Poemas sobre Vida dos Cangaceiros
eu não quero falar,
eu sei que vou chorar
e talvez eu não consiga parar.
também não quero dormir,
eu sei que vou acordar
isso é tudo que eu não quero fazer.
não me entendam mal! eu não quero morrer,
mas estou muito longe de querer viver.
é difícil, mas tente entender
(se você conseguir,
pode tentar me explicar ?)
No alçar dessa caminhada
Nada tenho.
- Nem ninguém.
Apenas a morte e a vida.
Minhas duas únicas certezas e amigas.
Elas me lembram do intervalo a cumprir.
Tudo tem um início e tem um fim.
É cíclico.
Essa fonte de vida misteriosa e intrigante
É que nos motiva nessa busca vazia e incessante.
Mas o que é viver?
O insano.
Sobreviver ao delírio da realidade.
Suportar esse terrível engano.
Uma viagem sem passaporte, não premeditada, ao qual tivemos que nos submeter.
Mesmo sem querer.
O nosso desejo é o último a ser ouvido. Desde o instante em que nascemos. Então, por que devíamos aceitar que a vida seja para isso?
A realização egoísta de meros desejos insaciáveis, que nunca conseguimos satisfazer?
Eis a sábia atitude de aceitar desde o princípio o sofrimento com resignação, pois em si está a sua força, é na humildade que reside toda a convicção.
Por que devíamos tanto nos importar? Se a chuva que molha vai embora, escorre no rio para nunca mais voltar?
O tempo passa e a gente envelhece, mas só ficam as lembranças, a dor se esvai. Por isso é melhor fazer com medo, do que se arrepender de nada ter feito.
Lembra-te de não se deixar ser governado por suas emoções, e sim por teus pensamentos e, posteriormente, por suas ações.
Pois o que sentiu você não lembrará, só o que deixou de fazer, e portanto agora deixará partido o seu coração. Só o que importa é o agora.
Uma tarde ensolarada de primavera efêmera
Também leva consigo uma revoada de passarinhos que estão só de passagem
Na sua longa viagem
Quando o sol se põe
Se você quer profundidade
Tem que se entregar da mesma maneira
Se você leva uma vida de breves momentos,
Não pode esperar mais do que rápidos envolvimentos
Sem histórias, sem raízes, sem chão
Se você quer profundidade,
Quer viver algo de verdade,
Não deve viver pela metade
Tem que se entregar com o coração
Mergulha pra conhecer o mar
Navega pra conhecer o oceano
Imerge pra conhecer as algas e as estrelas
Pare para apreciar a vista do pôr do sol e o teu brilho cigano
Vive com integridade os seus planos
Mesmo que você esbarre nas adversidades
Ou cometa enganos.
Vive na plenitude de errar para abraçar por completo cada minuto.
Celebre o ciclo que se finda, o ciclo que se inicia, o recomeço de cada dia e o renascimento próprio ano após ano.
Cheguei em casa de um bar hoje à noite fui ler poesia. Abri alguns livros em casa e também sites na internet.
Adocei a alma. Complemento de felicidade!
Li Neruda, poemas de Martha Medeiros, poetisas cearenses, Leminski e resolvi ler algumas frases atribuídas a Clarice Lispector.
Estou feliz com a queda progressiva da estatística de vítimas do corona vírus.
Sinto um pouco de liberdade, embora vigiada, já que o vírus ainda circula pelo planeta, tomo ainda todos os cuidados recomendados para outubro de 2021.
Ainda sem planos para frequentar shows e festas, mas espero que logo tenhamos um sinal verde segura para isso.
Atraversiamo!
O floricultor triste
Floricultor era ele
Plantava flores para curar suas dores
Dores que derrubam qualquer um
Triste como arranjos que estavam ali
Sonha a ter uma vida livre e feliz
Senso ele mesmo
Já se perdeu no personagem que nunca quis ser
Mesmo assim sua busca é pertinente
Pertinente como sua aparência
Cansada de tudo mas nunca desistiu
Sua missão? Não sei
Só sei que eu o acredito
De qualquer jeito, sua vida será feliz um dia
Queria tua boca e abraço quente para mim
Mas não o posso ter
Já estou morto
Morto como rosas mortas
Ele cuidará de mim mesmo nessa situação?
Jardim perdido
Perdido em sua mente
Uma prisão que o foi buscar
Sente o ódio amargo em sua boca, a tristeza tirava suas forças
Apenas a boca daquele garoto poderia me salvar
Suas palavras adocicadas me fazem ser mais quente
Quente como o inferno
O salvarei dessa doença
Chamada pessoas
Pessoas que não te dão o mínimo
Protegerei de mim, para que não caia comigo no abate da sociedade
Somente sei a dor do destino
Floricultor que precisa ser cuidado como suas flores
Flores que se sentem mal como ele
Por sua dor se tornar frieza
Flores, flores mortas como a mim
Assim deixo ele com o que mais queria
Dei a minha liberdade de sobra para o mesmo
Como presente de morte do seu admirador.
Sigo os caminhos do vento,
nos seus cantos e encantos me envolvo
recolho as folhas do tempo,
em poemas as devolvo...
Vidros se quebram e flores renascem.
Enquanto o mundo gira, o tempo precioso acende e apaga.
Os caminhos do ontem e do hoje fazem brotar novas sementes de encantos e desencantos.
A vida muda e se transforma, em meio a verdade e a mentira, o bem e mal, o destino e o aleatório, o simples e complexo.
Os dias que se vão são como grãos de areia que escorrem pelas nossas mãos.
Grãos de areia que o vento leva, que rodam o mundo ou apenas se desfazem.
A existência é o presente e o pesar, o dilema de ser ou estar.
Somos grandes e pequenos,
Furiosos e amenos,
Sonhos, palavras e pensamento.
Um rápido sopro do vento.
Espelho da vida
Olhou-se no espelho
e não se reconheceu
Então se perguntou:
- Quem sou eu?
Ainda é noite,
Amanhã será dia
E ainda nem chegou
ao destino que tanto temia;
Olhou-se no espelho, mais uma vez
E sentiu um grande desgosto
Então, se perguntou:
- Em qual espelho da vida
Eu perdi o reflexo do meu rosto?
Enquanto o vento sopra em minha alma,
Não há chama que sobreviva ao teu olhar.
Tua voz, razão da minha calma,
Teu ser é razão de um jamais falhar.
Não quero ser real se o mundo for uma ilusão.
Desejo poder não viver se a vida não for vida
Porque viver não é nenhuma alucinação,
Apenas é poesia que não pode ser lida.
Ideias preveniram tua imagem misteriosa,
Que me impede de livremente sonhar.
As mesmas ideias vêm de uma mente poderosa,
Mas incapaz de impedir o planeta de girar.
O tempo continua então com final indeterminado.
Seu final será em "agora" como todo o momento.
Se na vida falhar algo que havia jurado
Jamais sentirei de novo assim o vento.
Resolvi pensar nisso tudo, em nós, em mim.
Pensei, pensei.
E concluí que não devo pensar muito.
Então me joguei...
Resolvi tentar compreender isso tudo.
Tentei, tentei.
E desisti de entender.
Então vivi...
Não ponha fim nos meus caminhos assumidos
Meus pés jamais se limitaram ao seu querer
Transbordam rumos dos meus olhos ressequidos
Eu vivo a vida que você não quis viver
SONETO ESSENCIAL
Enxergamos tudo aquilo que está ao nosso alcance
"O essencial não se vê com os olhos" vai além
Duma paisagem, uma flor, um caminho, porém,
Podemos sentir com a emoção toda e qualquer chance
O que se sente não precisa ser visto, e sim, o que contém
A aridez, o calor, um perfume, o afago, que no sentido trance
E na alma desenhe o real e concreto da vida, em romance
Pois, sentir é o que captamos mesmo não vendo, também
Pode se estar vendo, mas o que julgamos é invisível
O conteúdo, a essência, ideais, aos sentidos impossível
Aparências não revelam a importância no sentir dum olhar
O olhar engana, miragem e nem sempre ao sentimentos compreensível
No entanto ver e sentir, no fado, será sempre compatível
Se ao ver e sentir, com o coração e, com ele, ter capacidade de amar...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
Parafraseando Antoine de Saint-Exupéry
►Antes de Morrer
Antes de morrer quero poder agradecer
A todos que me fizeram entender quem realmente sou
Assim como meu amigo falou, um caçador de problemas, aqui estou
Agradecer aos meus pais, por me ensinarem a respeitar
Agradecer às garotas, por me ensinarem a amar
Com elas eu gostaria de conversar, marcar um dia para nos encontrar
Mas este é assunto para outro texto, conjunto, deixa pra lá
Obrigado a quem escutou o que eu disse
Um agradecimento maior por parte de mim não existe
Obrigado a quem esteve do meu lado antes que o meu tempo seja esgotado
Minha forma de mostrar minha gratidão é em forma de texto rimado
E, mesmo que não seja bem elaborado, e mesmo que seja criticado
Aqui está meu auto retrato do passado
E eu quero deixar bem claro, desculpe se deixei alguém preocupado
Incomodado, ou até mesmo magoado por causa de minhas ações
Às vezes ajo com e às vezes sem emoções
Este texto, em minha opinião, supera as outras dedicações
Aqui agradeço minhas paixões, minha família e meu amigo, do fundo do coração
Ele é como um irmão para mim, e meu lar, meu jardim
E, mesmo que as palavras, vírgulas, estejam incorretas
Quero deixar aqui minha gratidão eterna, uma das mais sinceras
Texto grande? Pois é,
Mas agora que o escrevi, venha o que vier
Se cedo ou tarde eu for embora
Aqui estão fragmentos da minha história
Muito obrigado mesmo, você que, paciência comigo teve
Não encontrei outro jeito de dizer
Não irei te esquecer, essa dedicatória também é pra você
E, se te decepcionei, te fiz sofrer, lamento de verdade
Mesmo não possuindo a autoridade para falar
Vocês todos me proporcionaram felicidade
Essa é a imagem, definição, que possuo da liberdade.
►Dezembro
Finalmente o mês desejado pelas crianças
E que para os adultos é regado de esperanças
A felicidade é esperada, todos almejam que seja revigorada
Mas apesar de todo o sofrimento que o ano trouxe consigo
Ele não foi tão cruel, proporcionou também algum sorriso
O espírito é indestrutível, e a cada dia ele é fortalecido
Não importa se aconteceu isso ou aquilo
O Natal não passará despercebido
E nas igrejas tocarão os sinos
Sem esquecer dos fogos de artifícios que serão vistos, serão lindos
E, perante todos os possíveis imprevistos
Os membros da família estarão reunidos
Celebrando o nascimento de Cristo.
Mais um ano vencido com sacrifício
Perante o malefício surge um humilde brilho
E talvez súplica por um tranquilo e convidativo destino
As vezes na aflição, um simples "Vai dar tudo certo" torna-se algo clandestino
Torna-se decisivo para indicar o caminho.
No bar, barulhada, festa, gritaria, sorrisos e alegria
Um samba, ou um pagode que envolve
Alguns almejam a chegada do Reveillon
Outros preferem não se exaltar, Djavan escolhem escutar, para relaxar
O que importa é ficar onde agrada
Comer o que seu paladar gosta
E quando o céu se cobrir de luzes lindas
Dê ao novo ano suas calorosas boas vindas
Enquanto isso, aproveite a bela vista
Aquele movimento agitado pela avenida
A luz da Lua iluminará, e para você ela olhará
Demonstre aos outros sua festa, orgulhe ela.
...Dentro de mim o medo é o rei e a tristeza a rainha.
Só apenas um servo do sofrimento que
serve como almofada neste horrendo
mundo.
Somente tenho comigo o desespero e o
eco do meu choro como confidentes e a
mágoa como conselheira.
...Aqui jazo, neste enfermo mundo,
esperando um pouco de luz no meio
deste mundo obscuro
Sem chuva nada cresce,
aprendendo que com
as tempestades da vida,
também se floresce...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
PERDA DE TEMPO (soneto)
A quem me viu além tempo, além vidraça
Da vida, cara a cara, assim, de pertinho
Verás que no tempo e na vida caminho
Graças! E que o tempo no tempo passa!
E por mais que queira, que tudo faça
Implacável é o rumo e tão torvelinho
Aromatizado como o curtido vinho
Se fazendo veloz, como, tal fumaça
Já velho, eu, não busco burburinho
De perda de tempo, ou de chalaça
Se estou jovem ou se sou velhinho
Vivo o tempo, sem tempo de negaça
Mais vale amor no tempo com carinho
Que o valor do tempo que esvoaça...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 2017, 05'55"
Cerrado goiano
Este é um amor que teve sua origem
em um sonho imaculado
e em um medo tão ligeiro como brisas de verão.
Um amor inventado pela escuridão dos seus olhos,
um amor com aroma de chuva cálida,
um amor que não tem cura nem salvação,
nem o golpe derradeiro, nem sequer um breve alívio.
Este é um amor rodeado de plantas carnívoras
e de mil luas ardentes
e de lágrimas que queimam como o fogo
e da ânsia que se respira sob um céu de Abril
E de tudo o que se oculta e se esquece
e se deseja e não se alcança
e se sucumbe e volta a crescer.
Pois o amor é dono da derrota e do triunfo
e nos faz escravos e senhores
e deuses e vagabundos.
E o amor é minha desgraça e elevação
meu reino e minha ruína,
um castigo com sabor a vinho doce e perdição.
Esta é a história de um amor com escuros e raros orígens:
Veio nas asas feridas de um joão de barro
e cruzou países de nomes estranhos
e oceanos repletos de monstros
e campos de florzinhas azuis
E me senti tão grande a ponto de tocar o céu
e tão miserável a ponto de tocar o inferno
E escrevi poemas em nuvens de outono
e esqueci meu nome na cauda de um cometa
e roubei os anéis de Saturno,
porque queria gritar que te amo
e que o amor no meu peito não fez morada
porque é maior que o cosmo
e mais poderoso que o trovão.
E eu vi algo indizível nos seus olhos
uma mescla de milagre e perigo
que condenou meu espírito e minha vontade.
E até as rochas
e os infames
e o crepúsculo
e a morte, adivinharam que estou com o amor
até o sangue,
até o estômago e os poros da pele.
E sabem as ruas emudecidas
e as fotografias
e o chuvisco
e as senhoras detrás das janelas.
E sabem os anjos
e os caídos
e as criaturas do abismo
e do arco-íris.
E sabem porque eu sei,
eu sei que passaremos a vida lutando contra as tragédias
para que não rompamos a alma
e morramos de amor.
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