Coleção pessoal de Luziamedeiros

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Alguns desejos e nada mais.

Que eu jamais me perca nos becos sombrios da falsidade. Que sempre aja luz refletindo amor nos meus olhos.

Que eu consiga dançar e cantar com alegria, até mesmo, quando faltar melodia. E mesmo que, os passos não sejam perfeitos, façam alguém sorrir.

Que a paz me acompanhe desde a alvorada até o crepúsculo do fim do dia. E que à noite a lua vestida com teu manto perfeito, me banhe com a tua luz reluzente.

Que os sonhos sejam afetuosos e me leve para lugares apaixonantes como Veneza, Paris, Amsterdam... , ou, quem sabe um jardim bem perto, onde eu possa respirar a magia insigne do amor.

Que a realidade seja melhor do que os sonhos e, a dor jamais habite o meu lar. E se habitar, que o amor em família seja suficiente para curar qualquer sofrimento.

Mania que jamais esqueço.

Eu e essa mania de admirar as estrelas, mesmo quando elas se escondem através do véu. Durante minha infância eu costumava fazer grandes pedidos sempre que caía uma em algum lugar. E que eu me lembre, elas nunca se escondiam.

Hoje, parece que tudo mudou, a noite tem menos estrelas, pelo menos aqui na cidade, pois, a luz intensa ofusca o lindo brilho delas. São poucas as pessoas que olham para elas, deve ser por isso que elas se escondem.

Quem dera se todos tivessem essa mania, afinal de contas, vocês já repararam como cada estrela tem um fulgor diferente, uma vivacidade única? São milhões de pontinhos de luz espalhadas num azul fascinante. Mesmo perdidas por entre as nuvens, elas jamais perdem a majestade.

Distante dos olhos e perto do coração.

É incrível como existem pessoas que em determinados momentos da vida foram tão importantes que jamais serão esquecidas. Falo particularmente de um garoto em especial, que conheci num momento difícil.

A presença dele foi decisiva para o meu bem estar. E não estou aqui falando em amor, pois, foi apenas uma paixão de poucos dias, mas, o carinho me surpreendeu, o abraço na hora da despedida ficou guardado em mim.

Hoje, ele está distante. Faz algum tempo que não o vejo e talvez nunca mais nos vejamos. Porém, tenho certeza que valeu apena o momento vivido, as conversas que trocamos os sorrisos divididos.

Acho que, ele nem desconfia da força imensa que a presença dele me proporcionou, através das palavras, dos gestos, das músicas que escutávamos juntos. No instante em que eu tinha o medo como companhia, ele apareceu de repente em meu caminho e mudou todo o percurso.

Por isso, eu acredito que Deus manda anjos para nos acalentar quando tudo está dolorido e, então, quando pensamos que há somente tristeza no jardim, a alegria chega surpreendentemente bela e a vida se refaz, volta a florir em questão de segundos. Então, eu só tenho algo a dizer: Viver é lindo demais!

Amore in Venezia.

Manhã romântica de primavera, eu estava sozinha na linda Praça São Marcos, esperando a minha irmã. Eu deveria ter ido com ela, mas, meus pés já estavam cansados demais. Naquele instante eu pensei que Veneza é mais atraente para passarmos uma lua de mel e não para fazermos pesquisa de trabalho. Sei que muitos gostariam de está no meu lugar e ver os pombos voando, os casais apaixonados fazendo juras eternas, o sol pairando no azul das águas que se confundem com o brilho do céu. Mas, tudo o que desejava naquele momento era estar na minha casa no Rio de Janeiro.

Depois de quase uma hora, eu fui surpreendida por um belo jovem veneziano, de olhos verdes, com sorriso e olhar um tanto conquistador. Ele se aproximou lentamente e lançou algumas palavras:
- Oi senhorita, como está? – Confesso que o achei um pouco atrevido e ao mesmo tempo atraente e educado. Por isso fui bastante educada.
- Estou bem, só um pouco cansada.

Nesse dia conversamos pouco. Apenas nos apresentamos, ele disse se chamar Luigi, e quando eu disse que me chamava Carolina, ele achou lindo.

Passaram-se alguns dias sem que nos víssemos, até que houve um romântico baile para comemorar a primavera. Foi nesta noite mágica que o reencontrei. Ele estava lindo, com um sorriso inebriante, seus olhos pareciam um lago banhado de amor. Depois do baile saímos para passear sobre a nevoar daquela noite quase irreal. Tive sorte, pois, minha irmã voltou cedo para o hotel e eu fiquei na doce companhia do jovem veneziano.

Caminhamos silenciosamente pelas ruas enfeitadas de flores, com cheiro de jasmins cobrindo toda a cidade. Parecíamos sem destino algum, como se não houvesse o futuro e logo eu tivesse que retornar para a realidade do meu lar. Fomos guiados pelas batidas dos nossos corações.

Quando a madrugada deu lugar a uma luminosa e preguiçosa manhã, pois, a cidade inteira ainda dormia. Abraçamo-nos sobre a Ponte de Rialto, ele me presenteou com um beijo apaixonado, típico de um veneziano e me fez juras de amor. Namoramos ao balanço das gôndolas naqueles canais apaixonantes. Mas, eu sabia que na tarde daquele mesmo dia eu teria que partir.

Por alguns instantes senti vontade de largar tudo no Brasil e viver aquele sonho de amor. Comprar uma casinha com flores na janela, de frente para as águas solitárias, que já viram amores nascer e depois partir. Infelizmente, eu precisava voltar para o meu mundo real, menos colorido, mas, que me fazia sentir com os pés firmes no chão.

No fim da tarde, eu me despedi daquele que foi o meu amor por uma única noite e permanecerá dentro de mim a vida inteira. Talvez na próxima primavera, ou, quem sabe em um dia qualquer eu torne a encontra-lo. Afinal, a vida sempre pode nos surpreender.

Acorda, o mundo não é um conto de fadas.

Ei, acorda garota! A vida não é um conto de fadas, você não vive em um castelo intocável. Nem tão pouco um príncipe irá te resgatar da bruxa malvada. Será que você não percebe como o mundo é de verdade, sem essa capa de ilusão que você teima em usar para se esconder da realidade.

Você é feita de carne e osso, não é uma bonequinha de cristal, com sapatinhos de princesa, não há súditos para te obedecer. O mundo que tu vives é o mesmo que um mendigo vive, embora, você prefere acreditar que Deus criou um mundo para cada um de nós e o seu é perfeito, pois, todos fazem suas vontades e você nunca se machucou.

Mas, acredite, um dia o seu vestido lindo irá se rasgar, o teu sapatinho perfeito poderá se perder e desta vez não será como nos contos, não haverá um príncipe a sua procura. Pois, o mundo real é feito para nos machucarmos, para cairmos e depois levantarmos mais fortes. E com você não será diferente. Por isso, acorda menina! Antes que a queda seja maior.

Acalmando o lago das emoções.

Cada um de nós tem um lago desconhecido dentro de si. Em alguns momentos ele apresenta-se profundo e assustador, principalmente nos momentos de fúria, parece que ele vai transbordar e invadir tudo ao redor.

E, o que fazer para que ele permaneça sereno? Quando percebo que ele está começando a ficar agitado, eu costumo passar alguns minutos em silêncio, escutando unicamente o canto dos pássaros que sempre pousam bem próximo a janela do meu quarto. Aquela sinfonia tem o dom de abrandar as águas agitadas de qualquer lago em movimento.

Sempre que me vejo inquieta por causa do mundo louco em que vivemos que é o que faz as águas transbordarem, eu simplesmente fico alguns minutos off-line. Às vezes, chego até a desligar o celular, para que nada me incomode. Fico comigo mesma, escutando o que se passa por dentro.

Mas, o que mais me deixa calma e totalmente em paz é a natureza. Acho magníficas as nuances do sol no fim do dia, colorindo a cidade, enquanto as nuvens se perdem naquele mar de cores. O diferencial dos verdes dos galhos das árvores, as flores nascendo preguiçosas banhadas pelo orvalho matinal. A brisa de um dia chuvoso, as gotinhas banhando o meu rosto, o cheirinho de terra molhada...

Existem muitas outras coisas que me acalma, mas, não irei citar todas, pois, não gosto de escrever textos enormes, mas, deixo aqui a pergunta: O que te deixa em paz e com o lago das emoções bem tranquilo?

Na vida, há sempre um recomeço.

Demorou, mas, finalmente eu consegui destruí o velho sobrado dos medos que havia dentro de mim, os escombros caíram todos pesadamente aos meus pés. Observei as lágrimas escoarem-se sem presa, as dores partidas ao chão, os sonhos que foram apagados, as mágoas envelhecidas, mas, que ainda machucavam. Era terrível saber que aquilo tudo estava dentro de mim.

Agora é hora de esquecer e construir um lar arejado, com alicerce feito com amor, com a janela da alma de frente para o jardim dos sonhos renovados. Neste novo lar quero guardar somente o que me faz bem, as pessoas amadas, os desejos futuros, o amor divino.

Nunca mais eu irei abrigar pessoas que só fazem machucar, que transformam tudo em ruínas, num mundo apagado, pois, o coração é a moradia mais bela que alguém pode habitar. Mas infelizmente, muitos não dão valor e acabam destruindo tudo e depois é tão difícil reconstruir.

É tão difícil acreditar num recomeço, como se o sofrimento nunca tivesse morado aqui dentro de mim. Mas, estou reconstruindo a vida, os sonhos, meu lar. Aqui dentro tá ficando tudo lindo outra vez, exatamente como era antes do terremoto de decepções. E ficará ainda mais luminoso. Pode acreditar! Nem tudo foi destruído, principalmente a força que tenho para recomeçar.

Aonde foi parar aquele garoto de olhos negros e sorriso apaixonante que costumava passar na pracinha no fim da tarde? Para onde foram as palavras repletas de encanto, que me eram ofertadas no silêncio do toque ardente daqueles beijos?

Terá sido ele o ladrão do meu sorriso? Aquele que me roubou o brilho das tardes de domingo, a visão do sol poente? Agora as minhas tardes são frias, pois, me falta aquele olhar jorrando alegria.

Quem encontrar, por favor, me avise! Preciso daquele riso perfeito me banhando de amor. Sonho em ter de volta os carinhos pacatos e o igual às tempestades. Quero o retorno das tardes luminosas. Mas, principalmente, eu preciso ver o meu amor regressar.

Solidão

A solidão é algo que nos faz refletir sobre a importância de um abraço numa manhã fria. É uma dor que não se pode disfarçar, pois, escorre pelos olhos. É um espelho que nos mostra o que nos fere e faz sangrar por dentro.Por diversas vezes ela me fez ressuscitar velhas lembranças, que pensei não fazer mais sentindo algum. Mas, que continuam bem guardadas dentro de mim.

São momentos assim, que eu me vejo negando para meu próprio coração, sentimentos que se apossam de mim com uma velocidade impressionante. E quando percebo já é tarde demais para fugir. Mas, a solidão que estou falando não é somente a de está sozinha em um lugar qualquer. É a escassez de sentimentos bons, que me façam amar sem receio algum.

Eu sinto um medo terrível de acabar com essa solidão e perceber que meu mundo era mais seguro, quando ela fazia parte de mim. Por isso, muitas vezes quando ela chega forte demais, eu me afogo em velhas recordações, desbotadas, escondidas no meu mundo interior. Tentando fugir de uma realidade feliz que depois poderá se transformar em agonia, numa mágoa profunda.

Espero um dia me livrar dela para sempre. Pois, às vezes, perdemos a chance de vivermos algo novo, pelo simples fato de nos acostumarmos a sermos felizes por completo e depois percebermos que era tudo uma ilusão. Afogando-nos novamente no abismo mórbido da solidão.

Aprenda a lutar.

Na vida há dias de sol forte, de chuva, ventania e, até mesmo, de grandes tempestades. Mas, o que realmente nos faz crescer é a forma como abraçamos estas mudanças. Aprendendo a dançar o ritmo presente, com passos perfeitos ou não, sem jamais desistir.

Afinal, o que seria da vida sem grandes lutas? Para depois, vencermos como verdadeiros heróis. No entanto, para que isso aconteça, precisamos nos vestir de força e, até mesmo, um pouco de ousadia, para enfrentarmos as batalhas que são frequentes.

Não devemos jamais se abater quando o combate não nos favorecer. Outros virão, e a vitória dependerá do nosso esforço diário, sem nunca desesperar-se. Lembrem-se, guerreiros não são os que vencem sempre, mas, é aquele que está sempre preparado para enfrentar grandes batalhas. Aprenda a lutar, a vencer o medo, sendo o herói da sua própria vida.

Aprendizado.


Durante algum tempo eu me senti meio perdida. Sentindo-me como uma borboleta sem jardim para pousar. Um rio sem correnteza, ou, um céu sem luar. Até que, um dia eu fui abençoada pelo amor divino e, então, aprendi a amar tudo o que realmente vale a pena nesta vida.

Agora, importa degustar os momentos com sabor de chocolate e cheiro de chuva. Dou mais valor a cada instante por minúsculo e singelo que seja, pois, para mim, eles têm verdadeira importância. Significa um breve momento a mais preenchendo a minha história.

Hoje, gosto de conversar mais, conhecendo o coração das pessoas. Gosto de sentir o sabor dos dias, mesmo que não apresente nada de novo ou bom. Eu saberei encontrar uma pequena fagulha de alegria em meio ao pranto. Lembre-se o dia é muito longo, não se desespere nas primeiras horas, o sorriso pode nos alcançar pouco tempo depois da dor.

Com isso, estou aprendendo a transformar lágrimas em sorrisos, mesmo meio tortos, mais tarde eles se transformarão em risos de felicidade. Pois, melhor sorrir diante dos problemas do que afogar-se em lamentações, ofuscando a nuance brilhante da vida.

Aprendi a desenhar estrelas no céu nublado, a pôr o azul cintilante no lugar do cinza sombrio. E, principalmente, aprendi a acrescentar amor aos meus dias. Amando as pessoas, os animais, os sonhos, a natureza e principalmente a Deus, o responsável pela minha felicidade e por tudo que há nesta vida.

E mesmo que a dor não queira passar logo, espera-te o amanhã, pois, mesmo que aja chuva forte, o sol sempre voltará a brilhar novamente.

O nosso amor jamais será uma fotografia
amarelada pelo tempo, esquecida num canto
qualquer, como se fosse algo que se
apaga e tão fácil se destrói. O amor não é
cinza que o vento leva e jamais nos devolve,
é fortaleza.

Todos os dias ao acordar, eu jogo fora as
folhas secas, feita de dores. Jogo as lágrimas
fora e deixo livre o jardim, para plantar
sementes de amor e colher alegrias.

Essa dor que não passa.


Talvez eu esteja querendo me afogar num mar de ilusões, como forma de me manter distante dos problemas. Quisera eu poder adentrar até a última gota que há de vida, neste mundo de tentativas frustradas. Para mim esse futuro incerto é o que me destrói, esse medo da realidade, medo de abraçar essa dor que me rodeia, sem dó, nem piedade. É impossível alguém decifrar do que estou falando, ou que estou sentindo. Mas posso revelar não é dor de amor, pois essa dor eu já consigo pelo menos camuflar, é uma dor mais cortante, que consegue transpor minhas veias, caminhar rapidamente e atingir até mesmo minha alma. E tudo que eu queria era um abraço sincero, um silêncio, e uma certeza no olhar de alguém que me dissesse que não estou sozinha. Alguém pra segurar minha mão, quando eu precisar atravessar a ponte das aprovações, da realidade, de encontro comigo mesma, sem máscara, sem disfarce, pois talvez meu mundo “perfeito” esteja prestes a desmoronar, mas desta vez não vou poder fugir, pois se a vida é uma batalha desejo vence-la a cada nova luta, mas agora tudo o que eu preciso é de um aconchego, um sorriso feito de amor, para quem sabe conseguir manter viva um pouco de esperança neste mar de ilusões.

O sabor da vida.


Estou com fome, fome de vida. Eu não entendo por que às vezes o tempo parece estacionar, fica parado, e eu tenho presa pra viver. Quero sentir o real aroma da vida, degustar sua mais profunda essência. Tocar cada nota da sua canção, desenhar em cada linha do teu tempo, e que seja quase infinito este meu desenho. Desejo abraçar meus conhecidos como se fossem meus irmãos. Sentir o calor do sol sobre minha pele, tocar a chuva devagar. Quero escrever a poesia que os amantes ainda não escreveram e jogá-las do alto de uma colina, observando para onde o vento as levou. Depois, quero deitar na grama verde e olhar o céu com seu azul estonteante. Porque sentir as coisas simples, é sentir a vida como ela é de verdade, com suas linhas bem traçadas, ou simplesmente com suas curvas sinuosas, que devemos observar com cuidado para não deslizar. Mas, a vida tem uma magia insigne, nada se compara a ela, é por isso que esta fome não passa, porque ela tem tantos sabores a se provar, e às vezes quero tudo de uma vez, o que não é certo, pois precisamos conhecer suas fragrâncias aos poucos. É como chegar num pomar, você terá que conhecê-lo minusiosamente, ou do contrario não conhecerá sua real beleza. Agora a fome até passou um pouco, mas ainda estou com vontade de sair gritando por aí, desbravando as esquinas da vida que segue seu rumo devagar e nós às vezes queremos atropela-la com nossos anseios. Mas, agora vou descansar para que a vida repouse, e possa seguir sua trilha sossegada.

De onde vem essa loucura que me faz pensar em você? Que me faz te querer e até perder a razão e querer seguir teus erros quando o certo é te esquecer?

A vida é feito estrada com suas curvas às vezes perigosas, e onde me encontro neste caminho? Ainda não sei, estou me conhecendo aos poucos, estou me redescobrindo, por isso, nesta estrada árdua, às vezes preciso parar e descansar um pouco, e o que acalma meus pensamentos e alimenta a minha alma é a paisagem do caminho, que são flores feitas de sorrisos, de amores.
Estou nesta estrada há algum tempo e vejo que conheço tão pouco os seus traços, não sei onde estão os entulhos, os lugares perigosos, mesmo assim, tenho que arriscar e continua lhe descobrindo a cada dia, pois assim como a vida se soubéssemos o que há no fim da estrada que graça teria?

O som da chuva na janela e os teus beijos em mim, são as lembranças que a memória do meu coração jamais esquece.

Cultivar os bons sentimentos é o mesmo que buscar
a paz de Deus em todos os caminhos.