Poema Terra
Estações amigas
A primavera alegra-me desde menina
Na natureza e nas pinturas de Linah
Na terra dos ipês a florada é perene
Assim como as orquídeas de Irene
O outono inspira-me e faço poesia
Sempre na lembrança as Marias
Heloisas, Lúcias, Anésia, Helenas
Loiras, ruivas, grisalhas, morenas
No inverno a circunspecção cotidiana
Lembrança da juventude com Eliana
Histórias partilhadas com Emiliana
E a poesia de Elzinha vem soberana
No verão o amigo sol com seu calor
Bendigo o pão de Sandras com fervor
Mara, Maris, Maíra, Marinês e o clamor
Tempos de Regina, Marilena com amor.
(Bia Pardini)
Há aproximadamente 400 mil anos vivemos conectados com a natureza, a mãe terra era (e ainda é) uma parte nossa, onde todos os recursos de nutrição, acolhimento e cura se podem encontrar. Muitos fatores nos distanciaram deste contato o que nos trouxe conseqüências devastadoras. Esse é um convite à conexão e à reconstrução da nossa casa. Ainda há tempo de reconstruir essa grandiosidade.
Soraya Rodrigues de Aragão
A liberdade é como um rio que se não pode represar.
Mas suas águas precisam fertilizar a terra da justiça.
se esta terra fosse surda
e os seus pés respirassem
mudos na penetrante calma
do Alentejo
talvez a isóscele sombra
que me encandeia o crânio
iluminasse
num só suspiro
o esplendor vítreo
do sono
e fosse uma cratera
ou criatura
viva e venosa
e litúrgica
fina e mansa
como um ritual
ganhando luz
sobre o solo
e não apertasse esquiva
a garganta da planta
que a raiz engole
e torna infértil a terra na terra.
(Pedro Rodrigues de Menezes, "se esta terra fosse surda")
uma flecha que anoitecesse no tempo
lugar, pedaço de terra, erva ou árvore
uma flecha que resistisse implacável
à biologia de uma meia volta de Úrano
sem a subtracção de uma soma
este lugar contém o mesmo
azul celeste sem ser galáctico
poalha invisível sem ser cósmico
é este o lugar onde renascem
os primeiros homens órfãos
do destino sem distinguirem
a mortalidade do seu tempo
densos e altos e firmes poentes
ave, voo pleno ou plano boreal
desvelam frondosos sobre a água
o misticismo das sereias mudas
ninguém as vê plantando os peixes
ninguém as vê caminhando sobre o céu
ninguém as vê contando as pedras
e os peixes voam no céu como pedras.
(Pedro Rodrigues de Menezes, "os peixes voam no céu como pedras")
Encanto
Beija- flor
beijou a flor.
Voou.
Em terra firme pousou.
Encontrou o amor.
Se encantou.
Tal qual dois sóis,
irradiam alegria.
Juntos, transcendem poesia.
Amor que floresce,
perfuma a alma.
Enobrece.
Chuva
Gotas de água
inunda a terra
enche meu peito
de incertezas
sinto o barulho
colidir no telhado
percorre meu corpo
no silêncio da noite
chama exausta
recompor o sono
entrelaçada de mistério
@zeni.poeta
Desencontro
Se a terra tá molhada choveu
o que procuras que não sentes?
tatear no chão que pisamos
rastejar no solo escuro
desacerto com o mundo
procurar a existência
na essência da flor
que é promessa de vida
@zeni.poeta
É que a justiça suplanta
Aos que causam pranto.
Sangra a terra, propaga miserabilidade.
É que o Senhor não compraz.
Coração de maldade.
Que visita era, tempos e gerações.
De segundo à segundo.
Nesse tempo, em cada minuto.
A justiça sopra, vigora corações.
Senhor que alimenta, sustenta.
Senhor que conheces cada coração.
Do sincero, do humilde.
Do arrogante conspirador.
Do joio, do trigo.
Do real, do inimigo.
Que a excelência abre o chamado para muitos.
Tantos e todos.
Contudo a porta é desafiadora.
A porta é zelosa.
É santa e gloriosa.
Não se agrada de enganos tolos.
Tua presença que abre caminho.
Senhor, Jesus, Altíssimo de nossas vidas, penhor.
Que enche, transborda, sacia.
Tua benevolência.
Misericórdia todo dia.
Tua justiça, que impõe a verdade.
Que vivifica, que erradia.
Giovane Silva Santos
Os homens
como soldados de chumbo
vida sem valor
As doenças aqui
purgatório da Terra
A vida- corrupção
Ah! Acende toda luz,
Iluminando a Terra
que convive com a dor,
Sem esperança.
Vai onde há a dor, e cura!
Vai onde não há amor, e ama!
Vai onde há a dor, e alegra!
Vai onde não há amor, transforma!
Teu toque forte muda a sorte de quem Te encontra.
Deus, onde estás?
(Deus, onde estás?)
Como podemos saber o que vai acontecer na terra depois da nossa morte?
Todos se esforçam para ter o melhor desta terra; contudo, o seu apetite jamais se satisfaz.
O que tem o sábio a mais do que o tolo?
O que tem o pobre que sabe andar perante os vivos?
É muito melhor ficar satisfeito com o que se tem; do que estar sempre querendo mais.
Isso é ilusão; é angustia de espírito.
Súplica
Tirem-nos tudo,
mas deixem-nos a música!
Tirem-nos a terra em que nascemos,
onde crescemos
e onde descobrimos pela primeira vez
que o mundo é assim:
um labirinto de xadrez…
Tirem-nos a luz do sol que nos aquece,
a tua lírica de xingombela
nas noites mulatas
da selva moçambicana
(essa lua que nos semeou no coração
a poesia que encontramos na vida)
tirem-nos a palhota ̶ humilde cubata
onde vivemos e amamos,
tirem-nos a machamba que nos dá o pão,
tirem-nos o calor de lume
(que nos é quase tudo)
̶ mas não nos tirem a música!
Minha terra é diversificada
Todas as etnias temos por lá
Das negras as brancas, das índias e pardas
Todas vem a recitar
Na minha terra sou amarela
Como a areia ao lado do mar
Nenhum mal nunca sofri
Pois minha cor sempre há de me salvar
Minha terra é preconceituosa
Pronta para marginalizar
Pois um negro segurando guarda chuva
É morto para nos "salvar"
Minha terra precisa de cura
Está sim será difícil de encontrar
Pois a cura está somente no amor
E o preconceito nos impede de amar.
Mulher, é como estrela que brilha no céu
é o sol que ilumina a terra
sem pensar conquista o mundo
é como ponto de equilíbrio do universo.
Mulata de Benguela
Mulata da terra de Pepetela
por ti me apaixonei
Dei-te o meu coração
essa paixão é tão linda
Os pingos da chuva são músicas
A terra seca festeja
Fica alegre, esbanjando beleza
Dando frutos de presente
Obrigada natureza.
terra
Onça-pintada
tamanduá, jacaré.
baobá, ipê amarelo
jacarandá.
seu zé, dona maria
padre José.
um pouco do todo
cabe em um poema,
mas não cabe no
seu mundo?
A ESTRADA
Velha, solitária e longa estrada de terra batida,
Que aos poucos, desaparece ao final da curva,
Eu busco esperanças e os novos sonhos de vida,
Deixando as marcas no chão dos sinais da chuva.
Um chapadão que se perde no infinito,
Sob o perfume da terra e da Natureza,
Uma montanha que surge de azul tão bonito,
Formando um ambiente ideal e de rara beleza.
É um pedaço do céu, que se encontra com a terra,
É o ar puro que se mistura ao cheiro e frescor,
Com o verde das plantas e a beleza da serra,
Numa perfeita harmonia do Deus Criador.
Passo a passo eu sigo meu caminhar,
Levando saudades de alguém que ficou,
E não medindo distância aqui vim buscar,
O bálsamo da vida, para a cura de amor.
Um amor de fantasia, de quimera ilusão,
Sem opção de escolha, nem outro caminho,
Que deixa marcas profundas no coração,
Não vale a pena sofrer e amar sozinho.
E nesse paraíso solitário eu vou vivendo,
Numa meditação de leveza e de alma pura,
Minhas tristezas de amor eu vou escondendo,
Pois o tempo é sábio e com o tempo se cura.
Vim buscar minha paz, meu sossego de vida,
No sopé daquela serra e ao final da estrada,
Numa casinha simples e nessa terra perdida,
Fincarei minhas raízes e farei minha a morada.
O próprio tempo ao seu tempo, afinal vai dizer,
Sobre paz que me envolve e o desejo de ir embora,
Mesmo que minha memória se recuse a esquecer,
A velha estrada e tempo escreverão minha história,
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