Poema Quase de Pablo Neruda
Em alguns momentos
Se está com as mãos cheias,
Em outros tantos
Elas parecem vazias.
E mesmo assim
Com tantas incertezas,
Vai se fazendo
A vida.
Tenho uma certeza que me faz refletir
uma verdade, até agora imutável
saber disso me faz diferente, me torna mais gente
e assim vou vivendo, amando e crendo
Não querendo ser maior, porquê serei rebaixado
Não querendo ser melhor, porquê serei igualado
E quando esse dia chegar Ele lá estará
Para me receber e sua Glória vou ver
E quando esse dia chegar e logo chegará
Serei igual ao primeiro, e não diferente do último
A certeza da morte, a certeza da morte, a certeza da morte.
É mais fácil chamar alguém de louco do que compreender o seu raciocínio.
Todos os vivos são loucos.
Todos os loucos são motivados por algo, por mais vivos que possam parecer.
Ver a vida como uma caixa de surpresas;
muito se ganha e muito se perde;
algumas coisas vem e outras vão;
sempre se tem: um desejo, uma vontade, um sonho;
Mas tudo, incondicionalmente, "tudo" se torna claro;
somos mesmo felizes com o que um dia não desejamos, nem tivemos vontade e de uma forma ou outra vivemos em sonho nunca antes imaginado.
ÊÊÊ Senhor...
Enviou-me para cá para
comer, dormir,
estudar, trabalhar.
Amar, não.
Mas fazer o quê né?
sou humano, errei
ocorreu-me essa mutação...
Sei quem és
Se eu soubesse seu nome...
Mas sei como se chama o teu olhar;
Estrela é o seu nome,
Pois, seu brilho é pleno e radiante
Quando contempla o meu céu.
Se eu soubesse seu nome...
Mas sei como se chama a tua boca;
Tentação é o seu nome,
Pois, são como um labirinto
Onde a minha boca
Anseia por se perder.
Se eu soubesse os seus mistérios...
Saberia, quem realmente é;
O que pensas...
O que desejas...
Mas como sei,
Que jamais saberei
Quem é;
Conformo-me em saber
Que você tudo oculta
Por nada dizer.
Ser essência
Seja sempre a sua essência
Pois ela é a perfeição
Não desejes ser o que querem que você seja,
Mas, seja aquilo que verdadeiramente és...
A imagem e semelhança de Deus.
Pois, se não fores,
A iniqüidade te consumirá.
Olhar
Olhar que tudo percorre,
Olhar que sente,
Olhar que adentra,
Olhar íntegro de segredos.
Olhar...
O seu olhar diz tudo daquilo que não revela.
Sofrer?
Amargura...
Ilusão?
Limite?
Porque sofremos?
Mesmo que não ansiemos
Ele sempre peregrinara em nosso caminho.
Como é experimentar o que não é sentido?
Se não me conheço,
Talvez já não exista mais...
Se já não anseio por existir,
Talvez resolvesse renunciar
A caminhada sem fim, com a dor.
Além dos olhos
Alguma coisa em mim,
Ambiciona a matéria...
Aspira apegar-se ao que é temporário;
Mas, porque colher frutos podres?
Alguma coisa em mim,
Anseia por aquilo que não vejo...
Deseja admirar a sua face. Que face?
Mas, porque o invisível?
O que fazer?
Contemplar aquilo que nossos olhos enxergam?
Ou imaginar enxergar o inimaginável?
“Tudo passa”.
Ela tem um ferro de passar
Enferrujado, que nunca usou,
Volta e meia visita suas lembranças
Mesmo aquelas, que nunca sonhou.
Usa lagrimas que não tem
E sorrisos que não conhece,
Que poderia fazer brotar vida
Ao invés de se perder no vazio do corpo.
Mundo estranho esse, não?
Aonde pessoas querem certezas
E usam desejos com certo rancor.
Memorias quentes, de um mundo frio,
Com palavras soltas que não amarram um sentimento
Mesmo aquele quase impossível, que acontece com certos olhares,
Que costumamos gentilmente chamar de amor.
Mulher
Que direitos são estes que ferem
Não só o corpo, mas a alma,
Que luta é essa que maltrata
Dilacera a coragem, faz crescer o medo?
Que culpa tão grande é essa
Que faz desejar não viver,
É a beleza, o aroma ou o sorriso encantador?
Seus cabelos ao vento, não podem servir como chicotes!
Um silencio, que fere!
Dilacera e maltrata.
Mas os olhares tão tristes
Com esses dias tão incompreensíveis
Não fingem.
Existe vida além-mar?
Existe esperança além da dor?
Existe força aonde só há terror?
Tantas perguntas em um corpo tão frágil
Capaz de fazer surgir à vida,
Mas ainda incapaz
De viver com a dor.
Não é pela violência sofrida
Não é pelo desespero nela contida,
Não é pelas marcas que não cicatrizam!
É pela alma ferida
Pela pureza perdida
Pelo corpo que deveria receber
Somente o calor
E sentir apenas o amor.
É o direito de viver
De ser feliz,
Que alguns ainda não conseguem
Se permitir.
Passa
Passa o dia
A noite, a dor,
As lagrimas.
E alguns sorrisos
Passa a vontade?
Passa o frio,
O calor e o suor.
Passa a passos largos
As rugas, as roupas,
O assobiar de alguns passarinhos
Os desejos e alguns cheiros.
Só não passa as cicatrizes
Estas ficam guardadas,
Em algum canto da memoria
Lembranças de uma vida inteira.
Guarda em uma pequena caixa
Todas as tuas memorias,
Teus desejos tão ardentes.
Para que não tenham espaço suficiente
Para se acomodar, se adaptar,
Assim sem você esperar
Vai transbordar em sentimento.
Para fora do seu corpo
Fazendo você se sentir vivo,
Explodindo em sorrisos coloridos!
E não apenas um objeto
Decorativo, sem nenhum motivo,
Num mundo meio cinza
Meio dolorido.
De o primeiro passo
Gaste a primeira sola,
Crie as primeiras marcas.
A vida tem dessas surpresas
Estas aventuras do acaso,
Marcas acontecem para quem vive
Não para quem apenas sobrevive.
Ouse com alguns olhares
Derrube muros com alguns sorrisos,
Deixa extrapolar alguns gritos!
A alegria não foi feita para ser guardada
Em pequenos potes ou em pequenos vidros.
Suspiros não nascem do nada
Requerem ousadia, tem que se permitir sentir,
Arriscar para poder perder
E para poder, em algum momento viver.
Um amor indivisível
Com todas as sobras possíveis,
Com todo o afeto desnecessário.
Com todas as lagrimas e sorrisos
Transbordáveis.
Com todos os sonhos intransponíveis,
E com todos os problemas risíveis.
Mas nunca, um amor de vitrine.
Distante dos sorrisos
Meias verdades,
Ou mentiras inteiras.
Cantos escuros da memoria
Que ignora o fato de tudo
Dia ou menos dia
Ter uma volta.
Círculos viciosos
De uma vida mal jogada
Mal dita às palavras,
Que em um jogo desprezível
São capazes de ferir ou iludir.
Fecha as cortinas da sala
Tranca a porta dos quartos
Esconde-se entre cobertores,
Enquanto a vida passa!
Bem ou mal
Lá fora.
Faltou agua
Acabou a luz,
Comida não tem.
Sofrimento sempre sobra
Em alguma casa
Sem janela e nem porta,
Seja no sul ou no sertão!
A noite é iluminada
Pelos lamentos,
E o sal das lagrimas
É o sustento!
Para a barriga de vento.
Em terra castigada
Pela politica e corrupção
Quem sofre é o miserável
Sem o acesso a saúde
E educação.
Que vive de promessas
Que insistem em se repetir
A cada quatro anos
Ilusão, ilusão, ilusão,
Pela falta de competência
Na escolha de uma nação.
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