Poesia
Fragmentos
Ela junta um a um, os pedacinhos, os fragmentos
Bordando uma colcha de retalhos brilhante
Atingida pelo romantismo, borda fio a fio o amor vibrante
Raios iluminam a noite nesses momentos
É quando perde-se a fala, e apenas sente
Peito se rasgando de tristeza e forte dor
Se pergunta, quando terá um amor?
Falsas esperanças a enganam, sempre mentem
Enquanto seus olhos fitam o horizonte na estrada
E seu coração cheio de amor a alimenta
Enquanto borda fragmentos, sente a ausência
E dói, como se a costurassem sem anestesia, na raça
Tantas linhas escritas em cadernos envelhecidos
Uma busca insensante por intensidade
Por um sonho onde realizaria suas vontades
Por um mergulho em um mar de amor merecido.
Lucélia Santos
Amor Eterno
Quando o amor escapa por entre as mãos
E acha-se que não mais o encontrará
O mundo dá muitas voltas e então
A este amor, novamente ele te levará
Pensasse que para amar é preciso ter
Engana-se em acreditar assim
Quando se ama, mesmo sem te pertencer
O coração quer vê-lo feliz, mesmo sem ti
O corpo e rosto envelhecem com o tempo
Mas este amor, ele continua novo e vivo
É como se o colocássemos para dormir pequeno
E depois o acordassemos grande e lindo
A dor da saudade é um alarme, um aviso
Que esse amor permanece ali
É eterno, verdadeiro, por toda vida vivo
Nada é capaz de destruí-lo mesmo por partir.
Lucélia Santos
NO SILÊNCIO DA NOITE
No frio da triste madrugada
Encontro-me surrada de saudade
A meus versos conto a verdade
O que meu pobre coração ansiava
A dor de um amor inesquecível
Peito dilacerado arde e dói
Sonhos mais lindos se destrói
E esse amor sobrevive irredutível
Sigo percorrendo os caminhos da solidão
O silêncio da noite me consomem
Lágrimas de angústia meu rosto percorrem
Aos cacos está o meu sofrido coração
Lembranças de um amor perdido
Aquele fogo ardente que não se vê
Espera loucuras de amor acontecer
Vida amarga, versos perdidos..
Lucélia Santos
Castigo
A madrugada é uma eternidade
Vejo a hora de entregar-me à insanidade
As músicas no rádio são o meu abrigo
Noites insones é o meu castigo
Fico entre a música e o caderno
Escrevo em muitas linhas para tornar-se eterno
Já que o vento te levou para longe
E eu te chamo, e você não responde
Você virou uma angustiante saudade
Sinto ausência de paz e liberdade
Meus lábios se calam diante de um beijo
É somente os teus que eu desejo
Até quando durará esse castigo?
Ei de morrer e no coração levá-lo comigo?
Vivo uma infindável dor
Um adeus pôs fim ao nosso amor.
Lucélia Santos
Fragmentos
Como uma rocha cheia de marcas que nunca somem, assim são as feridas que se abrem em nós, podem cicatrizar com o tempo, mas, ficam as marcas.
Somos feitos assim, de pedacinhos, cada fragmento nos molda, algums crescem outros se destroem. Aprender com as dores é uma tortura, mas, faz de nós seres humanos mais fortes e perseverantes.
Olhar-se no espelho literal é facil, ali nós nos arrumamos superficialmente e corrigimos algumas imperfeições, mas, olhar-se no espelho interior dói.
Não nos tornemos escravos das dores, isso maltrata, nos corroem por dentro e quando nos damos conta, estamos quase mortos em vida.
Meditar no nosso íntimo, fazer uma limpeza em nosso coração, pode nos proporcionar um alívio repentino, é a beleza que mais precisamos cuidar, a interior. A externa sempre encontramos um jeitinho de aprimorar, mas, a joia que há dentro de nós pode naufragar e nunca mais ser encontrada.
Lucélia Santos
Sublime Estrela!
Num belo dia
Foi permitido
A uma estrela
Brilhar na terra.
Com sua essência
Sentiu a vida,
Brincou em cadências;
Sorriu na estreia!
Perante as sombras
Foi imponente
Do impossível
Fez sua plateia.
Protagonista...
Brilhou em vidas
E até nos "deuses"
Causou inveja!
A cada sonho
Foi aprendendo
Mostrar ao mundo
Tudo o que era.
Com um amor imenso
Brilhou pra gente
Sublime estrela;
Fernanda... eterna!
(Homenagem de Aniversário dedicada à grande atriz brasileira Fernanda Montenegro - 16/10/23)
Um dia da semana
Como sempre acontecia naquele dia da semana
Eu estava, largado e ansioso por aquele momento
Uma energia corria pela minha alma, quase desumana
Como um menino que sabia de algo, mas não tinha o conhecimento.
A visão da mulher que surgia no corredor estreito
Entre a sombra deixada na parede e a silhueta na escuridão
Invade meus sentimentos e o meu corpo no leito
Sem dizer uma palavra me afoga pelos lábios e silencia o coração.
Com a agilidade de uma artesã manipula sua mão macia
Pelo corpo semi rígido e vibrante que se entrega sem lutar
A mistura de atos, agilidade e graça, monta uma galeria
Que deixa o modelo inato, desesperado e pronto pra se entregar.
Tomado pela mais ágil amazonas, aceito o seu cavalgar
Me sinto como se corresse pelos campos de trigo dourados
Não consigo evitar e deixo a felicidade no rosto estampar
Enquanto o frenesi do seu quadril acaricia um corpo emoldurado
Entre o romantismo e a volúpia, aprece um ato invertido
E sou agora capturado pela fera endoidecida
Tomado agora pela visão da deusa entregue, me torno pervertido
Um, dois, três atos cheios de gritos e duas almas esvanecidas.
E mesmo assim encontram fôlego para uma despedida.
Súplica Muda
Para fora
Para longe
Já foi embora
Em uma falta de firmeza
Permaneceu sem mudança
E perdeu por fraqueza
Chorou
Implorou
Clamou pela volta
Em uma súplica calada
Procurando sem sentido
Em um quarto sem mais nada
Levante-se
Faz alguma coisa
Perde o medo da vida
Perde o medo do pensamento
O pensamento de outras pessoas
Percebe
Que no fim já não importa
Que não deve nada ao outro
E que o sofrimento lhe devora
E que no fim das contas
Necessita colocar tudo pra fora
Se decide
Define a meta da felicidade
Corre atrás do que já foi
Em busca da liberdade
E da sua própria vontade
Entra na luta
Vai contra a sociedade e suas condutas
E argumenta incessantemente
Deixando de lado todo pudor
Rogando para que no fim
Tenha de volta seu grande amor
Lembrei de nós.
Senti saudade de ti.
Senti saudade de mim.
Somos finitos habitando lembranças infinitas.
Querida C.L,
Venho aqui através de minhas escritas digitais, te oferecer a minha pergunta: posso te entender mais?
Você está sendo a única autora a me colocar no escuro e recomeçar desde o começo, no instante-já. Não peça para me entender, sendo que nem eu consegui me entender ainda... Acho que achei a resposta agora. Você ainda continua sendo misteriosa, incógnita, ao mesmo tempo explícita nos seus sentimentos (eu acho). Você provavelmente não vá ler, mas eu gostaria demasiadamente que você soubesse, tu continuas viva em mim, e sempre vai ser "It".
O estranho na floresta
O Sol, o azul e o verde
Pintam minhas retinas
Enquanto o frio, a fome e a sede
Já não passam de rotina
A brisa branca
Beija meu rosto
Enquanto sinto o estranho gosto
Da carne crua
A água
Leva embora minhas mágoas
Sob a terra
Jazem minhas antigas guerras
O vento
Leva para longe o meu tempo
E sob o fogo
Ardem meus inimigos
A canção dos pássaros
Passeia por meus ouvidos
Isso tudo é divino
Disso não mais duvido!
Acima, além
O Universo me observa
E eu me pergunto
“O que ele tem? O que me reserva?”
Eu caminho sem rumo
Essa trilha é meu berço
Minha história
E meu túmulo
Não temo a morte
Pois não penso mais nela
Sigo forte, a cada dia
Rumo ao presente, a minha meta
Já não consigo me lembrar
Como era a vida na civilização
Agora meus únicos amigos
São o mato e a solidão
O TEMPO
Na vastidão do tempo, o coração geme,
Entre suspiros perdidos, um adeus se esconde.
Palavras não podem descrever a dor,
Deixar para trás o que foi amado com ardor.
É difícil dizer adeus, o laço se desfaz,
Enquanto a alma chora e o vazio se faz.
As lágrimas rolam pelos olhos cansados,
Ecos de lembranças enchem os pensamentos nebulizados.
O sol, com seus raios dourados,
Traz a promessa de um novo amanhecer.
Mas a escuridão persiste, no peito a doer,
Pois o sol nunca irá nascer onde a tristeza se esconde.
Oh, melancolia que assola a alma aflita,
Cicatrizes invisíveis que a despedida suscita.
Como palavras podem expressar essa agonia,
Quando a saudade dilacera o coração todo dia?
Versos breves, mas cheios de emoção,
Palavras que ecoam com profunda comoção.
Tentam capturar a tristeza e a beleza do adeus,
Mas apenas tocam a superfície do que se perdeu.
paz do reboliço.
*
Homem que é homem se aventura em águas profundas que não dá pé. Antes que fique muito tarde é que se despede do aposento, e muito cedo é que o galo canta, então, vá se desencadear com um risonho sentimento, ali, sim, não se aquieta o inimigo íntimo que bate a porta, também, sabe-se, sim, que próximo está de sua queda. Já escrevo isso pra sair da situação de desespero, "e, quem sabe um dia desses irei apaziguar os ânimos, para não deixar erros.".
*
Ricardo Vitti
larápio de quinta categoria.
*
Roupa rasgada, o cordão umbilical, o arame farpado e a cerca. Certo que isso já começou errado, mas, há quem diga que está perto de dar cabo. Assim escrevi, e, não me importa o que irá achar se eu tiver me perdido. "Logo estarei na rua juntando ritmo para esse desassossego interminável.".
*
Ricardo Vitti
com prioridade disse sem errar.
*
Sujeito passivo afogado em um copo de melancolia. Fervem tempestades dos teus olhos, chuvisca, sim, e pisca desatentamente ao lacrimejar eufórico. Disse pouco, mas, falou tudo o seu poema sem descrição. Alienígenas em sua porta, "e, da sacada sacou tudo ao seu redor.".
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Ricardo Vitti
livre sem ser presa.
*
Já apontei o céu com o apontador. Disfarces para a dor é sonhar acordado sem ter um leito, um lugar de paz. Arruinar o casebre e jogar água gelada na febre, o sintoma é o mesmo de anteontem. Hoje estou enclausurado ao infinito que me cospe, e, agora, alimentando essa ave de rapina, julga-me e atropelos tu dá com seus falatórios. "O pó é a página seguinte, ali, escreve-se e se deixará só.".
*
Ricardo Vitti
luta de gigantes.
*
Espero, e que os mares se antecipem na resposta, então, tragam da maresia uma paixão, sim. O sapato está furado de tanto dar seus passos, e, agora me atraso, no além há alguém que me espera. Saí da encruzilhada, saíram os passarinhos do ninho, choram e cantam por calmaria. Riem e deitam o pranto, "com as lágrimas que não cabia.".
*
Ricardo Vitti
só opino e mais nada.
*
Estou enviando essa carta ao moribundo solitário, sem dúvida alguma estou duvidando, e só. Isso é uma guerra interna, falta pouco para calar o mundo, ainda, sim, sou eu, fugitivo. "Hoje estamos sós em uma autópsia do épico sentimento, romperam-se os diálogos, silencia, não atua, as flores estão no jarro, e, jura.".
*
Ricardo Vitti
sem a queda não se aprende.
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Antigamente eu pensei, mas, só para pensar ser algo ou alguma coisa coerente. Então, rente ao portão me feri com as rosas e sangrei a bonança que não tinha, eram apenas os vestígios das bulas de remédios, deitei o precipício, choramingando. Assim me vi no autorretrato, formando frases impensadas, "e, achando-se ser importante sem ter nada.".
*
Ricardo Vitti
soluços dão sem rumo.
*
Estou sozinho, desabitado e, desorientado com tantas vozes contrárias, elas me apunhalam e me desprende os laços ao lançar respostas cruas. Forças eu peço antes que o tempo me impeça de seguir. Há rumos, riscos e temores, horrores de ambos os lados, "mas, se houver alguma coisa além dos espinhos; é uma flor, uma questão que nasce, sim, e dá fim a escuridão, fazendo trabalhar contra a dúvida.".
*
Ricardo Vitti
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