Poemas Góticos
Quem sou eu?
uma sombra esquecida de mim mesma,
afogada de dor,na escuridão,
desta podridão da sociedade,
consumista,corrupta.!
Que sou eu?
cada vez mais sozinha,
com medo da vida,
com medo de viver,
à beira do poço cheio,
de água funda,profunda,
gelada,fria.!
Olho-me ao espelho e não sei,
quem sou,vejo os meus olhos,
que não são os meus,secos,vazios,
como se visse a minha alma a arder,
nas trevas a pedir socorro,ajuda.!
Quem sou eu ??
Meu querer
Eu quero o repousar tranquilo da sombra das árvores. O som transmitido pelo vento, batendo levemente nos galhos altos. Quero o gosto do orvalho daquelas manhãs distantes. Quero abraçar a lembrança da estrada empoeirada, o sol que nasce por traz da montanha e chega a tocar meu rosto.
Meu querer não está tão distante, está no campo onde aprendi a amar e respeitar a natureza. A dividir a alegria com os pássaros, a cantar junto deles e ouvir seu canto. Observar o correr das águas límpidas dos rios. O toque da brisa nos meus cabelos. O perfume das flores colhidas na primavera e dos plantios do inverno.
Quero até mesmo o som da trovoada. Da chuva forte na janela, causando certo arrepio. Quero a mesma casinha às margens do caminho. A mesma estrada de pedra, construída com muito esforço, todas as manhãs, logo ao raiar do sol. Quero o calor das fogueiras nas noites de São João, com minha família ao redor do fogo, contando adivinhações. Quero sentir o cheiro da saudade de quem ia nos visitar.
Hoje, eu sei que, eu quero até mesmo o gosto amargo que ficava depois das despedidas. A solidão que se espalhava nos cantos da casa. O som da fala daquelas pessoas ficava dias ecoados na minha memória. Eram dias de saudades, vendo a solidão espalhadas em meio aos pastos verdes no inverno e secos no verão. Mas, no fim eram lembranças boas, acolhedora.
Esse é um querer sincero, vem das raízes do coração. Vem da vontade de voltar alguns anos atrás e abraçar aqueles instantes que eu não sabia que um dia iria se transformar nesta saudade cortante, neste querer louco de retornar e viver tudo de novo. Mas, como isso é impossível eu fico aqui, apenas remexendo velhas recordações que meu coração jamais esquecerá.
Como são belos estes dias vagarosos
Onde a luz do sol dança com a sombra das árvores.
É nesses momentos lânguidos que colho imagens para meus futuros sonhos.
O medo é um mestre disfarçado.
Ele aponta onde ainda há sombra.
Fugir dele é fugir de si.
Atravessá-lo é nascer de novo.
A coragem não é ausência de medo, mas movimento apesar dele.
Todo medo vencido amplia o horizonte.
Diante da Lua
Minha luz não é mais virtuosa que minha sombra.
Minha sombra não é mais verdadeira que minha luz.
São duas respirações do mesmo espírito.
Quando rejeito minha escuridão,
Não me torno mais puro —
Apenas mais pobre.
Cada aspecto que escondo
É um irmão exilado da minha própria casa.
A sombra que carrego
Não é falha a corrigir —
É sabedoria ancestral
Em forma de silêncio.
É o solo escuro
Onde minhas sementes mais profundas
Aguardam seu momento cósmico.
Dar à luz minha sombra
É parir minha humanidade completa —
Não para curá-la,
Mas para consagrá-la.
A lua me ensina:
Não há fraqueza no crescer e minguar —
Há a elegância sagrada
De um ser que ousa
Mostrar-se inteiro
Em todas as suas fases.
Minha psique é este cosmos em miniatura —
Cada luz, uma estrela aceita;
Cada sombra, uma constelação
À espera de reconhecimento.
O divino não habita
Apenas no que brilha —
Mora igualmente
No que resiste à visão fácil,
No que escolheu o véu
Para proteger mistérios
Ainda não digeridos
Pela consciência.
Ao mirar a lua,
Permita que seus olhos
Não julguem sua fase —
Apenas testemunhem
Sua existência sem condições.
Em seguida, feche os olhos
E contemple seu mundo interior
Com a mesma reverência:
Cada pensamento, uma nuvem passageira;
Cada emoção, uma maré legítima;
Cada memória, uma cratera
Marcando onde a vida
Tocou você profundamente.
A verdadeira iluminação
Não é a que destrói a sombra —
É a que beija sua face
E reconhece:
Tu também és eu.
E assim,
Na quietude desta noite,
O maior ato de coragem
Será sussurrar:
Tudo em mim é sagrado.
Até o que eu temi.
Especialmente o que eu temi.
A devoção no amanheSer, disse;
...
Os dias são tênues, iguais à sombra.
Delicado, como roupas num varal.
Organizei um poema.
Mas o SER me obrigou a VIVER.
Clareira no Fim da Sombra
Há um túnel que a noite tece,
De asfalto frio e ar que pesa,
Onde o eco de um pranto crepita E a dúvida,sinistra, visita.
Os passos são de chumbo e pó,
Cada instante um eterno só.
O ar,um véu de algodão cru, E o silêncio,um pesado atlas mudo.
Mas segue, alma, não cries morada Nesta galeria escura e alongada.
Pois mesmo onde a visão se apaga,
A esperança,sutil, não se afasta.
Ela é o fio de luz que não se vê,
A respiração do chão sob os pés.
É o grão de areia que teima em brilhar No granito mais duro a sussurrar.
Não é um clarão, um sol repentino,
É antes um trabalho pequeno e divino: É a gota que a rocha fende,
O fio de voz que te diz:“Espere.”
É a flor que racha o concreto,
O abraço no desamparo completo.
É a cor que volta ao branco e preto,
É o mapa quando estás desacerto.
Avista! Lá adiante, um ponto, um grão, Não é ilusão,não é traição. É a certeza de que a noite é fase, E a claridade encontrará sua estase.
Não é o fim da caminhada, não,
É a clareira após a escuridão.
É a prova,calma e serena,
De que a luz,por mais que doa, é plena.
Então respira fundo o ar que avança, Cada passo é uma nova esperança.
O túnel termina,a luz te banha,
E a alma encontra a sua própria montanha.
Na sombra do vício, a liberdade é um eco perdido que só a coragem consegue resgatar.
EduardoSantiago
Luz e Sombra da Alma
Há dias em que sou luz.
Ilumino tudo sem querer.
outros dias…
Eu sou sombra.
Me escondo de mim.
Faço o mal que não quero,
sem entender por quê.
O bem que desejo
fica parado na beira
do meu medo.
Sou cheia de abismos.
feridas antigas,
gatilhos que disparam sozinhos
quando menos espero.
não é drama,
é história mal curada.
E o que eu alimento em silêncio
cresce.
A raiva?
A compaixão?
A crítica?
O amor?
A alma é território de guerra,
mas também é jardim.
E se não cuido,
tudo vira mato por dentro.
O autoconhecimento não é bonito,
é rasgar a pele,
olhar os monstros nos olhos,
e ainda assim escolher
ficar.
curar.
voltar pra si.
Porque o mundo dentro da gente
precisa mais do que frases bonitas —
precisa de presença,
de coragem,
de recomeço.
Nascer de novo
não é sobre mudar tudo.
É sobre lembrar
quem se é
embaixo de todas as máscaras.
Sou luz.
Sou sombra.
Sou quem observa as duas
e aprende a viver
com inteireza.
CONCEIÇÃO PEARCE
MEMENTO MORI
Pensamos que a sombra se aproxima, Mas, na verdade, ela já nos envolve. O tempo que escorreu, não nos pertence mais, É da sombra, que tudo recolhe.
Os anos que respiramos, já se foram, Até quem éramos ontem, já se desfez. A vida autêntica é o presente que abraçamos, É o agora, o instante que vivemos de vez.
“Memento mori”, sussurravam os sábios antigos, Não só um lembrete da brevidade da vida, Mas que estamos desvanecendo, dia após dia, E o passado, nas mãos da sombra, jaz escondida.
Esqueça o que foi, o que já se perdeu, O passado não vive, não mais nos molda. Olhe adiante, viva o agora com paixão, Pois só no presente reside a verdadeira canção.
Roberval Pedro Culpi
Sombras
Descobri que sou sombra,
sombra dos meus medos,
da minha insegurança.
O que faço, outros levam,
o mérito, o brilho, o nome.
Fico com o resto, com o eco.
Sou sombra da minha própria mediocridade,
mas está tudo bem.
Meus olhos, há muito,
se acostumaram ao breu.
Aprendi a ser invisível:
a estar sem ser,
a falar e ser silenciada
por gestos sutis,
por olhares que não me veem.
Já não me importo.
Já não espero.
Já não pergunto
se aquele sorriso era pra mim.
Aprendi.
Aprendi a ser sombra.
Declaração de quem sente
Carrego luz e sombra:
sorrio doce,
olho com fogo,
me afogo em lágrimas.
E quando minhas dores
escorrem nos olhos,
eles não suportam.
Eu não gritei,
não feri,
não menti.
Então por quê?
Que mal fiz eu
por sentir tanto?
A incompetência
veste-se de desculpas,
erige muralhas
contra a própria sombra,
e espalha culpas alheias
como quem semeia pedras
para jamais colher frutos...
✍©️@MiriamDaCosta
Serei como um girassol de costas pra escuridão.
Não haverá problemas ou sombra que venha destruir a esperança que tinha ido embora mas voltou fazer morada em meu coração.
Deus é maravilhoso
Simplesmente confie mais !
O passado não é um lugar para visitar, mas uma sombra que insiste em caminhar na sua frente.
EduardoSantiago
Sol e Sombra — Leão
És fogo dourado ao nascer do dia,
Presença que ilumina qualquer sala.
Tens no peito a coragem dos reis,
E nas mãos, o gesto generoso que acolhe.
Teu entusiasmo é chama que inspira,
Tua lealdade, muralha contra a tempestade.
Sabes liderar sem pedir licença,
E transformar o comum em espetáculo.
Mas… oh, Leão, o mesmo sol que aquece também cega.
Teu orgulho é coroa e armadura,
E às vezes teu rugido ecoa mais que a escuta.
O aplauso que te alimenta
Pode virar fome sem fim.
A vaidade pinta teu retrato
Com tintas que nem sempre são tuas.
E a sede de ser centro
Às vezes te afasta da constelação ao redor.
És luz radiante e sombra projetada,
Coração aberto e ego atento.
Virtude e defeito, tão juntos,
No reinado intenso de ser Leão.
Arquitetos da Sombra
Desenham promessas no ar,
com linhas de ouro que não existe.
Vendendo sonhos como mercadores de fumaça,
compram a confiança com histórias doces.
Cada palavra é uma moeda falsa,
circulando de mão em mão
até que o peso da verdade a desintegre.
Mas, até lá, já terão erguido o trono.
Vivem do que não é seu,
bebem da fonte que não cavaram,
e colhem no campo que nunca semearam.
A mentira é seu mapa,
a enganação, o caminho.
E cada passo que dão,
é sobre o chão que tiraram de alguém.
Quando a máscara ameaça cair,
inventam outro palco,
com outra plateia,
e a mesma história, porque é assim que vencem
Roubando o fôlego de quem acreditou
