Poema Sobre Solidão
(Insônia)
Passa sol, passa chuva, passa noite, passa o dia
Faça dia ruim, faça dia bom, eu vou estar lá
Parado
Em silêncio, toda madrugada eu preciso pensar
Sozinho
Entre os luares eu ouço os sussurros a gritar
Não escuto pelos ouvidos, eu escuto pela alma
Calo-me
Não falo com a boca, eu converso pelos olhos
Eu, papel e a caneta, nós estamos a conversar
Esperamos
As ideias são como a lua, estão sobre a cabeça
As letras e palavras vem toda hora me encontrar
Escrevo
A tinta riscando a folha motiva-me a não parar
Todos os anos de insônia com olhos abertos
Não durmo
Todo o sono mal dormido, sonho vivendo
Quando a poesia perfeita vier na madrugada
Eu poderei finalmente em meu leito descansar
Serei um poeta.
Cada música me lembra de que você se foi
E sinto um nó se formar na minha garganta
Porque estou aqui sozinho
A vida nos quebra
O tempo nos monta
O amor nos dá vida
A morte nos convida pra dançar com ela
E quem dança somos nós sozinhos.
Carta aos Anjos
Não vejo mais o trem partir
Preso na vida da escuridão
Não quero mais sorrir
Só encontro solidão
Mas mesmo na escuridão
Tentava encontrar o caminho
Lutando pela minha salvação
Enfrentando o frio sozinho
A tristeza que me faz ir
É o mesmo medo me faz cair
Quero um lugar sem dor
Onde a vida já não tem valor
Minha mente, aflita
Com vida que me atormenta
Não suporto mais esse grito
Um corpo que não aguenta
A solidão me sufoca
E o desespero é meu guia
Leve-me até a corda
E a morte me arrepia
Com lágrimas nos olhos
E o coração em despedida
Dou adeus aos meus anjos
E me entrego à partida.
Sinto o peso da solidão
Que cerca como um abraço
É a dor do meu coração
Que me leva a este cansaço
A angústia em minha mente
Me faz perder nosso laço
O sofrimento é meu presente
Eu não suporto meu fracasso
A solidão me sufoca
E o desespero é meu guia
Não vejo mais a vida
E a morte me arrepia
Não há mais razão de ser
Nessa vida sem sentido
Apenas o desejo de morrer
Me traz um pouco de alívio
Com lágrimas nos olhos
E o coração em despedida
Dou adeus aos meus anjos
E me entrego à partida.
Agora que vislumbrei o brilho dos teus olhos,
Luz que iluminou o meu dia com desvelo,
Que será então do astro chamado Sol,
Que outrora brilhava em tua mocidade tão bela?
Será que o Sol não mais brilhará com tanto esplendor,
Como nos dias em que eras tão jovem e serena?
Ou será que as estrelas reluzentes não mais iluminarão,
As minhas noites tão solitárias e plenas de pena?
Mas mesmo que o Sol perca seu brilho dourado,
E as estrelas se apaguem no céu estrelado,
Tu és a minha luz, meu Sol, minha estrela guia,
E em teus olhos eu encontro a alegria e a harmonia.
Nada há que me aqueça
Gotas de chuva vêm me molhar.
É o céu a chorar.
Pequeninas lágrimas a escorrer.
Um mundo inteiro quer ver florescer.
O céu.
Azul.
Imenso.
A me cobrir.
Um amor intenso me faz sentir.
Eu e meus pensamentos, apenas.
Na solidão das horas...
No silêncio da solidão.
O sol não aparece.
Nada há que me aquece.
O céu.
A chuva... gotinhas pelo meu corpo a escorrer.
Minha garganta queima e quer gritar.
O vento começa a uivar.
Sinto-me pouco a pouco nos meus pensamentos a me afogar.
Na universidade, um mundo sem cor,
O caminhar solitário, um triste labor.
Mas o conhecimento, pode ser gerado,
Sem que a dor seja sempre seu fado.
A alma perdida, buscando seu lugar,
A solidão, difícil de suportar.
Mas no desafio, há uma luz a brilhar,
No encontro de mentes, o saber a desvendar.
A universidade, sem alma aparente,
Esconde segredos, saberes latentes.
O conhecimento, não precisa ser penoso,
Pode ser uma jornada de prazer generoso.
Encontre camaradas no mesmo intento,
Descubra juntos o sentido do aprendimento.
No diálogo, nas trocas construtivas,
Encontre alegria em novas perspectivas.
Que a universidade se revista de calor,
Que o conhecimento seja um manancial de amor.
No encontro de mentes, em harmonia,
Que o caminhar solitário se dissipe um dia.
Que o saber seja um processo compartilhado,
Onde a solidão se transforme em abraço afetado.
E que a universidade, com alma e sinfonia,
Seja um lugar de trocas, de amor e poesia.
No abismo da minha alma, um pranto sem cessar,
Uma tristeza profunda, difícil de suportar.
A dor dilacera, como navalha afiada,
E o desespero consome, deixando a alma arrasada.
As lágrimas fluem, como rios de desolação,
Um oceano de tristeza, sem margens de consolação.
A solidão é meu único refúgio, meu triste abrigo,
E a escuridão envolve, como um manto sombrio.
Sinto-me perdido, um náufrago na tempestade,
Afogado em angústia, sem esperança, sem piedade.
As sombras me cercam, sussurrando palavras de aflição,
E a melancolia me envolve, em sua cruel canção.
Nas minhas veias corre a tristeza, como um veneno,
Envenenando a alma, corroendo o meu ser pequeno.
A tristeza me consome, deixando marcas profundas,
E a vida perde o sentido, nas suas voltas vagabundas.
Oh, como anseio por um alento, um raio de luz,
Para romper essa escuridão, essa dor que me seduz.
Mas por agora, mergulho nas profundezas do sofrimento,
Deixo as lágrimas escreverem, meu lamento no firmamento.
Eu fiz uma viajem
Além da imaginação
Da loucura eu vi a margem
Na beleza a perfeição
Na ousadia achei coragem
E muita reflexão
O tempo não tem barragem
Mas tem muita solidão
O medo como forragem
Cobrindo a capa do chão
Eu volto dessa viajem
Trazendo oque achei de bom
o som mais gritante é o silêncio
falando das coisas do coração
Não há nada o que dizer
Existe apenas um vácuo escuro
Um vasto mar de desprazer
Já cansei de estar cansado
Odeio amar a solidão
Mas almejando estar calado
Falo as coisas do coração
A alegria ou a tristeza
Nulidade em seu esplendor
Apenas tolas vaidades
De um coração sem amor
Anda o cego aos tropeços
Absorto em trevas densas
Jaz o morto sem o fôlego
Corpo inerte que não pensa
No fim de tudo o coração
Já enfadou-se de estar só
Mas longe ouve-se a canção
Esperança em sol maior.
Deixamento
Por que você vem?
Vem e não fica?
Vai e não volta.
Chega e parte,
deixa muito,
leva muito,
mas eu fico e sinto pouco,
vivo pouco,
amo, ainda menos.
Por quê?
Não vá!
E deixe
o sorriso,
a alegria,
o calor,
o fogo,
a paixão,
o medo,
tudo que tens,
e que quero ter,
tudo,
você.
Sem fim
.
O tempo me leva
Na eternidade desse amor
E me deixa como estou,
Um com ela onde eu for...
.
No campo estas flores
E o tom selvagem deste amor,
Que me brada no silêncio
Do meu grito em furor...
.
Ela é viva e vívida nesse amor
Que me aquece
E me enlouquece sem pudor...
.
Eu aqui e ela lá
Onde sempre está em mim,
Nesse tempo em que eu me tenho
E vivo este amor sem fim...
.
Edney Valentim Araújo
Em meio a toda essa fumaça tenho tentado me manter acessa.
Sem conseguir fungir
não enxergo nada nessa prisão,
paredes e paredes.
Enquanto minha chama cessa,
Fumaça e Fumaça.
Quando me vi diante daquele abismo achei que cairia sozinho, porém fui empurrado para lá.
A morte me olhou nos olhos e eu a rejeitei. Ainda não era seu momento, a vida apesar de difícil sempre me foi bem mais atraente.
Andei resistindo a tempestade, para contemplar águas pacíficas.
A sensação de estar totalmente sozinho, e de não poder contar com ninguém, é uma porta aberta para a solidão.
E é fácil acostumar-se com ela.
Solidão, sucede a depressão.
O Pescador
Que te passas pela cabeça, ó pescador de lagos desertos?
Vens assim com o teu barquinho disfarçado,
Com intenções agasalhadas na surdina,
Sem anúncios, sem aviso, sem nada?!
Por acaso pensas que meus lagos podem encher tuas cestas de peixes?
Meus lagos não saciam tua fome de abundância,
Porque também sentem o peso da escassez,
Perecem todos os dias sob o sol do abandono,
E morrem a cada amanhecer na solidão.
Os ventos passam levando minhas águas,
E meus lagos vão secando tristemente,
com bocas abertas pedem socorro,
Enquanto definham no silêncio,
Refletindo o céu que parece sempre mais distante...
Rozilda Euzebio Costa
Tudo estava nebuloso.
Vivia um dia após o outro, confortável demais.
Confortável em ter sentimentos confusos, confortável em ser "mais uma", confortável com os gritos que fugiam do mais profundo da minha alma.
Tal estado era questionável e deplorável. Afinal, teria sempre que forçar um sorriso?
Passei a questionar-me acerca de sua existência e a razão da minha.
Uma segunda dúvida surgiu, e depois dela, infindáveis.
Mas houve luz e, em meu último suspiro, encontrei você, ou você me encontrou.
Da lágrima, um silêncio de júbilo, que só eu senti no meu coração.
Na tempestade e na bravura do vento, houve paz.
Na solidão, houve consolo, pois descobri que você estava lá.
Era eu e você, e não estava nebuloso. Sua fé me fez enxergar e seu sopro me fez viver.
Hoje em mim a vida pousou no deserto
O ar é vazio
Em vão meu peito avança pro nada
Estou só
Morri e não vi!
(Rodrigo Gael - Portugal)
Quista
.
Amei-te como amada
Que se ama mais amante...
De baixo a cima bem rompante,
Me visto no tapete do teu corpo.
.
Fico louco e sou mais louco
Quando ouço como ouço,
Um momento e outro
Sou mais eu dentro do teu corpo...
.
Sou seu quando estou dentro
Onde me ponho em contento.
Corpo alma e pensamentos,
Eu “aurora” me vejo nela “boreal”.
.
Amei-te como amada
Que se ama sempre amante.
Sempre quista como quero,
Amante que eu amo.
.
Edney Valentim Araújo
Há um vazio na minha alma,
um poema que não existe,
uma dor que não se acalma,
um amor que não resiste.
Sinto-me perdido nessa espera,
nessa tarde de sábado sem fim,
aguardando o ser que me completa,
aquele que me faz sentir assim.
As horas passam lentamente,
o sol se põe no horizonte,
a brisa suave sopra docemente,
e eu ainda espero por esse encontro.
Meus pensamentos vagueiam sem rumo,
e sinto cada vez mais a solidão,
mas então, um sorriso ilumina meu mundo,
e finalmente, o meu amor chegou.
A tarde de sábado nunca mais será a mesma,
pois agora ao lado do meu bem querer,
o sol brilha com mais intensidade,
e meu coração volta a florescer.
Esse poema que antes não existia,
agora se transformou em uma bela canção,
que ecoa em nossa união,
e o amor nos guia em cada direção.
