Poemas rimados de Amor
TRANSFIGURAÇÃO
Prende na loa as rimas apaixonadas
De tanto afeto, com tanto mistério
Lotando-a de inspiração e critério
As cantigas na fantasia realizadas
Dar-lhe-á o gosto das madrugadas
Enchendo com matiz o verso vazio
Gentio, num valente terno arrepio
De tantas, tantas doses consumadas
E nestas trovas tão cheias de lampejo
Vejo, o versar aquentar-se em brasas
Do sentimento em emoção e ardor
Então, depois da narrativa dum beijo
O desejo, ó criação, se fada de asas
E a poética em transfiguração de amor
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
24/10/2020, 10’28” – Triângulo Mineiro
RIMA PEQUENA...
Fascina-me a paixão de imposição serena
sensações quinhoadas são as mais bonitas
esboçada na emoção ... - tão mais infinitas
um desejo cercado de terna ventura plena
Como a satisfação de uma desejada cena
as sinas de amar, por certo, são escritas
nas estrelas, porém, são sortes benditas
do idear, onde o querer é vontade amena
Me prestaria tudo, assim, humildemente
a paixão livre do que uma falta condena
pra ter-te afinal no meu poetar presente
E, não te ter fosse, então, a minha pena
ter-te no silêncio seria dor eternamente
duma poesia carente e de rima pequena
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Araguari, MG – 12/08/2021, 09’58”
ÚLTIMA HOMENAGEM
Este derradeiro soneto te ofereço
Em versos últimos e tão penados
Na rima incerta a dor de adereço
Sufocando os hinos apaixonados
Segui aqui o final de um começo
E os sentimentos tão assustados
E neste cansaço o teu desapreço
Mais as culpas dos meus pecados
Foi um amor, passageiro, pouco
Pois no sonho inventado e louco
Eu e tu caminhamos para o fim
Assim, cada linha um dissabor
E também fica um doce amor
Crer que um dia doou pra mim
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23 outubro, 2021 – Araguari, MG
MISÉRIA POÉTICA
Vi-a, erodente trova, chorã, fustigada
Vãs rimas, mesmo assim, com melodia
Em seu lânguido versejar, desvairada
Queixar do amor, qualquer, na poesia
Sensível, miserável. Verso apaixonado
Duma emoção, que assim, me seduzia
Escorrendo na trova ardor enamorado
Num prelúdio divino de afeto e agonia
Me feriu. Em cada cântico a dor ecoava
Do poeta golpeado, então, resvalava
Da poesia: pranto, sussurro e clamor
Suspirei. Gemia o verso num lamento
De inquietação, sensação e sentimento
Da miséria poética sofrente de amor...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 julho, 2022, 14’33” – Araguari, MG
DÚBIO (soneto)
Falei tanto de tristura!... de solidão
Silêncio, tortura, nas rimas negaça
Ou ninharia fugaz, que vem e passa
Na brisa breve que veio, duma ilusão
O verdadeiro valor, é cheio de graça
Simplicidade, afago, farto de emoção
Todos lavrados e vindos do coração:
O abraço certeiro, passeio na praça
Falei tanto de melancolia! baixinho
Ou até mesmo em um alto vozeirão
Se bom era poetar somente carinho
E nas tais rimas de delírio e barulho
Só sofreguidão, me fiz pequenininho
Na poesia infeliz, sem amor e orgulho...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31 de janeiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
SONETO DESABITADO
Ao poema que roga, desesperadamente
De saudade, separado de sua rima ideal
Onde o coração sofre o afeto ali ausente
Nas desventuras em que se vê sem o qual
Não lhe basta um amador simplesmente
Nem só o gozo duma trova que seja a tal
Nem o simples desejo, deseja vorazmente
O compasso do beijo, num versar musical
E as poéticas inspirações que lhes somem
As quais quisera... paixão cheia de pureza
A esperança de quere-las lhes consomem
E os vazios do sentimento no seu cantar
Compõe solidão, em uma maior baixeza
Escrevendo dor, sem o amor para poetar
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/02/2020, 18´12” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Guarde contigo:
rima de sonhar,
verso peregrino,
canção de mimar.
Além continentes:
trilhas poéticas,
poemas amáveis,
rotas contentes.
Doces vertentes
sabem velejar
poesias silentes
sabem mapear.
Alma envolvente:
feita de [mar],
verso continente,
quero te beijar.
Por eu te querer querendo,
No rimar, vou te desejando,
Aos poucos te dando pistas,
És a maior das [conquistas...,
Por eu te querer (amando),
No olhar, vou me despindo,
Aos poucos te revelando,
És o meu coração [batendo...,
Por ser grande e (tremendo).
Porque tu'alma é um [roseiral,
E tens a cadência dos (cometas).
Porque te fiz este [verso lirial,
E das cores de (mil estrelas).
Porque teu jeito é [genial,
E tens as asas das (borboletas).
Por eu te amar amando,
No remar, eu vou 'chegando',
Aos poucos sigo acariciando,
És a poesia verdadeira, e não lenda,
Assim, seduzes-me tu pelas fendas;
Em riste e com todas as pompas:
Tu vais se rendendo - aconchegando!...
Liberdade em todas as letras
Embarcada numa viagem,
Gentileza de todas as rimas
Encarada como miragem.
Liberdade por todos os ares
Escrevendo a tua história,
Mergulhando nos teus mares
Eternizando a tua memória.
Livremente refazendo o céu
A poesia virou altar,
Um soneto feito de mel
Navegando de tanto rimar.
A curiosidade é tanta
Que é capaz de peregrinar,
E de pôr os pés em terras,
E por outros mares navegar.
A liberdade é tão audaz,
Exuberante e garrida,
Despreocupada de rimas
É capaz de fazer poesia,
Vestida de trinta e três estrelas.
A liberdade foi tão cheia de paz,
Que largou as malas,
Voou com as minhas letras,
E aos passos de mil peregrinas
Foi ao encontro daquilo que é capaz.
Longe de mim,
Proclamar-me poeta,
Eu não sei rimar,
Não sei o que é poesia,
- e muito menos diferenciar
A poesia de um poema,
Não sei se uma é melhor
Do que a outra,
É verdade! Eu sou doida!
Eu sou muito doida!
Porque quando escrevo
Faço uma confusão danada,
- e quase sempre -
Não sei quando uso a rima,
E a hora de fazer métrica;
Escrevo como uma fugitiva
Em nome da estética
E da razão que surge do nada,
Fugindo com a poesia nas costas.
Escrevo de forma bem atirada,
Do jeito que o Diabo gosta,
E deixa Deus bem corado...,
Estes versos sem propósito,
Seguindo pela rua desvairados,
Beijando doidamente,
Todas as bocas e aos bocados,
Eu realmente não sei escrever,
Longe de mim deixar-vos enganados...
Preciso da tua poesia para poder rimar
do teu cheiro para me embriagar
eu preciso da loucura e da paixão
que é te ter por perto
porque a grande verdade é que preciso
do teu riso para me alegrar
e mais ainda, do teu amor
para me completar...
'SER...'
Sou rima,
lençol,
pecado...
Semente esparramado,
seca,
freático...
Soldado ferido,
insensato,
solitário...
Calabouço,
místico,
para-raios...
Perdido em multidões,
nuvens,
bárbaros...
Embatucado,
solstício,
açoitado...
Sou pedras,
lanças,
armaduras...
Loucuras,
ferraduras,
homem de aço...
Poema para tantas coisas
poesia pra isso e aquilo
rima de coisa tola
desejo de falar
o que de fato não se faz
não é o motivo que justifica o poeta,
é a obra, se for única, autêntica..
Amar não é arte nem fingimento.
Pela obra se conhece seu autor
a falta de zelo pela língua
o desleixo com a palavra
o exagero em adjetivos
não são motivos para representar algo singelo
como a beleza do mundo
que se encontra em ambos os sexos.
A poesia se expressa melhor em símbolos
na sutileza de quem deseja e não faz
na curva da estrada que dá medo
no olhar da mulher livre e sagaz.
Ser humano sempre foi carente de explicações lógicas, mas quando ele não as encontra, usa a ilógica para se conformar
Houve uma época em que os homens amavam as mulheres por seus segredos e mistérios e não por sua exposição degradável - 08/03/2014 (Dia Internacional das Mulheres)
►Convite
Venha passar um tempo comigo
Esqueça seus problemas, olhe para mim
Eu vou te apresentar um novo mundo,
Encantador, onde poderemos ficar juntos.
Deixe de lado o estresse do cotidiano
Guarde no armário os seus prantos
Deixe-me apreciar seus olhos lindos,
Castanhos, que viajam por entre meus sonhos.
Deite-se junto ao meu coração
Sinta o seu bater, sinta a sua imensidão
E, em terras desconhecidas, mares e ilhas,
Faremos nosso lar, nosso ninho, nossa vida.
Pegue minha mão, vamos voar
Para algum lugar onde a lua nos ame,
E nós permita compartilhar do seu calor
Por favor, eu posso te beijar?
►Estarei Aqui
Estarei aqui quando você precisar
Estarei aqui para quando você chorar,
Eu poder te abraçar e dizer "Vai passar"
Estarei aqui quando você se machucar,
Dizendo amorosamente "Vai sarar"
E eu também estarei aqui contra sua solidão,
Dizendo de prontidão "Para sempre irei te amar".
Conte comigo, sorria comigo, fique comigo
Não a quero distante, então não me deixe sozinho
Há quem a deseja, mas sou quem almeja seu carinho
Fique, por favor, meu coração insiste
Se para isso é necessário uma aliança, tudo bem
Eu a comprarei, eu a farei do coração de um vulcão
Quero estar contigo hoje, amanhã, ano que vem.
Perdoe se eu não estiver presente,
Saiba que não é minha vontade
Você é meu mais valioso presente,
E a quero feliz e sorridente
Não sei se ainda gostas de mim
Amaria se me respondesse que sim.
Ultimamente o tempo tem sido meu inimigo
Pois me sinto tão só, gostaria que estivesse comigo
Mas, o que posso fazer é dedicar, recitar
Palavras de afeto e amor eterno
Estou escrevendo em lágrimas,
Eu te quero muito, meu amor, muito
Sinto muito por dizer, mas prefiro carregar o mundo,
Para tê-la em minha visão por alguns segundos
Eu te amo, três palavras que tornam meu sentimento um resumo
Estou mudo, meu pensamento está me guiando
Estou surdo, as batidas do meu coração são os marujos,
E a caneta, o capitão, me direcionando ao profundo
Meus versos querer te alcançar, mas sem pernas
Querem sentir seu calor sem jamais te tocar
Querem te beijar, eu quero te beijar... Onde você está?
►Sorrisos Anônimos
Seus lindos olhos sobre rascunhos irei pintar
Indagando, em murmúrios, quando iremos nos encontrar
Talvez eu esteja em grandes apuros
Com um desejo ardente de te amar
Que infortúnio, não?
Suas curvas tão sugestivas, desejo acariciar
Não me negue-as, senhorita, não me faça implorar
Assim como o pedinte de barriga vazia,
Encontro-me desesperado, ordenado a te amar,
E preencher o vazio que se encontra em minha vida.
Outrora, numa noite fria, lembrei de ti, Aurora
Perdão, Jasmine, morena minha, formosa
Escrevi, querida, uma poesia em prosa
Juntamente a minha saudade impiedosa, que,
Em meio a terrível solidão, me conforta.
Sinto sua falta, de modo extravagante
Vejo seu sorriso em rostos anônimos
Sinto o seu aroma em jardins distantes
Dizem que não sou mais o mesmo de antes
Seu jeitinho causou a demolição de um sujeito intolerante
Apesar de minha antiga desconfiança permanecer constante,
Você está se tornando cada vez mais importante
E, espero não está apenas sobre um efeito alucinante
Não quero que a traição me torne novamente um ambulante
Sem coração, sem amor, sem um destino
Peço então, em clemência, que não faça isso comigo.