Poemas a um Poeta Olavo Bilac

A verdade é um fantasma que há que perseguir cada vez mais longe... mas para agir é preciso parar.

O escravo apenas tem um senhor, o ambicioso tem tantos quantos lhe puderem ser úteis para vencer.

É preciso que um autor receba com igual modéstia os elogios e as críticas que se fazem às suas obras.

Se existe uma solidão em que o solitário é um abandonado, existe outra onde ele é solitário porque os homens ainda não se juntaram a ele.

As leis morais são as regras de um jogo no qual todos fazem batota, e isto desde que o mundo é mundo.

Um leitor inteligente descobre frequentemente nos escritos alheios perfeições outras que as que neles foram postas e percebidas pelo autor, e empresta-lhes sentidos e aspectos mais ricos.

Para mim, o importante em poesia é a qualidade da eternidade que um poema poderá deixar em quem o lê sem a ideia de tempo.

Ninguém deve ser igual ao outro, e sim igual ao mais alto!
Como realizar isto? Que cada um seja completo em si.

As pessoas com privilégios preferem arriscar a sua própria destruição a perderem um pouco da sua vantagem material.

Um pessimista é uma pessoa que tem sempre razão mas não tira qualquer prazer desse fato, enquanto um otimista é aquele que imagina que o futuro é incerto.

A multidão não pode ficar sem homens valentes, e os valentes são sempre um peso para ela.

Os progressos da ciência obedecem à lei da repulsão: para dar um passo em frente, é preciso começar por derrubar o domínio do erro e das falsas teorias.

O amor é um estado essencialmente transitório. É como uma enfermidade. Tem a sua fase de incubação, o seu período agudo, a sua declinação e a sua convalescença. É um fato reconhecido e ratificado por todos os fisiologistas das paixões.

Ser mãe não é uma profissão; não é nem mesmo um dever: é apenas um direito entre tantos outros.

Assim são as mulheres: antes de se casar, querem que o marido seja um génio. Depois que se casam, querem que seja um idiota.

A escrita da criança não resulta de simples cópia de um modelo externo, mas é um processo de construção pessoal.

Saber sacrificar tudo a um dever é a principal e mais difícil ciência que nós temos de aprender na vida.

A morte não é um mal: porque liberta o homem de todos os males, e ao mesmo tempo que os bens tira-lhe os desejos. A velhice é o pior dos males: porque priva o homem de todos os prazeres, deixando-lhe deles todos os apetites; e traz consigo todas as dores. Não obstante, os homens temem a morte e desejam a velhice.

Todos os grandes homens são dotados de intuição: um verdadeiro chefe não necessita de testes psicológicos nem de informações para escolher os seus colaboradores.

Sou como um paralítico que encontrou na imobilidade o meio de evitar as suas quedas.