Poema na minha Rua Mario Quintana
Minha História
Minha história é igual à de muitos brasileiros,
Cheia de sonhos, esperança, lutando o tempo inteiro.
Cresci na rua, correndo pra lá e pra cá,
Jogando bola, soltando pipa até minha mãe me chamar.
Minha mãe, minha Maria, trabalhadora,
Passava o dia todo na rua,
No sol quente, com uma vassoura.
Foi assim que conseguiu criar eu e mais três,
No começo éramos cinco, mas um virou anjo, isso eu sei.
Foi triste, horrível, ver minha mãe chorar,
Mas a vida continua,
Ela enxugou as lágrimas e foi trabalhar.
Eu e meus irmãos fomos crescendo no meio da dificuldade,
Onde as amizades às vezes viram coragem pra fazer crueldade.
Foi triste, de novo, ver minha mãe chorar,
Dessa vez por ver meu irmão exilado,
Sem saber quando ele vai voltar.
Conselhos nunca faltaram,
Vi várias noites ela esperar:
"Meu filho, você estava onde?
Essa não é hora de chegar..."
Foi vendo o sofrimento dela que prometi pra mim mesmo
Que nunca mais ia fazê-la chorar.
Recusei propostas de amigos
Pra ganhar dinheiro sem trabalhar.
Entrei no esporte, fiz novas amizades,
Arrumei um trabalho, virei um homem de responsabilidade.
Aprendiz, ouvindo rap, onde o sonho é viver a realidade,
E a vida é cheia de mistério...
Hoje eu tô aqui, amanhã, só Deus sabe.
Ele sabe tanto que tirou minha mãe do sofrimento.
Fiquei triste, chorei, meu mundo caiu naquele momento.
Mas foi por ela que eu fiz meu mundo levantar,
Sei que ela queria me ver feliz,
Enxuguei as lágrimas e voltei a sonhar.
Agradeço, Senhor, por tudo que fez por mim.
Fez da minha mãe meu anjo da guarda,
Iluminou meu caminho
Pra eu caminhar do início até aqui.
Segure minha mão...
e voaremos tão rápido que luz nenhuma,
inventada pelo homem, poderá nos alcançar.
Xeque-Mate
No tabuleiro frio da vida,
cada passo é planejado,
o silêncio é minha armadura,
meu esforço, meu legado.
Enquanto zombam dos meus planos,
em gargalhadas vazias,
eu sigo firme, sem alarde,
plantando noites e dias.
Não preciso de trombetas,
nem de olhos a me ver,
pois quem brilha antes da hora,
costuma escurecer.
E então, no momento certo,
sem temor, sem falsidade,
a peça branca avança o campo…
E grita: XEQUE-MATE!
O rei negro cai em ruína,
num estalo de explosão,
é o fim de quem subestima
o poder da preparação.
Trabalhei calado e firme,
sem vanglória, sem alarde.
Vitória não se anuncia —
se conquista com vontade.
Fonte
Gostaria de falar sobre a chuva
Vou passar pelas bases e mares durante minha existência
Eu me pergunto se você consegue entender...
Se o seu coração estiver perturbado, o céu ficará nublado.
Uma nebulosa de fumaça.
Um cinza especial, fica difícil de sonhar.
Amar, viver, sentir a vida por viver.
Tenho medo de chover neste mundo solitário
As gotas que não caem são as que mais molham.
O sentimento de não derramar.
Me dê a mão, vamos partir nesse mar.
Há um lugar para ser feliz, além dessa ilha que estamos
A sutileza das transparências de uma gota.
O breu do interno, a cor extravagante da máscara
O possível e o desigual.
A terra e os acontecimentos que caminham nessa brabesca noite.
O farol de sinalização que me faz sacar
Não sei como vai terminar essa noite
A sinalização da terra.
Posso correr, mas ainda estou preso.
Mas nem sempre... é isso.
Sentimento.
Esporadicamente, um poder surge.
Me consome e posso adormecer acordado, pode me ver de longe,
Pude sentir a falta de som
O silêncio, mentira.
Havia um barulho, um sequenciado, a respiração. Ela estava ali. Ainda estou vivo.
Naquele momento pude sentir.
Dessa vez, a água que escorria era doce.
Dessa vez, não era chuva, era uma fonte.
Pude chegar em uma cachoeira de emoções.
Me perdi tanto em mim que vi um lado que não sabia da existência.
Agora estou aqui.
A vida vira brincadeira, onde isso pode dar?
Vou tentar ver, afinal, nunca descartamos os dias de chuva
De nossa rotina.
Espectro Cósmico
Ao divagar da minha mente
mirando neste espectro cósmico
encontro o descanso de meus temores
e a nascente da minha paz.
Espectro este que, na sua mais baixa magnitude,
sucede a luz dos demais,
demais corpos celestes que me cercam.
Desta luz opaca cujo brilho é análogo
ao vazio que cerca a beleza
do mais escaldante quasar.
Possa ser viável que, no mais sidérico vácuo,
o apogeu da minha paz há de se encontrar:
um errante planeta anão
que não definiu seu lugar.
Faltava pouco pra ser como Saturno?
Sempre brilhante, belo
e seus anéis a brilhar.
Bastava um bom tamanho, uma órbita limpa
e não sair de seu lugar.
Mas até mesmo a paz sideral
pode ser tão traiçoeira quanto um buraco negro.
A beleza do horizonte de eventos
engana uma alma sem medo,
que não teme o que o futuro a faz esperar,
que não se engana com o mais belo luar.
Mas eu te pergunto, Lua:
necessitas me enganar?
"há música em você"
As melodias que eu escuto
São como um bálsamo
Para minha alma
Pois me fazem esquecer de
Você.
Amor há música em você,
Me diga o porquê...
Você foi embora e eu simplesmente
Não consigo dizer adeus.
Laço
Quero saciar seus lábios
Trocar saliva
Roçando a minha língua
Na sua
Feito o movimentar
Das folhas de uma árvore
Ao bater aquele prazeroso ventinho
Da aurora
Fazendo-nos arrepiar
Os últimos fios de cabelo.
Quero me aprofundar
No seu ser carismático
E dentro dele formarei
Um laço
Que só você pode designar
E dele fazer do nosso amor
Uma eternidade.
Voando, infinito
Venha, não se perda de mim,
Sinto saudades...
Você é minha rainha,
Meu universo,
Mas hoje as vezo
Como um pássaro
Voando no infinito!
Amor clandestino
Em toda minha vida
Subirei penhasco;
Subirei a plenitude;
Subirei o sublime;
O Monte Evereste,
O Cristo Redentor,
Degraus curvosos...
Apontarei que Maracujá
É a minha vida;
Sem Maracujá
Não sobrevivo;
Sou de Valéria
Mas beijo o interior
Da Bahia
Primeiro subirei
O infinito...
Para chegar
Ao maracujá!
Seria ele a culpa?
Seria ele minha amargura?
Não sei por exato...
Mas, ele é uma pedra no meu sapato.
É minha reclusão, minha repressão.
É o motivo da minha depressão.
É ele o alguém a findar minha liberdade...
Ah que dor pungente
Que afeta toda gente.
Que afeta minha alma.
Que tira minha calma.
Ah que nó na garganta...
A vontade de chorar é tanta.
A indisposição faz adentrar.
E nada, nada pode me animar.
Fica tão triste a minha cidade !
Quando a criança que passa fome, tromba, rouba
se marginaliza e não vê perspectivas.
Quando quem pode não faz, quem faz quase nunca pode.
Fica tão triste a minha cidade !
Quando embriagado pelo poder,
o homem engana, trapaça e mente
Quando crescem os prédios e diminuem o verde.
Quando a desgraça bate à porta de uma família
e os vizinhos fecham as suas para não ouvirem os gritos.
Quando faz frio e não há manta ; faz calor e não há água.
Fica tão triste a minha cidade !
Quando quem deveria dar exemplo, peca.
Quem deveria dar segurança, oprime,
Quando há doces e brinquedos na vitrine,
A criança pedindo e o pai, no bar, bebendo,
Fica tão triste a minha cidade !
Quando a mentira é amiga do dia
e a vergonha se esconde na noite.
Quando a coragem termina e
a testemunha não comparece.
Quando o barulho ultrapassa a capacidade do sentido
e o ar quase impossível de se respirar , é vida.
Quando aos domingos e feriados suas ruas ficam desertas
Fica tão triste a minha cidade !
Quando há na segunda-feira, o choro, o cheiro da morte.
o carro batido, o cansaço, a estrada e a velocidade.
Quando o ônibus passa de manhã e a tarde,
com gente pendurada, com os pés dentro e o corpo fora.
Quando a alegria é a síntese de um momento bom,
e a desgraça é duradora, analítica e densa ..
Quando há o grito de gol e a alegria se agita,
a torcida se irrita, o pai de família e a criança,
antes de voltarem para casa passam no pronto-socorro.
Fica tão triste a minha cidade !
Quando o homem é triste,
pois a cidade triste é o homem triste.
Você na minha vida voltou e eu nem muito dei valor.
Mas você muito na minha vida mudou...
E por você hj em dia eu morro de amor.
"Ilusão"
Você foi a minha alegria.
Agora é somente a inspiração para escrever sobre a vida.
Sobre as mentiras vazias que sobressaem nossa química.
Típica ilusão não resolvida por gente tímida.
Nada mente
nem entende.
Respeite o meu passado ou nunca entenderias o meu presente.
Então eu aceito o seu antepassado regrado e mal amado.
E digo com certeza:
você
não
sente.
"Eu" (1)
Minha inspiração
é só parte do ódio que eu tenho pela emoção.
Digo sem razão que meu coração não tem perdão.
Julgo inseguro sem dizer o que realmente seguro.
Grito ao mundo que mesmo sendo tão nulo
ressoo minhas emoções em um verso único.
Sem enigmas ou paradigmas.
Não há mistério em ser sincero.
Não há ressalvas em se sentir completo.
Não haverá fim,
Pois para mim
Enquanto eu me sentir mal
as minhas palavras nunca
terão
final.
"Eu" (2)
Quem sou eu.
Afinal meu próprio deus?
Ou talvez um eu entre os meus.
A minha opinião sobre mim não me define.
Mas existe alguém que me conheça
a ponto de me descrever com clareza?
Nas palavras do eu presente
nunca saberei se ele me mente.
Mas no futuro sei que me chamarei de burro
pela avareza de me definir sem clareza.
E a incerteza de dizer quem eu era
ou fui sem ser pela beleza
das palavras ditas sem certeza
e a ironia de não se dizer também
Só saber que fui pois hoje digo bem
que eu era algo entre um eu e um outro alguém
tão próximo quanto sua mente
e seu afeto ao que não diz a ninguém.
Tem uma bruxa na minha janela
Se fecho os olhos ainda vejo ela.
Se abro os olhos ela me atormenta
Diz quem manda, quem manda é ela
A bruxa me prende
Me escraviza
Em tudo o que sonho ela ironiza.
Ela detém as ventanias e soltando apavora
Me diz, Bruxa, você não tem uma brisa?
Pátria amada
Pátria amada meu país, minha Nação
Esta terra esplanada neste chão
És um lugar muito abençoado
É um lugar sagrado
Sob o céu azul anil
Pátria amada, oh! Brasil!
Aqui o sol nasce tão bonito
O mar é extenso e riquíssimo
Vasto prado pelo chão
Lugar abençoado por Deus nosso senhor!
Pátria amada, óh! Brasil em cor
Verde, amarelo, branco, azul anil
Pátria amada, oh! Brasil!
Povo forte e guerreiro
É o povo brasileiro
Que não foge à labuta
Seguindo firme sua luta
É o sol, é a enchada
É a luta pela estrada
Madrugada é a canção
O verde esplendor na varanda
O ouro na terra fincada
Na fertilidade deste chão
Há tanta riqueza nesta terra
Tantos verdes debruçado além da serra
As luzes das cidades sob o céu se encerra
Haja luta com paz sem guerra
Haja força, coragem e valor
Para está Pátria amada alcançar primor
Oh, terra abençoada por Deus nosso senhor
QUEM ME DERA SE TIVESSE
Eu não tenho poder da cura
Quem me dera se tivesse
A minha habilidade é plantar girassóis
Que semeiam matas entristecidas à procura de luz
Em meio a tanta erva daninha
Ser flor é raridade
Eu não tenho poder de cura
Quem me dera se tivesse
A minha habilidade são olhos cintilantes
Em meio a mares de lágrimas
Eles iluminam o rumo
Para olhares desistentes
De quem viu tristeza em formato de gente
Eu não tenho poder de cura
Quem me dera se tivesse
A minha habilidade é fazer tolices
Em meio a lábios caídos
Elas arrancam sorrisos
De dentes tão enclausurados
Pelo calado sofrimento
Eu não tenho poder de cura
Quem me dera se tivesse
A minha habilidade são gestos carinhosos
Em meio a atitudes grotescas
Eles surpreendem
à aqueles que se esqueceram do amor
Por estarem perdidos na multidão singular
O poder de cura,
Eu não tenho
Eu só posso oferecer
Aquela maldita esperança
Amor Próprio
Um turbilhão de pensamentos pela minha mente
Dentro de mim, não existe paz
Minha cabeça não para nem por um segundo somente
Inseguranças e Questionamentos que ela sempre faz
Por que duvido tanto dos meus sentimentos?
Por que meus sentimentos são tão duvidosos?
Tento fazer tudo com discernimento
Termino em ataques a mim mesma, tão maldosos
Penso que não seria rude assim com alguém.
Por que me trato com tamanho desdém?
Não sou digna de amor?
Ultimamente sinto apenas dor.
Detesto me sentir assim.
Detesto pensar assim.
Detesto ser assim.
Detesto. Me detesto.
Quero mudar, devo mudar.
Estou perdida dentro de alguém que não reconheço
É tão difícil assim me amar?
Acho que nem isso mereço.
