Hugo Hofmannsthal

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O presente é em absoluto a face dolorosa da existência - mas é apenas algo de provisório.

O espírito são procura o real, o espírito insano agarra-se ao irreal.

Onde a vontade só desperta, aí já quase se alcançou alguma coisa.

Uma certa medida de orgulho é um ingrediente útil do gênio.

É duro para alguém bater-se com uma sociedade dominante, mas é ainda mais duro ter de postular uma que não existe.

É o vencedor moral que mais facilmente morre para vencer.

É necessário também um momento especial para reconhecermos as diferenças entre nós e os outros.

A música clássica do amor é em tom maior, a romântica em tom menor. O amor moderno é uma fraca melodia, sobreinstrumentada.

Crianças precoces e velhos imaturos há bastantes em certos estados em que o mundo por vezes se encontra.

As pessoas são muitas vezes escravas da sua arbitrariedade, mesmo em si próprias; mas é espantoso que elas saibam tão raramente aplicar a sua vontade.

Não há duas pessoas no mundo que, por uma indiscrição diabolicamente concebida, não possam vir a tornar-se inimigos mortais.

É preciso fazer um esforço para deixar de sentir o presente, como na música para deixar de ouvir o timbre dos instrumentos.

O espírito vence a matéria. A arma mais forte que esta possui na luta contra aquele é a sua transitoriedade.

A espécie mais perigosa de estupidez é uma inteligência aguçada.

É preciso, no geral, acreditar em alguém, para, no particular, realmente nele depositar confiança.

É no princípio da vida que se é mais subjectivo e se compreende menos a subjectividade dos outros.

O que é terrível na culpa é que ela atribui ao medo, o maior mal que existe no mundo, um enorme direito.

Muito poucas pessoas quiseram verdadeiramente sequer um momento só da sua vida, como tão-pouco amaram.

Não há nada mais raro no mundo que a vontade; e, no entanto, a escassa porção de vontade que é concedida aos homens chega para virar todos os seus juízos.

A espécie mais perigosa da estupidez é um entendimento agudo.

O gênio estabelece o acordo entre o mundo em que vive e o mundo que nele vive.

Todo o fervor posto no descritivo conduz ao exagero.

Foi para o sobrestimarmos que o passado foi incorporado na nossa memória.

As crianças entretêm-nos, porque são fáceis de entreter.

A parvoíce do esperto, a deselegância do elegante: onde é que se radicam? No gosto desenfreado de imitar.