Pedra no Lago
É desnecessário respirar
no fundo do lago.
Lá apenas as almas e os peixes
desvanecem em escuras
e mansas correntes...
O lago cinza se tornou confortável ao beijar da noite.
Sonolenta brisa revestida de sorrisos e holofotes...
Somos Todos, Cisnes de Um Lago Encantado. Entre Mergulhos, Alaridos e Silêncio, vamos lentamente saíndo de Cena... No nosso Palco da Vida... Rolemberg.
Ninguém precisa permanecer num lago de incompreensão. Ainda que a possibilidade favoreça mais a um do que a outro, o tempo oferece a chance de desenhar lados iguais. O conflito, porém, continuará produzindo efeitos negativos, até que a balança se alinhe em sintonia com a paz.
Ouvir Raindrop, de Chopin, é deixar-se conduzir a um lago invernal. Cada gota que tomba no silêncio da água reverbera como a confissão íntima da solidão.
Ali onde a alma goza suspiros de paz, no silêncio de si mesmo, às margens de um lago de águas tranquilas onde borboletas douradas e libélulas pairam doces e placidamente. Ali, se puder achar, dobrando a esquina do inferno, à direita do desalento. (Walter Sasso)
Aquele Lago
Aquele Lago de águas tão transparentes como uma vitrine,
A manifestar-se como um líquido céu azulado.
Ele dedica-se a saciar a sede de todos ao seu redor
Enquanto seus peixes e plantas aquáticas disputam suas águas doces.
Cada um puxando mais para o seu lado.
Tão líquido e transparente, mas envolto de recursos geniais.
Um Lago formoso, o maior dos patrimônios naturais!
As cinzas transformaram
de maneira pressentida
o céu no lago parado da morte,
não sei mais a diferença
quando faz Sol ou chove.
Os meus sentidos andam
endurecidos e me pego
a cada dia gostando
menos de tudo o quê
estou testemunhando.
Perdi as contas de quantas
vezes mastiguei e engoli
a minha própria língua
por tomar noção que
muita coisa virou cinza.
Ler as notícias e insistir
em olhar para o céu
continua sendo um engano,
o Apocalipse está
dominando os pulmões.
Só sei que choro por dentro
e os pássaros cantam
de desespero antes
mesmo do Sol raiar
e não sei mais e como falar.
A Dança que Sustenta o Todo
Havia, no princípio dos dias,
um lago escondido entre colinas.
Nele, vivia um pato.
E o pato nadava sobre um tapete vivo de rogós,
aquele verde que cobre a água,
alimentando-se e abrigando-se nele.
O rogós, porém, não vivia sozinho.
Bebia da luz do Sol
e da água que o lago oferecia.
E o lago não era lago sem as chuvas
e sem as correntes que vinham de longe.
Assim, um vivia para o outro,
e nenhum era senhor de si mesmo.
Certa vez, um viajante observou e disse:
— Se o pato vive para o rogós,
e o rogós vive para o lago,
então todos dependem de todos.
Mas quem, no alto de tudo,
precisa de quem?
E o ancião que o guiava respondeu:
— Até as moléculas vivem desse pacto.
Uma só não é nada;
juntas, são substância, são forma, são vida.
Assim também é com o Criador e o criado.
O viajante franziu a testa:
— Então o Criador precisa de nós?
— Depende de como você chama “precisar” —
disse o ancião.
— O Criador não carece de nada.
Mas escolheu que o todo vivesse
por meio da dança entre o dar e o receber.
Se retirasse essa dança,
a criação seria apenas estática,
como uma pedra no escuro.
O viajante ficou em silêncio,
e o ancião prosseguiu:
— A devoção que oferecemos ao Criador
não é o alimento que O mantém vivo,
mas o fio que nos mantém ligados a Ele.
Assim como o pato não sustenta o Sol,
mas precisa do Sol para continuar vivo,
nós precisamos dessa devoção
para lembrar de onde viemos
e para onde voltaremos.
E então, o ancião mostrou ao viajante
a relatividade das medidas:
— Se saímos de trinta graus para vinte,
sentimos frio.
Se saímos de dez para vinte,
sentimos calor.
A mesma temperatura pode ser frio ou calor,
dependendo do caminho que se fez até ela.
Assim é com a verdade:
não tem um único rosto,
mas se revela conforme o coração que a busca.
O viajante entendeu,
e disse consigo mesmo:
— Então a verdade é o equilíbrio.
E o equilíbrio é a justiça.
E a justiça é o ser.
E o ser é o que é.
E naquele dia,
à beira do lago,
aprendeu que o Criador não reina sozinho,
mas reina com todos.
Porque escolheu não criar servos,
mas companheiros de dança.
Acalmando o lago das emoções.
Cada um de nós tem um lago desconhecido dentro de si. Em alguns momentos ele apresenta-se profundo e assustador, principalmente nos momentos de fúria, parece que ele vai transbordar e invadir tudo ao redor.
E, o que fazer para que ele permaneça sereno? Quando percebo que ele está começando a ficar agitado, eu costumo passar alguns minutos em silêncio, escutando unicamente o canto dos pássaros que sempre pousam bem próximo a janela do meu quarto. Aquela sinfonia tem o dom de abrandar as águas agitadas de qualquer lago em movimento.
Sempre que me vejo inquieta por causa do mundo louco em que vivemos que é o que faz as águas transbordarem, eu simplesmente fico alguns minutos off-line. Às vezes, chego até a desligar o celular, para que nada me incomode. Fico comigo mesma, escutando o que se passa por dentro.
Mas, o que mais me deixa calma e totalmente em paz é a natureza. Acho magníficas as nuances do sol no fim do dia, colorindo a cidade, enquanto as nuvens se perdem naquele mar de cores. O diferencial dos verdes dos galhos das árvores, as flores nascendo preguiçosas banhadas pelo orvalho matinal. A brisa de um dia chuvoso, as gotinhas banhando o meu rosto, o cheirinho de terra molhada...
Existem muitas outras coisas que me acalma, mas, não irei citar todas, pois, não gosto de escrever textos enormes, mas, deixo aqui a pergunta: O que te deixa em paz e com o lago das emoções bem tranquilo?
Então o “urso“ disse: Acredite, eu não vim ao canto deste lago para roubar teus peixes, para devorá -los todinhos em furia. Vim só para vê-los nadando, livres em seu habitar . Também para ver o meu reflexo no espelhar destas águas, e para provar a mim mesmo diante dessa imagem, que não é verdade o que foi dito a meu respeito. Pode conferir aquele jardim ao lado, veja se falta sequer uma flor que seja. Vim também para parabenizarte por tê-las impedido de murchar
E se alguém não foi achado no Livro da Vida, esse foi lançado no lago de fogo e enxofre. Apocalipse 20-15
È como mergulhar em um lago negro, numa noite escura. È como se jogar ao vento, em meio á uma tempestade. È como se apaixonar pela dor, mais incrivelmente eu não consigo me desligar de você.
[...] Depois de dois ou três minutos de caminhada chegamos há um lago que se estendia por muitos metros até as colinas que pareciam como quadros, e não por coincidência vi uma tela exposta em um cavalete com a mesma paisagem, sob a sombra de uma árvore. Impressionei-me ao ver uma pintura tão linda! Estava terminada, só faltando a assinatura do pintor e uma moldura à sua altura. Percebi que Rubens me observava com atenção e um ar de riso nos lábios quando me conduziu à frente do cavalete. Não entendi o que ele queria fazer quando virou as costas para mim.
-Você é o que faltava. –disse ele, não sabia do que estava falando.
-Desculpe?
Ele repetiu o movimento do dedo indicador nos lábios e eu já estava ficando irritada com aquilo.
-Devo pedir que não se mova.
-Mas...
Novamente aquele movimento.
-Desculpe meus modos, quase me esqueci de pedir sua permissão para pintá-la...
-Pintar-me? –perguntei um pouco ansiosa- Por quê? Seu quadro está tão lindo!
-Quero que ele fique perfeito. [...]
Lago sereno de águas profundas, disseram que sou assim, imediatamente concordei com essa definição. Não tente me conhecer pela superfície, não entre em minha vida se tiver medo de profundidade. Às vezes penso que sou feita de nada e surpreendo ao ver que minha alma de vinte e poucos anos comporta a vivencia de um século. Às vezes sou pesada demais e às vezes nem me sinto.
E me lembrei daqueles fins de semana no lago, quando os barcos de papel partiam sem eu me preocupar onde iriam chegar, se iriam chegar… é que era mais gostoso sentir a brisa no rosto e ver o que o vento me reservava. E eu partia sem olhar pra trás, sem ter preocupações ou pesos nas costas, sem hora pra voltar, sem pessoas para impressionar. Uma vez e outra, sentia as nuvens ao redor… e o barco parecia flutuar. A noite caía e as estrelas pareciam me convidar a um espetáculo de luz no meio do céu negro. Ambiente perfeito para sonhar… ambiente perfeito pra ser, adormecer.
Na fonte dos teus olhos
vivem os fios dos pescadores do lago da loucura.
Na fonte dos teus olhos
o mar cumpre a sua promessa.
