Poemas a um Poeta Olavo Bilac
E A POESIA DISSE AO POETA
Ao poeta disse a poesia: “Vai infante,
e rime tua inspiração, tuas jornadas
cante, e que o teu canto seja avante
poético, com narrativas apaixonadas
Vai, prose com teu verbo sussurrante
de amor, tal o rubor das madrugadas
do cerrado, ardente, de belo instante
alucinante, com manhãs encantadas
Apóstolo do fado, e da doce emoção
desfie a tua estória com terna calma
à mercê do romantismo e do coração...
Trove o sentimento e os seus diversos
fascínios, todos tantos, vindos d’alma
e então, ver suspirar os versados versos.”
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18, abril, 2022, 16’48” – Araguari, MG
SENHOR
Todo poeta quer ser dono duma poesia
de amor, que seja sua de forma intensa
sua em toda a sorte, sem ter a dispensa
sua inteiramente, e tão sua na parceria
Que qualquer inspiração lhe pertença
redigindo versos de sedução, de magia
matizando as rimas com gentil quantia
e, assim, ter a encantada recompensa
Todo senhor quer essa poesia tão sua
onde cada poema solevante e evolua
em um sentido ato, que seja, entono
E, enquanto não se tem a essa prece
dum desejo do poeta que se esquece
que nem de seu coração é seu dono!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
28 de maio, 2022, 06’15” – Araguari, MG
paráfrase Giuseppe Ghiaroni
POETA
Ele, tem tanta poética e tanto segredo
O sentimento no seu encanto, riqueza
Nos teus versos aquela suave sutileza
Ritmo, do canto acalanto, um enredo
Tu, trovador, tão cheio de arremedo
Que roga, suspira e também a tristeza
Mas em sua alegria tem a doce leveza
Olhares, ilusões e aquele ímpar medo
Duma inspiração, sempre, sussurrante
Tirando a prosa de um poço profundo
D’alma, de maneira meiga e insinuante
Ah Poeta! Tudo, mais que um segundo
Uma imensidão, um vilão e um amante
Posto aos seus pés o devaneio fecundo!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
05/09/2022, 13’37” – Araguari, MG
GESTAÇÃO DO POETA
Quando a inspiração fecunda, formando
O verso duma imaginação em rota exata
Prenha é a alma do poeta, tão autocrata
De um fervilhar da mente, devaneando
No mando da emoção, a voz de comando
O sentimento, o olhar, a singela musicata
Concebe a composição em frenética cata
De um nem eu sei de onde ou de quando
Só sei que vem do coração, e vai rimando
Estando cada uma das linhas, caminhando
Em um ousar de um emaranhado fonema
Assim, chora ou sorri, silencia ou murmura
Aí, então, uma parição de poética estrutura
Que de uma sensação à mão, pari o poema!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 outubro, 2022, 16’07” – Araguari, MG
*dia nacional do poeta
Se sou poeta ou sou prosista?...
Se sou poeta ou sou prosista?
Por ter asas, sonhador, não sei
Ser poeta é ser artista?
Sinceramente, um pouco serei
Não sou só aquele tom simplista
Tenho amor e do amor sou
Da vida, um poético bucolista
Verdade, não sei à que me dou
Afinal, poeta ou prosista, é assim,
De sentimento fundamental
Se é bom ou ruim?
Pouco sei, sei que sou sentimental
E isto, é o preciso para mim!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22 outubro, 2022, 11’34” – Araguari, MG
*parceria com Fernando pessoa
EU, POETA DO CERRADO
Eu, tenho o toque pulveroso do cerrado
O cheiro de mato, uma sensação plural
Uma imensidade, ora árido ora normal
Tão cheio de reconto e tom encantado
Projecto do chão de um céu encarnado
Num traço caipira, e sentimento igual
Escrevo com uma transmitância verbal
Bordando os amores, dores e o agrado
Eu, poeta do cerrado em construção
Aqui nasci, raiz, sonhador do sertão
Que canta, chora, sonha, faz poesia
Escrevo-me por inteiro, sou presente
Nos galhos tortos, no vento fremente
Eu, tenho o toque agreste da pradaria!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27 outubro, 2022, 20’54” – Araguari, MG
POETA A VERSAR
Nos muitos versos dum Poeta a versar
Se vê o acaso sob o seu olhar. Floresce
Sentimentos a pulsar, sedução a cantar
E íntima sensação do que lhe acontece
Muitas vezes são lágrimas que padece
E outras, sorrisos que lhe vem abraçar
Todos trançados em prosas, em prece
Rezadas da alma do peito a sussurrar
Um desejo que vai além, perenemente
Que faz deste pormenor ser diferente
Tão somente, o teu ar, cheio de sabor
Ah! o Poeta a versar: magia e fantasia
Vive e sorve ilusões, suspira nostalgia
E sente o sagrado deste poético ardor.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26 março, 2023, 18'07" – Araguari, MG
Estado do poeta
Ó poética, estás onde? Imaginação
Eu cá já embriagado no sentimento
Trazido pelo tempo em suspensão
A saudade, o amor, o tal momento
Do poetar, ó pura, serena sensação
O quanto me faz feliz o sacramento
Que vem d’alma de singular emoção
Que me sacia e desta magia sedento
Arrio as palavras em oração, e crio
Vai-se o vazio, e me vem o estado
Fantasia e a ventura, na ilusão fio
Desfio a cada verso embaralhado
E o poema – do infinito, um arrepio
Pondo o feitio inteiramente afiado!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2023, 18 de agosto – Araguari, MG
Poeta!
Poeta! Sofre nos versos perversos
Suspira aos teus amores sentidos
Nas tuas lágrimas, teus beijos idos
E, sempre, nas sensações imersos
De um coração emocional... fluidos
Sentimentos e, os martírios diversos
Purifica n’alma os sonhos dispersos
Que emana dos enganos... sofridos
É grande o teu pensamento, sonora
A tua imaginação, tens poética afora
Indiferente as ilusões dos caminhos
Poeta! Traz contido toda a tua graça
Tua pureza, tua superação, tua raça
Pois, até a rosa, tem teus espinhos!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
09/10/2023, 21”24” – Araguari, MG
PELO CERRADO POETANDO
Pelo cerrado poetando vai contente
o poeta seguindo o verso encantado
e canta com o coração, tão ajustado
ao alegre tom de um versar ardente
Aquele, cântico alegre, docemente
no intenso som de um apaixonado
este, para contentar qualquer fado
com o canto que encanta e sente
Está poesia, também, é de alegria
qual o poeta, canta com tal doçura
prosando prazer cheio de alquimia
Assim, de amor na emoção pura
com canto mostro toda a euforia
por amando sufocar a amargura.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
12/09/2024, 10’54” – cerrado goiano
SE TODO POETA MORASSE NO MAR
Se todo poeta morasse no mar...
Jamais lhe faltaria a inspiração
Pois tudo que veria ao acordar
Era o horizonte em tridimensão...
O sol, a lua, o vento, a maresia...
Desfilando em frente à varanda
As águas agitar-se noite e dia
Conforme fosse sua demanda...
Veria milhões de estrelas no céu...
Criava poemas de vivo encanto
Faria um extraordinário fogaréu
Para iluminar o negro manto...
(SE TODO POETA MORASSE NO MAR - Edilon Moreira, Maio/2025)
A JORNADA DO POETA
O poeta sem a sua cruz...
Também tem o seu calvário
Se não se reveste da luz
Nada vem no imaginário...
Percorre áridos caminhos...
Qual a natureza desenha
Separa da rota espinhos
Faz sua fogueira sem lenha...
É dia dos mais ensolarados...
É longa noite... Escura, fria
É templo sem haver cercados
Um amplo antro de nostalgia...
Poeta... É um ser paciente...
Quando tece lindo bordado
Do que é... Do que ressente
Pra oferecer ao ser amado...
Espera pela felicidade...
Na última hora a chegar
Com a mesma vivacidade
Só o que importa é o amar...
O poeta... O que pensa, diz...
O poeta, se quer? Encanta!
Poeta, um eterno aprendiz
Tudo à vida, dá-lhe conta...
(A JORNADA DO POETA - Edilon Moreira, Março/2021)
QUEM DISSE QUE SOU POETA?
Quem disse que sou poeta?
Que tenho uma escrita boa?
Que a vida mantenho aberta,
Aos olhos de quem a destoa?
Quem disse que sou poeta?
Quem disse que poesia voa?
Talvez esteja em linha reta
Distante do mestre, Pessoa!
Quem disse que sou poeta?
E ando nas noites de Lisboa?
Saindo e entrando de festa
Seduzindo, seduzido, à toa?
(QUEM DISSE QUE SOU POETA? - Edilon Moreira, Setembro/2024)
NO SILÊNCIO DO POETA
No silêncio do poeta...
A palavra fica pausada
Esperando a hora certa
E então ser expressada...
O poeta quando se cala...
Emudece todo o mundo
Não há verso e nem fala
Que rompa este segundo...
Podendo ser de tristeza...
Ou da falta do que dizer
Por não perceber beleza
Na existência de cada ser...
Já tendo a própria missão...
De exaltar o que é singelo
Ou só dá uma informação
Fazendo conexão ao elo...
(NO SILÊNCIO DO POETA - Edilon Moreira, Março/2024)
TODO ESCRITOR É POETA?
Todo escritor é poeta?
Todo poeta é escritor!
A sua poesia é honesta
Perante olhos do leitor...
Em toda noite tem festa?
Nem todo dia faz calor!
Quanto de tempo resta?
A visitar-me, meu amor...
Se o céu é uma linha reta...
Ele tem a cor que o dou
Nasce lá uma rosa ereta
E nasce todo tipo de flor...
Há no universo, uma fresta...
E ninguém por lá passou
É onde o verso atravessa
É onde o poeta tem louvor...
(TODO ESCRITOR É POETA? - Edilon Moreira, Novembro/2019)
CANTORIA DE POETA
A cantoria de poeta...
Começa bem devagar
Atingindo a sua meta
O verso fica a vibrar...
Não tem dia ou certa hora...
Quando quer reaparecer
Por dentro dela revigora
Só o que tem a aquiescer...
Poeta escreve em versos...
Uns rimados outros não
Os delicados os perversos
Dependendo da situação...
Metade da vida fui música...
Que deu paz ao meu sentir
E a outra metade tão lúdica
Que brinca assim de existir...
(CANTORIA DE POETA - Edilon Moreira, Junho/2023)
ESSE SER ESTRANHO
Eu sou esse ser poeta...
Sou esse ser estranho
Levo uma vida discreta
Cultivando cada sonho...
Escrevo sem hora certa...
Toda rima tem tamanho
E cada verso me liberta
Minha alma eu exponho...
E sendo obra incompleta...
Toda palavra eu reponho
Alguma há de ser a certa
A deixar-me mais risonho...
O amor é a grande meta...
E por ele, eu me assanho
Solto fogos! Faça festa!
Pouco perco... Tudo ganho...
(ESSE SER ESTRANHO - Edilon Moreira, Setembro/2022)
A alma do poeta
é Berimbau
na mão da poesia,
Só de te ver
o coração e a mente
jogam Capoeira,
sem querer
de vista te perder.
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