Poemas Sombrios

Cerca de 5186 poemas Sombrios

⁠X

Sou sonho de barro, disfarce,
a perder-se no traço sem forma.
Luz que não turva à sombra,
abismo, sem trono — aurora.

Lavei as mãos num rio sem nascente;
a cruz não pesa quando feita de névoa.
Não há dor na carne que aceita,
nem medo onde o fogo se entrega.

No coração do fogo não há queima,
tampouco centelha a aviltar.
Quem nada reteve, acendeu o ouro,
não fogo em palha a brasar.

Vejo a prata nascer da cinza imóvel,
fênix que arde num voo sem cruz,
sem dor, sem retorno nem em vão.
É fogo ou ouro ou luz?

Inserida por CatarinaL

⁠Que você seja...

Que você seja luz onde houver sombra
Que você seja calor onde houver frio
Que você seja certeza onde houver dúvida
Que você seja coragem onde houver medo
Que você seja esperança onde houver descrença
Que você seja alívio onde houver aflição
Que você seja abrigo onde houver despejo
Que você seja alegria onde houver tristeza
Que você seja companhia onde houver abandono
Que você seja presença onde houver ausência
Que você seja feliz em tudo que fizer, mas que acima de tudo, você seja sempre você mesmo!

Inserida por palmis_costa

⁠⁠Nebulocoginição

Que vejo eu, se ver é só ideia vã,
Reflexo vão da mente, sombra escura?
Se tudo quanto é mundo se me espelha,
Será o mundo real? Ou só figura?

Quem me afirma que há pedra, céu e chão,
Se tudo é sonho feito em consciência?
Talvez o Sol se apague ao meu fechar,
E Deus, talvez, em mim só tenha essência.

De que me serve a carne e seu quebranto,
Se não sei se é de mim, ou de um invento?
Pois posso ser apenas leve encanto,
Imagem ou curto pensamento.

Inserida por CatarinaL

⁠Somos feitos de luz e sombra.
Dentro de cada silêncio, mora uma escuridão que nos ensina.
Dentro de cada sorriso, uma luz que a vida acendeu.
Não há caminho verdadeiro sem tropeço,
nem alma inteira sem partes escuras.
É na sombra que a gente entende o valor da luz.
É na luz que a gente aprende a acolher a sombra.
Ser inteiro é permitir-se ser céu e tempestade.
E ainda assim, florescer.

Inserida por AndrieleFreitas

⁠Cicatrizes em Verso
Na sombra do quarto, o silêncio gritou,
Teu beijo traía o que o olhar negou.
Mentiras dançavam na ponta da língua,
Enquanto meu peito, em pedaços, se extinguia.
Promessas lançadas ao vento, ao acaso,
Toque que feriu mais que o próprio descaso.
Fui chão partido, fui lágrima fria,
Fui noite sem lua, perdida em agonia.
Mas da dor se ergueu minha voz em sussurro,
Juntei cada caco, fugi do escuro.
Descobri na queda a força esquecida,
A luz escondida no fundo da vida.
Renasci da decepção mais profunda,
Feita de aço, de alma fecunda.
Me refiz sem pressa, com calma e razão,
Deixando o passado virar solidão.
E então, sem aviso, um novo calor,
Um toque sincero, um novo amor.
Sem promessas vazias, só verdade nua,
Um brilho nos olhos que a alma flutua.
Paixão que não fere, mas cura e acolhe,
Que beija as feridas, que afaga e recolhe.
Amor que não prende, mas faz florescer,
Que nasce do recomeço, do saber viver.
E hoje eu caminho, firme e serena,
Com o coração leve, sem mais algema.
Pois sei que a dor me ensinou a lição:
Só ama de verdade quem ama com o coração.

Inserida por ZANUTE

⁠“Olhar de Concreto”
Na sombra do concreto e da luz que incide,
Um homem se ergue, firme, e não divide.
Carrega no peito o silêncio dos fortes,
Dos que enfrentaram mil ventos e mortes.
Olhar direto, sem curva ou desvio,
Reflete caminhos trilhados com brio.
A cicatriz que não se vê na pele,
É a alma marcada por tudo que fere.
O boné escurece a luz do passado,
Mas não apaga o que foi conquistado.
Há dor na história, mas há também fé,
De quem caminha com o mundo aos pés.
Não é pose, nem é vaidade,
É postura nascida da adversidade.
Homem de aço, com coração ardente,
Que encara o mundo… e segue em frente.

Inserida por ZANUTE

⁠Sombra do Guardião
Na calada da noite, sem rosto ou sinal,
Surge a figura em silêncio total.
No asfalto frio, seu vulto se impõe,
Com o peso do mundo que a sombra compõe.
Não há cor, nem rosto, nem voz — só missão,
O fardo invisível do guardião.
Arma no ombro, olhar que não cessa,
Vigília na sombra, na paz e na pressa.
Entre luz e trevas, caminha sozinho,
Traçando no chão seu próprio caminho.
Não busca aplausos, não pede perdão,
Apenas defende — dever, coração.
E quando amanhece, some sem alarde,
A sombra se apaga, mas nunca se tarde.
Pois onde há silêncio, temor e tensão,
Há sempre, invisível, um guardião.

Inserida por ZANUTE

⁠“Nas Costas do Guerreiro”
Em tuas costas, um céu em guerra,
Onde a sombra dança com o trovão.
A águia rasga os ventos da terra,
Com olhos de fogo e garras de ação.
As nuvens rodopiam em silêncio tenso,
O raio ruge em vermelho furor.
Ali não há medo, nem tempo suspenso,
Só o voo certeiro do predador.
Nas garras firmes, o destino marcado,
Um rato — símbolo da astúcia vencida.
A vitória pulsa no traço cravado,
Na pele tatuada com alma e vida.
És feito de luta, coragem e dor,
Tempestade esculpida em carne e cor.
Cada linha, um passo no chão vencido,
Cada pena, um grito do teu sentido.

Inserida por ZANUTE

⁠Anjos Bons e Maus

(Gilson de Paula Pires)

No limiar da luz e sombra eterna,
voam os anjos da divina esfera.
Uns com harpas, paz e alva presença,
outros com olhos de fogo e sentença.

Os bons, com asas feitas de esperança,
sussurram preces, curam a lembrança.
Guardam os lares, limpam as feridas,
guiam as almas pelas suas vidas.

Já os caídos, filhos da rebeldia,
vestem-se em trevas, falam ironia.
Trazem espinhos em palavras frias,
semeam enganos nas noites vazias.

Anjos da luz, nos tocam em segredo,
trazem consolo, espantam o medo.
Anjos da queda, tramam no escuro,
fazem do orgulho seu templo impuro.

Mas mesmo os maus, um dia, foram brilho,
cantores santos do divino trilho.
E talvez, quem sabe, ainda choram
por cada alma que os ignora.

Entre o céu e o abismo, um sopro paira,
é a escolha nossa que tudo aclara.
Pois tanto os bons quanto os maus vigiam,
e nossas ações é que os distinguem no dia.

Inserida por gilsondepaulapires

Eu vejo muita gente,
Todavia não conheço ninguém.
Nem a minha sombra não sei de onde vem.
Quando tento me socializar, pareço que vim do além.
Nesta minha escuridão não há nada de ingratidão.
Não há ódio nem rancor.
Não há nada, senão o meu louvor.

Inserida por SAMANTABERNARDI

⁠Sombra.
Onde vou ela vai
O que eu faço ela faz
Às vezes maior, às vezes melhor,
às vezes menor e insignificante
Está sempre comigo, é minha
Sou eu.

Inserida por marinarotty

⁠Não repare apenas beleza na árvore em seu esplendor da primavera, na sua sombra e frutos no verão e nem a sua resistência no inverno.
Por que chega o outono na vida de todos aonde, somos por natureza obrigados a crescer, produzir folhagem e estrutura nova, estar pronto para produzir e ser útil aonde estivermos.
Por que o que importa é aonde nós fomos plantados e a nossa raiz como enraizou e está firmada.
Não é a nossa folhagem que pode parecer bonita e uma árvore frondosa, mas que nunca deu um fruto se quer e no primeiro vento forte é derrubado, no primeiro ataque não resiste as pragas e morre.
Ricardo Baeta.

Inserida por RicardoBaeta

⁠A menina estava sozinha de novo. E foi quando a sombra da morte voltou e sussurrou:
"Ninguém jamais ficará ao seu lado, porque você é um monstro. Nunca se esqueça disso, entendeu?"
-Sim, mãe.

Inserida por Dudah_sd

⁠O amor é como a dor,
Tatuagem,
Marca o peito,
Pinta a alma,
Branco, preto ou colorido,
Entre sombras e nuances,
Infinito,
Visceral,
Não se apaga,
Coisa de pele,
Fica,
Machuca,
Fere,
Cicatriz.

Inserida por LeticiaDelRio1987

⁠⁠A TARDE

O clarão se esvai, a sombra declina
por sobre o sertão sem um alinho
e o sertanejo vindo pelo caminho
se desata no horizonte, sua rotina

A boiada no curral, mugi, rumina
a lobeira com flor e com espinho
o vento plana em um remoinho
no breu que cai atrás da colina

Flutuam estrelas no amplo céu
O galo canta, triste, no cercado
E a luz da escuridão se faz réu

E passam, as saudades, ao lado
fantasmas de recordação ao léu
na languidez da tarde no cerrado

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/01/2021, 18”14” - Rio de Janeiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Tem essa sombra, esse fantasma.
Tentando me convencer a fazer coisas.
Coisas ruins comigo mesmo.

Inserida por quoranomediunico

⁠Sou árvore que abriga;
Sou sombra que acolhe;
Sou vento que leva;
Sou vento que trás;
Sou folha, sou raízes;
Sou também possibilidades;
sou aquela que busca abrigo nos galhos fortes de uma árvore, mas também sou quem no vai e vem das cordas contempla a vida de cima, oferecendo abrigo a paisagem.
A paisagem se faz corpo para o olhar, o olhar se faz corpo para a paisagem.
Em cada lar uma história que se faz história na minha história.
Sou eu natureza que se faz corpo com a natureza, co-criando juntos um campo onde não há fronteiras e sim contato. Contato é possibilidades.
Tudo FLUI... vou FLU-INDO, vamos FLU-INDO...vou, vamos nos constituindo...como fluiu estas palavras...sou palavra! Mas também sou escuta!

Inserida por valbouzada

⁠O que aproxima é apenas uma névoa, uma sombra.
Antes de decidir, procure ter uma visão melhor.
Toque, veja se é real,
experimente antes de se apossar,
estude-o minunciosamente em cada detalhe,
não se preocupe com o tempo investido nessa análise. Não o classifique como tempo perdido.
Tempo perdemos quando mergulhamos de cabeça em algo ruim, irreal, sem futuro e que ainda nos fará mal.
(Van feller 01-2021)

Inserida por vanuza_sampaio

⁠Israel andou no deserto
sob a sombra de sua
nuvem, nós andamos
nossos desertos sob a
sombra de sua graça.

Inserida por ivanbittencourtjr

⁠⁠Não há vida, existe apenas uma sombra da realidade, apenas dores de quem se vai sem mesmo poder ter se conhecido

Há na eternidade o consolo mas quem pode estar lá que pode conhecer quem pode contar como é

Somos um pequeno ponto, uma vírgula de uma história que nunca será contada seu final

A dor sim existe des do nascimento até a sua partida ela te acompanha em vários é longos momentos

Um suspiro e se vai e até a sombra será esquecida não há vida apenas dor e morte

16/08/2020
Paulo Butura

Inserida por paulo_butura