Poema Ordem e Progresso
Não sei porque mas
Não consigo parar de pensar
Em você
Não posso me arriscar
E nem pensar em
Mais uma vez me machucar
Você não me conhece
O suficinte para saber
O que eu já perdi ou já deixei de perder
Sinto muito, por você e
Por mim, porque
Não sei se estou preparada pra algo assim
Tenho raiva de mim
Por deixar alguém chegar assim
E de qualquer forma fazer
meu pensamento em você prevalecer
"[...] Pra quem de muito, entende um pouco
E de nada, entende coisa alguma
Até que esta vida oportuna
De vez em quando
Entre o riso e o pranto
Te faz suspirar"
(Homem do mar, p. 62)
ÉRIDA
Sem chão nem Fé, me vi flagelado
bem apegado a um Amor tinhoso.
Devaneando, morto, ao Sol do Descaso,
vi o mundo ruir. Abismo vultoso.
O bailar de Érida, Corpo equilibrado,
vinha mostrar seu Passo virtuoso.
Era o Baile corrente, aclamado,
tecido nos Saltos sem pouso.
E veio o Sonho: e foi desperdiçado!
E veio a Morte: o luto renovado,
o espinho encravado em meu pé!
Tudo indicava o Sol! Fiquei embaixo,
na Prisão que estive e em que me acho,
a Sonhar e a bailar, sem chão nem Fé!
Construa uma casa
Que tenha ressonâncias
De sua infância
Que seja tão ninho
Quanto as choupanas de Van Gogh
Ou tão forte
Quanto o endométrio
De seu primeiro abrigo.
Construa uma casa
Cristalina
Como seu coração
Meigo
Grato
Que entoe sempre
O exercício fugitivo das saudades.
Construa uma casa
Onde haja o convívio
Da escuridão e da luz
Onde insetos e nepentes
Travarão um pacto
De néctares e cantos
Ninguém precisará evadir-se
Não haverá amantes trágicos
Ou reféns
Nas manhãs silenciosas de inverno.
Construa uma casa
Onde tudo seja permitido
Bailar com os morcegos
Acariciar as estrelas
Ao som dos soluços da madrugada.
Construa uma casa
Onde possa ouvir
O ruído das águas subterráneas
E o adormecer das cigarras
Onde possa ver um imenso ramo de oliveira
Fraternal,
Devorando a indiferença dos homens.
Livro: O Outro Braço Da Estrela – Poemas
Capa e ilustrações - M. Cavalcanti
Olha a sorte que eu tive
Tanta gente sem sentimento
Um mundo tão turbulento
E você apareceu
Veja que sorte, menina
Ou talvez se chame de sina
Tu chegou florindo um deserto
Que antes só tinha eu
Agora, tendo você comigo
Me sinto mais protegido
Sem medo dessa gente ou do mundo
Guardado nos olhos teus
"Decepção tem nome e sobrenome
É ausência do que não foi vivido
Visto, sentido, ouvido, tocado...
Recitado, lambido ou acariciado.
Enfim...
É lembrança ruim do que não se teve
E, no campo da eternidade,
Nunca mais retornará"
(Homem do mar, p. 55)
Véu da Noite
A noite é como um véu
A noite é menestrel ...
É confissão de todos os profetas
E o Amor de todos os poetas
É o divã de todo analista
E é a casa de todas as meninas ( e meninos )
Ela é o bar de todo embriagado
E é o lar de todo abandonado
É o amante , a concubina
É a canção de todo trovador
O meu,oseu
O nosso amor ....
A noitenaverdade
É minha dama sem pudor
Nane
Amo-te
Graças a deus@
Como desejo os beijos teus
Amo-teoh meu amor
Amo-te lua
Amo-te sol
Amo-te
Amo-te assim
quero você perto de mim
Pedaço de Mim
Te amo de varias maneiras
por muitas razões
Te amo em cada poesia
em muitas canções
Te amo de todos os modos
que possam existir
Te amo porque esse amor
Faz parte de mim
Canção inacabada
As ondas sonoras são partículas
De um corpo inteiro que se foi.
As canções tocadas no rádio
São como o grito da torcida no estádio
Que dilacera o peito ao meio.
O tempo é um grande vilão e
Despedaça o coração.
És minha canção, meu ar, minha inspiração.
Sua voz adentra a mente com pressão
E ouví-la é minha obsessão.
Você é uma canção de alento em meio ao sofrimento.
A ausência é um tormento,
E levo comigo os momentos vividos
Que jamais serão esquecidos.
As mãos diminui o volume devagarinho
Na certeza que do outro lado existe carinho,
Mas a força da vida separou o nosso caminho,
Deixando apenas um pedaço de você no cantinho do meu ser.
E é nele que você vai permanecer
Durante o tempo que eu viver.
Maria Rosa
Pensava ser dono.
E; passando setenta e cinco voltas em
Torno do sol acreditando nisso.
Enquanto retira-lhe as vestes.
Maltratando-a.
Que em silencio, voltava a cobri-lo com suas vestes.
Se esborracha buscando
Novo horizontes ao seu redor.
E retornar lugar da saída.
Porque se fizera curvada.
Andavas em círculo.
Acreditava possui-as por direito.
Derramando todo o seu ímpeto,
Representativo, molhando suas vestes.
Ignorava a sua singeleza.
Por fim; cansado. E febril.
E retorna para seus seios.
E ; Ela o guarda. Com silencio.
No seu ventre. Velando e perdoando.
Todas as faltas sofridas.
Não aprendera a saborear
Todas as delicias colocadas na mesa.
Furtou-se do Amor e da Paz.
Preferindo extasiar-se no inebriante
vício de poder. Poder cada vez mais.
E no fim. Acredita seriamente.,
Ter sido machucado
Pelo Espinho da Rosa.
Nada havia apreendido.
Silêncio Profundo.
Marcos fereS
O diplomata e o apedeuta
O diplomata gritava em altos brados...
Ora ria em gargalhadas incontidas.
Cheio de orgulho e vaidade tolas,
criticava e via defeito em todos!
Entre os seus estava bem posto..
Visto que, todos eram apedeutas.
Fora os seus os outros era resto,
afirmava assim os diplomatas!
Dias e mais dias iam se passando
e gerações vieram de um e de outro,
Os diplomatas por um lado
e os apedeutas por outro...
Nem todos eram diplomatas
e nem todos eram apedeutas,
mas generalizando assim seguiam,
porque uns nos noutros se viam!
Maria Lu T S Nishimura
SÃO JOÃO
É noite de São João,
no pátio tem atração,
simbora forrozar/
Tem quadrilha à noite inteira,
o povo acende a fogueira,
come milho e munguzá/
Gibão e mandacaru,
Petrolina e Caruaru,
eu tenho que visitar/
Muito amor no coração,
essa é minha região,
o Nordeste é meu lugar.
Pássaro de Carvão
Em um só instante teu ser se inflamou,
Uma oração e o preto das asas ruborizou,
Deslizou pelo teu firmamento o pássaro de carvão
para encontrar no calor dos teus seios a combustão.
Volte para dentro pássaro de carvão,
Queime minha garganta e retorne a posição.
Que esta dor possa de novo despertar
as lágrimas que ao coração vão curar.
E o ópio que desta queima exala,
Minha mente possa enevoar
Para não mais teus castanhos olhos enxergar.
Não existe calor que compense esta dor
Pois mesmo o teu mais a ameno carinho
Em mim vai transfigurar o amor.
Para a grama verde lá fora
Virei cenário
Agora é ela que me observa
Presa aqui, na moldura da janela
Quem me dera ter
Os velhos sorrisos de volta
Ter os velhos abraços para abraçar,
Na amarga e solitária noite
Só por mais um minuto
Antes do mundo acabar.
Quem me dera rir até
Que minha barriga se contraia
Que o juramento deste coração me traia
Nem que seja só por hoje
Antes do mundo acabar.
Quem me dera ver-me com orgulho
Na silhueta grotesca do espelho
Nem que seja por um perdão derradeiro
Antes do mundo acabar.
Quem me dera sentir menos
O peso que acarreto dos dias
Aliviar a dor da morte e a certeza da agonia
Antes do meu mundo acabar!
É que a gente temos que entender
Que todos nós também representa
O palhaço
Já da pra ver no rosto, o sorriso
Estampado, sorrindo especificamente
Por fora e as lágrimas escorrendo
Por dentro.
Não é egoísmo, mas amor próprio!
Ame ao seu próximo, mas antes, apaixone-se, por você mesmo
Reservando, um time for you
Fazendo o que você, mais sente tesão
Ouvindo Chico, Djavan, Slipknot
Ou então, ouvir o seu próprio silêncio
Jogando o seu game favorito
Lendo e reescrevendo, o livro da sua vida
Ou até mesmo, tomando um goró e admirando o telhado do mundo
E assim, tornando-se, o protagonista da sua história!