Padre Fabio de Melo Cultivo
Amanheceu e tudo estava mudado, o sol mais radiante, passarinhos cantavam sem parar a mais bela melodia, as rosas no jardim estavam exalando o mais belo perfume.
Havia algo no ar, sem motivo aparente eu sorri de repente e comecei a cantar, foi então que eu percebi que eu estava feliz de verdade, fui contagiado pela tal felicidade.
Sergio Fornasari
( Dedico isto aos meus amigos "João Sousa , Flora Resentes , Catarina Teodoro e Inês Melo" )
" A noite passada pedi a um anjo que te protegesse mas ele votou e eu perguntei 'porquê?' ele disse 'os anjos não protegem outros anjos' . No mundo existem 20 anjos :
10 dormem
9 brincam
€ um está lendo esta mensagem "
Só que eu escolheria você. Você que tem esse jeito desajeitado. Esse encanto desencantado. Essa melodia desafinada. Esses erros tão errados. Esses acertos tão acertados. Você que me entende, desentende, briga, faz as pazes, ama, desama, está junto, foge. Você que senta ao lado e sai correndo. Que é puro e meio pagão. Desconfiado e pé no chão. Sincero e verdadeiro. Importante e especial. Valente e traiçoeiro. Você que chegou e destruiu qualquer resistência que eu pudesse vir a ter.
DESCOBRIMENTO
(A João Cabral de Melo Neto)
Quando durmo, os ardores tropicais fazem-me chacoalhar na cama. Então, vejo o Cabral descobrir-me - o filho do Brasil. Ele vem, sorrateiramente e sonso como quem conduz - da proa - a primeira embarcação. E adentra nas áridas terras do meu peito de poeta, enfinca bússola no vazio-caatinga, dá-me sonhos de fogo, ladainhas, murmúrios e desvãos. Assim, comunica com os meus reis e musas além-continente, além sete-chaves, além-Luzidia: Península-Ibérica-Mais-Pra-Espanha-Sevilha. Depois de furar a pedra do sono, abre a porta com uma faca só lâmina. Vai-se embora, caminhos agrestes. Fico no desvario, a tecer o amanhã. João, é tu que me colonizas!
A canção de teu perfume iluminava os quatro cantos
E que belos eram teus cantos
As mais belas melodias penetravam em minha pele quando sobre mim lançasse teus encantos
Provocaste em mim a erupção e o despertar dos meus tantos
E em nosso transbordar se fez a grande canção que engolia a tempestade e nela dava origem a todos os santos
Dos teus cantos
Dos meus tantos
Dos nossos encantos.
Voando sobre as asas do tempo
respirando toda positividade que o céu me trás
O vento sopra a melodia da criação
O universo em total sincronia e minha mente em harmonia!!
João Cabral de Melo Neto
Meu caro João,
Dono do cão sem plumas
Dos retirantes surrealistas
Um belo engenheiro da poesia
Amado poeta do sertão,
Da luz balão!
Enterra os ossos com a lâmina da faca
Germina a poesia popular
Na educação pela pedra
Nada de tradicionalismos
Nada de convencionalismos
Retira o relógio da gaiola
Esquece o regimento
Come os versos, as estrofes
Lança assovios e flores
De um arquiteto da luz livre
Toma umas aspirinas
Abusa das rimas
Das vidas divinas toantes.
Do fazer poético
No catar feijão
Tecendo a manhã
Com a Morte e vida Severina
Semeando a poesia no sertão
Deixou seu coração
E a esperança do amanhã.
Não sei se melo o cigarro, ou se inundo a minha sina. O desabrochar diário de uma mulher que circula numa estrada por um homem e suas caronas. Ele entende minha velocidade e reajo às emoçoes que nunca foram engradadas. A janela do carona nunca que foi totalmente limpa. Quem viaja nas estradas da vida de um sentimento, entende que o grosso de um amor de qualquer jeito é visto lindamente de qualquer maneira. Amor beira de estrada, acostumado a dormir ao relento, sem frescura. Durmo apenas com o seu corpo, cobrindo o meu, num banco de trás de qualquer medo e com o freio de mão de qualquer angústia engatado. Lavo o único vestido de sinceridade que tenho e penduro em cima do teto da nossa estabilidade. Quando acordo, saio da traseira e vou pra frente de todas as minhas alegrias abotoadas, de um vestido florido, com cheiro de amanhecer. Amar só se for em exagero, só se for sentindo na cara um tornado de amor inteiro, deixando qualquer tralha pelo caminho.
Embalagem de amor vazio, vai pro entulho!
[o nosso amor é cheio]
Sai do meio!
Rebeca
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