Pedra nos Rins
O mesmo homem, pode se chocar contra a mesma pedra ao pular no mesmo rio por várias vezes. Tem que ser desatento, masoquista ou idiota pra conseguir o feito, mas é possível
Não queira ser uma pedra de tropeço no caminho de um homem avarento, porque os avarentos são capazes de tudo.
A diferença não está na pedra ou em seu tamanho, mas na atitude que tomamos quando estamos diante dela.
A nuvem parada
No Meio do Céu
Pedia ao Sol que não viesse
Mas o Sol sempre vinha
A pedra da beira do rio
Pediu à nuvem
Pra que essa não chovesse
E o pássaro que ia pescar
Desejou que a pedra
Não fosse escorregadia
A Plantinha diminuta
Existente por sob o galho
da árvore onde o pássaro vivia
Pediu ao pássaro que voltasse
Desejou que o rio corresse
Sorriu para o Sol todo dia
Até hoje eu não sei como acontece
Mas tenho a impressão
Que essa prece
Era a única que Deus ouvia.
Edson Ricardo Paiva
"Não era uma espera
E nem primavera sem Sol
Não era pela pedra no caminho
e nem no sapato
Não era pelo fato de a via ser de dupla-mão
Não, não era
Porque por ela, só ia
Não era a linha solta e nem cruzada
Não, não era nada
Era por causa da vida
Porque era isso que era."
Edson Ricardo Paiva.
Quem joga uma pedra
Nas águas de um lago tranqüilo
Pode sempre vislumbrar
O efeito na superfície
Mas a pedra prossegue impassível
Invisível trajeto
Cujo destino a gente não sabe
Nem pensa...se esquece
E a pedra e as águas
Obedecem seus destinos
A água, no seu ciclo
Percorre o mundo
Enquanto a pedra
parada
vai cumprindo
solitária
A triste sina
de ter nascido pedra
Mas a pedra,
quando nasce abençoada
Percorre por tempo indeterminado
Os confins do Universo infinito
Guardadas as proporções
Há vidas que são água
Enquanto
Outras vidas são pedra
Fazem vôos diferentes
Leves ou pesados
Ambas, porém
Jamais poderão se eximir
de um destino
E ambas estão obrigadas
A um dia experimentar
A queda
Edson Ricardo Paiva
Toda ela feita só de tempo
Do tempo que transforma a pedra em pó
A vida, ela é composta de momentos
Alegrias, risos e lembranças
Lembranças, como as cartas de um baralho
Confusas, imprecisas
Um par de olhos indecisos
Há sempre um par de olhos
Diferentes da poética cegueira
Diferentes da cegueira
Diferentes da poesia
Um par de olhos céticos
Diante da eternidade
Dessa eterna alternância dos dias
Um par de olhos que se vê no céu
Na escuridão, na solidão da madrugada
Que nos vê quando não podem ser vistos
E que a gente os vê, se não nos vêem
A vida é toda feita de momentos
E um par de olhos, que ela sempre tem.
Edson Ricardo Paiva.
Como criança
Você lança a pedra pro alto
E ri de alegria incomum
Aquela que só tem quem desconhece
Taca fogo na floresta imaginária
E pula de felicidade e dança
Dança como quem dança na chuva
Chuva cai como uma pedra
Apaga a chama da floresta
Lança pro alto a fumaça
Qual criança, desconhece a direção
Deixa por conta dos ventos que levam palavras
Elas vão como a fumaça
O destino da pedra era o chão
Quem sabe, uma vidraça
Não te cabe a direção dos ventos
Não se sabe a profundeza da lagoa
Onde se lança a pedra a saltitar mil vezes
As águas sempre se evaporam
E as nuvens choram de comum tristeza.
Edson Ricardo Paiva.
O tempo passa
pelos meus sapatos
Na calçada, feita em pedra e lama
Passa, com destino ao nada
Enquanto eu passo pela porta
Passa a hora pelo lampião de azeite
Passa pela chama de uma vela que minh'alma aceite
A luz da aurora, a fresta da janela, o dia acorda
Nada mais te resta, que senão viver
Passa pelo leite derramado
Passa e não pelos ponteiros
Fica ali, no tosco vidro mostrador
Que, fosco, perde o brilho
Passa...e dessa vez digo depressa
Não se faz passado como antigamente
E mesmo que as luzes iluminem
As vitrines do mundo já nem chamam mais tua atenção
O tempo passa pelo coração que bate
O tempo passa e não pelos ponteiros
Passa pelo lado avesso, aos olhos de meu pai
Depois vai lá, ter com meu filho, que mora distante
Corre pela gente, mas de modos diferentes
O tempo passa como um raio pela água do café, fervente
A gente nem se lembra mais
Quantas colheres colocou de quê
E quando vê
Tá bebendo por engano
Aquele, que era de ontem
O tempo passa lento aos apressados
Que por mais quaisquer segundos que eles contem
Perdem momentos aos montes, milhares, sem sequer saber
Que a semana de amanhã foi mês passado
O tempo passa lento aos infelizes
Que impõe crises à felicidade
E moldam fatos concretos
Pra poder ser infelizes
O tempo traz relatos
Dando conta sobre um cínico egoísmo
E desde que o mundo é mundo
Este sim, sempre subiu de patamar
E há de durar pelo tempo...que o tempo há de durar
Infelizes sim, de fato e até o fim
O tempo
Passa pelos meus sapatos
Na calçada, feita em pedra e lama
Ando devagar de medo, pode acontecer
de eu escorregar e de cair, cair como a noite
Porém
Além de perder compromisso
O cuidado é todo em vão
O preço disso é o passo em falso, o tropeção futuro
Abjeto ser, que vem devagarinho, ele vem
Não ponho a culpa em ninguém
Os caminhos do mundo nunca foram, nem jamais serão
Perfeitos como os cegos olhos a trilhar
O rumo escuro e fácil, rumo à perdição
Esse sim, tem prumo reto, argúcia, perfeição.
Edson Ricardo Paiva..
A lente arranha o Sol
O pensamento entorta o aço
O passarinho quebra a pedra
Aquilo que é lento e silencioso
Quando finalmente nos alcança
haverá deixado em nossas vidas
Marcas muito mais profundas
do que aquelas que houverem despertado
a atenção momentânea
O caminho, apesar de bem cuidado
Mesmo assim se racha
Vão-se os dentes, fica a gengiva
E um dia, finalmente a gente acha
Muito, infinitamente lindo e mais belo
Um sorriso de alegria singela
Quando vindo de uma boca banguela.
Estradas de Pedra.
Enquanto a chuva cai
A noite passa e vai pela janela
Pra perto da estrela distante
Na mesma velocidade
Pensamento, instante, vagam
Pedra lisa, estradas sem destino
Que se aprumam
Indiferentes, se acostumam
Vai durar uns meros séculos somente
Durante as tempestades
Quais relâmpagos colidem
Que se agridem pelos ares
Olhares idem pela escuridão que espero
Pra depois, durante as calmarias
Vir buscar-me em sonhos
Pois, durante a madrugada
Não serão jamais pisadas
Vão nascer de novo, sempre vão
No primeiro desvão, por onde invade o sol
Da primeira manhã de alguma infância
Há de ser nova
A primeira manhã de todas as manhãs
Traz consigo o gosto verdadeiro
Do primeiro sol que arde n'alma nascitura
Pensamento, instante, invade
Vai durar uns poucos séculos somente
Indiferente às estradas de pedra
Que foram feitas só pra ser pisadas.
Edson Ricardo Paiva.
Loucura mesmo, é pensar ter um coração de pedra!!! A sementinha do am♥r sempre acaba dando um jeitinho de brotar e florescer novamente!!!
"Quando cai uma pedra no caminho da formiga, ela desvia e continua, quando cai uma pedra na formiga, ela não morre, porque é só uma frase, não é real."
“Se hoje estou em cima em compensação amanhã poderei estar em baixo ou vice e versa, então pense primeiro antes de atirar a primeira pedra. ”
