Poemas da Seca do Nordeste

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Retirantes.

A esperança é o suporte
do sertanejo peregrino
onde à seca, não há sorte
que sustente o nordestino
sem temer o vão da morte
leva a vida a própria sorte
pelas vias do destino.

Inserida por GVM

Retirantes da seca.

Não deve ser nada fácil
O homem chegar pra mulher
E falar arrume as coisas
Tudo que a gente tiver
Pois precisamos partir
Não dá pra ficar aqui
Seja lá o que Deus quiser.

E a pobre mulher chorando
sem saber pra onde vai
Ela não quer ir embora
Mas a chuva que não cai
E o sol tão causticante
Obriga-os a ser retirantes
Com dor no coração sai

É triste pra uma família
Ter que deixar o lugar
Onde está suas raízes
Onde formou o seu lar
Sem ter uma solução
Rasgando seu coração
Sem saber se vai voltar.

Inserida por GVM

As vezes.

É assim a nossa vida
como viver numa balança
um dia a seca é contida
no outro a danada avança
as vezes temos comida
por outras só esperança.

Inserida por GVM

Saudade.

A seca é quem mais devora
a planta que tu me deste
sem a água que se evapora
o nordestino não investe
deixa a terra onde mora
fica triste, sofre e chora
com saudade do nordeste.

Inserida por GVM

Fico!

Eu não quero ir embora
a seca quer me expulsar
não tem vida que vigora
sem ter nada pra plantar
desse jeito a terra chora
e eu procuro uma escora
onde possa me sustentar.

Inserida por GVM

Seca e honra.

A seca traz sofrimento
a chuva nem piedade
o verde se foi no vento
o gado deixou saudade
da vida sobra o lamento
de onde falta alimento
mas sobra dignidade.

Inserida por GVM

Permissão!

Não me canso de esperar
a chuva que tanto chamo
na terra seca de rachar
quase não se vê um ramo
Deus permita ela chegar
que eu não precise deixar
o nordeste que tanto amo.

Inserida por GVM

Ardor.

O sertanejo lamenta
por este chão sofredor
que a seca traz violenta
derrete o pasto em calor
sem ter o grão que alimenta
nenhuma terra sustenta
um talo ardendo de dor.

Inserida por GVM

Abandono.

Já não suporto essa briga
e apareça quem conteste
enquanto a seca castiga
por aqui ninguém investe
não se vê uma mão amiga
e o governo pouco liga
pra quem vive no nordeste.

Inserida por GVM

Tinta verde.

Que a seca faminta
não tire o que veste
do couro e da sinta
do pouco que reste
antes que seja extinta
o verde da tinta
que pinta o nordeste.

Inserida por GVM

Minha luta.

Aqui mesmo que eu nasci
onde a seca cobre a serra
dos momentos que sofri
não perdi a fé na terra
e nessa luta eu aprendi
a chorar... depois sorrir
sem ter medo dessa guerra.

Inserida por GVM

Vem chuva.

É sol quente todo dia
a seca está castigando
a planta sem alegria
e a terra se ressecando
a chuva bem que podia
vir aqui de vez em quando.

Inserida por GVM

Alegria.


Que a seca não estrague
o plantio do meu terreiro
que a luz não se apague
nem no último candeeiro
porque não há o que pague
um sorriso verdadeiro.

Inserida por GVM

Terra forte.

Da terra que me sustenta
da flor da palma a flor de lis
da seca que me arrebenta
da chuva que me faz feliz
da raiz que me alimenta
o meu nordeste representa
a parte forte deste país.

Inserida por GVM

Destino!

A seca é um desatino
que não perdoa ninguém
um chuvisco repentino
por essas bandas não vem
não maltrate o nordestino
os maus-tratos do destino
já faz isso muito bem.

Inserida por GVM

SEMENTE.

A seca tudo devora
não adianta plantar
nehuma planta vigora
assim não posso ficar
mainha estou indo embora
o coração que hoje chora
espera um dia voltar.

Inserida por GVM

SOPRO!

Aqui a seca avassala
no raiar do azul celeste
o cheiro da terra exala
o perfume que me deste
mesmo se a vida apunhala
quanto mais o povo fala
mais eu amo meu nordeste.

Inserida por GVM

AVENTURAR.

A seca ainda tortura
essa região carente
quem vive da agricultura
já não planta uma semente
sem dinheiro ou estrutura
o nordestino se aventura
em outra terra diferente.

Inserida por GVM

O nordestino é de valor
se levanta a cada baque
vive na seca e na dor
mas não tem um de araque
pode ir por onde for
mesmo para o exterior
que não perde seu sotaque.

Inserida por GVM

NÃO NEGO!

Sou nordestino e não nego
sou cria desse lugar
na seca nunca me entrego
só saio se Deus mandar
e esse orgulho eu carrego
e nesse chão só sossego
quando essa chuva voltar.

Inserida por GVM