Poema Nao Ame sem Amar
07/12
O desejo de ter razão
é a verdadeira maldição
do livro dos erros
da História da Humanidade,
O ideal de verdade
é aprender a ter coração.
Servir com todo
o afeto verdadeiro,
folhas de Bananeira,
Com sorriso cheio
nos meus lábios,
um bem perfumado
Azeite-de-cheiro,
um bom Feijão-fradinho
e meus temperos
para fazer você
se apaixonar pelo mágico
Abará no afã de te cativar
com carinho e jeitinho,
a fazer no meu amor morar.
Depende do dia
posso vir a ser
o Abebé de Oxum
ou até mesmo
o Abebé de Iemanjá,
Tudo na vida
tem um depende,
assim também
é a poesia que se sente.
No auge da maturidade
assim a vida me fez,
Cantando a Lua Ciranda
de Lia de Itamaracá,
Comigo você ainda não está,
Coloquei um espelho
para o Abebé de Iemanjá,
Tenho certeza que
a Rainha do Mar
o amor sublime amor
da gente ela irá abençoar.
Águila Harpía sobrevoando
a amada terra das origens,
o encontro que importa é
aquele nas ancestrais paragens.
Quero que a vida dê como o mais
alto prêmio os teus olhos reais,
nada neste mundo tem
o poder de ser para mim mais.
Blindados das distâncias e guerras
travadas existe em nós a confiança
que sobrevive numa etérea aliança.
Absolutos nesta invencibilidade
um dentro do outro somos a chama
de um amor indomável e de verdade.
No teu silêncio
você me põe presa,
Na verdade
o único preso é você
na perda de tempo
que estamos
deixando de viver,
Vou pedir para a Mãe
e as abiãs um milagre
que talvez elas possam fazer.
Tem Abrazô fresco
para você feito
com todo o amor,
Porque hei de te
encantar com louvor,
De encantada farei
você o meu encantador.
No circo do seu
pensamento
mais erótico
Eis a trapezista
exclusiva
entre o amor
e a paixão
no seu coração.
O Torogoz pertence a duas
pátrias assim como tudo
aquilo que reciprocamente
sentimos avassaladoramente.
Para nós dois construímos
um ninho de amor seguro
no peito num mundo movido
pelo ódio, raiva e capricho.
Porque sem dizer uma
palavra até o silêncio orienta
um ao outro no meio do nada.
Quando chegar a nossa hora
só será preciso viver sem se preocupar com o quê passa lá fora.
O Yiguirro canta no caminho
enquanto uns querem morrer
Desejo mesmo é continuar a viver
nem que seja só para incomodar.
Levo-me por este amoroso canto
porque o meu peito é de verdade
Nasci passarinho com liberdade
num mundo de obviedades.
O coração tem asas e só há
de pousar onde se permitir,
e estará sempre onde você está.
Por isso não haverá nada que
irá te apagar dentro porque
para mim você nasceu feito.
Ganhei uma urupema
para fazer um Acaçá
com todo o amor
que existe e existirá,
Agora só falta mesmo
para ficar perfeito
alguém vir para cá,
Tudo em mim está
acontecendo do jeito
igual que contigo está.
Tomar as cicatrizes
do seu interior,
Beijar uma por
uma com amor,
Embora ainda você
esteja resistente
e me evitando,
Continuo serenamente,
embora não negue
ainda curiosa,
Para nas tuas mãos
entregar o jasmim
branco do jardim
do meu coração.
O sino do Mosteiro
convoca para orar
honrosamente as Vésperas
pela salvação da Palestina
e de outros povos em guerras,
Daqui para frente não quero
mais que ele e os sinos de outros
mosteiros se dobrem
como os sinos de Hemingway,
Só sei que continuo
no mesmo caminho para que
a paz encontre a vez,
Quem sabe quando chegar
este dia a gente possa falar
de amor com calma e sensatez.
A alvorada vem sobre nós,
a Ara macao cruza o céu
escuto a sua palavra de mel
e tudo isso faz festa em mim.
Não tenho interesse em nada
que me tire fora daquilo
que diminua o amor na rota
para ser sua no destino.
Estar com os pés descalços,
com uma flor na orelha
e deixar leve e livre a cabeça.
Somente viver o quê temos
para viver sem nenhuma pressa
é o quê no final realmente interessa.
Buscar na casta
do japó o Acaé-Raisaua
para recordar a lenda,
Para quem sabe surpreender
com um novo poema,
Porque no final o amor
sempre há de ser a sentença.
Quando o balanço
das palmeiras de Açaí
fizerem o acalanto
sou eu que estarei
o seu coração ocupando,
E assim você descobrirá
de vez que está me amando.