Poemas de Aves
AS AVES E A COBRA - João Nunes Ventura
As aves em círculo se deslumbram
Nas cores da cobra que se inflama,
Na alvorada da minha humilde roça
Todos os seres pequenos se amam,
É o milagre da criação na natureza
E carinho no palco da verde grama.
o amor é dor de doar
rima com ar de liberdade
com ar de voar
vai da pureza das aves
ao azul do mar
da imensidão celeste
a alba raiar
de se demasiar e exagerar
sem esperar
Somos aves
Presos em uma gaiola chamada mente
E o princípio benevolente
Nos convida porta a fora
Os arquétipos são as chaves
das profundezas do inconsciente
Tudo está dentro da gente
Mas saiba que a noite antecede a aurora
Seja fênix renasça das próprias cinzas
Coragem é necessária
Seja ousado transborde a luz
Pois se é o misoneísmo quem o conduz
Serás sempre uma águia
Que teima ser um avestruz.
Inutilmente
Irá anoitecer, este sol quente,
no mar frio e infinito do horizonte.
As aves candoras não mais cantarão,
e os lobos uivantes se calarão.
No silêncio da madrugada,
não farei além de mais nada,
a não ser te amar, e te amar vou viver te amando.
Com os mesmos desejos castos,
que te ofertam no altar dos altos.
Irei beber o teu sangue para que sejais o meu sangue, no pulsar de seu coração e no incomparável sabor de sua fertilização.
Inutilmente vou vivendo,
simplesmente,
com algo não sabido, porém, escondido em meu coração,
inutilmente.
Os rios passam cristalizando as areias desertas,
e as aves bordam despretensiosas o céu azulado.
As noites são frágeis abrasadoras chamas de velas,
que se apagam ao relento dos ventos,
e que se afugentam rapidamente,
por debaixo da sombra do amanhecer.
Viver é uma densa loucura,
nostalgizando as manhãs mau nascidas,
e ensolarando as noites indormidas,
que se abrasam no casulo do tempo,
- esperando nascer.
Ei, moça?
Dentro de você
Mora uma fadinha linda
Uma fadinha muito da abusada
Te vira nos avesso
E te deixa atrapalhada
Ansiosa as vezes
Desbocada talvez
Distraída sempre
Envergonhada também
Vira e mexe complica tudo
É muito levada
Ri de tudo
Até quando apressada
Nas noites serenas
Lua clara e amena
O luar é seu amor
Fica sentada entre a flor
Com sua varinha de condão
Encantando coração
Fadinha linda comporte-se
Que essa moça é delicada
Sei que as vezes é amarga
Mas o doce sempre abraça
Porque pela vida ela é apaixonada
Poema de #Andrea_Domingues ©
Todos os direitos autorais reservados 05/11/2019 às 17:00 horas
Manter créditos de autoria #Andrea_Domingues
A poesia e os poetas,
me faz lembras a beleza
e o ritual das aves do paraíso.
Suavidade nas palavras,
que são pronunciadas com sutileza,
e com este mágico ritual conquista o riso,
e o coração de cada leitor assíduo.
- AVES PARADAS -
Aves paradas numa tarde que voa
oblíqua madrugada cheia de mãos vazias
silêncio que em meus lábios canta e ressoa
tudo fechado naquilo que dizias!
Tudo parado cheio de dor e espanto
a vida passando num dobrar de engano
na aridez do deserto, num mudo canto,
hora a hora, dia a dia, ano a ano!
E as forças de uma ausência revelada
geraram frutos para as mãos vazias
gemendo sob uma lágrima chorada ...
E a nós, desembarcados, nús ... maldizias:
não somos mais do que aves paradas
na tarde que passa voando de mãos vazias!
Há aves que cantam
e existem aves que voam
tem também
As que são polivalentes
Cantam, voam e são belas
Deus criou também aquelas
Que não voam
As que sujam
e as que limpam
As que tem muita utilidade
E as que na verdade
Se juntam aos bandos em revoada
e nunca serviram pra nada
Algumas somem lá no Céu
de tão alto que voam
e de lá a tudo veem
Assim como os Olhos do Criador
Que fez as que nada enxergam
E assim, aos humanos se apegam
Deus fez as aves ruins
E fez também as muito boas
Depois colheu essas qualidades
E as colocou nas pessoas.
(DE) PRESSÃO
Eu sei que:
Quando já não ouves
A voz do vento,
O chilrear das aves do céu,
O amor a cair levemente
Da razão do teu lamento
Como se fosse um véu
De noiva de neblina
Por estrear,
Ou cavalo à solta sem crina,
Dois bailarinos sem dançar...
Eu sei que:
Quando não desvendas
O mistério do teu eu,
Como nuvem presa no céu,
Prenhe sem chuva de rendas...
Eu sei que:
Quando choras, por chorar,
Sem ritmo, ou emoção natura,
Os teus olhos só podem mostrar
No mapa do teu rosto à procura
De lágrimas secas por achar...
Eu sei que:
Sofredor amigo, quase meu irmão;
Eu sei que estamos os dois
No agora e num depois
Vivendo,
Sofrendo
E chorando,
Esta imensa (de) pressão.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 25-11-2022)
Nulo
E vi um novo dia, no tempo, do amanhecer,
e nesse dia não havia nenhum temer!...
As aves do céu voavam em arcos brancos,
feitos com a luz do sol, neles tantos.
Neste dia os homens, com os meninos,
muito brincavam, no lindo jardim!...
Junto das águas do rio de cristal, sim!
Cavalos brancos corriam muitos,!
E entre as feras da selva, jamais,
se via qualquer acto de vida tirar.
Mas havia, muito repouso muito mais!
Em toda a terra, o céu era azul,
e o vento tinha um suave soprar,
de modo que o movimento era nulo!
Cantam, as aves do campo... Cantam, um cântico lindo!
O cântico , do lago dos cisnes, que outrora, fora cantado....
Mas, nunca mais tinha sido, como outrora, tão bem executado...
Canta a tua alma e a minha!, cantamos, assim, sem, findo!
E os campos dos arrozais , cantam encantam, os segadores...
Cantam, os campos dos roseirais, com um outro cântico antigo... audaz
Os laranjais, crescem e perfumam o mundo... Que fora imundo.
Os cavalos jamais galopam! Mas voam, voam entre as colunas da paz.
Há alegria com não houvera desde, o antigo dia.... sim!
Cantamos todos! sem que haja, nenhuma de resto agonia!
A neve na montanha, azul, brilha... brilha! Brilha! Com, a luz, sem fim.
Os homens, esses deram as mãos, com força tanta, mais que a razão...
Tudo canta, num gesto, que para sempre, assim continua!
Aleluia!... Aleluia! Aleluia!...Aleluia... Aleluia!
ASAS ...
O que torna mais jeitoso o céu em nascimento
Do alvor, são os cantos das aves, encantos, são
Os vários do cerrado, a vida em agradecimento
Numa feliz atividade duma povoada palpitação
Ah! quantas vezes deixamos passar o momento
Este, tão repleto de alento e de grata inspiração
Que suscita a magia e a emoção ao sentimento
Dando luz para a quimera, admiração e ovação
Também, o entendimento, o próspero bom dia!
A alegria, afinal, mais um dia nos é dado em cria
A nós mortais, onde os feitos nunca são iguais...
E, asas, assim, então, oferecidas ao sol nascente
Desejando um fado leve e um fardo docemente
Para que se possa ter na ventura o muito mais......
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16/02/2021, 05’47” – Triângulo Mineiro
Ao nascer do dia,
as aves sempre a despertar...
com uma perfeita melodia.
Lindíssimo!...né mesmo?...
Presente de Deus para você.
Kezlev
As aves migratórias
cruzam a baía
no céu de Kezlev
eis a poesia
que se escreve,
Com você tudo
fica mais leve,
Pode ter certeza
que o meu impulso
se atreve e o meu
coração por ti se derrete.
Pampas
As coxilhas balançando
com os ventos e as aves
cruzando os pampas
da nossa América do Sul.
Os meus afetos gaúchos
permanecem inabaláveis
porque nas minhas veias
correm o sangue do Sul.
A mente e o meu peito
para a poesia são o celeiro
perfeito para a inspiração.
O coração canta o Nativismo
profundo de quem reconhece
nos pampas o seu verdadeiro mundo.
Sete-Capotes
Sete-Capotes para enfeitar
a vista, dar sombra,
para dividir com as aves,
para poemas inspirar
sempre que ao redor estiver
e com ele ver o tempo passar.
Moro numa
rua cercada
por morros verdes,
amáveis árvores
e agraciada por
um coral de aves
mesmo quando
o tempo não
está azulejado,
A trilha sonora
por aqui é quase
sempre regional,
e se conhece
uma harmonia
fora vida deste
mundo a cada
dia mais brutal.
Se vive bem
porque a gente
sabe conviver
e se gosta,
a cada dia
noutros lugares
só o dinheiro
é o que importa.
Aves noturnas
em revoada
nas savanas
africanas
em noite enluarada.
E eu em busca
de um vestígio
que te faça lembrar
de mim quando
a crença na vida
vier a te faltar.
Com o peito aberto,
asas e sonhos
a minha energia
vai até você
até debaixo
dos temporais,
se for preciso.
A cada dia você
irá se apaixonar
muito mais
do que por
era previsto
nos encontros
marcados
nas noites de luar,
porque fixei
morada em ti
sem ter
me dado conta
e sem o teu
peito ter percebido.