Paranoia

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Algumas vezes eu fiz muito mal para pessoas que me amaram. Não é paranóia não. É verdade. Sou tão talvez neuroticamente individualista que, quando acontece de alguém parecer aos meus olhos uma ameaça a essa individualidade, fico imediatamente cheio de espinhos - e corto relacionamentos com a maior frieza, às vezes firo, sou agressivo e tal. É preciso acabar com esse medo de ser tocado lá no fundo. Ou é preciso que alguém me toque profundamente para acabar com isso.

É aquela história: eu tenho paranóia de não dizer para uma pessoa o que eu sinto por ela, e essa pessoa, por algum motivo, sair da minha vida. Então eu sempre falo. Quando eu gosto da pessoa, eu chego e falo assim: “Olha, eu gosto de você pra caramba”. Mas é muito difícil você falar isso. Às vezes, é muito difícil.

Eu sou da paz, eu sou do bem, mas se liga, eu não abaixo a cabeça pra ninguém

A paranóia é a consciência aguda da fragilidade da vida

Vou me desligar um pouco dessa paranoia de ”o que os outros vão pensar?” e agir, segundo a minha vontade, segundo aquilo que eu julgo certo, que se danem os outros, afinal quem vai viver o momento sou eu. E daí se eu acordar arrependida? Pelo menos não terei dormido na vontade. E se eu errar? Ah, arquiva aí como experiência.

O que os olhos não veem a paranóia inventa.

Paranóia (1963)

Eu vi uma linda cidade cujo nome esqueci
onde anjos surdos percorrem as madrugadas tingindo seus olhos com
lágrimas invulneráveis
onde crianças católicas oferecem limões para pequenos paquidermes
que saem escondidos das tocas
onde adolescentes maravilhosos fecham seus cérebros para os telhados
estéreis e incendeiam internatos
onde manifestos niilistas distribuindo pensamentos furiosos puxam
a descarga sobre o mundo
onde um anjo de fogo ilumina os cemitérios em festa e a noite caminha
no seu hálito
onde o sono de verão me tomou por louco e decapitei o Outono de sua
última janela
onde o nosso desprezo fez nascer uma lua inesperada no horizonte
branco
onde um espaço de mãos vermelhas ilumina aquela fotografia de peixe
escurecendo a página
onde borboletas de zinco devoram as góticas hemorróidas das
beatas
onde os mortos se fixam na noite e uivam por um punhado de fracas
penas
onde a cabeça é uma bola digerindo os aquários desordenados da
imaginação

Paranóia geral com direito a pane no sistema nervoso central, sinal da loucura ou da cura?

As pessoas neste mundo estão geralmente na defensiva, porque vivem no medo e na paranóia de que os outros não gostam dela.

Se fôssemos detalhistas no amor como somos na hora da paranoia, o simples teria mais valor.

Não é paranoia se tiver um fundo de verdade.

Paranoia é um talento. O segredo para a longevidade.

A noite é longa, profunda, vazia e pensativa.
É nela onde os pensamentos mais insanos, barulhentos e caóticos atormentam.
Um misto de passado, futuro e incertezas se reúnem para atormentar a tranquilidade frágil que se cria na mente.

A noite é longa, profunda, vazia e pensativa.
É nessa escuridão que ela encontra abrigo, é nessa solidão que ela busca conforto e nesses pensamentos insanos que a loucura se aproxima da genialidade.
Uma Genialidade louca, fugaz e imprecisa.

A noite é longa, profunda, vazia e pensativa.
É a noite que os pensamentos à perturbam com coisas vagas que jamais terá reposta satisfatória.
Coisas que somente ela percebe a imensidão que tem, se torna profunda, em um profundo abismo que se atira e não se encontra fim.
E assim, a noite segue Longa, profunda, vazia e cognitiva.

Seus olhos de menina, sobre caem ao vago noturno esvaecer da longa noite que traz o conforto aparente do amanhecer.

A noite, Longa, profunda, vazia, pensativa da lugar ao esclarecer.

Sua mente é governada (com estoicismo e abulia) por um tirano silencioso, implacável, solitário, decisivo e, às vezes paranóico. Seu nome: Voz da consciência

E eu tenho tentado, juro, tô tentando
Ser menos paranoico e mais simpático
Ninguém tem culpa de eu ser problemático
E se alguém me escuta, é quando tô cantando

Há muito tempo eu perdi meu lugar neste mundo, e a realidade que não tem um lugar que eu pertenço é a minha verdadeira realidade.

Há 25 indiretas não lidas na sua caixa de paranóia.

Eu quis ser a sua menina, sua paranóia, seu pesadelo ou sonho de primavera. Eu quis ser para sempre sua, e nunca mais ser somente minha. É doloroso ser somente minha. É doloroso encarar algo bem maior do que eu. É doloroso me enfrentar.

"Todo o extremismo fanático, possui uma utopia radical, oriunda de uma paranoia de mundo perfeito, por isso, nessa condição, nega vulnerabilidades que produz lucidez"

A paranoia é uma das coisas que mais me corrói. Eu tenho tantas paranoias misturadas com medo, com ciúme, com um futuro incerto (ou certo que eu teimo em achar que é incerto, talvez seja uma paranoia também), e com pensamentos. Paranoias que eu me dou ao luxo de ter somente (ou quase sempre) sobre ela. Não deveria sentir, mas sinto. Não deveria pensar, mas penso. Não deveria ser quem sou, mas sou. Se ela diz "até mais", eu já acho que é uma despedida. Se ela diz "um dia vou", eu já acho que vai ser agora. Se me digere a palavra, acho que está querendo disfarçar algo. Se não me digere, acho que está me evitando. Se ela me olha torto, já acho que vai me expulsar. Se me olha, acho que vai me julgar. Se não me olha, já acho que fiz alguma besteira. Tudo! Extremamente tudo eu vejo um lado ruim, uma coisa estranha... Uma paranoia. Às vezes tento disfarçar, tento sorrir, tento desviar o olhar, mas ela percebe (e como não poderia?), ela sabe, e sabe até do que eu senti paranoia. Sabe qual foi o motivo, mesmo ela não dando motivo algum. Eu sou o problema. Talvez eu nunca deixe de ser.

F: Vou sair.
G: Também.
F: Vai aonde?
G: Sair, ué.
F: Pode me contar não?
G: Sei lá, pra lugar algum. Vou só sair.
F: Não quer me contar, né?
G: Contar o que?
F: Aonde vai.
G: Mas eu não vou.
F: Sempre vai, sempre diz que não vai, mas vai.
G: Não tenho aonde ir. Você sabe.
F: Me desculpe, mesmo. Sou tão Paranoico.
G: Um paranoico que faz falta.
F: Um paranoico que sente falta.