Poemas Góticos
“A sombra da lua reflete o mar nos teus olhos”
Explicação:
A sombra não reflete.
Mas aqui, nem o mar é real — ele é um reflexo no vazio, um eco na ausência.
O olhar está escuro, distante, sem vida própria, como se o único brilho que nele houvesse viesse de uma ilusão — da lua encoberta, do mar não tocado.
Um reflexo no escuro... de algo que nunca foi seu.
Do infinito surgiu o princípio. A luz e a sombra dançavam sem forma, enquanto o tempo começava a traçar seu caminho. O homem e a mulher nasceram sem saber de onde vieram, sem compreender o propósito da existência. Tudo era passagem, transformação, mas ninguém se dava conta.
As estrelas brilhavam no céu, cumprindo silenciosamente seu papel. A lua observava, testemunha dos ciclos que nunca se interrompem. O vento sussurrava verdades esquecidas, enquanto o mar, imenso e profundo, guardava mistérios que ninguém ousava decifrar.
Pensaram que sabiam. Construíram certezas onde só havia dúvidas, repetiram ensinamentos que nunca foram completos. O que terminava, na verdade, não acabava, e o fim era apenas uma ilusão. Tudo se movia em uma dança que poucos percebiam. Mas agora, algo muda.
A fase racional chega, como um novo horizonte que se abre para aqueles que desejam enxergar. O que antes era vazio se torna compreensão. O universo, antes desencantado, começa a revelar seu brilho real. As portas se abrem para quem busca, para quem entende que nada está perdido, apenas oculto, esperando ser revelado.
Agora é o momento. O chamado ecoa no tempo. É para já, é para agora. Aqueles que despertam sabem que não existem verdades absolutas, apenas caminhos, apenas pistas. E quem as segue, finalmente, começa a ver.
A exclusão segue na sombra da indiferença e os velhos pioneiros do descaso construtores dos muros e escaladores de trincheiras das guerras sociais não assumem suas culpas e crimes às lançando as futuras gerações que arcam com as consequências de um passado escravista e preconceituoso a luz das suas prisões e sombras que assombram o futuro comprometido com os prejuízos de um passado horrendo
E o futuro jovem e também aquele que limpará o lixo acumulado pelo antigo velho e "concervador" passado que passou deixou somente seu pior...
O passado e sua futura culpa
CONSEQUÊNCIAS
Te dei meu coração, rasgado e sincero,
você partiu sem olhar.
Hoje sou sombra do que eu era,
mas ainda olho a lua
e peço a Deus pra um dia
alguém ficar… e não trocar.
X
Sou sonho de barro, disfarce,
a perder-se no traço sem forma.
Luz que não turva à sombra,
abismo, sem trono — aurora.
Lavei as mãos num rio sem nascente;
a cruz não pesa quando feita de névoa.
Não há dor na carne que aceita,
nem medo onde o fogo se entrega.
No coração do fogo não há queima,
tampouco centelha a aviltar.
Quem nada reteve, acendeu o ouro,
não fogo em palha a brasar.
Vejo a prata nascer da cinza imóvel,
fênix que arde num voo sem cruz,
sem dor, sem retorno nem em vão.
É fogo ou ouro ou luz?
Que você seja...
Que você seja luz onde houver sombra
Que você seja calor onde houver frio
Que você seja certeza onde houver dúvida
Que você seja coragem onde houver medo
Que você seja esperança onde houver descrença
Que você seja alívio onde houver aflição
Que você seja abrigo onde houver despejo
Que você seja alegria onde houver tristeza
Que você seja companhia onde houver abandono
Que você seja presença onde houver ausência
Que você seja feliz em tudo que fizer, mas que acima de tudo, você seja sempre você mesmo!
Nebulocoginição
Que vejo eu, se ver é só ideia vã,
Reflexo vão da mente, sombra escura?
Se tudo quanto é mundo se me espelha,
Será o mundo real? Ou só figura?
Quem me afirma que há pedra, céu e chão,
Se tudo é sonho feito em consciência?
Talvez o Sol se apague ao meu fechar,
E Deus, talvez, em mim só tenha essência.
De que me serve a carne e seu quebranto,
Se não sei se é de mim, ou de um invento?
Pois posso ser apenas leve encanto,
Imagem ou curto pensamento.
“Olhar de Concreto”
Na sombra do concreto e da luz que incide,
Um homem se ergue, firme, e não divide.
Carrega no peito o silêncio dos fortes,
Dos que enfrentaram mil ventos e mortes.
Olhar direto, sem curva ou desvio,
Reflete caminhos trilhados com brio.
A cicatriz que não se vê na pele,
É a alma marcada por tudo que fere.
O boné escurece a luz do passado,
Mas não apaga o que foi conquistado.
Há dor na história, mas há também fé,
De quem caminha com o mundo aos pés.
Não é pose, nem é vaidade,
É postura nascida da adversidade.
Homem de aço, com coração ardente,
Que encara o mundo… e segue em frente.
“Nas Costas do Guerreiro”
Em tuas costas, um céu em guerra,
Onde a sombra dança com o trovão.
A águia rasga os ventos da terra,
Com olhos de fogo e garras de ação.
As nuvens rodopiam em silêncio tenso,
O raio ruge em vermelho furor.
Ali não há medo, nem tempo suspenso,
Só o voo certeiro do predador.
Nas garras firmes, o destino marcado,
Um rato — símbolo da astúcia vencida.
A vitória pulsa no traço cravado,
Na pele tatuada com alma e vida.
És feito de luta, coragem e dor,
Tempestade esculpida em carne e cor.
Cada linha, um passo no chão vencido,
Cada pena, um grito do teu sentido.
Anjos Bons e Maus
(Gilson de Paula Pires)
No limiar da luz e sombra eterna,
voam os anjos da divina esfera.
Uns com harpas, paz e alva presença,
outros com olhos de fogo e sentença.
Os bons, com asas feitas de esperança,
sussurram preces, curam a lembrança.
Guardam os lares, limpam as feridas,
guiam as almas pelas suas vidas.
Já os caídos, filhos da rebeldia,
vestem-se em trevas, falam ironia.
Trazem espinhos em palavras frias,
semeam enganos nas noites vazias.
Anjos da luz, nos tocam em segredo,
trazem consolo, espantam o medo.
Anjos da queda, tramam no escuro,
fazem do orgulho seu templo impuro.
Mas mesmo os maus, um dia, foram brilho,
cantores santos do divino trilho.
E talvez, quem sabe, ainda choram
por cada alma que os ignora.
Entre o céu e o abismo, um sopro paira,
é a escolha nossa que tudo aclara.
Pois tanto os bons quanto os maus vigiam,
e nossas ações é que os distinguem no dia.
Eu vejo muita gente,
Todavia não conheço ninguém.
Nem a minha sombra não sei de onde vem.
Quando tento me socializar, pareço que vim do além.
Nesta minha escuridão não há nada de ingratidão.
Não há ódio nem rancor.
Não há nada, senão o meu louvor.
Sombra.
Onde vou ela vai
O que eu faço ela faz
Às vezes maior, às vezes melhor,
às vezes menor e insignificante
Está sempre comigo, é minha
Sou eu.
Não repare apenas beleza na árvore em seu esplendor da primavera, na sua sombra e frutos no verão e nem a sua resistência no inverno.
Por que chega o outono na vida de todos aonde, somos por natureza obrigados a crescer, produzir folhagem e estrutura nova, estar pronto para produzir e ser útil aonde estivermos.
Por que o que importa é aonde nós fomos plantados e a nossa raiz como enraizou e está firmada.
Não é a nossa folhagem que pode parecer bonita e uma árvore frondosa, mas que nunca deu um fruto se quer e no primeiro vento forte é derrubado, no primeiro ataque não resiste as pragas e morre.
Ricardo Baeta.
O amor é como a dor,
Tatuagem,
Marca o peito,
Pinta a alma,
Branco, preto ou colorido,
Entre sombras e nuances,
Infinito,
Visceral,
Não se apaga,
Coisa de pele,
Fica,
Machuca,
Fere,
Cicatriz.
A TARDE
O clarão se esvai, a sombra declina
por sobre o sertão sem um alinho
e o sertanejo vindo pelo caminho
se desata no horizonte, sua rotina
A boiada no curral, mugi, rumina
a lobeira com flor e com espinho
o vento plana em um remoinho
no breu que cai atrás da colina
Flutuam estrelas no amplo céu
O galo canta, triste, no cercado
E a luz da escuridão se faz réu
E passam, as saudades, ao lado
fantasmas de recordação ao léu
na languidez da tarde no cerrado
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/01/2021, 18”14” - Rio de Janeiro
Sou árvore que abriga;
Sou sombra que acolhe;
Sou vento que leva;
Sou vento que trás;
Sou folha, sou raízes;
Sou também possibilidades;
sou aquela que busca abrigo nos galhos fortes de uma árvore, mas também sou quem no vai e vem das cordas contempla a vida de cima, oferecendo abrigo a paisagem.
A paisagem se faz corpo para o olhar, o olhar se faz corpo para a paisagem.
Em cada lar uma história que se faz história na minha história.
Sou eu natureza que se faz corpo com a natureza, co-criando juntos um campo onde não há fronteiras e sim contato. Contato é possibilidades.
Tudo FLUI... vou FLU-INDO, vamos FLU-INDO...vou, vamos nos constituindo...como fluiu estas palavras...sou palavra! Mas também sou escuta!
O que aproxima é apenas uma névoa, uma sombra.
Antes de decidir, procure ter uma visão melhor.
Toque, veja se é real,
experimente antes de se apossar,
estude-o minunciosamente em cada detalhe,
não se preocupe com o tempo investido nessa análise. Não o classifique como tempo perdido.
Tempo perdemos quando mergulhamos de cabeça em algo ruim, irreal, sem futuro e que ainda nos fará mal.
(Van feller 01-2021)
Israel andou no deserto
sob a sombra de sua
nuvem, nós andamos
nossos desertos sob a
sombra de sua graça.
Não há vida, existe apenas uma sombra da realidade, apenas dores de quem se vai sem mesmo poder ter se conhecido
Há na eternidade o consolo mas quem pode estar lá que pode conhecer quem pode contar como é
Somos um pequeno ponto, uma vírgula de uma história que nunca será contada seu final
A dor sim existe des do nascimento até a sua partida ela te acompanha em vários é longos momentos
Um suspiro e se vai e até a sombra será esquecida não há vida apenas dor e morte
16/08/2020
Paulo Butura
