Poemas do Século XIX
Que me perdoem os imortais...
Eça do Queiros
de deixar o Machado do Assis
nas mãos do Manuel da Bandeira
deixou o Jorge meio puto
ele que é Amado
queria o machado....
para trabalhar
como irá lenhar
para honrar seu amor.
procura o Guimarães e compra uma Rosa
pra ver se continua sendo amado
com flores, cordéis.
justamente no dia dos namorados...
Amores não se encomendam como vestidos; sobretudo não se fingem, ou não se devem fingir nunca.
Não é em terra que se fazem os marinheiros, mas no oceano, encarando a tempestade.
Se eu pudesse contar as lágrimas que chorei na véspera e na manhã, somaria mais que todas as vertidas desde Adão e Eva. [...] Entretanto, se eu me ativer só à lembrança da sensação, não fico longe da verdade. [...] Realmente, por mais preparado que estivesse, padeci muito. [...] Sofria com alma e coração; demais.
O vício é muitas vezes o estrume da virtude. O que não impede que a virtude seja uma flor cheirosa e sã.
As mulheres que são apenas mulheres, choram, arrufam-se ou resignam-se; as que têm alguma coisa mais do que a debilidade feminina, lutam ou recolhem-se à dignidade do silêncio.
Não há nada eterno neste mundo; nada, nada. As mais profundas paixões morrem com o tempo.
O amor da glória temporal era a perdição das almas, que só devem cobiçar a glória eterna.
Ce ne sont pas mes gestes que j'ecris, c'est moi, c'est mon essence. Ora, há só um modo de escrever a própria essência, é contá-la toda, o bem e o mal.
Ninguém a observava; mas é privilégio do romancista e do leitor ver no rosto de uma personagem aquilo que as outras não veem ou não podem ver.
Há criaturas que chegam aos cinquenta anos sem nunca passar dos quinze, tão símplices, tão cegas, tão verdes as compõe a natureza; para essas o crepúsculo é o prolongamento da aurora. Outras não; amadurecem na sazão das flores; vêm ao mundo com a ruga da reflexão no espírito, - embora, sem prejuízo do sentimento, que nelas vive e influi, mas não domina. Nestas o coração nasce enfreado; trota largo, vai a passo ou galopa, como coração que é, mas não dispara nunca, não se perde nem perde o cavaleiro.
A alma da gente, como sabes, é uma casa assim disposta, não raro com janelas para todos os lados, muita luz e ar puro.
A vontade e a ambição, quando verdadeiramente dominam, podem lutar com outros sentimentos, mas hão de sempre vencer, porque elas são as armas do forte, e a vitória é dos fortes.
Os acontecimentos humanos dependem de circunstâncias fortuitas e indiferentes. Chame a isto acaso ou providência; nem por isso a coisa deixa de existir.
Um cocheiro filósofo costumava dizer que o gosto da carruagem seria diminuto, se todos andassem de carruagem.
Engana-se, senhor, trago essa máscara risonha, mas sou triste. Sou um arquiteto de ruínas.
Havia talvez debaixo da cinza uma faísca, uma só, e essa bastava a repetir o incêndio.
Nesse ramo dos conhecimentos humanos tudo está achado, formulado, rotulado, encaixotado; é só prover os alforjes da memória. (...) Proíbo-te que chegues a outras conclusões que não sejam as já achadas por outros. Foge a tudo que possa cheirar a reflexão, originalidade...
O tempo, esse químico invisível, que dissolve, compõe, extrai e transforma todas as substancias morais.
