Poema na minha Rua Mario Quintana
Na rua movimentada, passos apressados ecoam
Cenário do cotidiano, onde histórias se destoam.
Nas esquinas da vida, sorrisos e olhares se cruzam
Um mosaico humano, onde sonhos se conduzam.
O aroma do café nas manhãs serenas incertas
A rotina começa, a cidade inteira desperta.
Escritórios e escolas, um turbilhão de atividades
No palco do cotidiano, desdobram-se realidades.
Crianças brincam nas praças, risadas ao vento
Enquanto o sol dourado pinta o céu no firmamento.
Trabalhadores almoçam, pausas na correria
No ritmo cotidiano, cada minuto é histeria.
No trânsito congestionado, buzinas e suspiros
A pressa e a paciência em um duelo de tiros.
Mas entre os momentos de caos e agitação
Há instantes de calma, de contemplação.
Ao entardecer, no crepúsculo céu em tons de fogo
A cidade adormece, a noite traz seu jogo.
Luzes nas janelas, estrelas no alto a brilhar
No teatro do cotidiano, a vida continua a dançar.
Em lares iluminados, histórias são compartilhadas
Vidas alvoroçadas, amores e risadas costuradas.
No palco do cotidiano, enredos se desenrolam
E em cada dia vivido, novos capítulos se formam.
Assim segue a vida, em sua jornada constante
O cotidiano, um poema vivo e vibrante.
Nas pequenas coisas, na rotina que se repete
Encontramos beleza, onde o coração reflete.
Ela entrou em uma rua escura,
tomada pelo medo e um tanto insegura...
A mínima luz que vinha da lua,
deixava inquieta a alma sua...
Mas não havia outro atalho,
e seu corpo banhado pelo orvalho...
Agora trêmulo e ofegante,
em passos longos e anelantes...
Não avistava o fim da ruela,
embora pequena e estreita aquela...
Era a travessa que ela temia,
seu acelerado coração pressentia...
Algum perigo iminente,
e tão logo ali à sua frente...
Viu-se totalmente indefesa,
como uma doce presa...
Perante vários homens...
Descobrindo o mundo.
A chuva caia na rua silenciosa. Faróis brilhantes. São quase 18h, o dia interminável chega ao fim. Mais um dia, mais uma semana passava e o sentimento de que a vida se esvaia me acompanhava por todos os lugares.
_Roger, onde você está?
_Ainda no trabalho, e você?
_Indo para casa nesse momento. A fim de fazer alguma coisa à noite?
_Preciso! Veja as opções e me fala o que decidir.
A roda da vida sempre girando. Um dia em cima, outro dia embaixo. As mesmas cenas repetidas me fazem crer que não somente os ratinhos estão presos em suas gaiolas, correndo para girar sua roda de felicidade, sem sair do mesmo lugar.
Quando o mundo se tornou tão chato? Será somente isso? O que não daria para, um dia, embarcar em uma nova Vera Cruz em busca de uma nova terra. Embora, o mais importante é saber, caso este dia chegue, se teria a coragem suficiente para embarcar.
"Você bem que podia vir comigo
Para além do final dessa rua
Do outro lado da cidade
Ou algo parecido"
Executaram o menino
que morava na rua de baixo
com cinco tiros.
Um matou ele,
o outro a mãe,
o terceiro o pai,
o quarto o irmão.
O quinto
foi um recado,
e pegou de raspão
no bairro inteiro.
Rua Otávio de Brito
Bateu
Gastura
Das brabas
Que só
De quando
Em vez
Dá
De baixá
Já faz tempo
E quanto
Dá
De lembrá
Como
Era bão
Danado
De bão
Na bera
Do corgo
Sentá
E pensar
"Chove lá fora,
Cinzento arrebol
Rua lavada,
Aqui dentro, sol.
Coração tranquilo
Mente vivaz,
Chove lá fora
Aqui dentro, paz.
Vento assovia
Cantando sua dor.
Chove lá fora,
Aqui dentro, amor."
Lori Damm
Nos românticos Poetas
a Lua perpetua
Amar, Amar de Terra em Terra,
Amar, Amar de Rua em Rua ...
E na loucura da Noite
esse Amor abrevia
até ao Nascer do Sol,
até ao romper do Dia.
Lua Pálida que vai tão alta
nas raias da morte,
frígida ou cálida
nas asas da solidão,
de face livida seráfica,
esquálida, perdida
que se esmalta e recorta
num infinito tão finito,
na imensidão do Coração!
Lua funda tão profunda
que m'inebria de Poesia,
rara calma suavidade
que meus lábios acarinha ...
Toma minha Alma tão sozinha,
será tua, sempre tua,
sê tu minha, sempre minha,
Pálida Lua!
Tem gente que eu me orgulho
só por ter cruzado a mesma rua.
Outras me fazem me arrepender
de não ter trocado de calçada.
Não se faz mais moradores de rua como antigamente.
Vi ao longe, um morador de rua com um livro grosso sobre um caixote. Já imaginava o título daquele livro grosso. Quando me aproximei, e consegui ler o título, me surpreendi: “DIREITO PENAL GERAL”.
Segui em frente, com sentimentos confusos.
Desencontro -
Caminhava pela rua lentamente
sentindo pelo ar muitos cheiros,
quando vi o teu andar tão indiferente
que mal assentava os pés ligeiros!
Caía chuva fria do Céu triste,
entravas imponente na Igreja,
viraste o rosto mal me viste,
ainda assim, Deus te proteja!
E Eu, um Poeta quente a quem seduzem
rimas estranhas, sem razão,
recordei as tristes palavras que dizem
"... talhas com teu machado as tábuas
do meu caixão!"
Procurava a rima certa, bem intensa,
p'ra findar meus versos com Amor,
ficou o desencontro da tua indiferença
na minha lista de pobre pecador!
Aquando da tua Morte -
Diz-me porque não ouves?
A rua continua - e o barulho da gente
que vai e vem e volta sem sentido.
Só tu ficaste - num fundo
que não sabias.
Porque ficas assim? Já nem há lágrimas
nos teus olhos excessivamente abertos.
Devem correr nos rios em qualquer parte.
E a Primavera há-de voltar um dia
ao Coração das flores.
Porque ficam os teus dedos imóveis
e o teu corpo - como se acabasses para sempre?
Prendeu-se-te aos ombros uma noite tão funda.
- Teus frágeis ombros.
A minha Alma é parada e enlouquece.
É terrivel a hora - imenso
o espaço aberto em teu redor.
Que fazes a meio dum espaço tão imenso?
Teus lábios são longe das palavras.
Só a dor é presente e cega-me os sentidos.
A dor agarra-se-me ao corpo.
- E a tua noite - veio - cobre-me todo!
Haverá Rios ainda?!
Não sou mais nada que a tua noite - agora -
assim, parado, a meio tempo ...
Subito foi-se-me a Vida como um vidro partido!
E todos os gestos me são inuteis.
Haverá Mães em lugares aquecidos
que embalem docemente um Filho?!
Em mim não nasce nada!
Estou. - E olho-te como quem não vê!
- Sentes o longo gemido da Terra?
O que fica.
Depois de tudo se fechar!!!
Exibição Atópica
Vez por outra
Contempla
A rua
Ausências
Fazendo
Presença
Eternizando
O que vai
Sendo...
Saudade
Não se mata!
Um dia desse
Eu fui dançar lá em Pedreiras,
Na rua da Golada,
Eu gostei da brincadeira
Zé Cachangá era o tocador
Mas só tocava Pisa na fulô
Uma Direção
Quando estou na rua e lembro que em casa não tem mais ninguém me esperando, lágrimas escorrer lentamente, uma vazio enorme fica no peito, você procurar uma direção e não ver, ai você chora, grita, pois perceber que né os cachorros ficaram.
Todas as pessoas sábias são felizes.
Mesmo aquelas sem teto que moram na rua.
A felicidade é como átomos de cada constituição.
Sem carecer que algo,ou alguém a complete.
Eco de Saudade -
Sou pedra de silêncio sem sentido
um eco de saudade pela rua
a sombra de um passado, ressequido,
ausência, meu Amor, mas sempre tua.
Sou um longo xaile negro d'ilusão
aos ombros de um destino que é o meu
ó Deus o que será de um coração
que tanto se entregou e se perdeu?!
Duas vidas tão unidas, separadas
dois seres que se amaram, sem sentido
duas Almas incompletas, mal-amadas
dois amantes sem destino, proibidos.
Meus olhos já nem choram esta dor
meu canto já vacila nestes versos
já não sei o que fazer a tanto amor
perdido na carência dos desejos.
Talvez um dia oiças, quem me dera,
o Fado que hoje canto à despedida
de ti meu coração já nada espera
amor que tanto amei além da vida.
Bilhete
Há dias de sol que me levam à rua esquecido desta natureza "introspecta", resguardado, ocupado e taciturno.
Não importa quanto tempo passe, quantas fazes amistosas se sucedam, meu coração deseja apenas você.
Pulso em compasso de espera pela tua tu presença em minha vida, tal como no dia em que nos encontramos pela primeira vez.
Naquela tarde de domingo eu não fazia ideia do quão incrível você tornaria a minha vida e monótonos os meus dias.
Um homem cheio defeitos, longe de ser o ideal, mas obstinado por tê-la em meus braços novamente.
Minha mesquinhez me leva a desejar teu beijo e te amar com tamanho fervor que jamais deseje ir embora novamente.
Regresse uma vez mais, faz do meu pito tua morada e mergulha sem reservas em minha alma poética, que anseia sem demora pelos teus favores.
Casthoro´C
Além dos Olhos -
Meus olhos são pisados pela Vida
como as pedras são pisadas pela rua
meus olhos duas telas ressequidas
são deixadas pela dor à luz da Lua.
Meus olhos são dois pobres sem sentido
tão famintos d'encontrar os olhos teus
teus olhos dois tormentos diluídos,
separados - indiferente aos olhos meus.
Teus olhos duas águas, meu gemido
folha seca transparente sem ventura
teus olhos são dois fados, meu castigo
e teu corpo pedra fria sem ternura.
Nos meus olhos mora o tempo que perdi
debruçada na clareira deste amor
como praia que me invade e onde vivi
tudo foi, tudo é como um sol-por.
