Poesia Amor Nao Realizado Olavo Bilac
O dia escorrega das mãos feito um peixe
que mergulha na terra trincada
sem se saber
sobrevivente único
desse rio temporário
que acabou de secar.
Que todo dia seca sob o sol do tempo.
Que a vida é
esse deserto em expansão.
Que a noite se aproxima e é fria.
E com que olhos nos espreitam os chacais.
sonhei um rio barrento - que corria às avessas
e invadia a casa
subitamente
tentava
com minhas garras
salvar coisas e gente
não conseguia
um leite condensado (eu dizia) um copo d'água
aquele livro azul
minha mãe
(são tantas as fomes)
Seguem severas
os escassos verdes da calçada.
Arrancam nos passos
anseios
receios
e fogem de olhares fuzis.
Temem a morte
na rua
temem a sorte
na esquina
à noite
de dia
em casa
na sala
no quarto
no ato.
part
ida
à espera e à deriva
como um lenço ao longe
a cena assina
sino úmido
lusco-fusco
som pregueado no branco
punho abrupto de pedra
réstia de tempo
que se engole
sem pressa
Você bateu os olhos
em mim naquela
tarde subindo
a ladeira da tua rua,
Reconheceu que
sou adrenalina pura;
Talvez o jogo mais
perigoso da tua vida:
presença que alucina.
Ainda sou presença
que te fascina,
Mesmo que a distância
não permita,
Sinto que ainda
com fogo me anseia.
Até hoje você não
consegue me tirar
da tua cabeça
E a tua memória
ainda sente o meu
perfume de Lua,
Tudo por causa
daquela tal tarde
na ladeira da tua rua.
Orbito nos horóscopos
secretos das galáxias,
Ninguém me captura
nem por medo,
Como borboleta nômade
não tenho e não terei
nenhum governo;
Não há autoritarismo
que me dobre ou prenda,
A minha liberdade interior
é a indestrutível crença.
Tentar insistir é loucura,
trago os signos
e as fases da Lua,
Como borboleta nômade
vivo pronta a escapar,
Ninguém nunca
há de me dominar;
Tenho vela, bússola
e orientação interior:
ignoro o quê tumultua,
Estou por onde você
menos imaginar
todos os dias
sempre a surpreender
onde menos esperar.
Talvez seja a canção
que anuncia
o fim da tecnocracia,
ou o início
de uma Nova Era,
todas as vezes
que penso em você
o mundo para
e algo superior
sempre me reinicia,
Não faço sequer ideia,
mas algo tem dito
e evidenciado
que há tudo de amor
como Lua suspensa
no teu céu interior
nascida para ser
tua fortuna poética
e em ti permanecer;
Talvez seja a canção
do século não escrita,
nos lábios sincréticos
que cantam simultâneos
em total suspense
e místico devocionário,
onde tenho o teu rosto
como meu escapulário.
TEMPO PRIMAVERIL
Num tempo de primavera
Que aquece mudo a florir
Florescem lindas e belas rosas
São pálpebras saltitantes
Que bailam na brisa viçosa
Num regaço de uma rainha
Dum tempo de florir rosas
E quando eu morrer
Planta o que fui hoje
Ou terei sido ontem
Na escarpa de uma fraga
Em reminiscência quase apagada
Que eu irei florir em ti
A caminho do céu
Na dimensão oculta do mundo
OS LOBOS NA ALMA
Os lobos que me rondam
A alma de um novo sentir
De negro luto me sinto
Estando eu já de partida
Depois de mim ninguém chega
Sou uma estrada que não acaba
A vida deu-me um pouco de tudo
Ou talvez um pouco de nada
Abro as portas de mim que me pertence
Numa solidão que me imposta
Deixo metade do corpo que resgato
Nesta estrada em que me assalto
Nas emoções em silêncio das letras
Que vou escrevendo escondida
Do resto do mundo entre os lobos
Como se fossem paisagem inacabada.
Ao menos farto de anos
comemoro os melhores dias nesta vida. Até que eu pisque um olho, acordado quem é já nasce pronto!
Sem deixar cair
o orgulho e a alegria de um brinde,
com vinho do Porto debaixo da ponte, outro brinde
a vida
que vivemos juntos!
No infausto das memórias já empoeiradas pelo tempo, ela cisma e vira as costas aos seus abismos abissais
Com a brandura de seus sentimentos mais nobres, pinta na tela do dia os olhos dele de infinito, que lânguidos desnudam o azul do seu céu pra ela
E seus versos novamente se enamoram desse olhar de querubim e o transforma em Poesia.
A inveja é uma esponja
que apesar da imensidão
do mar
quer pra si
a porção de água
que já está
em outro
entranhada.
Convido a erguer
a cabeça, olhos
e os teus sonhos,
para jamais desistir
dos teus planos,...
O amor vence
e sempre pode
vencer a morte,
Quem acredita
pode e vence,
Sê igual ventania
que afastando
as nuvens
para que seja
com luzes
lida a caligrafia
das estrelas:
O amor pode
e vence a morte,
Quem acredita
vence e pode
inevitavelmente;
Se o céu não
estiver aberto
até a próxima Lua,
Vencer a morte
é missão tua
mesmo que
não perceba,
Porque se
você tem amor
aconteça o quê
vier acontecer
e seja por onde for:
tu tens todo o poder.
SUSPIRAR ENTRE AS ESTRELAS
Se eu soubesse escrever um poema
Como se um aconchego poético se tratasse
Nas linhas bordadas de tantos abraços
Viverei feliz nas folhas, cores feitas na alma
Suspirava por em estrelas cadentes
Daquelas que se vêm lá em cima nas fragas
Os lobos não deixaram de uivar
Inventaram rimas sentimentos entre a lua
Traços da serra colorida de espanto
Floríamos juntos no nevoeiro denso entre as fragas
Num suspirar entre as estrelas
Quando chegar a hora
De ser quem tu és
Esquece todas as outras abordagens
Mostra teus originais bordados
Não deixe que puxem o fio
Do centro de tudo, que te move.
Fui edema, celeuma.
Nocauteada, certeza.
Fui oceano, super-humano.
Mapa múndi, engano.
Hoje brisa, mansa.
Desejo forte de ser genuína:
Sem ira!
Eu percebi o absurdo do mundo
De repente,
De dentro do meu quarto escuro.
Solidão se faz com muitos aos poucos.
Até entender que para ser feliz
Basta estar de bem com a ponta do nariz.
Os ventos que te sopraram
foram os mesmos que me fizeram
sem barro,
trouxeram
as cinzas do meu corpo
e renasci.
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