Poemas sobre Preconceito
Silencie-se
Entre tantos e tantas, entre o ego dos abutres.
Silencie-se;
Há quem diga, não.
Digam suas manchas pintadas no discurso;
A história não parece ser daqueles que pintam, mas sim daquela audição que só projeta seu próprio discurso.
Manchas, são tantas manchas e manchetes por aí. E o editor é você.
Silencie-se;
Antes de ouvir, eles já haviam feito as manchas de seus problemas.
Por ela, Silencie-se.
Não toleraremos sua intolerância
Nem ao menos comentários depreciativos
É era de evolução, é preciso!
E faremos revolução
Desintegre do seu âmbito
Pensamentos ultrapassados
Onde branco tem lugar de fala
e o negro que fique calado
Se limita minha capacidade
Visando como viveram
nossos antepassados
Se vire do avesso
Veja que a carne cara
No fim também apodrece
O dinheiro te faz rico
Mas o seu preconceito te empobrece.
QUEM É ESSE HOMEM
(Nepom Ridna)
Todo ano, fazem festa em seu nome,
Mas ninguém sabe quem é esse homem.
Se enfeitam, como espantalho, meninas viram mulheres, meninos viram homens,
Mas ninguém sabe quem é esse homem.
Se embriagam, dançam, brincam, gritam viva! em seu nome,
Mas ninguém sabe quem é esse homem.
Melhor destino; é caminho da roça, queimar madeira, pisar no chão... ...antigamente podia até soltar balão,
Mas queimava floresta, isso não pode não!
Encontro de culturas, primos, tios, amigos, irmãos,
Hora de dançar agarrado, fazem um barulho desgraçado,
Isso não muda não.
Fazem do milho o rei, e ainda podem soltar rojão,
Mas ninguém sabe quem é esse homem,
Que todos chamam de; "São João".
(Nepom Ridna)
Santa Catarina
Um operário espirra algumas vezes, seu nariz coça,
Ele reluta, tenta conter o incômodo.
Na câmara fria uma parte do teto desaba,
O gelo trincado fere a cabeça do trabalhador.
Soam o alarme, a porta é aberta.
- Querem morrer? Por que não tentam trabalhar direito?
O jovem ferido é arrastado para fora, convulsiona.
A ambulância vem buscá-lo.
Ele retorna ao expediente após três dias de atestado médico;
Uma semana depois é chamado a comparecer no Departamento Pessoal.
Voltará mais cedo para casa.
Nas fazendas de soja o imigrante é útil,
Não há lirismo algum em suas frases curtas.
Pronúncia precária.
- manman, papa, frè...
- Zanmi! Zanmi!
O supervisor o manda calar a boca.
- fatige soti
- Dívida! DI VI DA, PA TRÃO! VO CÊ TEM DÍ VI DA! Entendeu?
Marrom é a cor da luta e do preconceito no Vale Europeu.
"Eu, Marcos e Míriam"
Oi
É bom te ver
E ler no seu olhar
O sorriso ao me ver
Nos abraçar
Pegar em sua mão
E dizer; como vai
Como você está
Tudo bem
E a gente começa a conversar
Contar um pouco sobre cada um de nós
Abrindo os corações
Falar das decisões
Viver a harmonia
E toda vida
Respeitando as opiniões
Oi
É bom te ver...
(Nepom Ridna)
Todos querem ser Artistas.
A Arte é como uma Mãe.
Pois vá fazer arte! Para ver se você não apanha.
(Nepom Ridna)
Pessoas que
mentem pra si,
não têm como
serem verdadeiras
para os outros.
A cada dia as
pessoas se
camuflam mais,
em preconceitos,
em falsos discursos
de amor ao próximo,
na empatia dita da
boca pra fora...
- O caos do mundo moderno
vem disfarçado de bondade.
Se eu morrer durante uma forte tempestade. Com chuvas relâmpagos e trovões; terei uma morte regida pela mais bela Orquestra Sinfônica.
Algo menos; será somente um momento fúnebre cotidiano.
(Nepom Ridna)
Nada nesse mundo está totalmente definido.
O absoluto; pode ser desmentido. Nada é absoluto.
O concreto; pode ser triturado.
O forte; também precisa de colo, e afago.
(Nepom Ridna)
Melanina
Triazina
Minha cina
Triamina
Triste cina
Proteína
Protestei
Melanina
Me apeguei
O sol sinaliza
A célula sintetiza
A pele alcalina
Protegida por queratina
Me faz negra retinta
Envelhecer depois dos trinta
O estigmas que a mim atribuíram
Eu rejeito
Eu recuso
Eu reestruturo
O normal de mim atacar
Em exceção vou transformar
O normal de rejeitar
Vou fazer me aturar
O normal é menosprezar
Vou fazer deslumbrar
Do meu poder
Do meu amor
Da realidade, que me faz igual a tu
Mesma realidade que me faz diferente de tu
Diploma, ordem, emprego, empresa
O preço do meu suor
O preço do sangue da minha avó
Tenho o que preciso, por isso, aceito tu
Aceito como igual, não como inimigo
Não trafiquei gente
Não invadir países
Não matei inocentes
Não escravizei ninguém
E por que me tomas como bandido?
Logo eu, a sequestrada, a traficada,
a abusada, a inocente,
a vítima da sua doença
Por que me olhas como se fosse teu espelho?
No tempo de antigamente,
Imperava o machismo.
Mulher nem podia votar,
Então houve ativismo.
Mesmo com toda bravura,
Elas não perdem doçura,
Na luta do feminismo.
BARULHO
Um minuto….
A cada três
Um minuto…
de silêncio,
pela mãe pretaSeverina
Que encara de frente,
mais uma vez,
A sua sina
Quinhentos,
Quinhentos anos de silêncio
Sob o jugo do capitão do mato
Os grilhões,
as correntes
Cento e trinta
Quem aguenta?
Quase um século e meio
De tormenta
Livres das correntes de ferro
presos às correntes sanguíneas
à miséria da favela
asfixia!
Moral, letal!
Vão-se Pedros, Joãos, Marias, Anas
Silvas com suas histórias interrompidas
...“pow”
Três ou treze,
A bala
Sempre perdida
Só se recorda do caminho errado
E, de três em três
Minutos
Lá está
Um minuto de silêncio? Por quê?
Apenas mais um,
Somado a uma vida
Que se findou
Calada
Somado ao grito calado
De um coração materno arruinado
Pela sede de vida e de morte
Que levam às polarizadas
Extremidades
Correntes elétricas
O desespero...
Alocado ali, entre o peito e a garganta
Junto a tudo que jamais se pôde dizer
Não!
De silêncio…
Basta!
É preciso barulho
É preciso muito barulho!
Para que, das entranhas da devastação
Reverbere a igualdade
A voz com gosto de sangue
Retida
Barulho que desnude
O gosto amargo
Da falta de sabor
Da vida de milhões…
Que, vivos
Morrem um pouco
a cada minuto de silêncio
Muitos...
Muitos Minutos de Barulho!
Preta não é parda,
Lugar de mulher é onde ela quiser,
Gay pode usar saia,
Respeite o nosso candomblé.
O machismo mata,
O feminicidio só aumenta,
A bala perdida dízima,
Só derrama sangue vermelho.
Amar ao próximo pelo visto jamais,
Homofobia mata em praça pública,
A xenofobia parece ser eficaz,
Pra jogar milhões e milhões nas ruas.
Já escolheu quem deve morrer ?
Já decidiu quem vai viver?
Você tem o que comer ?
E quem mora na rua como vão sobreviver?
O silêncio grita,
Criança abusada veste rosa?
É melhor abortada ou abandonada?
De um jeito ou de outro ela está morta,
Se você não fizer nada,
Por dentro e por fora.
MEU NORDESTE
Eu nasci lá no nordeste,
poesia é a minha paixão,
serei sempre nordestino
de corpo, alma e coração.
Trago em minha essência,
a dor da minha ausência
e a poeira daquele chão.
No Brasil existem leitores.
O problema é que o hábito de ler é elitizado.
Nem todo mundo consegue manter esse hábito.
enquanto falarmos de violência
ela irá existir
enquanto cultivarmos ódio
mais ele irá nos destruir
enquanto falarmos de preconceito
ele persistirá expandir
enquanto brigarmos por paz
mais bombas irão explodir
na guerra que você começou
na reação que o igualou
o tempo passou
e mais discórdias você comprou
e uma vítima, sangue derramou
criaram dias para conscientizar
marchas pra nas ruas protestar
matam
denigrem
prendem
oprimem
toda uma vida pra outras preservar
presenteiam-se com hidras de lerna
onde lobos e cordeiros com tacapes governam
uns clamam por paz
outros guerreiam por ela
lutam por direitos
enfatizam mais preconceitos
nascem inocentes
e morrem indecentes
fazem justiça com suas próprias correntes
religiões
culturas e nações diferentes
lamentam com a mesma dor
em nome de uma cor
falando de diferenças para mais surgir
de racismo para mais ressair
cortando a pele para se ferir
não entendem que o preconceito só irá se extinguir
quando o coração também evoluir
Causa e Efeito
Dread lock causa medo
E vem da ancestralidade
E faz o homem preto
Encontrar sua identidade
Identidade, cultura, religião
O branco tirou do preto
E colocou grilhão
O navio negreiro
Que partiu de angola
E chegou no brasil
E fez o negro pedir esmola
Racismo é crueldade
Me causa indignação
Por isso escrevo poema
Para falar com o coração
Falar da pele negra
Que sofre com mazelas
Preconceitos, injúrias, violência, miséria
Marcos Capacete
Se alguém passar por ela
Fique em silêncio, não aponte o dedo
Não julgue tão cedo
Ela tem motivos pra estar desse jeito
Isso é preconceito
Os problemas devem ser usados como estímulo,
Para guiarmos para um estado de vida melhor.
(Nepom Ridna)
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