Poemas de Morte Poetas Conhecidos

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⁠Canto maior

Eu sou como gente-chuva
Cai, levanta, gira, sofre
E corre para o mar.


Aprendi
Que o meu espaço
Sou eu mesmo que o faço
Para eu poder viver.


Eu sou como gente-fogo
Vai, enfrenta, briga, alastra,
E foge para o ar.


Quero a dor da gente
Dor que o povo sente
Volto a gritar ferir.

Não me faça um estandarte
Ponto e vírgula
Esta arte
Pode acontecer.
No meu cordão
Em meu refrão
Não há lugar incerto.


Livro: Travessia de Gente Grande
Ademir Hamú

Inserida por AdemirHamu

⁠Identidade

Tem paixão
Pitadas de loucura
Com volúpia

É líquido
Intenso
Momo
Resoluto
Absoluto
Penetrante

Tem mais versos
Para você
Do que imagina
Você não imagina
Você voa perdido
Não tem magia

Vive fechado em si mesmo
Recolhido em egoísmo
Não revirou
minhas páginas
Não se interessou

Somente em si olhou
E não me admirou
Não viu minhas cores
E nem disse palavras mágicas

Sai de mim
Não sou seu encosto
Nem empresto minhas cores
A quem desbotado vive.


Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠ Amanhã
Amanhã é outra história.
Amanhã é outro dia.
O descortinar é diferente.
Observe:
Difere dos outros dias
Das tardes
Dos céus cobertos
Ou encobertos
Simplesmente
É outro dia
Outra decisão
Outras palavras
E não foi tudo em vão
Não aconteceu nada
Mas é outro dia
Porque:
Nenhum dia pela manhã é igual
Nem você é igual
A todos os dias
E único.
Profundamente
Especial.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠ Preste Atenção:


Minha casa tem quatro janelas
Sopram ares de toda natureza
Primavera,
Verão,
Outono,
Inverno.

Minha casa tem três portas
Por onde ventam
Saúde,
Paz,
Prosperidade.

A casa tem quintal
Onde circundam muros centenários
Dentro deles,
Histórias ancestrais.
Nela tudo tem vida
Em cada canto e recanto.
ENTRE:

A cada tábua que range
Ao seu pisar
Preste atenção: a casa FALA.

Em cada prato dependurado na parede
Que se curva a sua passagem
Preste atenção: a casa te OBSERVA.

Em cada cortina que balança
Preste atenção: a casa RESPIRA.

E se o café perfumar e cheirar seus ares:
Preste atenção: ela é VAIDOSA.

Minha casa
"Encantada"
Espelho da minha intenção
É muito bom te receber.


Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Inundação

Naquela noite todos os planetas densos estavam alinhados. Dia de muita oração pela natureza.
O clima estava revolto e quando seu temperamento espalhava carregava tudo em seu caminho.
A refeição foi minguada pelo medo e no calor do fogão despejou uma acalorada discussão.
Todos escolheram vestimentas de bicho para embarcar na Arca do Patriarca Noé.
Uns vieram voando nas asas, águias, corujas e beija-flores.
Dos mares desafogados das ondas, os polvos, as pérolas, as dançarinas águas-vivas, de peixes coloridos, golfinhos, baleias e, das profundezas abissais, os moluscos.
Sem brigas, os impertinentes os insetos vieram de carona.
Os mais domésticos e disciplinados apareceram nos gatos, cachorros e nos elegantes cavalos.
Selvagens, indomados e desconfiados os macacos, as onças e os
lobos embarcaram sorrateiramente.
Se ficar alguém, Deus perdoa ou opera aparição nos milagres.
Quarentena.
Dias e noites.
Tormenta nos mares. E chuva cessou.
A nau encalhou no destino certo.
Todos desembarcaram aflitos e desapareceram onde a terra flutuava.
E alguém reclamou.
– Não desembarquei, me deixaram!
– Em que bicho se vestiu?
– De bicho feio.
– Qual?
– Urubu
– Mas por quê?
– Ninguém caça ou persegue o urubu, voa solto e livre pelos céus. E ainda faz a limpeza da carniça que deixaram pelo caminho, do que foi imaginado. O mundo não vai acabar hoje. Vamos jantar em paz.


Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Vista Manhã

Silenciosamente, te olhei.
Admirei:
Seu perfil distraído.
Suas sobrancelhas arqueadamente atrevidas,
Sua boca decidida,
Suas mãos carinhosas.
Você, a minha melhor paisagem.
Sua companhia, a minha maior viagem
SEMPRE.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠DE AMOR E DE ESPERANÇA
"....no amor que flui em nós, água corrente ... "

Eu sei,amor, a vida está difícil
- o preço do feijão, a ausência de futuro,
a poluição, a falta de ternura,
a falta de verdade e de abertura,
esse medo do escuro...
O perigo maior,porém,é que esta vida,
este cansaço, esta ilusão perdida
destruam esse amor,fortuna que nos resta.
E,sem fazer versinhos cor-de-rosa,
eu quero neste verso,nesta prosa,
dizer que ha um caminho ,uma fresta.
Inda é possível,amor, esse milagre
de multiplicar o pão.
É só somar as coisas que nós somos,
é dividir as coisas que nós temos,
subtrair todo egoísmo e ódio
na matemática do coração.
Amor,vamos brincar de aventureiros,
vamos buscar em nós, na humanidade,
no amor que flui em nós, água corrente,
um tesouro escondido à flor da terra.
Um tesouro que existe,em que pisamos,
o qual não vemos,porque não olhamos,
um tesouro real e verdadeiro.
Vamos amor, me leve nos teus braços,
eu te levo em meus versos,que são teus
Vamos abrir estrada em nossos passos,
vamos abrir estradas para o mundo,
vamos falar com Deus..


( do livro " Canção pro Sol Voltar" , Editora do Escritor )
Castelo Hanssen é jornalista e escritor , membro fundador do Grupo Literário Letra Viva e da Academia Guarulhense de Letras.

Inserida por touchegrs

⁠ POEMA MARGINAL

Poeta,eu? Eu não !
Meu poema não tem poesia
Não tem bandeira
Não tem corrente
Não tem escola

Tremula no meu terreiro poético
o mastro nú. Pau de sebo.

Meu poema é cheio de falhas
Meu poema é vazio
Meu poema mente.
Discretamente como o moço
lúcido no ponto do ônibus.

Meu poema não tem sentido
Não tem boca
nem ouvido

Vai como um rio sem direção
à margem da cidade acesa...

do livro "Licença Para a Vida " Editora do Escritor

Inserida por touchegrs

aos filhos da arte

são muitos os fluidos que nos fornecem a inspiração..
perceber e captar esses fluidos é trabalho da
percepção
onde a sensibilidade é a mola mestra
traduzindo nossas impressões em expressões

somos filhos da arte, enlaçados na onda do bem-querer
da arte sábia de quem acredita na vida
e na luz que nos envolve e nos move a crescer

nossa existência é sinônimo de persistência
e crescimento interior

não dá prá fugirmos daquilo que somos
não dá prá negar ou ignorar a "voz do coração"

Inserida por touchegrs

⁠EU OUÇO UMA VOZ CANTANDO LÁ FORA

Na calada da noite, eu ouço, no silêncio,
Uma voz cantando lá fora...

Paro e escuto aquela voz melodiosa,
Cantando lá fora...

Parece-me a voz dela cantando,
Há muito tempo, para mim.

Não suporto escutar apenas.
Abro a janela do meu quarto,
E solitário, escuto aquela voz
Que, pouco a pouco, vai se distanciando,
Sumindo-se na distância sem fim,
Das longas encruzilhadas.

É a voz dela , eu sei, cantando
Para mim no tempo distante
Que a saudade, que nunca me deixou
Trouxe de longe, do passado
Que se perdeu no tempo
E nunca, nunca mais voltou

Inserida por touchegrs

⁠imóvel

ela sorria em todas as fotos
dos velhos melhores dias.

imóvel na alegria
dos seus dias coloridos

Inserida por touchegrs

Fotografia de Casamento


Abraço apertado e um sentimento
No horizonte do medo.
O que virá...
Columba e seu protetor.
Fecunda hostes que repetindo,
vôos de aves. Desde o começo.
Muitos não terminarão juntos.
Mas se assumiram em nome de Amor.
A voarem juntos, por esse sentimento.
Não entendendo, de inicio.
Mas pendido apenas, as bênçãos do céu.
E quantos acertos e erros. Quantas confusões.
Passaram pelo céu. Levando o tempo nas costas.
Deixando seus frutos. E Coragem vinda,
Desse sentimento.
Que os fizeram voar.
Nova descendência, habitando a terra.
Como poderia ser pecado...
Erraram.... acertaram.....
Responsabilidade da criação.
Sem saber, o caminho de chegada.
Foram heróis.
Não , não há nada a lamentar.
Fizeram a melhor parte.
Te deram um corpo. Uma Vida.
Algum dia já agradeceu seus pais....
O dom da vida que jogas aos pouco,
No tempo, no posso, que continuas a cavando...
Desejas culpar mais alguém.....
Quanta injuria. Porque até para culpar
Precisas da força. Que gasta açoitando os ventos
da sua ingratidão.
Quem não agradece aos pais,
Estão órfãos.
Não possuem alma. Paz. Amor.
Não sabem de onde vieram, e nem
Tão pouco, para onde vai.
Assim como. Um pássaro perdido
Numa ventania sem fim.
Lamentando a falta, daquilo que nunca precisou.
Obrigado meu Pai. obrigado minha Mãe.
Marcos fereS

Inserida por marcosviniciusfereS

Elegância em flor
Elegância em flor. Traço forte, natural.
Vestida com dote inteligente.
Projetando sua imagem
nesse jardim.
Sustentando. Sente. Se preciso.
Encantar.
E apontar um norte,
Para o bem viver.
Quantas forças precisa uma flor.
Para doar-se, em esplendor.....
No silencio de seus próprios sonhos.
Porque é natureza.
Fazer-se elegante.
Natureza elegante.
Por ser natural.
Inexiste lugar para culpa.
Atrair fascínios, ao passar.
no mar do tempo.
Desvanecendo sonhos bonitos
Para a Vida sustentar,
Nesse Planeta.
Senão; como haveria polinização.....
No meio dessa imensidão desejos e ideais .
Enquanto atravessam as brumas
Nuvens de ilusões.
Que permeiam o jardim que ora,
Encantas.
Marcos fereS

Inserida por marcosviniciusfereS

Outono

Chegaste ao outono
Da vida.
Na primavera me mostraste
Os campos de
Teu perfume.
Abandonaste-me no inverno
E meu coração
Congelou.

Restou o mapa de sua nação
De nossas intenções
Tatuado
Maculado em meus seios.

Hoje sou lagarta
Sem verão
À procura de seu coração

Para
Fazer
Transformação.

Chegaste ao outono da vida
Mostraste-me a primavera
Nos campos de teu perfume
Abandonaste no inverno de incertezas

Meu coração, este inverno.
Inferno congelado
Não acha o verão.

Chegaste ao outono da vida
Mostraste-me
Na primavera
Os campos de seu perfume
Um território que eu desconhecia.

Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

Adverso

Em cada verso
Em cada verso
Que escrevo
Você existe

Em cada página
Que viro
Você permanece

Em cada lágrima
Que corre
Você escorre

Em cada sopro
Do vento
Que bate em
Meu rosto
Você se reinventa e
Reescreve

Em cada vírgula
Que para, pausa
Você resiste

Em cada dia
Que apaga
Você afaga em
Lembranças

Em cada soluço
Que tropeço
Você navega
Nas lágrimas

Em cada palavra
Que escrevo
Você finge e corre

Em cada rima
Que descrevo
Você é o fim

Em cada final
Que você existe
Eu fico
Feliz

Escorre
Delicadamente
Em cada dia que amanhece
Assim
Eu adereço
O seu jeito de ser

Em cada tempero
Que eu verso
Você compõe

Em cada perfume
Em que fico
Você se banha

E o passado
Permanece
Inalterável
Como presença

Peço ao tempo imperar
Transmutação
Até virar
Dia pó

Areia
Pós dia
Poeira
Sujeira

De um verso
Do avesso
Exausto
De ser
Execrável
Cafajeste
De rimar
Ordinário

Em cada tormento
Que me afronta
Eu escrevo
Rimo
Componho
Crucificação com
Libertação
Alforriado
Em paz

Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

Vazio

Não há nada
Somente vazio
Um copo sem fundo
Um corpo que quer vida

Não há verbos
Para decifrar
A cegueira
De nossos movimentos

Não há dicionário
Para encapar
Os meus,
O seu,
Os nossos
Sentimentos

Não há energia
Nem transcendência do viver

Não há nada
No olhar
Não sobrou coisa nenhuma

Mas há
Você navegando
Em mim.

Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

Frio

Frio
Adivinha minha alma
Percorra
Sinta
Perceba
A saudade

Frio
Fale
Amargue
Congele
Apague
Tudo

Frio
Endureça
A minha vontade
Congele
Meus dedos
Vire pedra
Para que
Eu nunca
Atire no destino

A quem interessar
Congelou
Minha alma

Frio
Abrace-me
Necrose
Apodreça
Para que nada aconteça

Frio
Não me leve
Não me enterre
Não me deixe

Quero
Arrepiar
Não só de frio
Mas de
Clamor
De um frio absoluto
De amar.

Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

De que lugar

Onde anda você?

Em que parágrafo você acorda?

Em que capítulo você se despe?

Com que asas você voa?

Em que céus devo te procurar?

Em que estação você floresce?

Em que águas devo te recolher?

Qual o recado que vai enviar?

Em que nuvem vai escrever.....

Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

O Tapa

Ele pertencia a alguma tribo.
Havia nascido mirrado, moreno, gritava feito indomado e era de gênio irascível.
Donde surgiu isto?
Criatura tão imprevisível, veio ao mundo onde todos só desejavam o aprazível.
Ele era tenente, contente e soberbo, dono de si mesmo.
Era do mundo.
A mãe gritava,
Se irritava.
E ele não se alterava.
Até que um dia...
Sem data...
Sem tempo...
A paciência navegou e naufragou na violência, e a mãe deu um tapa na cara do herdeiro, vomitando sua raiva com raça, na face da criança que ela mesma gerou!
Mas... o pescoço dele virou e ficou assim errado, de
cara virada, nas costas, vendo o mundo afastado.
A mãe gritou e se apavorou e não houve ciência e cientista
que desvirasse o virado.
E ele se criou, num mundo onde ele próprio assistia às aulas de pescoço virado, nas costas.
Mas tirou vantagem!
A mãe tinha trabalho.
Tudo de costas, num mundo que só conta as horas prá frente.
Tinha bom ouvido, porque os olhos nos traem, o olfato nos engana e a verve nos veste de lama mas, ele ganhou na percepção.
O menino, agora homem, cresceu, se profissionalizou e arrasou em tudo.
Até nas conquistas!
Mas, de costas?
Sim de costas.
Como?
Foi assim: ela passou, ele de pescoço virado ignorou; ela se virou e piscou e ele se apaixonou!
Se casaram de data marcada, convite confirmado, com balada ensaiada e festa preparada.
Mas. como seria a entrada?
Ele de costas para a nave central, onde o padre ministrava os sacramentos?
Ela o amava e resolveu:
Vou entrar com ele de cara virada, de braço dado.
Ninguém perdeu!
A Igreja encheu.
Ela desceu do carro, frente aos curiosos,
Feliz!!!
No patamar, à porta, ele a esperava, de pescoço virado.
Ela na certeza de que o amava...
...o beijou... e o pescoço d’ele, desvirou.
O trauma estancou e ela mais se encantou!
E entraram assim:
Ela, elegante, e ele de pescoço desvirado, na grande mágica que o AMOR faz na vida.

Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

Índice Poético

Meu Deus,
Me perdoe
Porque o vinho que bebi em dezenas
Me deu um tapa
E pela madrugada
Em metamorfose
Eu vi o corredor
E entrei nele de cabelos longos
E o dragão que habitava nele
Chamuscou meus fios
E eu
Em transformação
Fui à vidente
Para decifrar as linhas
E ela nada me disse
E virei vatapá
Mistura
E no compasso de tudo
Num vôo sem direção
Eu fiquei envidraçada
E a partir de um todo
A verdade
Se perdeu
Em uma história sem fim,
Dentro de uma taça
Onde escorre a vida
E tudo é
Refluxo
Do que vivemos.

Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

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