Poemas Voce Mentiu Traiu

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Recado (Walmir Palma)


Eu lhe dei a liberdade
De entender os meus segredos
Eu plantei sinceridade
No deserto dos seu medo

Um oásis para a sede
Tão febril de sentimentos
Sua fonte de prazeres
Onde flora o pensamento

Você leu a minha história
Nem foi ao final do livro
Guardo você na memória
Para sempre já não digo

Como é simples a verdade
Descobri a sensatez
Eu colhi felicidade
Você a perdeu de vez

Viagem (Walmir Palma)


Já não me estresso com o ruído de um motor
Se aumentam o volume do televisor
Se enquanto eu canto você conta
Se deito e você se levanta
Já não me espanta qualquer filme de terror

Enquanto leio pensamentos de Foucault
Você enterra os olhos no computador
Essa canção se espalha pelas ruas
Entre os que buscam no clarão das luas
Outra maneira de curar tamanha dor

Eu plantei meus fícus
Escrevi meu livro
Eu já tenho um filho, meu amor

Tudo é passagem
Fiz minha viagem
Eu vindo e na volta eu vou

Já não me irrita uma canção que é só tambor
Se em vez de abajur preferem refletor
Ou vendem ilusões de luz neon
Se poucos leem o Drummond
Se a tolice insiste liga o reator

Nem o silêncio dos gurus adiantou
A natureza está mostrando o seu tumor
Quando ela grita eclodem seus vulcões
Seu choro inunda civilizações
Não tem senhor, não há remédio seu doutor

Vejo cataclismos
Rescindirem sismos
Quanta indiferença meu amor

Sobra incompetência
Tanta imprudência
O poder não tem nenhum pudor

⁠Tu és uma mulher enigmática
que prende a minha atenção,
é uma inspiração para os meus versos,
poemas de uma emoção sincera
mesmo nos momentos adversos
com uma afável sensação
que não resolvem os problemas
mas fortalecem até a solução.

Eu desabafo!
Amar, pra mim, é troca.
Mas quem se aposta...
Se dando ao outro sem se arriscar?

Distante a mirar!

Águia que olha distante,
Já sofreu tanto
Quanto sofri?
Um olhar distante
É o que me resta!
Será que somos
Dois diamantes sem brilho,
Ou esquecidos, ignorados,
Menosprezados, não
Lapidados, desvalorizados o que há?
Só fico aqui sentado pensado
Distante a mirar!

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

Brasil

Ser grande ou pequeno
Ser grande ou pequeno?
Ser grande e matar
O ego, ser pequeno
Sem ser arrogante,
Não importa o tamanho.
Matar a vaidade,
Viver cada momento
Em conjunto,
E quando sozinho,
Continuar vivendo.
Não importa a fama,
Não importa os bens materiais,
O que importa é a vida,
O trabalho, e um bem maior
Chamado família.
Ser grande ou pequeno?
Não importa o tamanho,
Buscar o conhecimento,
Ganhar a inteligência,
Desenvolver os dons,
Coletivamente ou individualmente.
Ser grande ou pequeno?
Não importa! Espalhar
Os bons sentimentos, e assim
Sempre seguir em frente.

eis que a cada transformação
nasce de mim uma borboleta
sou criatura de vários casulos
um para cada imperfeição
às vezes fico pálida de tensão
gasto muita energia tentando
me corrigir, adulterar meu ser
nascer e renascer
crescer e desenvolver
viver e morrer
como tudo na natureza
o intuito é evoluir
e ao céu subir
com tamanha sensibilidade
com terna gratidão
com todo o amor possível
sem grande ilusão
de que por aqui é só sofrimento
e por lá só contentamento
tenho que procurar ser melhor
a cada dia, com imensa alegria
pelo poder da transformação
que atinge meu coracao
dia após dia
sem choro e com vela
porque só acendemos uma luz
se for pra velar alguém
e que seja nós mesmos
através da nossa luz interior
aliada à luz de Jesus
para obtermos a luz
da divina redenção!!!

Adeus, cidade! Eu vou-me embora!
Eu já vou tarde. Eu vou agora!
Choveu na roça! Felicidade!
A terra flora. Bateu saudade!

BOA NOITE

Boa noite.
Antes de dormir,
lembre-se de mim sem sorrir...
Quero ver conseguir.

O tempo
é um relógio
quebrado,
parado no
corredor
do infinito,
correndo
contra si mesmo
e contra
o seu relógio
atrasado.

Teu sorriso encantador
Me fez somente em ti pensar
Se isso não for amor
Eu não mereço amar

⁠Certa vez escutei de alguém:
"Se quiser o amor, terá que suportar a dor envolvida" Então eu pensei que o amor causaria essa dor. Demorei tanto para entender que a dor que eu teria que suportar, vinha de tudo aquilo que se parecia muito com amor, mas que não era.
@fer_machado_escritor

A amiga era só eu

Às vezes sinto sua falta
Achei que seriamos eternos
sempre juntos de verão a inverno
Sonhos de adolescentes realizados
Passado, presente, futuro. Tudo ligado

Mas, o futuro separou a gente
Talvez bem antes de crescermos
Desengano, tudo que planejamos
Jogado fora anos e anos de cumplicidade
Descobri, que de sua parte não havia lealdade

A amiga era só eu
Que se preocupa
Perdia sono, orava, chorava
Era eu
"Problema seu" rs rs

A vida nos ensina muito
E eu te amei mesmo você sendo inútil pra mim
Chegou ao fim
Eu continuo desejando seu bem
Obrigada, por mim mostrar que decepção não mata ninguém

Talvez me chamem de boba
Mas, prefiro confiar
Não acho que seja necessário enganar
Nem tô dizendo que você trapaceou
Apenas não me amou

Mas, sabe de uma coisa??
Minha amizade com você foi real
Eu faria tudo exatamente igual
Eu não sei agi de outro jeito
Qualidade ou defeito?!

Só sei que agi correto
E espero que um dia você possa entender
Nosso quarteto jamais será o mesmo sem você
A vida cobra caro por nossas ações
Guardarei pra sempre as nossas emoções

O Surf é um acontecimento mágico na vida de um cara,
Desde a primeira vez que se pega numa prancha,
Dificilmente irá largar,
Pode até dar um tempo,
Mas, ou mais cedo ou mais tarde,
Voltará a surfar.

Solidão A Dois

A solidão abraça como uma serpente.
O silêncio é o veneno presente
Na rotina que surgiu imprudente.
Dia e noite surge a indiferença amargando como sal cortante

Ao som de uma lagrima evidente...
A inundação é como uma torrente,
já não existe beijo ardente.
Solidão a dois apagou o amor fulgente.

O carinho se tornou inexistente
o toque se fez ausente.
A dor consome lentamente...
Frio do vazio abraça forte como uma corrente.

Aquilo que sinto

Aquilo que sinto
É um dos sentimentos
Mais sentidos
(Não minto!)
Tem “a” na primeira sílaba
Queima por dentro
E pesa no peito
Se verbalizar
Pode até rimar com mar
Mas parece mais um rio
Pois é um sentimento frio
(Até doentio)
Viver e sentir este vazio

São só sorrisos.

Eu gosto do meu sorriso bonito,
gosto do meu sorriso sangrento
que de madrugada no escuro
é que resolve sorrir.

O sorriso cortado
que por instantes anestesiantes
me tira de mim mesmo
e me trás o sonho que eu sonho depois de sorrir.

E se eu não sorrir a noite
eu passo o dia
pensando na noite.

E quando chega a noite
eu abro mais outros sorrisos
que me aliviam até voltar o dia.

Diário de um mendigo

Sozinho no meio da multidão
Minha companhia é solidão
Jogado na calçada
Com a roupa toda furada
Entre becos e vielas
Hora no luxo, hora na favela
Entre o céu e o inferno
Entre o verão e o inverno
Quantas vezes já ouvir falar
Pobre mendigo desgraçado
Levo comigo aquele ditado
“Melhor pedir de que roubar”
Sou mais um num mundo injustiçado
Onde o ódio e amor andam juntos e disfarçados

Mais fria que a madrugada
é a dor que sinto em meu ser.
Minha alma espera cansada
entre sonhar e esquecer.

Água de palavras

Às vezes desanimo
e me sinto inútil
portadora de estranha
doença
de que servem esses
poemas
água de palavras
frutos nascidos
de loucas sementes

de que me servem
se são menos
que estrelas cadentes
se são volúveis
se são voláteis
se fogem das mãos
como pássaros de renda
melhor seria esvaziar
as gaiolas com que tento
apreender o tempo
melhor seria derramar
no mar
as minhas gavetas
tão cheias de fios
de noites cerzidas
melhor seria arrancar
de mim como erva daninha
essa linha que me descostura
e que me faz prisioneira
de miragens

Roseana Murray
Poesia essencial (2002).