Passageiro
“Porque, prefiro ser um Passageiro do futuro do que um prisioneiro do passado;
Construir em mim, a minha própria máquina de invenção de sonhos.”
O que seus olhos veem é passageiro
e o que não vê dura pra sempre, não se compra com dinheiro, não se rouba e nem se vende.
Não incentive uma criança a se importar demais com a aparência,porque tudo é passageiro e ela vai crescer pensando que as pessoas só são valorizadas pelo que tem!
Não vale a pena brigar por um paraíso passageiro na insegurança da terra,e ao mesmo tempo comprometer um paraíso eterno.
Quem não sabe apreciar o que é passageiro dificilmente poderá desfrutar a vida, porque ela é feita de episódios efêmeros.
A vida é um trem passageiro guido por Deus, onde muitas vezes em seus vagões, barramos com dias bons ou ruins
O budismo vê o desejo como origem de todos os males, já que nos prende ao que é passageiro e finito.
Covardia, excitar uma perene emoção que seja no coração de qualquer um, quando só existe passageiro interesse pelo fulgor bastardo da paixão.
Como passageiro do mundo, passo devidamente apressado para o futuro que logo será passado. Certo ou errado morrerei sabendo que tentei. Não me arrependo das coisas que vivi, mas sim daquilo que não fiz. Gosto das surpresas e também dos desafios pois, são eles que desenvolvem em mim sentimentos de gratidão. Tenho uma urgência inadiável de ser feliz muitos da queles que aguardavam o futuro ja não estão entre nois. Valorizo o tempo porque um segundo pode mudar o mundo. Quanto tudo parecer sem saída lembre-se que amanhã o dia nasce outra vez com mais uma porta aberta, com mais uma página em branco. Se eu pudesse parar o tempo para despejar sobre o mundo as minhas verdades amanhã alguns estariam se perguntando se eu aconteci ou foi inventado. Boa noite.
"A vida é algo passageiro e somos passageiros nela, seguimos um fluxo pré destinado e supostamente já escrito, ao nascer você não sente, mas ao passar do tempo o medo do futuro, responsabilidades, tudo vai tomando conta e forma, mas o importante mesmo é se conhecer, crescer, superar e seguir até o fim."
Nem tudo é passageiro, algumas coisas levamos para sempre na bagagem.
Lições, Lembranças, & Saudades...
ESU PASSAGEIRO-PRIMEIRO
O ônibus da prefeitura é novo, tem ar condicionado, as janelas não abrem, tem câmera no teto, luzes fluorescentes, chão de chapa de alumínio-xadrez y é amarelo/branco. Parando na Estação Campo da Pólvora, somente a porta da frente se abre para os novos passageiros. Quem tinha de saltar, saltou antes desse ponto.
Alguns "tocs tocs" solicitam a abertura da porta traseira. O motorista não abre, talvez nem tenha escutado. As batidas continuam enquanto o ônibus permanece parado. Por fim, o motorista concede, a porta arreganha e sobe um homem negro-retinto, aproximadamente 1,83, cabelos crespos com traços de dreads, vestindo regata, short e blusa de frio amarrada na cintura, aparentemente embriagado, usando duas bengalas canadenses; tinha um coto de amputação no membro inferior esquerdo.
Com voz estridente, berrou às "senhoras & senhoras" que era poeta. Recitou dois poemas, caminhando com dificuldades ao longo do corredor do ônibus em movimento. Esbarrava num e outro, não pedia desculpa, seguia declamando sua poesia autoral. Na segunda, fez pausa e disse que qualquer moeda lhe serveria para um café. Ninguém estendeu mãos, nenhum barulho de moeda. Parecia um estorvo artístico. A minha mediocridade participava paralisadamente daquele sarau de performance da sobrevivência sem sequer pronunciar uma misericórdia. Uma moeda seria mais útil que minha opinião rimada ou uma compaixão com menos auto julgamento. Não fiz absolutamente a ele. O ignorava em meu corpo; o captava com os ouvidos.
Grande coisa...!
A última poesia era sobre tomates secos. Ele dizia que tomates secos eram como gosto de sangue, gosto de amores. Não necessariamente nessa ordem, mas a metáfora era sobre 'tomate/sangue/amor'. Eu ouvia tudo e traduzia vermelhadamente em imagens. Vermelho.
O ônibus foi parando, a porta se abriu para os passageiros saltarem y o poeta sem perna - que já estava nos fundos - finalizou o poema aproveitando o embalo de descida. Sequer esperou as moedas, tampouco esperou os aplausos, as sellfies e elogios.
Que bom, pois não houve.
Laroyá, Esú. Abre os caminhos para a vida passar!
