Poemas a um Poeta Olavo Bilac
Não tenho visão, sou visionário
no dicionário dos pequenos.
Não tenho calma, trago na palma
a alma dos mais, a alma dos menos.
Não tenho fama, sou difamado
pelos mais amados, pelos mais amenos.
Não tenho abrigo, sou amigo das estradas,
das madrugadas, do sereno.
Não tenho dor, vivo doendo.
Não faço versos,
os versos, em mim, vão se fazendo.
Aos Ávidos e Insaciáveis
Convidava o ser vidente,
Como os portais límpidos
E diáfanos de ilhas
Virginais incógnitas,
Desconhecidas e inexploradas,
Que habitam o imaginário,
Tempestuoso dos pioneiros,
Mais ávidos e insaciáveis.
Ela personificava tua significância,
Ela não levava nada em consideração.
Era o desacordo e a concordância,
Ela não levava nada em consideração.
Reservada apenas aos mais
Vigilantes e persistentes,
Como se o ímpeto,
Desvendasse nela,
Teu próprio sentido ousado.
Num molejo natural e singular,
Dominava o ambiente ao se mover;
Pois ela não andava simplesmente, Marulhava ao navegar pelos espaços.
Produzia insegurança nas fêmeas,
Que orbitavam ao teu redor
E neste entorno abstraía-se
De qualquer fixação alheia.
Ela personificava tua significância,
Ela não levava nada em consideração.
Era o desacordo e a concordância,
Ela não levava nada em consideração.
Reservada apenas aos mais
Ávidos e Insaciáveis.
Ela não levava nada em consideração.
Aos Ávidos e Insaciáveis
Convidava o ser vidente,
Como os portais límpidos
E diáfanos de ilhas
Virginais incógnitas,
Desconhecidas e inexploradas,
Que habitam o imaginário,
Tempestuoso dos pioneiros,
Mais ávidos e insaciáveis.
Ela personificava tua significância,
Ela não levava nada em consideração.
Era o desacordo e a concordância,
Ela não levava nada em consideração.
Reservada apenas aos mais
Vigilantes e persistentes,
Como se o ímpeto,
Desvendasse nela,
Teu próprio sentido ousado.
Num molejo natural e singular,
Dominava o ambiente ao se mover;
Pois ela não andava simplesmente, Marulhava ao navegar pelos espaços.
Produzia insegurança nas fêmeas,
Que orbitavam ao teu redor
E neste entorno abstraía-se
De qualquer fixação alheia.
Boa e Velha Selvageria
Eles querem
Adestrar todo mundo,
Querem todos
Mansos e humildes;
Risadinhas,
Aplausos e brindes;
Risadinhas,
Aplausos e brindes;
Mas nosso espírito
É indomável
E não se dobra
Com palavras vazias.
Só podemos
Prometer a eles,
Nossa boa e velha
Selvageria.
Os versos são minha caneta e
a poesia é meu papel
Eu começo a escreve na terra
enquanto a cabeça viaja no céu
Verdadei minhas mentiras
de tal modo no abismo
mais profundo de mim
que as flores viçosas de plástico
coloriram e perfumaram meu jardim.
Sucumbi às minhas verdades
de modo tão íntimo, tão intenso
que construí com lágrimas
e com lenços
minha torre de marfim.
Vivi de tal modo
todos os meus eus,
que já não sei quem
me dirá adeus
quando eu chegar ao fim.
Se você pudesse
ouvir meu olhar,
evitaria a verdade
que, em minha boca, tropeça.
Se você pudesse ver
a alegria de minha alma,
quando a aurora começa,
amaria o menino
que a noite flecha.
Silhuetas em Contraluz
Sombreados nebulosos,
Minúcias indistintas,
Virtudes ameaçadoras,
Ameaças furtivas.
Valentia acovardada,
Medonha ousadia,
Até que a bravura afoita,
Jorrasse sobre nós.
Compusemos silhuetas,
Capturas em contraluz,
Majestosas ambições,
Pretensão que nos traduz.
A lacuna entre nós
Revelou-se assombrosa,
Tal relevo irrevogável
Intitulou nosso abismo.
Cada decisão traçou
Rocha em precipício,
No desfiladeiro, o princípio
Sempre foi a terminação.
Compusemos silhuetas,
Capturas em contraluz,
Majestosas ambições,
Pretensão que nos traduz.
Nossas silhuetas
Vêm em contraluz,
Nossas silhuetas
Vão de encontro à luz.
