Poemas Nordestinos
TERRA.
Simplicidade não é pobreza
assim se vive no sertão
quem cultiva a natureza
na mesa garante o pão
e o trabalho é a riqueza
que engradece o cidadão.
Sou do sertão minha gente
me orgulho desse lugar
em cada palmo pra frente
sinto o prazer em plantar
e nessa terra carente
o valor de cada semente
é Deus quem vem semear.
Quem vem aqui pro nordeste
com a intenção de passear
no sertão ou no agreste
seja na beira do mar
vai encontrar tanta beleza
que eu já digo com certeza
esse é mais um que vai ficar.
FLORES DO SERTÃO
Quantas belas mulheres fortes
Brotaram da terra vermelha,
Dos espinhos do cacto mandacaru
Trazendo vida, alegria e flores
Esperança, que no lajedo habitas,
E um sorriso cativo perseverante,
Que a seca faz da fé abundante
Tornar-se a fonte de seus cuidados.
Singeleza, como era muito linda
A beleza pálida da bisa Maria
Mulher submissa porém cálida
No amor, no aconchego e no zelo
E que seus olhos viram Maria Bonita,
Flor zelosa como uma mãe cabrita.
Mulher que não saía do fogão
Vinha comida à lenha e à carvão.
A flor do sertão nunca envelhece
És a rosa do deserto que não morre
A água em ti demora, mas escorre
Do céu onde a esperança rejuvenesce.
Mulheres sofridas, mas amorosas
Não tem frescura co'as mãos nas roças.
Sem temerem a escaveirada morte
É de Deus o sopro da vida e da sorte.
"Rede no sertão"
No sertão, em uma rede, de uma tarde tranquila debaixo de uma grande árvore e um sol radiante. O barulho do vento no céu do sertão , É lá o meu meu sossego onde me refugio em meu bom e doce lar.
Na sombra de uma arvore me repouso para descansar fico olhando as paisagens sem fim, à me fascinar ,a vida no sertão é um poema a me ninar silenciosamente ,no sertão adormeço na compania dos pardais e dos sábias.
Nem tudo no sertão, é calor e desafiador, em partes é amor. Na rede deixo minha imaginação me levar, no embalo da brisa, em um leve agitar das folhas, o céu a se misturar no solo do sertão à me acalentar.
No calor do dia o ar pesado e seco...
O sertão parece pegar fogo...
Imagens ao fundo da ar de água...
O calor sufoca as nuvens dão um contraste bem ao longe...
O vento soprar um sotaque...
Alma brasileira é guerreira...
Num discurso ao longe margarida se despede do tempo que escolhi uma gota de orvalho...
Um chamado João
João era fabulista?
fabuloso?
fábula?
Sertão místico disparando
no exílio da linguagem comum?
Projetava na gravatinha
a quinta face das coisas,
inenarrável narrada?
Um estranho chamado João
para disfarçar, para farçar
o que não ousamos compreender?
Tinha pastos, buritis plantados
no apartamento?
no peito?
Vegetal ele era ou passarinho
sob a robusta ossatura com pinta
de boi risonho?
Era um teatro
e todos os artistas
no mesmo papel,
ciranda multívoca?
João era tudo?
tudo escondido, florindo
como flor é flor, mesmo não semeada?
Mapa com acidentes
deslizando para fora, falando?
Guardava rios no bolso,
cada qual com a cor de suas águas?
sem misturar, sem conflitar?
E de cada gota redigia nome,
curva, fim,
e no destinado geral
seu fado era saber
para contar sem desnudar
o que não deve ser desnudado
e por isso se veste de véus novos?
Mágico sem apetrechos,
civilmente mágico, apelador
de precípites prodígios acudindo
a chamado geral?
Embaixador do reino
que há por trás dos reinos,
dos poderes, das
supostas fórmulas
de abracadabra, sésamo?
Reino cercado
não de muros, chaves, códigos,
mas o reino-reino?
Por que João sorria
se lhe perguntavam
que mistério é esse?
E propondo desenhos figurava
menos a resposta que
outra questão ao perguntante?
Tinha parte com... (não sei
o nome) ou ele mesmo era
a parte de gente
servindo de ponte
entre o sub e o sobre
que se arcabuzeiam
de antes do princípio,
que se entrelaçam
para melhor guerra,
para maior festa?
Ficamos sem saber o que era João
e se João existiu
de se pegar.
O CANTO DO SABIÁ
No silêncio do sertão
É o lugar do sabiá
Logo cedo de manhã
Ele vem cantarolar
À tardinha, vem de novo
Se exibindo para o povo
Com o seu assobiar
Veio o homem, bicho mal
Pra tentar lhe aprisionar
Preparou uma armadilha
Querendo lhe engaiolar
Mas o pássaro escapou
Bateu asas e voou
Foi rezar noutro lugar
Ah Dr. Cuma me dói
Arrescordá meu passado
Meu sertão de chão rachado
Pela seca arrinitente
Fica tudo diferente
No tempo da sequidão
É fôia seca no chão
Casa veia abandonada
Vacamorrendo atolada
Na lama do cacimbão
Nosso povo vive bem
no sertão e na cidade
nunca destrata ninguém
quem valoriza amizade
pois na terra do vintém
todo nordestino tem
um selo de qualidade
O sertão é agricultura
Chamada familiar,
Que abastece cada lar
Com um tanto de fartura.
O sertão se estrutura
Na sua pluralidade,
Onde a criatividade
Tem papel fundamental.
O sertão é genial,
É supimpa de verdade.
Sou caboclo do sertão
Me criei nesse pedaço de chão
Me enfio nas veredas
Em cima do meu alazão,
Saio a procura de alguém
Que roubou meu coração.
Em um canto do Sertão
Ao ritmo lento da melodia, vou caminhando.
O sertão é o meu lar, onde o vento sopra contando…
Cada árvore seca, cada chão rachando.
Essa é a poesia viva de uma terra abençoada.
O calor incha a pele, mas aquece o coração.
Na aridez do tempo, a minha música cresce.
A natureza se expressa em silêncio profundo.
Com a simplicidade, consigo compreender o mundo.
A água do rio é a dança dos galhos.
O céu estrelado é como um antigo atalho.
No sertão, sou parte dessa imensidão.
Vivência e raiz, tocando o meu chão.
RECORDAÇÃO DO MEU TEMPO NO SERTÃO
Versão Urbana ou Pardal
Eu já fui Curió,
Que só vive no mato,
Não vive na cidade.
Hoje sou Pardal,
Que não vive no mato,
Só vive na cidade,
Por circunstâncias,
Ou por necessidade.
Acho que sou um Curial,
Mistura de Curió com Pardal.
Acho que sou um Pardió,
Mistura de Pardal com Curió.
Como não consigo definir,
Deixa assim que é melhor.
Vez em quando dói o coração,
Na cabeça vem recordação,
Do meu tempo no Sertão.
Quando não aguento a saudade,
Junto vara de pesca e carabina,
Deixo a cidade e vou pro sertão,
Pescá recordação e matá saudade.
Minhas filhas me dão tanta alegria,
Enviando fotos e vídeos de pescaria,
Ver os nétos aprendendo a usar vara,
Prá pesca lambari, bagre, lobó, piapara...
Não importa tipo e modelo de vara.
Nem espécie e tamanho de peixe,
Mas só a alegria de pescar,
Escutando seus pais falar:
Sobre catar e chupar guavira,
Guabiróba, guapeva, jaracatiá,
Coquinho pindó, macaúba, bocajá,
Comer marolo, goiabinha do campo,
Comer ariticum cagão,
Pouco prá não dar diarréia,
Comer jabuticaba do mato,
Pouca prá não entupir,
Tirar palmito, mel de európa e jatei...
Essas e muitas coisas que eu vivi...
Por isso é tanta recordação...
Quanta saudade do sertão...
Saudades dos parentes,
Povo bom e boa gente,
A grande maioria vivia,
Em sítios e fazendas,
Dentro dos sertões.
Longe das cidades.
Tantas recordações,
Quantas saudades...
Marsciano
O sertão é terra quente,
Quente como a paixão,
Que aquece o coração,
Feito brasa incandescente.
O sertão é sol nascente,
Que sorri a cada dia,
É um facho de poesia
Que dentro do peito inflama
O sertão é uma chama
É o fogo da utopia.
O sertão é acolhida,
É o abraço que se doa,
É o copo de água boa,
É o prato de comida.
O sertão é a própria vida
Em forma de amizade,
É a prática da bondade
Como a coisa mais louvável.
O sertão é inigualável
Em sua generosidade.
O poeta é entendedor
Da cultura popular.
Vai do sertão a Europa,
Sem sair do lugar.
Conhecedor do passado,
Do presente é letrado,
Não tem como comparar.
Pra o futuro é diplomado,
Com a imaginação vai além.
Já o profeta é enganador,
Falando o que lhe convém.
É um Grande apostador,
Pensando que é doutor,
Tentado enganar alguém.
Sertão
Há tantos rascunhos escritos
Que ao ler
Eu me pego a chorar.
O tempo passa tão rápido
E eu não sei explicar
A saudade do meu sertão
Que hoje veio me apertar
Maltrata meu coração
E faz os olhos derramar
Lágrimas de um paulista
Que ama o sertão do Ceará.
Alexandre C.
Poeta de Libra
As águas são minerais
a riqueza vem do chão
a plantação de vegetais
traz fartura pro sertão
e ter sossego vale mais
do que dinheiro no cartão.
PETROLINA
Petrolina é a cidade
encravada no sertão,
de povo acolhedor,
muito bom anfitrião.
Quem vai lá pra visitar
tem vontade de ficar
e morar na região.
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