Poemas a um Poeta Olavo Bilac
Desejaria que houvesse o cuidado de lhe escolher [à criança] um condutor [preceptor] que antes tivesse a cabeça bem feita do que muito cheia.
O mal é necessário. Da mesma forma que o bem, tem a sua nascente profunda na natureza, e um não poderia exaurir-se sem o outro.
Um amoroso é um homem que se empenha em ter mais amor do que lhe é possível ter, e essa é a razão por que todos os homens amorosos parecem ridículos.
Quando um pensamento é fraco demais para vestir uma expressão simples, isso é o sinal para rejeitá-lo.
Porque não considero o mundo como uma hospedaria, mas como um hospital; não como um lugar para se viver, mas para morrer.
A recordação é activa. Não é um objecto perdido que se encontrou. Ela faz crescer a massa do presente e do futuro.
O que é terrível na culpa é que ela atribui ao medo, o maior mal que existe no mundo, um enorme direito.
Foi de um rei que nos ficou este princípio augusto. Que jamais se é tão grande como quando se é justo.
Um escritor chega à velhice quando suspeita que o artigo que está a escrever já tinha sido escrito por ele no passado.
Para agradar aos homens é preciso professar o que cada um desses homens repudia e odeia na sua vida secreta.
Os que têm o dom da palavra e são oradores, têm em mão um grande instrumento de charlatanismo: felizes se não abusam dele.
Poucas são as dores, por mais agudas que sejam, às quais uma boa renda anual não traga um certo conforto.
