Poemas do Século XIX

Cerca de 1377 poemas do Século XIX

⁠Entrelaços duplamente eternos

Sob a lua prateada, tão serena e tão casta,
No princípio se eleva a imagem que contrasta.
Por entre estrelas de um azul profundo e frio,
Deus traçava o infinito, seu divino desafio.

O mármore do tempo, tão polido e sem falha,
Ressoava na cidade, na vida que trabalha.
Em ouro e prata, brilham as máquinas de ferro,
Álvaro vê Bilac, no reflexo do espelho.

"Amarás!", dizem versos em rimas bem medidas,
Mas o grito da alma, nas ruas e avenidas,
Se perde na turba, na frenética canção
Da máquina e estrofe, pulsação e coração.

Porque Deus, em seu esplendor e perfeição,
Ofertou ao mundo um Filho, a salvação.
Mas na esquina de Lisboa, em um olhar de contraste,
Campos busca o seu ritmo, antes que sua alma se desgaste.

"Eis que estou!", exclama o poeta, em pulsação,
Na busca pelo eterno, pela exata expressão.
A beleza parnasiana, na técnica e na arte,
Se funde com o grito, rasga a alma, parte a parte.

Na metrópole do ser, onde o sonho e o real colidem,
Bilac e Campos dançam, e suas vozes decidem:
O eterno e o efêmero, juntos, se entrelaçam,
Em versos e máquinas, que o tempo não deslaçam.

Inserida por AugustoGalia

Vamos tentar contar as estrelas que Bilac ouvia,
com este soneto, procuro prestar uma homenagem
ao nosso Príncipe dos Poetas.
Osculos e amplexos,
Marcial

OUVIR ESTRELAS
Olavo Bilac

"Ora direis ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora! "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las:
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".

*************

ESTRELAS AO LUAR
Marcial Salaverry

Em noites enluaradas,
até o brilho das estrelas é maior,
inspirando almas apaixonadas,
para viver o amor melhor...

Não amar, seria o pior,
e com as carícias desejadas,
uma lição que sabemos de cór,
é bom amar em noites estreladas...

Além de amar, vamos estrelas contar,
parafraseando Bilac que as ouvia,
melhor para a paixão controlar...

Contá-las, para melhor o amor viver...
Ao lado da pessoa que amamos,
Contá-las para melhor as saber...

Marcial Salaverry

Inserida por Marcial1Salaverry

⁠⁠16.dez, dia de Bilac!

Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, ~16 de dezembro de 1865 - 28 de dezembro de 1918~.
hoje, é dia de ouvir estrelas. e foi vigiando as estrelas, depois seguindo-as, que os três Reis Magos foram ao encontro do menino Deus.

o Natal está próximo!
faça um exercício e, nos próximos nove dias, eleja e acompanhe uma 'estrela'. se você tem fé, se você acredita, Ele virá! e, a estrela que você elegeu, será o seu sinal.

Inserida por LuzeAzevedo

IMENSO CÉU SEU



Com ou sem turbulência
O azul daqui de cima
É o imã que prende minha alma
E seus olhares
Brados, pungência...

Algodão celestial
Sobre a imensidão salgada – nu paladar
Doce, no olhar
Traz o que é bom
Ceifa o que é mau
O bem suplanta o sal.

Aroma comestível
Frágil semblante natural
Naturalmente, água e sal
Que do céu ganha um presente
Um azul quase que onipotente
Que traz um sentido - ou vários - real e
Ambivalente
Dualidade do horizonte
Ou horizontes
Retidão do universo sem fim
O azul, o Branco
O mar que morre em mim.

Luciano Calazans. Céu Brasileiro, 02/09/2017

Inserida por Maestroazul

DICÍPULO

Não anelo o alvorecer do cerrado, belo
Quero a inspiração do horizonte divino
Talhando verso, ferino, donzelo e singelo
Que outro, não eu! O faz tão cristalino

Invejo o magarefe, na lida de seu cutelo
Com ele, harmoniza a carne em traço fino
Benino, na retidão e um esmero paralelo
Que reputa, tal o ouvido ao som do violino

Mais que bardo, um eminente extraordinário
Enfeita, desenha, ressona num campanário
A poesia, em alto relevo, em divinal destaque

Por isso, escolto, imito-o, com meu pincel
Meus rabiscos, sobre o branco dum papel
Cingindo honraria, ao maior - Olavo Bilac!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/12/2019 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

O valor não é favor da natureza, mas sim resultado da educação que recebemos.

A mocidade é uma sublime impaciência. Diante dela, a vida se dilata e parece-lhe que não tem para vivê-la mais do que um instante.

O amor, o verdadeiro amor consiste na possessão mútua de duas almas; e essa, pode o homem iludir-se alguma vez, mas quando se realiza, é indissolúvel. Nada separa duas almas gêmeas que prende o vínculo de sua origem divina.

Toda arte é bela e sublime, logo que se eleva à altura do espírito e do coração.

O riso é uma expressão vulgar com que exprimimos a alegria e o bom humor, mas o sorriso é diferente, é a exalação da alma, que nos momentos de calma e tranquilidade vem desabrochar nos lábios.

O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo.

A história de amor mais inocente começa com um olhar, passa ao sorriso, chega ao aperto de mãos às escondidas e acaba com um beijo e um sim.

Esse fenômeno devia ter razão psicológica, de cuja investigação nos abstemos; porque o coração, e ainda mais o da mulher que é ela toda, representa o caos do mundo moral. Ninguém sabe que maravilhas ou que monstros vão surgir desses limbos.

- Eu compreendo-a perfeitamente. É uma moça [...] ainda jovem no corpo, mas velha n'alma. Quando se atira a esses excessos de depravação [...] atordoa-se, embriaga-se e esquece um momento; depois vem a reação, o nojo das torpezas em que rojou, a irritabilidade de desejos que a devoram e que não pode satisfazer; nestas ocasiões tem suas veleidades de arrependimento; a consciência solta ainda num grito fraco; a cortesã revolta-se contra si mesma. Isso passa no dia seguinte. Eis o que é Lúcia; daqui a algum tempo o hábito fará dela o mesmo que tem feito das outras: envelhecerá o corpo, como já envelheceu a alma.

Uns dizem que casam por inclinação e por amor, isto é, casam porque não tem motivos, e por isso são obrigados a inventar este pretexto.

O amor tem a crença ingênua da eternidade; quem o sente acredita sinceramente que ele não se extinguirá nunca.

O mundo tem o direito de exigir de mim a dignidade da mulher; e esta ninguém melhor que o senhor sabe como a respeito. Quanto a meu amor não devo contas senão a Deus que me deu uma alma, e ao senhor a quem a entreguei.

As mulheres são as flores da terra- rosas perfumadas que ocultam entre as folhas os seus espinhos.

Tu podes tocar a terra sem quebrar essa coesão de nossas almas; porque sou uma coisa tua, uma porção de teu ser; porque te pertenço e te sigo fatalmente; porque na terra, como no céu, longe ou perto, vivo de tua vida.

Quando se conta aquilo que nos impressionou profundamente, o coração é que fala; quando se exprime aquilo que outros sentiram ou podem sentir, fala a memória ou a
imaginação.

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