Paranoia
Lidar com ansiedade, pânico e paranoia pode ser uma experiência assustadora e debilitante. Esses sentimentos podem se manifestar de maneiras diferentes, mas muitas vezes estão interligados, criando um ciclo difícil de quebrar sem o apoio adequado.
**Ansiedade** é uma sensação de preocupação ou medo constante que pode estar presente mesmo sem uma ameaça iminente. Ela pode se manifestar através de pensamentos acelerados, tensão física, e uma sensação de inquietação. Muitas vezes, o medo do que pode acontecer no futuro é tão intenso que se torna difícil se concentrar no presente.
**Pânico** é um estado extremo de ansiedade que pode ocorrer de forma súbita e intensa, resultando em ataques de pânico. Esses ataques podem causar sintomas físicos, como batimentos cardíacos acelerados, falta de ar, tontura e um medo avassalador de perder o controle ou até mesmo morrer. A sensação de perigo iminente é real para quem experimenta, mesmo que não haja uma ameaça visível.
**Paranoia**, por outro lado, está ligada a uma sensação persistente de que algo ruim está para acontecer ou de que alguém está contra você. Esse medo exagerado ou irracional pode surgir de situações cotidianas e distorcer a forma como a realidade é percebida. A paranoia pode dificultar o relacionamento com outras pessoas, criando uma desconfiança generalizada.
Essas três condições, quando combinadas, podem formar um ciclo em que o medo alimenta a ansiedade, que leva ao pânico, e acaba fortalecendo pensamentos paranoicos. É importante buscar ajuda de profissionais da saúde mental para aprender a identificar e interromper esse ciclo. Existem tratamentos eficazes, como a terapia cognitivo-comportamental, que ajudam a entender e reestruturar esses padrões de pensamento, além de medicação em casos mais severos.
Você não precisa enfrentar esses desafios sozinho. Conversar com um terapeuta ou psiquiatra pode ser um grande passo para encontrar equilíbrio e controle sobre essas emoções.
PRELÚDIO
Sou essa paranoia pensar seria o tempo
Que não verga, envelhece ou fenece.
Mas é pura ilusão...
Resume-se apenas em instantes.
Esse instante de mim
É movimento
Noutro instante
Estático, desalento.
Um instante de mim
É teoria
Noutro instante
Prática em demasia.
Um instante de mim
Sou integro sou razão
Noutro apenas
Solidão.
Um instante de mim
Eu permaneço
Noutro instante
Desato me arrefeço.
Um instante de mim
É toda sorte
Em outro instante
Desvaneço.
- O ser cessante mundo sem sorte.
Um instante de mim
Junto os pedaços
Noutro
Recorto me desfaço.
Um instante de mim
É alegria
Noutro instante
Se encontra devaneios
- Juntando um instante a outro instante
Seja seu sonho sem recorte
Essa face de mim
Resume num só instante
Vida em Morte.
Será ilusão ou será norte?
A PARANOIA é uma desconfiança excessiva em relação aos outros, a NEUROSE é uma ansiedade excessiva em relação a situações cotidianas, e a PSICOSE é uma perda do contato com a realidade.
PSICANÁLISE
Saia dessa paranoia com a Árvore de Natal! Ela foi apenas uma ideia de Lutero para relembrar a noite do nascimento de Jesus.
Quem tem a Árvore da Vida
(Ap 2.7; Ap 22.14, Ap 22.18-19)no coração não se preocupa mais com qualquer outra árvore.
A ciência do autodomínio consiste em não subestimar os riscos, mas sem mergulhar em paranóia, e a do equilíbrio é ser cauteloso sem contudo se ver como uma ilha cercada de ameaças por todos os lados.
Paranóia x Rotina
Quando o despertador toca a rotina acorda,
O sol aqueceu novamente pela manhã e o café também,
As buzinas cantam, o coração acelera e tudo se repete,
A tarde não passa e a feijoada de toda quarta feira desce mais uma vez,
O cansaço e a noite tem almas gêmeas e o tempo é um sopro entre o abrir e fechar os olhos do anoitecer curto,
Acordei sem acreditar que dormi, então, hoje parece ontem e o amanhã parecerá com o hoje.
PARANOIA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Você teme o que nunca foi um plano;
sofre um dano que nunca lhe atingiu;
sempre viu e no entanto não existe
algo em riste na sua direção...
Vê assédio no riso e no carinho,
seu espinho já é a própria flor,
sente a dor do recesso e da brandura
e a cura dos males lhe adoece...
Você tem a frieza das carraras
ou a cara da lei gravada nelas,
luz de velas no lustre de marfim...
Desconfia do quanto quero bem;
vai além do infinito mesmo perto,
quando penso que acerto em seu aval...
Quem é ele?
Diziam que Víctor tinha hábitos estranhos, que colecionava livros de ocultismo, artefatos antigos e totens indígenas. Uns falavam que ele era um bruxo; outros, um sádico terrorista. Havia até quem afirmasse ser ele um alienígena. Tinha noites em que se podia ouvi-lo murmurar palavras indecifráveis que mais pareciam grunhidos a evocar entidades. Um amigo meu me disse certa vez que um terceiro lhe havia dito que alguém teria visto Víctor conversar com estatuetas de cobre enquanto fazia gestos esquisitos com um punhal de prata. Segundo ele, esse alguém teria sido vizinho de Victor. Relatou-me que esse tal vizinho teria visto a cena por meio de um binóculo, espionando através da janela da casa onde Victor morava. Nunca acreditei integralmente em tudo isso. Mas a presença dele realmente incomodava. Talvez por conta das histórias, não sei. De fato, ele era muito obscuro. Victor parecia não ter sentimentos, falava só o necessário, apenas respondia pausadamente, com voz baixa e grave, a quem ousava dirigir-lhe a palavra. Não sei por que nem para que tinha vindo a nossa cidade. Ele pouco saia. Na verdade, Víctor só podia ser visto em público depois que o sol se punha; ou melhor, quando o sol não se fazia presente. Aliás, isso o tornava ainda mais misterioso. Seria ele um vampiro? Se eu acreditasse que vampiros existissem, ele seria a pessoa mais suspeita do mundo. Confesso que o vi pouquíssimas vezes. Talvez umas quatro ou cinco. Ainda assim, não o vi direito... quero dizer: não vi detalhes de sua aparência, por causa do capuz. Só dava para perceber que ele tinha uma pele muito branca, rosto alongado, nariz comprido e fino. Mesmo seus olhos sempre pareciam fechados, na penumbra do capuz, voltados para baixo. Figura sinistra, sem dúvidas. Era bem alto, um tanto quanto corcunda, não se misturava. Dentre outras coisas bizarras, criou-se uma espécie de lenda em que se dizia que Victor não olhava para as pessoas porque, ao olhar, poderia capturar os pensamentos e até mesmo a alma delas. E isso seria um fardo para ele. Por conta dessas histórias, todos desviavam os olhares de Víctor, embora se sentissem misteriosamente atraídos por aquela pobre criatura. Quando o vi pela primeira vez, senti como que se ele pudesse me observar mesmo sem olhar para mim. Sentia também que ele podia ver a tudo e a todos mesmo sem usar os seus olhos. Sempre que um fato inusitado ocorria na cidade, desconfiava-se dele, como que se ele pudesse interferir inclusive na natureza do mundo. Sinceramente, eu tinha muita pena daquele homem, tanto que por não poucas vezes expulsei meninos que atiravam pedras na casa dele para depois darem no pé sem olhar para trás, com medo de se transformar em estatuetas de cobre.
Apesar de tentar me concentrar nas palavras, algumas coisas ficavam cutucando lá no fundo da minha cabeça. Não era só paranoia. Alguma coisa tinha me acordado. Alguma coisa me deixou acordada e tensa como uma viciada em metanfetamina. Por que eu só pensava em um grito?
Faça sua escolha, pois isso será definido em nossa vida.
Eu não quero mais importar com suas atitudes, pois isso não está me fazendo bem.
Quero me libertar da paranoia que andou me perseguindo, e graças à Deus já comecei com algumas atitudes, sei o quanto é péssimo pra mim.
Não quero ter mais decepções.
Ignorando o horário levanta-se e caminha rumo à janela, respira fundo e requenta o café despreocupado. Sentado à mesa pensa e some rumo às infindáveis
possibilidades de seus sonhos que outrora terminara porém remoía o fato de não tê-lo aproveitado como devia, voava toda noite com maestria sobre surreais
visões de sua sedenta imaginação, lúcido apalpava o infinito e desmontava o universo ao seu redor sorrindo em gritos enquanto tudo derretia como assim
desejara.
Torna a mirar o longínquo horizonte tateando o calor da xícara, contando os dedos indagado da tamanha distancia sem distorção que sem cansar os olhos
observa, fita e encara; seria seu o mundo que rodeia-o, seriam quem os passantes na rua ao lado que ouvia sem saber se ali estavam de fato, paranoiado
corre para o quarto e se esconde na cama. Treme e trama o voo que não ocorre e o trauma traz e matiza-o de desespero à tagarelice que balbucia suas
desfronteiradoras e sábias palavras de fuga e despertadores feitiços elucidantes que por desconhecido empecilho trava-o trancando suas brechas de tenras
escapatórias a um ponto inalcançável do pulo, do salto, do voo falho.
Silêncio, silêncios perturbadores, o disparar do coração faz-o perder o folego e transpirar, agora enfiado debaixo da cama teme o chegar de alguém,
teme ouvir passos do chuveiro, talvez da cozinha, teme ter deixado o café à vista de todos que logo descobririam da sua presença e fariam aquele escândalo
ao caçarem o intruso. Remói a remota chance do alçar voo, derrubar as paredes, jogar para o alto a cama e seus ocupantes sonolentos, Silencio! Alguém pode
de fato ouvir sua ofegante respiração amedrontada e gritar, assustando-o de tamanha grandeza a fazê-lo ter um ataque, de pânico, grito, choros, respiratório,
cardíaco.
Socorro!!!
Ai, arrasta-se habilmente para a porta e corre pelo curto corredor, joga-se por baixo da mesa, por cima do sofá, rola em cambalhotas até a porta, pára e treme.
Com muita cautela vira-se lentamente e olha para traz, o suor escorre pelo rosto e pulsa com a forte batida do coração que faz saltar a camiseta, tum
tum, como um alto-falante, alto, elevado, caindo... na real, é só o despertar inquieto do solitário vivente que teme o prosseguir das caóticas experiências
diárias trancado dentro de casa feito uma barata. Teme tanto estar acordado quanto o fato de não possuir controle sobre seus lúcidos sonhos.