Poema Sobre Solidão

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Subversiva

A solidão
Quando vem
Respeita nada não...

Nem lembranças tem.
Quando ela fica sem noção
Há suspiros, também.

De qualquer de seus abismos
Desconhece o coração
E é cheia de egoísmos

Relincha
Nos seus fanatismos,
Então, a alma guincha.

Só depois da sofregdão
Reconsidera: no silêncio
E deixa a ventura na mão
Em um poema sombrio...
De farta imaginação.
No vazio!

E promete incendiar a razão.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Paráfrase Ferreira Gular

Inserida por LucianoSpagnol

ASSOMBRAÇÃO

Tenho uma solidão, tapera sombria
Assombrada, de sonhos penitentes
Onde anda a ilusão tristonha e fria
Na saudade, poetando os ausentes

E no vazio, a alma sem doce poesia
Tal paz duma sepultura, os poentes
Sois, num entardecer de melancolia
Tatalam as mãos, olhar e os dentes

No silêncio o ranger da imaginação
Pelos cantos os vultos em prantos
Das lembranças, tal qual fiel serva

Que invadem as órbitas da emoção
Soturnos fantasmas e, quebrantos
Segregando o espírito na tênia treva

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

CONTRIÇÃO (soneto)

Às vezes, uma saudade me silencia
Nesta solidão e um vazio que ando.
Sofro e cismo, no cerrado, quando
As lembranças do mar são teimosia

Dores e saudades sufoquei calando
Desespera!... uma explosão, todavia
Ah! Como eu quisera, uma outra via
Porém, sorte, é fator não um mando

Percebo que naufraguei na solitude
Revolto, neste princípio de velhice
Choro e rio, brado, farsa ou atitude

As venturas que não tive por asnice
Meu remorso, o que viver não pude
E os amores, o amor que não disse!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, novembro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Em Você

Encontrei tranqüilidade e calma,
Consolo para a minha solidão,
Acalento aos desejos da alma,
Verdade nas palavras do coração.
Em você...
Os dias amanhecem em euforia,
As tardes são cheias de alegria,
As noites já não são mais frias.
Encontrei você...
Com luz de sonhos e vitalidade,
Com oferta de amor nas mãos,
Com um sorriso que traz realidade,
Com um olhar de candura de uma flor,
Com o corpo cheio de abrasador calor.
Encontrei em você...
A possibilidade de então ter
Deste amor poder viver
Para sempre a ti pertencer
Em você encontrei...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
13/11/2007

Inserida por LucianoSpagnol

O solitário,
pasmo da descoberta
conduziu-se de poeta
e, tentou salvar
a sua solidão.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
10/06/2019
Cerrado goiano
Paráfrase Sérgio Santal

Inserida por LucianoSpagnol

vai

tal qual a companhia
busca por um olhar
lá vai o silêncio
solidão e apesar

tal qual a poesia
no uso da inspiração
lá vai o poeta
ilusão e emoção

tal qual o amor
quer um doce amar
lá vai a paixão
fugaz e salutar

Tal qual o poeta
finge sinceramente
lá vai a caneta
trova e a rima inocente

tal qual o fado
é traçado no florecer
o amanhã é desafio
novo sol, outro amanhecer

lavai... vai

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
setembro de 2019
Araguari, Triângulo Mineiro
paráfrase prima Líria Porto

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO NA CONTRAMÃO

O badalo bate, o sino da igreja soa
Qual navalha o som corta a solidão
Chiando no silêncio pesar e aflição
E no relógio a hora a ligeireza ecoa

Num labirinto de saudade e emoção
A lembrança de asas no tempo voa
Desgovernando o sentimento a toa
Num vácuo de suspiros no coração

Então, o seu ganido invade a proa
Da alma, que se sente sem razão
E cansada de tantos ruídos, arpoa

Nesta quimera de dor e de paixão
Os olhos são cerrados pela garoa
Pingada das lágrimas na contramão

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Dezembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO SEM SORTE

Amor, quantos espinhos há na tua haste
Arranhando a solidão aqui no meu peito
Errante nos sóis e chuvas, sem ser eleito
Entre estações sós, num triste contraste

Saudades passam, e não passa o efeito
Porém, tu e eu, amor, no mesmo engaste
O fado faz que a desventura nos arraste
Por outonos, num desfolhamento do leito

Pensar que custa tanto, tanto desgaste
Quando poderia ser diferente, ser feito
Com companhia, desde que chegaste

Mas tu e eu simplesmente sem preceito
Ali onde o passado no remorso choraste
Semeamos a sorte sem nenhum proveito

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

A SOLIDÃO QUE INQUIETA (soneto)

A solidão que inquieta, pesar repicado
Da distância, que a lamentar me vejo
Não basta o choro por estar separado
São infortúnios do fado que lacrimejo

Tão pouco é saber que sou amado
Nem só querer o teu olhar: o quero
Muito. Este sentimento tão delicado
Onde os versos rimam no teu beijo

São saudades que no peito, consomem
Que não me acanham, e é tal pobreza
Do vazio, por eu não ao teu lado estar

Mas eleva o afeto dum piegas homem
Ser de erros sempre e, na maior pureza
Existir no amador e humanamente amar...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, agosto
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

À SOLIDÃO (soneto)

Oh! jornada de inação. O silêncio em arruaça
Arde as mãos, o coração, aperreado arrepia
O olhar, tremulo e ansioso, tão calado espia
O tempo, no tempo, lento, que ali não passa

No cerrado ressequido, emurchecido é o dia
E vê fugir, a noite ribanceira abaixo, devassa
E só, abafadiço, o isolamento estardalhaça
No peito aflito de uma emoção áspera e fria

Pobre! Se põe a sofrer, nesta tua má sorte
No indizível horror de um sentimento vão
Quando silenciosa e solitária é a morte...

Bem à tua paz! Bem ao teu “às” sossego!
Melhor na quietude, ao espírito elevação.
Se na solidão, viva! E saia deste apego!...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, 11 de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Lágrima e um verso

Quando no cerrado o silêncio vozeou
De uma solidão, gemendo, todo faceiro
Dentro do coração a dor assim zombou
E ofegou o bafejo do suspiro primeiro

E a sofrença sentiu os olhos rasos d’água
A boca sequiosa, cheia de fel e ardume
Ali brotou a flor da aflição e da mágoa
E no peito, a tristura em alto volume

E no árido chão, por onde ele passava
A desventura espalhava feito sementes
E na terra, o padecer então empoeirava
E germinava com as lágrimas ardentes

Foi então que ali me vi na via dolorosa
Tão chorosa a poesia triste de saudade
Com espinhos e perfume, como a rosa
Num cortejo, fúnebre, sem a felicidade

Enfadando na alma os gritos e soluços
Ia a noite assombrada e não dormida
E os sonhos esfalfantes e de bruços
Avivado, e a tecer a insônia ali na lida

E assim se fez o oráculo sem encanto
E num canto o destino algoz e largado
Entre lamentos e um poetar em pranto
Lágrima e um verso, penoso e chorado

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
18 de novembro de 2019 – Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

RONDA SILENCIOSA

Solidão cerrada, aquietada, escura
Afora a janela, o cerrado tão calado
Na imensidade do céu não fulgura
Um só brado, um ermo imaculado

Cá dentro, a mudez flébil murmura
E a melancolia no vento é fustigado
Escoriando a alma, áspera candura
Em um rasgar do silêncio denodado

Ecoa surdamente sôfrega bofetada
De escora frouxa, completamente
Aflando ali a apertura tão abafada

E, a letargia, assim, vorazmente
Faz tácitos claustros de morada
Em ronda silenciosa, lentamente

© Luciano Spagnol- poeta do cerrado
Cerrado goiano, 5 de dezembro, 2019
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

SOFRÊNCIA

Nu, o meu lamento pranteia na solidão
Na minha dor o silêncio me comprime
E, em suspiro visceral que me oprime
A boca saudosa de teu beijo, só ilusão

Nessa tortura aflitiva do meu coração
O desejo de outrora não mais inanime
Uma realidade, o que já foi tão sublime
Faz-me arrepiar em amarga sensação

Em melancolias de dessabores infinitos
E minh’alma vozeando em frêmitos gritos
Rompe a exaustão do dia, em um frenesi

E o tempo alonga as horas, lentamente
Escreve a sofrência já no cerrado poente
Num soneto jeremiado, e chorado por ti...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18/12/2019, 17’14” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Reflexão sobre a Vida sem Amigos
Na vastidão da vida, um eco de solidão,
Já fui acolhida por amigos, um abraço de coração.
Quando a família se virou, as contas se tornaram pesadas,
Foi na amizade que encontrei as luzes apagadas.
Mas a vida é um ciclo, cheias de nuances,
E eu, que fui abrigo, também fiz as minhas danças.
Péssima amiga, talvez, em momentos de dor,
Ferindo quem foi bom, sem saber do valor.
Traições marcaram, como cicatrizes na pele,
A confiança despedaçada, um amor que se enredou em um fel.
A dor do abandono, um lamento profundo,
Quando quem amei se foi, deixei vazio em meu mundo.
A vida sem amigos é um horizonte embaçado,
Um deserto sem riso, um caminho isolado.
Mas, ao refletir, percebo que cada dor ensina,
E que as lições são parte da própria sina.
Os amigos que se foram, deixaram seu legado,
Cada risada, cada lágrima, um amor que foi amado.
E mesmo na ausência, guardo suas memórias,
Um mosaico de vivências, entre risos e histórias.
É preciso aceitar que a vida é assim,
Um jogo de perdas, onde o amor pode ter fim.
Mas na solidão, uma força eu descubro,
Que, mesmo sem amigos, ainda sou um ser puro.
Custo a perdoar a mim mesma, pelas falhas,
Mas a busca por crescimento, em cada lágrima que estilha.
A vida continua, mesmo sem o calor de um abraço,
E em cada amanhecer, renasço no meu passo.
Que eu aprenda a ser amiga de mim mesma,
A encontrar na solidão um espaço de beleza.
E que, quem sabe um dia, novos laços se formem,
Em uma dança de almas, que, juntas, se transformem.

Inserida por Medodesofrer

COBRA CEGA (soneto)

Era a saudade, saudade crua que vela
A solidão. Com a impostura do pranto
Que sente falta, partida em um canto
Do coração, que se veste da dor dela

Era a lembrança! Curvada na janela
A esperar que se quebre o encanto
E no horizonte desanuvie do manto
Da noite vazia, e se torne leve e bela

Era a angústia com a sua tristura cada
Era o seu silêncio e o seu tempo lasso
O desespero na negrura da madrugada

Que brincam, com o desanimo crasso
De olhos vendados, e a ventura atada
De cobra cega com o prazer escasso...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05/04/2020, 15’11” – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SOLIDÃO INQUIETA

Inquieto no peito os soluços e os gritos
Do silêncio que rege uma tal despedida
Há choro, lamento, e tarares contritos
Para, infeliz, galgar o prosseguir da vida

Teu cheiro, nos meus dias viraram ritos
O meu capricho está sempre de partida
E os meus ineditismos estão proscritos
Sem tu, o coração é uma imensa ferida

Mas tua alma ficou, tatuada na poesia
E assim os sonhos confidencias pra lua
Das noites de devaneios, amor e magia

E nas trovas de solidão inquieta e nua
O poetar é de dor em forma de agonia
De quem vagueia despovoado pela rua

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 de junho de 2020, Triângulo Mineiro
Sertão da Farinha Podre
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ESPAÇO (soneto)

Tragando a vastidão do cerrado profundo
A solidão num canto, a saudade devassa
Saudade do afeto que no peito arregaça
E que vagueia na dor, lamentoso mundo

E na esteira sem fim da tristura sem graça
Ei-la embalada na sofregdão de moribundo
Recostado no abismo sepulcral sem fundo
Do pesar, e encruado suspiro que não passa

Poeto. Me elevo em busca de um conforto
Vou pelo estro de encontro a outro porto
Pra aurorear a sensação com cheiro de flor

E nesta emoção que se tornou um lastro
No vazio. Cheio de pranto no árduo rastro
Cato a poesia para abrir espaço pro amor...

© Luciano Spagnol -poeta do cerrado
19/07/2020, 15’10” - Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠VERSAR MORIBUNDO (soneto)

Tome, solidão, está espada, e.… fira
Meu sofrente coração, tão azarento.
Que importa a mim ter árduo lamento
Se a sorte no destino é persistente ira

Ah! .... emoção lacrimosa e funesta lira
Que ao vazio regi, mirrando o momento
Que esbroa o plural tramite do alento
Polvilhando no peito essa dor tão cuíra

Ó silêncio! Que vem musicar saudade
Troando a minha vida em tempestade
Na aberração do infortúnio fecundo...

Mas a atormentada trava da teimosia
Infeliz. Catuca a inspiração da poesia
Sangrando o meu versar moribundo!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/07/2020, 09’12” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CONFIDÊNCIAS (soneto)

Eu fui falar, vexado, da minha solidão
Ao cerrado; e aos arbustos torcidos
Querendo pacificar a minha emoção
Dessas pequenas queixas e alaridos

Incomovido permaneceu sem alusão
Não quis a lamentação dar ouvidos
Nem cessar as cantilenas na imensidão
Pôs-se indiferente aos meus sentidos

Mas, devagar passou a prestar atenção
Aquietou-se mais, e mais ainda contido
Arregalou-se para a carrancuda aflição

E, em um ato inesperado, assim, dizia:
- Caro poeta acabrunhado e, aturdido
Da melancolia me converto em poesia...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26/07/2020, 07’30” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠⁠IRREVOCÁVEL

A minha solidão tem sonhos imensos
Que poetam sensações sem arreatas
Onde o eco do querer, em serenatas
Na inquietação, tem vigores extensos

Meu coração tem umas tais colunatas
E ali agitado, vivo com olhares densos
Atraindo, com devaneios tão intensos
E uns sentimentos e pesares primatas

Nesse templário de sonhos e poesia
Entrei ávido nessa catedral um dia
Pra me contagiar com o doce sabor

Doados pelos cavaleiros medievais
Da paixão, amos destas catedrais:
Me vi, irrevocável, ao provar amor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 de agosto de 2020- Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol