Poemas a um Poeta Olavo Bilac

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Nenhum som é mais bonito, que ao se pronunciar: - um abraço!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
cerrado goiano

Bem dentro da escuridão,
uma luz, um livro ardia.

Nas lonjuras do Sertão,
um jovem poeta lia.

(Estrelas, constelações,
relinchando fantasias.)

Um poeta expressa pensamentos,
Relata momentos, contos de encanto ou desencanto.
Mas não é uma regra escrever o que está vivendo, um escritor escreve história e nem todas são de sua vida, o ator interpreta papéis, que não vive.
Nem todo poema é confissão ou relato de um ato vivido...

Existência…???
(Nilo Ribeiro)

Quem é o poeta,
um quadro exposto e franco,
com a vida aberta,
ou um livro com páginas em branco…???

as duas coisas ele pode ser,
deixar o sentimento à mostra,
pode o sentimento esconder,
pois tudo sua alma suporta

a palavra pode ser vazia,
pode ter carga emocional,
pode ser bela sua poesia,
também pode ser letal

poeta é um ser humano,
um homem qualquer,
pode ser santo ou profano,
pode ser tudo pelo amor da mulher

a existência,
a realidade,
a carência,
a verdade

quem é o homem que escreve,
o poeta da incerteza,
o prosador que a mente não verve,
ou o cara que ama tua beleza…???

escrever é o que ele faz,
ele não resolve problema,
em guerra ou em paz
o amor é o seu tema

hoje pode estar indeciso,
amanhã solucionador,
nada nele é preciso,
a não ser o seu amor

poesia, rota de fuga,
ela vem acalentar,
a lágrima ela enxuga,
para o papel não molhar…

Os mal intencionados
qualquer "coisa" podem ser
às vezes um poeta,
ou quem sabe, até um atleta.

E agora? Que desespero!
O que a bela moça deves fazer?
Fujir das lindas palavras do poeta,
e acolher-se nos fortes braços do atleta?

Aquele que não era atleta, e sim, grande poeta,
Carlos Drummond de Andrade, certa vez disse:
"Há muitas razões para duvidar e uma só para crer."
Então, se com o coração olhar, a pureza irá perceber.

Com ousadia, uso as belas palavras de Jean Racine:
"Não há segredos que o tempo não revele."
Sejam os mais profundos segredos de um poeta,
ou então, os segredos mais ocultos de um atleta.

Os versos acima, não formam um poema ou poesia,
Quem me dera... Pois escrever me traz alegria.
Mas como existem atletas que não são atletas,
existe eu, que não sou, mas tenho alma de poeta.

O poeta é um fingidor.
Mas não há mau em fingir.
Se não tiver liberdade poética,
Pra sobressair a ética,
Das condições do existir.
Me atire a pedra, bem mirada,
O primeiro camarada
Que nunca precisou fingir.
Alguns fingem por ambição,
Outros por educação
Pra driblar situação.
Até dor, faz-se existir.
Meu fingimento é poesia,
Finjo a dor e a alegria,
Finjo enredo, alegoria
Finjo até que outro dia,
A gente possa enfim fingir.

⁠A mercê dele, feito uma página em branco;
Sendo tocada com a destreza de um poeta que sabe muito bem o que faz.
As suas mãos vão tecendo versos sobre o meu corpo, um livro aberto sendo preenchido.
Em cada letra, em cada curva que desenha em minha pele... Teus lábios repousam nos meus devagar e deixam ali todo o pesar, todas as dores do mundo. Olhar nos teus olhos é como viver a vida em toda sua plenitude em apenas alguns segundos. Na volúpia dos traçados da caneta, no silêncio que ecoa no ambiente.
Enquanto a minha alma sussurra, meu eu lírico estremece, deitada aqui te imagino de mil maneiras diferentes. No meu pensamento... Ele nem pensa duas vezes, mergulha entre os epílogos das minhas páginas abertas, mas logo o transformo em poesia pra te ler e reler. Tenho todos os teus detalhes em mim, gravados na minha pele, na minha alma. Eu amo o universo que tu és, infinito como o que há aqui dentro de mim. Estás sobre o meu corpo como tatuagem marcado, em cada pedacinho tem tuas digitais gravadas... Quero deitar-me por alguns instantes nos teus braços e respirar o ar puro do seu hálito. Embrenhar-me em teus contornos e sucumbir nos teus lábios doces e felinos.
Eu sou só uma alma perdida perambulando
em teus labirintos, quando quiseres entrar...
Esteja atento ao absurdo dos meus olhos a luz que o fogo de ti rouba. Esteja certo dos meus exageros, irei te consumir em pequenos tragos pra dentro de mim.

ego

o poeta, um falsificador
destrincha a escrita
e ele que chora de dor

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado - outubro, 2019 - Cerrado goiano

Assim segue o poeta em pingos de magia, debulhando a alma em tons de alegria.
Com um mar de poesia correndo nas veias.
Com versos encharcados de amor, linhas expressas em sonhos, repletas de contos.
Risadas, lágrimas, afeto escorrem pelos sentimentos.
Chega a se sentir o vento que é descrito, o cheiro do mato, ouvir o barulho da cachoeira, sentindo a presença, o toque.
Assim segue o poeta com suas utopias, verdades e nostalgias.
Vai com a sua escrita marcando a existência, por suas palavras que se tornam eternizadas.
Salve o poeta que faz poesia no coração, e inunda a alma de quem o lê.
Muitas vezes faz com que marejem os olhos com a mais pura de suas emoções.

------Lanna Borges.
Viva o Poeta! Viva a poesia que nos move.
20.10.2019

⁠Talvez eu seja um chato
Por eu gostar de teatro
Talvez eu seja um pateta
Por eu ser um poeta

Talvez eu seja um bobão
Por ter um bom coração
Talvez eu seja um sonhador
Por eu ainda acreditar no amor

Estou ampliando meu olhar de mundo
Vivendo minha vida a cada segundo
Aprendendo que ser diferente é bom
Mesmo sem saber cantar, em alto e bom som

Ivanildo Sales

⁠Mote - O Radialista
O radialista e seu microfone
Tu és um poeta itinerante
Manda informação para o Lar
Aos ouvintes o saudar
No dia-a-dia incessante
Traz a melodia pra dentro de casa
Com sua voz arrasa
Ele na sua locução
Radialista é vocação
Torna nosso dia interessante.
WILAMY CARNEIRO
21.09.2020

⁠⁠⁠A dor de um poeta

Talvez eu precisasse escrever sobre coisas que estão entaladas na minha garganta e talvez seja esse o motivo de tais dores, pois assim como para toda a complexidade do mundo há a religião, toda loucura tem sua razão, talvez eu seja só mais um amante de poemas, mas minha admiração mesmo é pelos poetas, que no meio de tanta dor e angústia, conseguem extrair algo tão belo de um sofrimento tão profundo, pois sem dor não há poesia e sem sofrimento não existe poeta.

⁠Como eu imagino um Poeta
Deve ser colorido na alma e na mente
Deve ser cheiroso pelo perfume das flores
Deve voar como um colibri
Andar manso sobre rios e mares
Deve ser muito alto
Para ter uma visão de tudo
Ou não talvez bem baixinho
Para enxergar as minúsculas criaturas
Deve carregar na mão, sempre uma árvore
Para que não lhe falte papel e lápis
Seu coração é feito de luz
Para que possa iluminar
A humanidade e os apaixonados
A noite já cansado de tanto andar e voar
Vai se deitar na relva
E se conectar com a mãe natureza
Recarregar sua energia
Transformar tudo que viu e sentiu em poesia
Olhar a lua, as estrelas, as nuvens
E criar e poetizar
Nos primeiros raios de sol
Presentear a todos
Com seus belos textos
Encantando a triste morena, o jovem aprendiz da vida, a criança birrenta, o velhinho, o doutor, mas principalmente os apaixonados
Ira falar de amor, de todas as formas e maneiras possíveis
Assim é que descrevo um poeta.
Um ser colorido

O ignorante tem certezas
O sábio tem dúvidas
E o poeta tem hipóteses
Cada um tem suas próprias verdades;

O poeta é um faminto de poesia
um apaixonado sem intenção
que transforma noite em dia
usando apenas imaginação


Poeta
Chora que o choro é um alívio
Pois, deveria se tornar vício
Ele alivia o coração

possui um arco o poeta
mas não possui pontaria
nem sempre que lança a seta
ele acerta onde queria

Às vezes às lança à esmo
e só acerta a si mesmo
quando lê sua sextilha
diz:¨meu Deus,que maravilha!¨

Quando acerta onde queria
aí sim,ganhou o dia
todo poema tem por alvo
o coração de uma maria

O poeta aprendiz

Ele era um menino
Valente e caprino
Um pequeno infante
Sadio e grimpante.
Anos tinha dez
E asinhas nos pés
Com chumbo e bodoque
Era plic e ploc.
O olhar verde-gaio
Parecia um raio
Para tangerina
Pião ou menina.
Seu corpo moreno
Vivia correndo
Pulava no escuro
Não importa que muro
E caía exato
Como cai um gato.
No diabolô
Que bom jogador
Bilboquê então
Era plim e plão.
Saltava de anjo
Melhor que marmanjo
E dava o mergulho
Sem fazer barulho.
No fundo do mar
Sabia encontrar
Estrelas, ouriços
E até deixa-dissos.
Às vezes nadava
Um mundo de água
E não era menino
Por nada mofino
Sendo que uma vez
Embolou com três.
Sua coleção
De achados do chão
Abundava em conchas
Botões, coisas tronchas
Seixos, caramujos
Marulhantes, cujos
Colocava ao ouvido
Com ar entendido
Rolhas, espoletas
E malacachetas
Cacos coloridos
E bolas de vidro
E dez pelo menos
Camisas-de-vênus.
Em gude de bilha
Era maravilha
E em bola de meia
Jogando de meia –
Direita ou de ponta
Passava da conta
De tanto driblar.
Amava era amar.
Amava sua ama
Nos jogos de cama
Amava as criadas
Varrendo as escadas
Amava as gurias
Da rua, vadias
Amava suas primas
Levadas e opimas
Amava suas tias
De peles macias
Amava as artistas
Das cine-revistas
Amava a mulher
A mais não poder.
Por isso fazia
Seu grão de poesia
E achava bonita
A palavra escrita.
Por isso sofria.
Da melancolia
De sonhar o poeta
Que quem sabe um dia
Poderia ser.


Montevidéu, 02.11.1958
in Para viver um grande amor (crônicas e poemas)
in Poesia completa e prosa: "A lua de Montevidéu"
in Poesia completa e prosa: "Cancioneiro"

Um poeta se conforma com a solidão,
Alegria vem apenas para própria destruição,
Atrapalha seu pensamento,
Ilude sua reflexão,
Agradeço a Deus o vazio que ele me deu,
Pois uso meu ponto fraco para meu fortalecimento

Vejo-te como meu ponto fraco,
veio apenas para ocupar o vazio dentro de mim,

Agora só vejo você,
Nada mais sei fazer,
Meu olhar entristece e só
Penso no momento em juntos estávamos

Teu beijo vem a minha mente
Meus lábios por ti anseiam
Mas a razão da existência é de nunca poder me querer,
Isso provoca e meus sentimentos uma contradição
De te amar, mas sem isso poder regorjear.

Tento me enganar sem a minha intuição anunciar
E tudo que mais quero renunciar
A ti mais não posso querer,

Amarei apenas quem sabe o valor do que é...

Viver amando...

Sou um poeta que através da minha conspiração,
Seria Capaz de ir até o infinito me perder dentro de uma constelação,
Apenas para provar que meu amor não é em vão.