógicas possíveis tem inteligibilidade em si mesma, ela própria tem de ser inteligível a si mesma, portanto é não só inteligível, mas também inteligente. Qualquer tentativa de negar isso leva a contradições insuperáveis.
Não faz sentido explicar o universo físico em termos de relações matemáticas e ao mesmo tempo condicionar essas relações à existência do mesmo universo, como se fossem meros fatos empíricos e não leis incondicionalmente válidas, independentes de qualquer universo. Ou as leis da razão são eternas, ou toda e qualquer explicação do que quer que seja é história da carochinha.
Eu não poderia jamais ser um filósofo universitário. Não há praticamente debate universitário de filosofia que não me pareça errado desde a base, porque não parte da 'presença total' e sim da divisão universitária das disciplinas. E estou falando das universidades sérias.
"A fé sem as obras é morta" não quer dizer apenas que a fé sem obras é uma fé diminuída, incapaz de salvar. Quer dizer que ela NÃO OPERA como verdadeira fé, que é mera crença ou idéia e não fé, isto é, que ela não existe de maneira alguma. Se a fé mesma já não é em si um agir, um trabalho, uma OBRA no interior da alma, ela não existe exceto como hipótese.
É no mínimo curioso, para não dizer cômico, que alguém se considere filósofo por ter cursado uma faculdade de filosofia. Pela lógica, o que o sujeito é se define pelo que ele faz e não pelo que recebeu pronto dos outros. A qualificação numa atividade profissional prova-se no seu exercício e não na mera autorização recebida para exercê-la. Um diploma de letras não faz de você um escritor, um diploma de Direito não faz de você um advogado. Tudo depende do que você faz depois de recebê-lo. Isso é tão óbvio que ter de explicá-lo já prova que o nosso interlocutor é um jumento. Escreva pelo menos três livros de filosofia que os outros filósofos considerem importantes, ou dê cursos onde as pessoas sintam encontrar algum ensinamento filosófico valioso, e aí sim diga que é filósofo. Um diploma prova apenas que seus professores o consideraram apto a tornar-se filósofo, e não que você já o seja efetivamente.
O pensamento ideológico não quer saber da realidade, mas busca produzir acontecimentos. Todo o conhecimento vira pretexto para forçar acontecimentos. Sou contra o próprio Gramsci, culpado dessa concepção que abre a porta ao vale-tudo. A ideologização da cultura imbecilizou as pessoas. No século XX, o malefício do pensamento ideológico é contado em milhões de mortos.
Não sei qual dos dois é pior: o Estado que deixa o cidadão desprotegido ou o que o impede de proteger-se. Mas o Estado brasileiro faz as duas coisas.
"Vamos falar o português claro: Aquele que não dá o melhor de si para adquirir conhecimento e aprimorar-se intelectualmente não tem nenhum direito de opinar em público sobre o que quer que seja. Nem sua fé religiosa, nem suas virtudes morais, se existem, nem os cargos que porventura ocupe, nem o prestígio de que talvez desfrute em tais ou quais ambientes lhe conferem esse direito."
Minha maior mágoa na vida é não ter conseguido dar forma escrita a todas as idéias que fui expondo em aulas e conferências. Publiquei uns vinte volumes, mas ali tenho material para mais uns sessenta, no mínimo. [...] Tenho alunos trabalhando nisso, mas acho que a coisa ainda vai demorar, tão vasto é o material.
Dirijo-me ao que há de melhor no íntimo do meu leitor, não àquela sua casca temerosa e servil que diz amém à opinião grupal por medo da solidão.
O que se chama de filósofo, nesses meios [isto é, nos meios acadêmicos de filosofia], não é o homem que luta com os enigmas nucleares da existência: é o 'especialista' nas obras de fulano ou beltrano, conhecidas até os últimos detalhes de análise textual. O 'texto' é tudo; os problemas e a realidade, nada. O culto da futilidade chega, aí, às proporções de um pecado contra o espírito. E ainda se esconde por trás do pretexto nobilitante de uma austeridade disciplinar, que se abstém de tratar dos problemas filosóficos diretamente por zelo de escrupulosidade filológica.
"A imaginação moral não é a absorção de um código moral, mas, ao contrário – nas palavras do próprio Trilling –, 'a consciência das contradições, paradoxos e perigos de viver a vida moral'."
O importante é você não estudar por estudar, para 'adquirir cultura' ou seguir carreira universitária, mas para encontrar respostas a questões determinadas, que tenham importância existencial para você, para sua formação de ser humano e não só de estudioso.
"Praticamente tudo o que se lê na mídia brasileira sob o rótulo de 'análise política' não passa da elaboração apressada de fatos que o comentarista extraiu da própria mídia. É a imagem popular do mundo maquiada na linguagem do manual de redação. Nada mais."
A verdade está nas coisas e fatos. Mesmo não dita, ela nos fala. Já a mentira existe somente na voz humana e pela força da voz humana. Daí a necessidade de gritá-la e repeti-la sob mil formas variadas, revesti-la da autoridade do número, reforçá-la pelo poder do dinheiro pelo tom de coisa respeitável, dar-lhe ares de ciência certa.
''Não é só a História, com maiúscula, que tem ironias. Também as têm a história miúda das patifarias: Os Civitas começaram fazendo fortuna com os produtos de um notório anticomunista -- Walt Disney -- e, assim que se viram com os bolsos cheios de dinheiro, se tornaram glorificadores de comunistas.''
A palavra 'cultura', hoje, no Brasil, tem só o sentido antropológico de documento social, não o sentido pedagógico de melhoramento humano.
Não existe possibilidade alguma de entendimento de qualquer civilização antiga sem o conhecimento da Astrologia. O modelo de visão do mundo baseado nos ciclos planetários e nas esferas esteve em vigor durante milênios e isto continua a estar, de certo modo, no 'inconsciente' das pessoas. Apesar de algumas deficiências no modelo astrológico, foi ele quem estruturou a humanidade pelo menos a partir do império egípcio-babilônico, o que significa, no mínimo, cinco mil anos de história.
Não sabendo viver sem política, a classe letrada encontrou na ditadura o pretexto para legitimar a sua auto-indulgência. A esterilidade cultural do período foi depois inteiramente lançada à conta dos débitos da ditadura. A alegação pareceu verossímil a um público desprovido de pontos de comparação.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp