Poesia Amor Nao Realizado Olavo Bilac
Quando criança eu tinha um mundo,
mas quando adolescente descobri
que o mundo é que me tinha.
Quando casei o mundo
não era mais só meu
e quando fiquei velho descobri que
o mundo não me queria.
Quando morri
encontrei um mundo
que me quis.
EUFORIA DA SOLIDÃO
Sobre a calçada da noite...
A lua, com seu lençol prateado,
pendulava, cobrindo os passos
do dançarino...
E esse, embalado pelas notas frescas
de um sanfoneiro...
Marcava a tristeza, com sua euforia.
Ali, n'aquele momento...
Enquanto ele dançava a musica da solidão
em seu peito enchia ritmado...
Pelas batidas desconsolada de um coração.
O tempo esse, ah tempo não via.
E as lagrimas d'água...
despencava pela nostalgia fria.
Antonio Montes
VINHO VIVO
Eu vi o vinho, vivinho...
O vinho do parreiral do vizinho
frutos maduros, frutos verdinhos...
junto ao chilrear dos passarinhos.
Ouvi o sino tinindo...
no labirinto do velhinho
que outro dia ouvindo
tiniu com o seu carinho.
Eu vi a idade, subindo...
a cada ano, um pouquinho
mosquitos zunindo a pino
enrugando o vovozinho.
Vem idade, não me leve
entregando as rugas suas
essa vida já é tão breve
por favor, não me destrua.
Não me entregue por ai
como se eu fosse um pacote
tu sabe, que meu existir
nunca foi assim, tão forte.
Não sou vinho, sou menino
para idade do planeta
menino ainda novinho
candidato ah perneta.
Antonio Montes
PRENDEDORES DO TEMPO
Eu sinto o vento dando vida
as roupas do varal,
ao mesmo tempo... Vejo-as alegres,
batendo palmas como se tivessem,
saldando o sol, e vibrando o
enxugamento do momento.
Se bem que, no mesmo tempo...
Dá impressão que elas estão
agradecendo o ontem...
Sinto pena por velas felizes...
Sabe se lá porque, o motivo da alegria!
Mas estão lá, presa ah prendedores...
E não se dão conta do seu,
repetitivos castigos.
Antonio Montes
TURBULÊNCIA TEMPLÁRIA
Em noite escura, eu adormeço
ninado pelo coaxar do tempo
e sonho, correndo pelas ruas
e tão logo, sou acordado pela...
Turbulência sentimental.
E de supetão... Desperto-me,
molhado pela chuva templária.
De repente...
Me dou conta que estou,
sendo bombardeado pela mira
da minha goteira. E essa...
Articulada aos desmandos da sua
ausência, a qual encharca-me
pelas águas caídas, da cumeeira
dessa... Sua velha telha.
Antonio Montes
A FALA QUE ACHA
Enquanto a lua esgueirava pelas ruas,
as sombras esqueléticas...
Esgueiravam-se, pelas formas retas
dos seus totens de concretos,
e as pilastras que ninguém não as vê.
Você não acha...
Eu não acho, eles o que acham?!
Quem é que acha, o que não se pode,
ou não quer achar...
Quem é que acha,
a barca, que se perdeu no mar?
Aquele que não fala, não gosta de achar
a lua acha, mas se cala sem falar
com sua prata, ela apenas ilumina a fala
para, aqueles que gostam de achar.
Antonio Montes
102Entre A e z
tão simples,quanto uma folha no outono caindo
Tão sincera quanto uma criança sorrindo
Tão delicada quanto uma flor desabrochando
Ao mesmo tempo tão forte quanto o vento soprando
Tão misteriosa quanto o tempo
Tempo que vem,tempo que vai
Tempo que leva e trás
Fria,como a noite em que a chuva cai
Quente,como o dia em que o sol sai
Agreciva como uma fera
Mansa,acolhedora e carinhosa
Temente mas corajosa
Cercada de pessoas,mas sozinha
Grande, como uma girafa
Pequena,como uma formiguinha
Impossível de se compreender
Mas meiga e doce de se conhecer
TATO DO SABER
Ao nascer...
Nasce o que se vê
ao crescer... Como parece!
Agora, quanto a ser...
Isso já, não acontece.
O que parece...
Nunca foi... E não, não é!
N'essa sociedade, perdida...
Não sei... Não sei, se é mulher.
Já se esgueira pela vida...
Aquilo que nunca foi, mas não foi!
A sociedade esta perdida...
homem, mulher... O que foi?
Se você não sabe, não sei,
o que um dia... Pode ser?!
por essa vida minha tateie
o tato do meu saber.
Antonio Montes
SINAIS GRÁFICO
Sou maiúscula, sou minúscula,
vogal, sei lá... Consoante
sou um tanto, quanto caduca
mosquito, anta, elefante.
As vezes, sou imbecil...
dona de mim, na explicação
lousa giz, todos me viu
no bilhete do coração.
Ocasião, com circunflexo
acento... Grave, e til
quem sabe, trema apóstrofo
assim na gráfica... Quem não viu?
Você viu... Eu vi!
todos viram os sinais
que não obedeceu estão por ai...
Nos sinais das capitais.
Antonio Montes
Cabanos hoje
Nós somos hoje herdeiros
De um povo valente e guerreiro
De ideias e bravura honrosas
Da nossa história tão gloriosa
Que viva em nossa memória
Nossa heróica trajetória
De luta árdua e revolução
Contra a voraz opressão
Então cantemos a liberdade
Calada ontem pelos covardes
Pelos agentes da submissão
Da bárbara exploração
Nós somos povo herdeiro
De heróis verdadeiros.
Que nos sertões da hiléia
Permaneça viva a ideia!
Amazônidas pela liberdade
Levante, povo amazônida
Temos correntes para romper
Avante, povo amazônida
Já não há tempo a perder
Mesmo que sejam as noites escuras
Mesmo que seja a dor mais aguda
A liberdade sonhada outrora
Faz-se pra sempre desde agora
Em frente, filhos da Amazônia
Escreveremos nossa história
A liberdade almejada virá
Da nossa garra e da união!
quero uma primavera de luzes dentro de mim.
os olhos dos amigos são os botões do meu jardim.
transitam almas sem cessar.
não consigo ficar sempre no mesmo lugar.
quero uma primavera de luzes dentro de mim.
os olhos dos amigos são os botões do meu jardim.
transitam almas sem cessar.
não consigo ficar sempre no mesmo lugar.
o sol lá fora
eu aqui dentro
a música toca sem parar
você lá fora
o sol aqui dentro
a música começa a tomar
conta no invento
a música lá fora
você aqui dentro
a letra se canta só
se eu amo
sem condições
a vida sorri
sem medições
e sigo plena
apenas
sem ser preciso
agarrar
o que não foge
o que me move
permaneço
e contemplo os olhos
que vão e voltam
e me devotam
toda esta calma
que sabe a hora
se quiser ficar
sentar-se-á
mirando junto
o mais profundo
saber estar
Aonde se encontra tua felicidade?
O que garante o teu sorriso diário?
A qual sorriso, você cede o teu?
A que olhar você se rende?
Qual momento você eterniza?
Das mais simples perguntas
Explora-se as melhores respostas.
Diluído em mim mesmo...
Caminhei muito tempo a esmo...
Sentindo meu brilho esmaecer...
Mas, perdido, vim a lhe conhecer...
E fizemos uma mistura eutética...
Minha felicidade deixou de ser hipotética...
Hoje vivo em um mundo sem nenhuma confusão...
Porque, na mesma temperatura, ambos sofremos fusão!!!
Pedro Marcos
Olho no olho...
Um pouco enfadonho...
Então te proponho...
Boca na boca...
Mesmo que estejas rouca!
Pedro Marcos
MENINA BONITA
Menina bonita
Cabelos de sol
Peixinho na vida
( Cuidado com o anzol)!!!
E o laço de fita e
o vestido de chita
balançando no ar...
( Cuidado menina prás vergonhas não mostrar!)
Grita a tia num blá, blá, blá.
Pula lá
Pula cá
Ilusões de farrapos
Boneca de trapo
Pula corda
Joga beijo
Chupa acerola
Nos lábios um batom rosinha.
Boba,
ensaiando prá ser mocinha!
O que a menina não sabe
é que num caderno de desenhos seus sonhos cabem!
... E lá se vai a pequena Sinhá,
tonta
à piruetar
no seu vestidinho de chita
rosa grená.
O QUE
O que fiz ao silêncio para silenciar assim
me deixar silenciado no vácuo da solidão
tocar sem que eu possa ouvir o teu clarim
ruidar, abafando a presença no coração...
O que fiz eu a solidão pra tê-la no silêncio
quando lá fora até o vento se calou, enfim,
onde está a vida, que aqui respira pênsil
e emudece o cerrado num tom carmim...
O que é este silêncio, que se cala tênsil?
É "o que", em uma indagação sem fim...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano
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