Poemas de Janela
Confusão
Ouço a canção vinda do jardim e chego até a janela.
Procuro entre os canteiros de flores e vejo uma seresta.
Os pássaros em algazarras cantam e dançam para lá e para cá, numa maravilhosa canção de amor, acho eu.
Pois, entre carinhos eles cantam, as flores balançam com o vento que sopra.
Perco alguns minutos ao observar tamanha harmonia e um calafrio vêm até mim.
Deixo em pensamentos meu coração aflorar o amor, há muito tempo esquecido e me lembro que só o verdadeiro amor é que constrói, viro, pego minha bolsa e saio para o trabalho.
Na confusão da rua esqueço do amor e volto à rotina.
O novo dia
De manhãzinha o sol entrou pela janela revirou minhas lembranças entre cartas e diademas a imagem da mulher que eu mais amava.
Assustado eu acordei, fui a casa da mulher para mata a saudade, der repente eu encontrei com a triste solidão, que me deixou no chão, sem ajuda e sem coragem fui rastejando até chega em casa, chorando eu olhei no espelho que refletia a imagem da mulher que eu mais amava.
Triste eu fui me deita imaginando na minha felicidade que para mim estava no novo dia.
Hélio Pereira Banhos
Hoje decidi:
vou deixar de te amar.
Pensei em jogar meu sentimento pela janela,
entregá-lo ao vento,
afundá-lo nas águas do mar...
Pensei até
no coração
fazer um corte radical
dar um golpe mortal.
Mas não é assim que se muda um hábito
não é assim que se mata um amor.
É preciso ir passo a passo,
descer degrau por degrau,
partir devagarinho,
cortar pedacinho por pedacinho,
acordar, dormir,
dormir, acordar
chorar de mansinho
chorar até não ter mais lágrimas pra derramar...
Aí você deixa de amar.
Às vezes olho da minha janela e penso existir algo além daqui.
Vejo as estrelas e perco os olhos na imensidão... tem alguém aí?
Em algum lugar, qualquer lugar, qualquer planeta ou universo que eu possa encontrar para enfim dizer "está tudo certo ou será mesmo tudo deserto?"
É tão eficaz a desumanidade do ser humano.
Um prato jogado pelos janela
Com amor feito por ela,
Nos cacos que espalham pelo terreiro.
Todo o caos vira causo
Na casa se sente em cativeiro.
Infelicidade já não é segredo
Pelo contrário, é medo.
Medo do futuro e seus frutos imaturos
O fim de passado escuro, fato,
Em contato, segue o risco da escuridão mais profunda.
Cada vez mais me afunda a famosa "lagrima de todos".
Primeiro foi um besouro.
Achei que fosse azar. Matei. Fechei a janela.
No dia seguinte, não a abri; crente que o problema estava resolvido.
Doce ilusão. Dois dias depois, outro invadiu.
Dessa vez, mandei pelo ralo. Fiquei irritada. E por birra, deixei a janela escancarada.
Três horas. Mais um. O último.
Foi então que percebi: talvez não fosse acaso.
Nem sinal, nem maldição. Só consequência.
Eu deixava a janela aberta sempre na hora do banho.
E besouros, os danados, aproveitavam o descuido.
Fechei a janela. Nunca mais entraram.
Simples. Tão simples que parece lição de vida.
A gente insiste em chamar de destino o que é apenas resultado.
Janelas se abrem.
Mas não se mantêm assim para sempre.
Às vezes a oportunidade entra voando, discreta como um inseto.
Outras, você nem nota que ela passou.
E quando percebe, a janela já está trancada.
Você bate. Grita. Esperneia.
Só que ela não abre.
Só dói.
Por isso, um conselho:
não espere o vidro.
Viva o agora como quem sabe que as janelas fecham;
sem aviso, sem hora, sem retorno.
Eu cantei meu Canto afinado no galho de uma árvore
bem perto da janela do seu quarto
para que você saísse me olhasse cantando enquanto eu te admiro e por meu Canto se apaixonasse
sou um passarinho que se apaixonou por uma moça linda e encantadora
que não sabe do meu amor
eu canto chorando neste galho empolerado
canto
como um pássaro apaixonado
para moça da janela que houve encantada
Meu Canto emocionado
moça se soubesse o quanto eu te amo
me levaria para junto de ti e eu cantaria por toda minha vida
ao seu lado
este meu canto apaixonado.
O passarinho e a moça
Dois olhos, uma árvore
Eu e a natureza
Abro a janela e é o que vejo, o verde
Mas a verdade é que nem tudo são flores (ou folhas)
Há situações que são espinhos, como a moça de verde na calçada
De verdade, meus olhos nunca foram tão facilmente convencidos a olhar
Olhar uma estrela caminhar sobre o chão
Mas estrela, o que te trazes aqui?
Eu mesmo respondo, visivelmente vejo seus motivos
Era uma tática, mais uma tentativa astral de me tirar o foco do que realmente importa
Meu pé de laranja lima, com suas lindas folhas cor de natureza, naturalmente verdadeiro.
Sonho de quarta feira
O dia quase amanhecendo
O sol quase raiando
Abri a janela do quintal
Pra contemplar tal encanto
Mas quando a selva avistei
Logo me assustei
Com um movimento estranho
Uma silhueta
De cor azul e vermelha
Que ia ali passando
Por dentre a mata me aproximei
Pra ver do que se tratava
Percebi quando cheguei perto
Que era uma moça que ali passava
Segurando um cesto de maça
Que das árvores arrancava
Era rápida como o vento
Reluzia uma pele clara
Usava um vestido azul
Com flores avermelhadas
E quanto mais longe ela ia
Mais clareava o dia
E o sol a iluminava
Seus cabelos eram longos
Da cor de caramelo
Num intervalo de tempo
Eu a perdi de vista
Naquele campo amarelo
Restou-me somente um riso
De ter meu coração amanhecido
Naquele instante singelo
Hoje, fui até a janela...
E lá estava ela,
tão perto, mas tão distante,
entre o vidro e a luz que entra pela fresta.
A vi. Jovem, bonita,
como quem não quer ser vista,
mas é vista.
Sorriu. Acenou.
Acenou para mim, ou talvez para alguém
que eu não sou,
alguém que ela inventou,
ou apenas imaginou
do outro lado da rua,
junto a tantos outros que não significam nada.
Quantas janelas existem, e quantas são abertas?
E por um momento, me vi em outra vida:
um homem com coragem,
um homem que caminha até ela,
que diz o que nunca sei dizer.
Talvez um "como vai?",
ou apenas um olhar —
silencioso, sem palavras, sem promessas.
Mas não sei.
Nunca soube.
Eu sou só o homem do outro lado da rua,
um qualquer, um ninguém.
Quantos outros existem,
em cada janela, em cada lado, em cada rua?
E ela, tão real quanto o impossível,
como o céu, como as estrelas,
como esta metafísica que nos envolve,
que permeia o que somos e o que vemos,
mas que jamais entenderemos.
Como o mistério das coisas,
que olhamos e pensamos entender,
mas que nunca saberemos.
E eu, o estranho do outro lado da rua,
sem coragem de atravessar,
sem palavras, sem ousadia de ser:
um ninguém.
E ela, com aquele sorriso,
me vê por um segundo.
Mas será que me vê de verdade?
Ou será que me inventa,
como todos inventam a si mesmos,
como eu invento o que sou?
Então ela se vira.
Ela se vira e vai embora.
E com ela, meus pensamentos,
meus sonhos, minha vida.
E eu, aqui,
do lado de cá da rua,
vendo a vida passar —
a vida vivida e sonhada —
sabendo que nunca farei parte de nada disso.
Nunca farei parte de nada disso,
nem daquilo outro.
Nunca farei parte.
LINDAMENTE
Eu quero ficar somente...
Debruçado à janela
E tudo ver lindamente
O mar, o céu, a caravela...
Quero o dia iluminado...
Quero a meu bem, viver!
O meu bem mais amado
Ao meu lado sem sofrer...
Que tudo seja completo...
Sem nada mais a pedir
Nesse cantinho seleto
O que resta é existir!
E brindar pelo momento...
Com pedido em oração
Que vai no pensamento
Mas contém-se no coração...
(LINDAMENTE - Edilon Moreira, Dezembro/2020)
Havia um menino na janela.
Ele não brincava.
Mas assistia os outros brincando.
Ele não corria.
Mas assistia os outros correndo.
Ele não tinha amigos.
Mas assistia a amizade de outros.
Ele não vivia.
Mas assistia como era a vida lá fora.
O menino crescia.
Sempre ao olhar da janela.
Ele não estudava.
Tudo que queria perguntava na janela.
Suas aulas também eram pela janela.
Sua vida era reduzida ao observar a janela.
O menino cresceu.
Seu trabalho era na janela.
Sua diversão estava na janela.
Seus amigos todos estavam na janela.
Tudo o que ele tinha era aquela janela.
Nunca correu.
Nunca pulou.
Nunca viveu.
Toda sua vida estava na janela.
Sua namorada o conheceu na janela.
Seu filho nasceu sob o olhar da janela.
Seu divórcio foi causado pela janela.
O primeiro presente do filho foi uma janela.
Até que chegou um dia em que o mundo se reduziu aquela janela.
Ninguém fazia nada fora dela.
O normal se tornou a janela.
As doenças eram causadas pela janela.
A depressão geralmente surgia na janela.
A ansiedade era causada pela janela.
O mundo se destruiu por uma janela.
Talvez você querido leitor esteja apenas a olhar por uma janela.
Sem se dar conta que a vida se passa e você não larga essa maldita janela.
“Ela com as mãos na janela mirando o horizonte
Muito atrás daquelas nuvens onde Deus se esconde
Onde o amor se esconde? Onde a vida é bela?
Parece perpétua, teu coração a cela”
Amor
As noites no meu prédio são um tédio
A cama arrumada, janela espelhada
Vêm me mostrar
Que não importa mais oque eu faça
Não dá pra fugir
Sempre penso em ti
Olho pela janela
e o mundo respira devagar.
O vento conversa com as árvores
e o tempo parece pausar.
Há silêncio no céu cinza,
há promessa no raio de sol,
e aqui dentro,
uma alma que aprende a enxergar.
Não vejo só ruas e nuvens,
vejo memórias, vejo paz.
Vejo a vida dizendo,
com doçura: “ainda é capaz.
O espelho é uma janela para a alma humana, refletindo não apenas a aparência exterior, mas também as emoções escondidas e pensamentos íntimos que estão além da superfície. É uma ferramenta poderosa para entendermos a nós mesmos e descobrirmos quem somos verdadeiramente. O espelho nos mostra quem somos, nos dando a oportunidade de explorar nossa psique e encontrar a verdadeira essência de nossas almas.
O espelho é uma janela para a alma humana, refletindo não apenas a aparência exterior, mas também as emoções escondidas e pensamentos íntimos que estão além da superfície. É uma ferramenta poderosa para entendermos a nós mesmos e descobrirmos quem somos verdadeiramente. O espelho nos mostra quem somos, nos dando a oportunidade de explorar nossa psique e encontrar a verdadeira essência de nossas almas.
Eu acredito que é nosso dever trabalhar nossas almas para fazer a diferença na eternidade humana. É por isso que sou narrador de poesia, porque acredito que a poesia é uma forma maravilhosa de expressar a essência da humanidade e de nos conectar ao nosso interior. É por meio da poesia que me sinto capaz de honrar a eternidade humana e de passar as mensagens de amor e esperança para as próximas gerações.
Janela é uma pequena porta em pensamento,
Abrindo caminho a aventureiros sem destino.
Ver em uma singela janela um percurso,
Caminho incerto para quem o inicia,
Mas, à medida que se percorre, torna-se certo o que há de vir.
Sejam os verdes pastos ou os pedregulhos rochosos,
Cada ser e coisa, pela história construídos,
Mas por que construção? De quê?
Construção é história, é o sanar das dúvidas
Que trancam portas e janelas,
Necessitando, para abri-las, de uma chave
Ou do impulso que leva ao mundo além das janelas e portas.
Assim, ao falar de abertura, como outrora se dizia,
É o acordar de um sono infinito e perpétuo,
Que, imobilizados, não conseguimos agir,
Precisando, para acabar com isso, de um tapa ou um abraço.
É irônico, pois a vida é isso:
Vida é emoção, a unicidade que surge em nós
E a relação com o outro. Portanto,
Abertura é abrir os olhos limpos
Por aqueles que um dia estiveram em nosso lugar.
Ser janela é limpar e voar,
Como um passarinho que, mesmo tardiamente, tende a voar.
Ser janela é esperança,
Mesmo que ao fim não se aproveite.
Ser janela é provocar a construção de novas janelas,
Pois, como dito, janela é porta;
Porta também é janela. Assim,
O mundo de cada indivíduo se torna casa,
De onde podemos sair e entrar,
Pois, se a casa for prisão,
A vida deixará de lembrar de ser
E provocar novas janelas, ser livre e ser felicidade.
Abra a janela, deixe a luz do sol encontrar a luz do seu eu.
Desfrute da sensação que ele causa ao tocar na sua pele.
Desfrute do poder do brilho que é irradiado.
Desfrute da sua luz.
Expressões do olhar.
A janela da alma.
O amor chegou de mansinho, no peitoril do olhar.
E os ólhos disseram tudo o que os lábios não quizeram falar.
Os ólhos são as janelas da alma, onde o amor se faz revelar.
E na cutis reburizada, com vergonha de se expressar;
Vai destruindo tudo por dentro, para simplismente,
deixar o amor falar.
Quem ama não vê defeitos, pois o grande defeito da vida é viver sem amar.
Cícero Marcos
