Pequenos textos sobre Morte
velhice
a hora que o tempo tem
com tanta pressa se vai
disparou, e nela contém
um suspiro que desvai
o prazo que ainda resta
nada sei, e pouco abstrai
então, nesta tal aresta
não adianta ser samurai
antes que finde a festa
uai! E vire o que seria
orquestre a tua seresta
e viva cada verso da poesia
antes que se torne indigesta
pois não terás está cortesia...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
30 de setembro de 2019
Araguari, Triângulo Mineiro
Sozinho
A inexistência atua na ausência
As coisas já não mais reluzem
Versos já não mais traduzem
De versos românticos
A versos sem cânticos
Da vida mais farta
A vida barata
Já perdi o apurado cônscio
O ensurdecedor silêncio
Já é vazio nesse acúmulo
Agora escrevo ao meu túmulo
A vida não deixa as coisas baratas
Então mesmo com um buraco no peito
Tenho esperança que do nada
O infinito seja feito
Hoje não escrevo sobre nada,
nem amor,
nem paixão, muito menos
mulheres.
Ainda que não escrevo hoje,
escrevi ontem
e provavelmente escreverei,
amanhã.
Se ele chegar.
Sempre chega,
de algum modo ou de outro
ele virá.
Talvez não pra mim,
mas pra você
que estás a ler,
meu poema de hoje.
A vida é uma escola, concordo. Vejo nela a cegueira que carregamos, para não ser contraditório, não vejo.
Na morte, nome dado ao fim de uma jornada, associada a tristeza e a escuridão, eu tenho a esperança que também traz o fim:
das ilusões;
dos conceitos distorcidos;
de tudo que foi sentenciado como certo ou errado sem direito a defesa;
da prisão imposta pelas ideias alheias que transpuseram as gerações e que termos como nossas;
das verdades perdidas na estreita visão ou na pretensão de ter algo muito acima do próprio ser.
Tudo o que queria era ter paz,
Mas paz não posso ter.
Porque quem tem paz e feliz,
E a felicidade nao hà em mim.
No meu peito hà tristeza,
Na minha mente só solidão,
Ao meu redor apenas maldade
Nesse mundo de desiluzão.
Não tenho mais futuro.
Meu coração jà morreu.
Junto com ele foi minha vida,
Que nesse momento faleceu.
Ass:Victor Alessandro
A madame não entende meus pensamentos, a madame não liga para meus versos, para minhas frases nem para meus sentimentos.
Ao entender a madame não me inclui nos seus planos, ela me retira do seu pensar e me trata pior que um qualquer sem utilidade a qual usar.
Eu, o moço, estou a esperar uma brecha na vida de lágrimas da madame, uma oportunidade para entrar, para ao menos uma piada contar, quem sabe um sorriso roubar.
E se no fim a madame nem de mim lembrar, eu, o moço, fico feliz por pelo menos ela me olhar.
EU NÃO CONHEÇO VOCÊ,
não sei
o seu sobrenome,
se você tem
irmãos
ou irmãs
ou pais
ou primos
que são tipo
irmãos
e irmãs
e tias
e tios
que são tipo
mães
e pais,
mas se o sangue
dentro de você corre dentro
de outra pessoa,
você nunca vai querer
ver esse sangue correr
fora deles.
Luto dos entes mais novos,
Nossas crianças se despedem mais cedo
E nos deixam com uma imensa tristeza
Para sempre nossas lindas lembranças
Que vimos crescer e seguir em frente
Chegando no grande universo, encontre
Tantos amigos e outros lá desfrutando
De seu eterno descanso, tendo sua paz
No dever terreno cumprido a sua missão
Continuaremos aqui, com muitas saudades
E com Deus confortando os seus familiares
E quem sabe um dia, entendermos o sentido
De conviver com as perdas e sermos eternos
CORAGEM
Quero ter a coragem de cantar
A música da vez...
Talvez, o tema de nossa vida,
No Karaokê!
Quero ter a coragem de dizer
Juras românticas,
De eternizar declarações de amor,
De pagar mil micos...
De paixão!
Quero ter a coragem de viver
Viver intensamente,
Milhões de aventuras...
Sem fingir e esconder-me
Por um grande amor!
Quero ter a coragem de encarar
As coisas que são certas, a se fazer;
De contar com a sorte,
De esperar a morte...
Nada considerar azar.
De viver e ter que tudo faz parte da vida!
No ser da alma
O tempo é o infinito
Está no início do fim
E no fim do início
A alma não se cansa
Até abrir a janela de seu ser
E na eternidade se encontrar
Para o céu seu coração conhecer
Em sua vasta existência fará escolhas
Amar a lua e apaixonar-se por suas fases
Ou ter a (des)ilusão de ter as estrelas para si
Não há lógica e nem ordem cronológica
Para o ser que vive é um mistério que seduz
Enquanto o que morre o desespero lhe conduz
Porque as pessoas insistem em competir?
Qual é o troféu que se almeja lá na frente que faz com que achemos que um vai vencer e o outro irá perder.
É um equivoco imaginar vivermos nessa separatividade, oque chega a ser uma heresia.
Já passou da hora de largarmos o velho bordão de chamar uns aos outros de ``Guerreira(o)´´ e trocar por
``Companheira(o)´´.
É bem melhor que viver em conflito constante entre nós humanos, pois a meta é juntar em uma só causa rumo a evolução coletiva sem esquecer que o troféu é a morte pros que insistem na soberba!
“O problema é que a gente acredita nos insultos, não nos elogios”
Pois é, muita gente fala que meus olhos são bonitos
Não acho, eles são vazios, frios e eles não brilham mais como antes
Essa semana me falaram que: eu sou chata e se eu não tomar meu remédio eu fico insuportável e ninguém me aguenta e que era pra mim tomar dois pra ver se alguém me aguentava, me falaram que eu era um lixo muito grande pra caber no lixo da minha sala, que ninguém se importa, que eu sou idiota
Eu acredito em tudo isso
Isso é o que eu sou
Preciso ir embora
O silêncio nunca feriu tanto a alma, tornando-se uma verdadeira diabete, a cada dia aumentado a ferida provocada pela ausência. Se um dia isso vai passar? Não sei. O que tenho certeza é que nunca mais a vida será a mesma, pois as rotas dos ventos mudaram de forma definitiva.
ALMA PERDIDA 🍂
Alma perdida dos versos que ficam
Onde as tábuas do seu caixão
Já estão de molho no rio
Que cavam fundo no corpo
Apodrecendo as palavras
De alguns lamentos
Numa cruz de pedra ou granito
Rezam ao senhor dos mortos
Pois os vivos choram lágrimas de sal
Num caminho da imortalidade
Onde o véu da morte cobre sepultura
Cemitério antigo de anjos em memórias.
Três irmãos nos encontraram, Então resolveram brincar conosco.
Primeiro o destino nos uniu,
Depois o tempo nos distanciou,
E por fim a morte nos separou.
Agora me diga quem foi o irmão cruel?
Como eles usam me forçar a me despedir de você?
Como posso dizer adeus a algo que ainda esta dentro de mim?
Algo que faz parte de mim.
Desculpa, Vida, se não te dei valor!
Desculpa se fraquejei, se fui um fracasso no Viver!
Desculpa se não vi mais graça em ti, se todo o seu esforço em me mostrar o quanto e íncrível, falhou.
Desculpa se meu riso travou e minha alegria se perdeu em tristezas.
Desculpa se tudo em mim grita mas o silêncio é que fala mais alto.
Desculpa se não entendi seus recados de siga em frente, de vai dar certo, de você consegue...
Desculpa!
Eu não consegui!
Desculpa!
Mell Glitter em "Uma carta para a Vida!"
O escritor, com sua sensibilidade, capta o mundo como se tivesse antenas.
Pode ou não ter vivenciado determinadas experiências- amor, ódio, fome, guerra, morte-, mas dela se apodera como se fosse sua.
A matéria- prima da arte é a própria vida, transmitida em literatura por meio das palavras; em pintura, por meio de cores e dos traços; em cinema, por meio da imagem, do ritmo, das palavras.
Certa feita, um jovem teve coragem para indagar um pensativo senhor:
- Mestre, tem como saber como é a morte?
E ele respondeu:
- Saber com certeza jamais, contudo, podemos ter uma breve noção.
- E qual seria essa noção então? - perquiriu o rapaz.
- Ora meu jovem, a morte, pelo que posso te dizer é tal como a própria vida, ruim e boa ao mesmo tempo.
As vezes as pessoas morrem de causa natural
As vezes morrem de acidente
As vezes morrem por estarem no local e hora errados
As vezes por descuido
As vezes injustamente
As vezes por ultrapassarem limites
Mas, quase sempre, elas morrem dentro de nós
Por conta do desinteresse e do descuido
Por conta da ganância
Por conta da falta de amor ao próximo
Não queira sentir a sensação de morrer para outra pessoa
É a pior das torturas
Você simplesmente deixa de existir
Todas as lembranças se tornam um pesadelo
Desistem e esquecem
Pronto, você não existe mais.
O silencio naquele lugar se predomina a cada instante, mas não é um silencio normal como o de uma sala de cinema. É uma coisa mais reprimida, um silencio agoniante que te incomoda em estar presente.
Ruim ao ponto de você chegar perto e perceber que tem algo errado com aquele lugar.
As pessoas que estão presente agem de uma forma triste, no olhar delas reflete uma dor inexplicável, mas por incrível que pareça algumas pessoas não intendem, não conseguem ver ou saber o porque daquilo.
O silencio e a dor que são refletidos pela morte.
