Poema o Mundo Gira
LONGE DE TI (soneto)
Longe de ti, se lembro, porventura
Do teu olhar, que outrora me fitava
O teu afago na sede é de só tortura
E ter-te agora da saudade é escrava
Tal aquele, que, escuta e murmura
O teu cheiro, que a poesia escava
Já uma sorte maviosa e tão pura
Tristemente, a expectativa forjava
Porque a inspiração tem seu nome
Nos versos com a parva alma calada
Cuja a recordação só me consome
E como o desejo assim não quisera
O destino riscou uma penosa cilada
E aqui, ainda, o meu amor te espera!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Fantasma
São nas tardes de domingo,
no pensamento vazio
Que você surge
Voraz
Depois de dias inertes
Vem com um estalo
Um alfinete sob o lábio
E chove
E entra
Sem medo, sem precisar
E eu me lembro
Dos seus traços, dos seus braços
Dos embaraços
Entrelaçados
Desgraçados
Será que um dia terá pena
e deixará de espetar?
Ou será para sempre a roseira morta
que tenho no jardim?
Agora vai, mas um dia volta
E bate na porta vestido de esperança
Com um sorriso maldoso que traz na manga
A ponta conhecida da lança.
Tenho ainda uma poesia vazia
Tenho ainda uma poesia vazia
e branca na inspiração:
à minha espera
tão cheia de quimera
de amarras na emoção
e me resta melancolia
triste comoção
que sempre quisera
que sempre urgia
funesta direção
ó tão anca ironia
tão seca espera
tão vão ilusão
pobre coração
sem valentia
tão mera...
Tenho ainda uma poesia vazia...
à minha espera!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano
ÉS O CERRADO COM UM LAMENTO TRISTE (soneto)
És o cerrado com um lamento triste
escorre o entardecer na melancolia
e tua alma bela no encanto insiste
na ilusão tens uma banzar alegria
se o gemido dos sons angustiados
e desafinados, tonteia o teu ouvido
toque com os olhos os feitiços alados
deixes o prazer, então, ser nascido
Vê que o diverso há sedução, também,
e ambos se fazem de encantamento
num ordenamento de bem e paz
que todos, num, são congraçamento
É música sem letra, e afoito audaz
uníssono: do feio e do belo vai bem além
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
fevereiro de 2019
cerrado goiano
OLHO-TE: (soneto)
Olho-te - o espanto de meus olhos salta
- Da tua boca o beijo num delicado cheiro
De tuas mãos aquele cuidado prazenteiro
Tudo de tua poesia sinto uma grande falta
Toda a nossa estória: - aqui nesta pauta
Do meu primeiro: - olá, o nosso primeiro
Encontro; - me completando por inteiro
Tudo neste poema é som de doce flauta
Sinto o palpitar no peito não mais calado
Quanto mais escrevo, mais de te anseio
Mas olho-te, em ti o meu destino amado
Ouço nas lembranças cada tal passeio
Cada sorriso, sempre aqui ao meu lado
Incitando comigo cada desejo que freio
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro de 2019
cerrado goiano, 05'20"
Olavobilaquiando
Exilado
A lua me exilou na noite solitária
Me jogando em um isolamento
Onde a alma se sente precária
No ter e não ter o sentimento
O que alegra, fascina, motiva
Que traz sentido e movimento
Sem que se tenha expectativa
Pois o amor não é sofrimento
Nem exílio, é afeto, iniciativa
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
Quando te delegam poder, você usa ele para florescer relações inspiradoras ou vira escravo do próprio ego?
A empatia humana que existem em nós vai muito alem do ser profissional. Muitos "criadores de realidades" deixam de lado a razão e a ética e se deixam mover por pequenas vaidades.
A forma como você toca o mundo é um eco da sua alma, ela fala apenas sobre você. Faça parte de uma nova era, ame novos ciclos, seja liderança e lembrança inspiradora.
Esperança
Hoje eu queria aquela nossa conversa, aqueles papos que só tinha contigo. Afastar-se, pra mim foi chocante, talvez desnecessário, fiquei sem entender os motivos, mas será que nisso houve o seu medo? E porque comigo? Eu só queria a sua companhia, todos os dias, pelo menos pra falar do meu dia ou desabafar sobre tudo que passo. Será errado?
Você não me perdeu, apenas se afastou e deixou lembranças, onde juntos tivemos boas conversas, risadas, enfim, papos excelentes e que tão cedo não esquecerei, era tão natural, porém em instantes tudo acabou... O adeus do seu sorriso foi o que mais doeu, o seu olhar, aquelas longas conversas, aquelas noites em claro sem perceber o tempo passar, isso jamais esquecerei, estará guardado em minha memória, mas dói muito ver tudo se indo, desabando com uma palavra que desconheço, o começo do fim
*Apenas Viva!*
Aproveite enquanto é tempo
Aprenda a andar de bicicleta
Seja por um dia um poeta.
Fique careca!
Mergulhe no Rio São Francisco
Escale uma montanha
Faça o que vier na cabeça
Não existe receita para ser feliz.
Aproveite cada sorriso,
cada minuto, cada instante,
cada momento.
Como eu havia dito antes:
Viver intensamente
é o que vai te fazer feliz!
mingau
e por falar em milho
rala-se no ralo grosso
panela e açúcar no fundilho
cravo e canela um colosso
pra gosto e temperar
e não ficar ensosso...
meche, meche sem parar
no fogo, um alvoroço
olha o leite pra engrossar
quero ver se alguém resiste
este doce paladar
de igual não existe
da roça pra qualquer lugar
mingau de milho verde, hummm!
os beiços a lambuzar
de um sabor incomum
pode acreditar!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
27/09/2019, sexta feira
Araguari, Triângulo Mineiro
SONETO ALEGRE
Permita-me um momento de ilusão
Onde alegre, na alegria possa crer
E cá no soneto felicidade então ter
Sem sofrê, alegrando a imaginação
Só alegre não basta a alegria querer
Tem que haver um além da emoção
Olhos lacrimejados duma satisfação
Da alegria em tal melodia à florescer
Então, alegremente cá nesta canção
Cantar as alegrias e, louvar o prazer
Ressonando alacridades no coração
E neste horizonte de alegria no ser
Deixar a sofrência só como bordão
Onde na alegria, alegre és o viver!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano
flerte
olhava o céu
nuvem inerte
alvas como papel
cá do cerrado
calado, meu coração
dispensava qualquer termo
numa espera sem ação
um olhar perdido, ermo
pensando só em você
e neste glacê de emoção
o meu sentimento voa
até ti, buscando razão
desta distância atoa
que ao amor maltrata
é dor chata, que dá solidão
aquelas que não cabem
no peito, de tanta aflição
e só os que sentem sabem
como é contramão sentir...
então, venha logo! Não fique por vir!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2019, 14 de outubro
Cerrado goiano
Quando te vi
pela primeira
vez cheguei
a crer que era
amor para
a vida inteira.
Você brilhou
no meio de
uma elegante
reunião com
a sua presença.
Bem rápido
conversamos,
números dos
telefones nós
dois trocamos.
Você veio até
o carro para
se despedir,
o céu estrelado
do balneário
foi testemunha.
Não me recordo
de quem foi em
busca de quem,
só me lembro
do primeiro beijo
que jamais
me esquecerei.
Quando você
não quis mais
permanecer,
decidi partir
para o amor
no coração
não se perder
para quem
merece receber.
Da vontade
para você
o impulso,
Divertida
importunação
habitante
da imaginação.
Do perfume
para você
sou aquele
que vem
da montanha,
E coloca uma
cidade toda
em festa
e sem pressa.
Não saio
por nada
e nem por
licença poética:
Doce nos lábios
e vício que corre
nos teus poros.
No rádio toca
a canção
outrora proibida,
Tens traçado
a estratégia
de me trazer
para perto
porque sou
a paixão recolhida
e o amor da tua vida.
Oferecida
e vulgar
para entreter,
envolver-te
e sorte teria sido
se conseguisse
encantar-te.
Permaneci
inabalável,
você jamais
se esqueceu,
de ti serei
sempre
a saudade
inalterável.
Você quis
escapar,
se afastou,
o tempo
passou,
ele não volta
nunca mais
e igualmente eu.
Na imensidão
dessa espera
toda por você:
o coração não
crê na força
da distância
porque o amor
sempre será maior,
e os passos
serão concretos.
O quê é completo
há de ser secreto,
o destino está
nos mostrando
que estamos
no caminho certo.
O canto das aves
com o do vento
em anúncio
ao novo tempo
pelo contratempo
vivido e sofrido,
é amplo aceno
que tudo há
de ser pleno
e recompensado.
O amor jamais
irá se perder
e nem deixará
ninguém o levar,
Sei que ele vem
e me fará confiar.
Nele há toda
a maior sedução
de todo o mundo,
E a melhor, doce
e sã perversão.
O mundo está
em guerra,
e mesmo
assim estou
na perfeita paz.
O coração rejeita
a desesperança,
tem a fé de
uma criança
que crê tudo
há de se ajeitar,
por ter olhos
inteiros de festa.
De braços abertos
na imensidão
da espera por você,
Vivo em contestação
em nome de tudo
que nós acreditamos.
A tempestade se
anunciou intrépida,
A floresta se tingiu
com a mesma cor
dos teus amorosos
olhos misteriosos.
Nos meus sonhos,
mesmo que sejam
outros os caminhos,
A cada dia tu vens
me trazendo todo
dia mais para perto.
Em pleno meio-dia,
bate bem forte
o meu coração
como a badalada
da Igreja Matriz
São Francisco,
Sinal que está inteiro
e celebra nós dois
nesta rota que principia.
OFERENDA
É preciso ser gratuito,
dar-se de graça
e agradecer por nada receber em troca:
santificar a poesia.
Poço poético
No pocinho da inspiração
Ali se pesca e fisga poesia
As traz pro perau do coração
As põe nas águas da ortografia
Cada fisgo da rima, um tesouro
Puxado das profundezas à revelia
Onde vem compor o poema calouro
Para querer ser ao autor estrela guia
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Março de 2016, 4'34" - Cerrado goiano
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