Pérolas
↠ Enigma ↞
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Na caixa de sentimentos
guarda-se um enigma,
razão não tem conhecimento
a vivência descobrirá tal estigma.
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Interminável deserto,
rumo solitário, incerto…
oásis ímpar do “eu” existencial,
sacia em frescor transcendental.
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Segredo…
pérola em esquecimento,
Ser desconhecido do medo
contido no pensamento.
No Oceano da vida, tem ‘pescador de corações’ que há apenas, para assinalar as procelas, as marés incertas, ou as profundezas mais assombrosas do outro! O ‘pescador de corações’ que mesmo diante da fealdade da ostra, jaza afim de descobrir as pérolas, esse, ama de fato o seu semelhante, e a si próprio!
Estamos aqui nessa dimensão das formas instáveis
para experimentarmos e descobrirmos a nós mesmos.
Fomos escondidos e presos dentro de uma concha,
que se deteriora a cada dia e nos fizeram acreditar
que somos ela,
enquanto nossa essência de pérola-luz está oculta
e invisível.
Temos duas maneiras de encontrar a luz
que mora dentro de nós.
Pela dor e sofrimento do orgulho partido,
ou pela alegria humilde da simplicidade.
Pelas lágrimas amargas ou por grandes sorrisos.
Qual caminho escolherás?
Sacuda a poeira e dê a volta por cima, saia já desse estado letárgico em que te encontras como uma ostra no fundo do mar... Lembre-se um dia todos seremos poeira cósmica, então deixe essa tua poeira fluir no Universo antes que baixei e fique estagnada para sempre no fundo do mar (alma) e perderás uma grande oportunidade de ser pérola enquanto ainda vives...Então, Abra-te!
As vezes me fecho em ostra e fico vendo a vida passar no fundo do mar... Fico pensando como tudo é tão misterioso e instigante, tão imenso tão intenso e penso ser uma personagem do filme Matrix e observo as algas e peixes do oceano acenando pra mim e nessas oscilações introspectivas em que brincam na cordinha de luz, sinto- me como uma marionete do tempo..
Na minha pobreza, de vez enquando eu me inspiro na realeza, mais na sua riqueza, ainda queres roubar a minha paz.
A tristeza só é benéfica
e sabedoria se você está preso na falsa felicidade, onde você perderá a salvação eterna.
Renunciar... é sufocar com os olhos rasos d´água um sofrimento atroz, e a tanta mágoa, poder dar as nuances da ventura; é conseguir introverter o pranto e transformá-lo em mavioso canto, dando à lágrima a forma da ternura. Renunciar... é calcar toda angústia dentro da alma, aparentar tranquilidade e calma, desditoso, fazer feliz alguém; é transbordar, ingenuamente, a vida num sorriso e dar de si tudo o que for preciso dessa alegria que não mais se tem. Renunciar... é ir vibrando num desejo louco de ganhar um pouquinho, ainda que pouco, quase nada e de tudo o que se quis. É trancar os soluços na garganta, e a si próprio dizer: "gargalha, canta, para que o mundo pense que és feliz". Renunciar... é resistir, sereno e sem queixume a uma ausência que o tédio, é dor, voz da saudade, família, cachorros, vozes da saudade que uivam solidão. É percorrer tão ásperos caminhos, transformando em mil rosas e espinhos, abrindo a toda gente o coração. Renunciar... é pressentir uma canção dolente, das que chegam à alma, de repente, e extasiado, não pode falar. É sentir nessa doce linha a tristeza mesclar-se com alegria, num amargo prazer de recordar. Renunciar... É colorir, de inúmeras matizes os sorrisos que escondem as cicatrizes, no mais fundo recôndito do ser. É agradecer, a cada instante, a inabalável fé, a fé constante, que nos dá tanta força para viver... Renunciar...
