Orvalho
"No Universo tudo pulsa, em todo canto tudo é vida; e a vida é gota de luz, orvalho das constelações!"(Victor de Oliveira Antunes Neto)
Céu emocionado,
manhã chuvosa,
uma linda rosa
tocada pelas gotas de orvalho
mostrando que a vida se renova,
que chorar é necessário
e que algumas lágrimas são de vitórias,
não apenas um rosário de angústias.
Como uma rosa branca cheia de orvalho assim é a minha alma banhada de bênçãos celestes quando me submeto à vontade divina.
Escusa
Eurico Alves, poeta baiano,
Salpicado de orvalho, leite cru e tenro cocô de cabrito,
Sinto muito, mas não posso ir a Feira de Sant'Ana.
Sou poeta da cidade.
Meus pulmões viraram máquinas inumanas e aprenderam a respirar O gás carbônico das salas de cinema.
Como o pão que o diabo amassou.
Bebo leite de lata.
Falo com A., que é ladrão.
Aperto a mão de B., que é assassino.
Há anos que não vejo romper o sol, que não lavo os olhos nas cores das madrugadas.
Eurico Alves, poeta baiano,
Não sou mais digno de respirar o ar puro dos currais da roça.
O coração do homem de luta é como o cardo do deserto, que desafia o sol durante o dia, mas pede o orvalho durante a noite.
Segunda-feira, manhã chuvosa
Levanto da cama, pés ao chão frio
Coração batendo devagar,
Como quem nada espera,
Sereno e repetível.
Abro as janelas do quarto,
Olho lá fora
Calmaria de uma manhã nublada,
Pavor de uma dia sombrio,
Mas aqui dentro,
Aah, aqui dentro...
O desejo de desabrochar
Como aquele flor que de longe fica ainda mais bela com o orvalho.
AGRADEÇO A DEUS por mais uma semana maravilhosa.
Minha Paz, minha Gratidão e meus Agradecimentos ao Mestre dos mestres. A Deus também minhas orações pelos ensinamentos diários.
Aos que nos acompanham, obrigado pela confiança.
À minha família, minha benção! Vocês são como orvalho sobre as flores em manhãs de primavera.
A minha Esposa querida minha grande admiração por sua infinita capacidade de trabalho e infinita dedicação à família.
Aos que nos invejam... Sinto muito!
Obrigado Deus por tudo!
Acesso de uma memória construída
Como descrever aquele momento? Estava calor, você foi se refrescar com uma mangueira de água encostada sobre a grama baixa, e eu, ali de longe vendo você, resolvi também me juntar!
Como a cena de um filme, você pegou a mangueira, abriu a agua de uma forma que ficasse pulverizada e começou a brincar, me molhando como se fossem duas crianças se divertindo sem preocupações. Nesse momento a água atingiu minha face, fazendo com que eu ficasse com os olhos fechados. Senti o momento, o riso, a brincadeira, a alegria e a refrescância.
Abro meus olhos lentamente, em meio pingos orvalhados, escuto seu doce sorriso, e, por fim, te vejo em minha frente. Sua alegria me toma e irradia, seu olhar me observando enquanto discretamente afrouxo meu sorriso junto ao teu.
Assim está feito e memorizado, um pequeno e rápido momento, que em minha mente pode perdurar por quanto tempo for mágico.
Ah! quem dera tudo fosse rosas!
lindas e cheirosas...
sem espinhos nos galhos
Mas com o leve orvalho...
Que enfeita com gotas
Que brilham quando o sol nasce
Seria alegre a vida...
Sem tristezas nem desastres.....
FORA DO BARALHO
Por vezes sei que falho
Mas qual seria o galho?
Da vida o atrapalho
Preciso dar um talho
Com a força do malho
E com muito trabalho
Com cabelo grisalho
Vou rasgando o baralho
Coração agasalho
Aguardando o orvalho.
Esta manhã trouxe-me muito entusiasmo, pois os meus olhos puderam contemplar o teu lindo olhar reluzente, o teu sorriso grato, a graça evidente do teu rosto, teus lindos e volumosos cabelos cacheados,
proporcionando uma ocasião singela profudamente admirável
como uma rosa com suas lindas pétalas ornadas com as gotas de orvalho.
Orvalhando os bons fluidos e as melhores causas até que em átimos de ensejo esteja eu submerso em notável êxito.
“ ... minha linda São Franciscana,
se pisei descalço naquele chão,
arrebentado o dedão do pé num toco
outro dia, tomado banho pelado num córrego
frio; se senti um dia o orvalho da madrugada
escorrendo na pele e a brisa fresca
cantando nas cavernas das orelhas;
se apertei as tetas de uma vaca brava
e provei araticum embaixo de um pé de árvore,
é porque procurava rumo na escrita da história.
Ainda sou devedor da vida, antes de tudo,
uma extensão da terra e dela desconfio
que sou filho que não se desgrenha e com ela
sou verdadeiramente vida como toda mãe propicia.
Cortar esse cordão totalmente não consigo,
essa ligadura é também
essência para viver esta peleja.
De guardar tantas recordações
e de gostar do que vi, faço
este pálido registro, contrariando
o que muito se fala e faz
neste mundo do asfalto,
quando se separa a alma do material
– para dar mais valor a este segundo.
Lembro aqui enquanto ainda é tempo de confirmar,
umas coisinhas de nada, do que vi e vivi
na depressão do rio São Francisco,
onde sitia-se o sertão do homem-terra
ou seria a terra-homem ?
Depois sei, mudaram o mundo
para longe e mudaram de vez,
mas aqui tenho lembranças do amor,
mesmo que me encontre um pouco à margem
de um novo tempo inaugurado...”
Um dia a gente cresce
A casca um dia racha
Mas a essência permanece
A felicidade pode estar escondida num familiar cheiro de mato
De quando éramos crianças
Naquele lugar que fazia a gente correr solto
Cheio de alegria entre o orvalho
Quem disse que hoje tem que ser diferente?
Como é bom descobrir que é simples ser contente!
Ode à chuva
Cavalgo com as nuvens em estradas de vento, trago boas novas à terras velhas, a frutos novos e a telha velha, centelha, um momento divino, como o sabor de bom vinho,
Quando menos se espera, apareço a espreita, pronto pra regar, curar, acalmar, refrescar, sou o orvalho, a chuva...
LEMBRANÇAS...
O dia amanheceu sorrindo
O sabiá laranjeira saudou
O sol se espreguiçando
entre as nuvens esparsas.
Nos campos o orvalho reluzindo
A névoa colinas descortinando
Aos poucos o ronco dos motores,
caminhões, e tratores.
Na pequena cidade
a caminhonete do leiteiro
e a sirene da fábrica
rompem o silêncio.
Ecoam as buzinas dos motoqueiros,
outrora eram arrojados vaqueiros
parrudos sertanejos, alguns truculentos
tangendo gado, abrindo porteiras.
Sem pressa, levanto, abro janelas
Esquento água, preparo o café
Espalho pão-de-queijo, acendo o forno
Relembro o crepitar da lenha.
O tilintar de copos, talheres, louças
alvoroça os cães, alegres, ruidosos
querem entrar, também disfrutar
do aroma, do calor da cozinha tosca.
O pensamento viaja, ligeiro
Corre solto pelas trilhas
Entre a mata cerrada
À beira dos córregos,
Desbravando nascentes.
Ressurgem detalhes nítidos
Cheiros, cores, sons do passado
Não muito distante, em especial
Aquela linda jovem, diáfana,
Olhos brilhantes, sorriso franco...
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
"Ouço o som da brisa,
das asas das borboletas e
dos beija-flores.
Sinto o aroma das pétalas e
da terra molhada, ao entardecer.
Sinto as gotas do orvalho
Escorrendo entre as folhas,
no amanhecer radiante.
Respiro. Inspiro.
Exalo poemas,
prosas, contos,
pensamentos.
Existo."
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
Eu queria esconder as dores que não suporto, camuflando-as com a falta de sobriedade.
Eu queria reverter uma humilhação na praça pública dos meus sentimentos.
Eu queria corrigir a dor, e colocar no lugar dela a indiferença colorida de orvalho.
Tempo
_ Vê distraída resposta
a tua volta o prende,
vê que a resposta dá volta
e a mesma resposta o surpreende!
Recordação...
Eu sempre venho aqui
nesse jardim pra recordar
você e procuro em cada
flor um bom motivo pra
não te esquecer
Você sempre sorria,ao ver uma
flor desabrochar e dizia que esse
jardim sempre foi o seu lugar
A cada instante eu paro pra pensar,
olho em minha volta e só tenho
as flores pra me consolar
Os beijos caricias e abraços
as tardes de verão, eu sempre
venho aqui nesse jardim
pra espantar a solidão
As flores perderam o brilho
e parecem entender, que
você não está mais aqui
e que eu não posso te esquecer
O orvalho que cai, o chafariz,
o anoitecer, por entre os canteiros
somente as flores pra recordar você.
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