Olhar Vazio
Entre o Coração e o Vazio
Há um abismo entre a boca e o coração,
um espaço onde os sons nascem e morrem
antes de alcançar o ar.
A língua repousa como um animal adormecido,
com medo de morder a própria carne.
Ele caminha entre rostos como quem atravessa um campo minado,
sabendo que cada gesto pode ser a explosão
que revelará a dor que carrega.
Prefere a distância à confissão,
prefere o eco vazio ao risco de ser visto.
As noites tornam-se longas
quando se guarda demais.
Os pensamentos crescem como raízes cegas,
procurando saída por frestas
que nunca se abrem.
O corpo aprende a calar antes da mente decidir,
uma disciplina antiga, quase cruel,
como um monge que jejua até esquecer o sabor.
O coração se torna um cofre de ferro,
sem chave e sem promessa de resgate.
Há uma ciência amarga em fingir normalidade,
em sorrir como se nada fosse urgente.
A arte de sobreviver está em parecer intocado,
mesmo quando por dentro
a própria alma se despedaça em silêncio.
Afastar-se é mais fácil do que explicar.
A ausência não exige justificativa,
apenas se instala como neblina,
apaga contornos
e esconde o que nunca foi dito.
Mas o que se evita pesa.
É um fardo que se acumula nos ombros,
uma sombra que cresce e acompanha os passos,
lembrando que todo silêncio é também
um grito sufocado.
O funeral acontece sob um céu pesado,
o cheiro de flores murchas e terra úmida
envolve os que choram com um peso invisível.
Ele observa de longe, sem se aproximar,
como se a morte fosse apenas mais um lugar
de onde é melhor se manter distante.
O caixão desce lentamente,
e todos ao redor murmuram despedidas
que ele jamais conseguiria dizer.
Os sinos soam como o eco de tudo que ficou preso,
e naquele instante,
ele percebe que enterra junto o que nunca teve coragem de oferecer.
Ele caminha sozinho pela rua deserta,
o corpo frio como pedra,
e pela primeira vez entende que não é o mundo que o abandona,
é ele que se abandona ao vazio
até que o próprio coração pare de chamar por socorro.
ECOS DO ACASO...
O despertar é uma fagulha num vasto vazio pré-existente, um instante de luz contra a escuridão eterna e silenciosa. Não há um propósito inscrito nas estrelas ou em tabletes de argila, apenas o choque mudo de estar consciente, de respirar. A pergunta é um eco que se perde nos corredores da mente, uma ânsia por uma placa de sinalização num caminho não trilhado. Somos um acidente com a audácia de exigir explicações, uma canção breve que insiste em conhecer a partitura completa. A existência precede qualquer razão, qualquer desígnio oculto, e o porquê talvez seja apenas o som do próprio pulso...
O relógio é um tirano que inventamos para medir nossa queda, seus ponteiros giram velozes, colhendo segundos como flores murchas. A infância é um país distante, visto da janela de um trem em movimento, cuja paisagem desfoca-se em tons de verde e poeira dourada. A velocidade é a percepção do fim, o peso suave da despedida, cada momento um grão de areia escapando por entre os dedos. O tempo não acelera; somos nós que deslizamos ladeira abaixo, e o assombro não é pela rapidez, mas pela proximidade do solo. A memória comprime anos em fotografias sem nitidez, e a vida é esse breve clarão entre duas escuridões imensas...
A ordem do mundo é um quebra-cabeça com peças de outros mundos, não há uma lógica, apenas uma colisão constante de forças cegas. As coisas são assim porque o equilíbrio é um acidente momentâneo, o resultado de um jogo de dados jogado sobre um pano sem gravidade. O caos é a lei fundamental, vestindo o disfarce enganoso da ordem, e a razão busca padrões nas nuvens passageiras. Não há um arquiteto, apenas a poeira cósmica se rearrumando, e a beleza reside justamente nessa falta absoluta de motivo. Acontece porque acontece, uma cadeia de eventos sem testemunhas, e nós somos a parte que, por um instante, ganhou olhos para ver...
A mente é um rio de lava, um turbilhão de faíscas e sombras, pensamentos surgem como insetos efêmeros sob uma luz forte. Eles cruzam o céu interno sem pedir licença ou dar explicações, são estranhos passageiros em uma estação sempre lotada. Essa velocidade é o reflexo do mundo, sua overdose de estímulos, um mecanismo de defesa contra a quietude que assusta. É o cérebro tentando mapear a inundação com um copo de café, uma dança frenética para não ouvir o silêncio subjacente. Cada ideia é uma fuga, um pequeno universo paralelo e portátil, onde se esconder da pergunta é uma ideia no qual não será respondida...
A solidão é um planeta com atmosfera própria, uma gravidade diferente, onde os sons comuns chegam distorcidos e as cores vibram em outra frequência. Não se é de um lugar, mas de um tempo que ainda não chegou para os outros, ou de um passado tão remoto que virou lenda até para si mesmo. A diferença não é uma escolha, é uma geologia íntima, um fóssil na alma, uma assinatura escrita em uma língua que ninguém se dedica a aprender. É o preço de sentir as costuras do universo de forma muito clara, e o fardo de carregar um olhar que nunca se desliga, nunca descansa. Não é superioridade, mas um exílio, uma ilha de sensibilidade crua, onde se é simultaneamente o prisioneiro e o único habitante...
A data não foi um sorteio, foi uma convergência de infinitas variáveis, um ponto único no tecido do espaço-tempo que precisava de uma testemunha. O universo não escolhe; ele simplesmente é, e você aconteceu nele, naquele cruzamento exato de astros e histórias, de sangue e acaso. A pobreza é uma lição, é a geografia cruel onde a semente caiu, o solo árido que exige raízes mais profundas para encontrar água. E o cansaço e o peso de carregar todas essas perguntas sem repouso, a exaustão de ser a interrogação ambulante em um mundo de pontos finais. É a fadiga de um espírito velho que se vê preso em matéria efêmera, ansioso por um descanso que chegará, inevitável e completo...
--- Risomar Sírley da Silva ---
Ago - 2025
Diante do Vazio
Em conversa comigo mesmo eis que...
Um de vós, nós mesmos, me perguntou: “Mestre, o que fazer quando a fonte seca e a alma se torna um deserto árido, onde nem mesmo o eco de um pensamento habita?”
E eu vos digo: O vazio não é um vaso quebrado,mas o vaso prestes a ser preenchido por um vinho novo que ainda não conheceis. A quietude que vos assombra não é a morte da inspiração, mas o sono profundo da semente sob a terra negra.
Não choreis pela melodia que se cala, pois é no mais profundo silêncio que o universo tece a sinfonia dos astros. A nuvem estéril que paira sobre vossa alma é a mesma que, grávida de chuva, há de irrigar os vossos campos interiores.
Acreditas que a inspiração te abandonou? Ela apenas se recolheu, como o mar que se retira da praia não por fugir da areia, mas para "gather" ( juntar), forças e voltar em uma onda mais sábia e mais poderosa.
Vede o ferreiro: ele não golpeia o ferro incessantemente. Ele ergue o martelo e faz uma pausa no ar. Nesse momento suspenso,reside não a falta de força, mas a concentração de todo o seu poder. Assim é o vosso espírito neste momento, concentra-se!
Portanto, não maldigas o crepúsculo por anunciar a noite. Pois que seria da alma sem a noite para contemplar as estrelas que ela mesma carrega? O deserto do vosso ser não é um lugar de exílio, mas um santuário. É lá, na vastidão nua e crua, que vós encounterais a vossa própria essência, despida de véus e de cantos.
A inspiração não é um pássaro cativo em sua gaiola, para que possais observá-lo quando vos aprouver. É uma andarilha livre,que vagueia por montanhas e vales, e que sempre, sempre retorna ao lar do coração que sabe esperar em quieta confiança.
Não temais o vazio. Aceitai-o como aceitais a noite que precede a aurora. Pois é da mais escura terra que a flor mais vibrante irrompe, e é do mais profundo silêncio que nasce a palavra mais verdadeira.
A alma tem suas estações, e o inverno em vosso interior não é o fim da vida, mas apenas sua maneira de dizer: “Agora,repousa. Agora, escuta. Agora, prepara-te. Pois o que virá após esta hibernação será mais forte,mais puro e mais teu do que jamais foi.” Acolho-me...
A vida é curta demais, e quando menos esperamos, tudo se vai, deixando apenas o vazio e a lembrança do que já não volta.
As luzes do palco se apagaram...
Ficou apenas o silêncio...
Vazio ,sem plateia...
Quem disse que o palhaco não é triste?
As vezes um sorriso no rosto esconde tanta coisa...
Pessoas passam ... vao se embora feito o vento..
E eu aprendo...aprendo que o vento é livre..
Ele vai aonde ele quer... ninguém o prende...
Quem sou eu pra te amar assim tanto e tanto?
Quem sou eu pra exigir algo?
Nao sou nada..nao sou ninguem..
Me desculpe pelo meu jeito ... pelas palavras...
Eu sou assim mesmo..desconcertada ...
Mas meu coracao e puro..tem sentimento..
Me desculpe se confundi as coisas...
Nao era pra ser desse jeito...
Mas eu me encantei...eu me perdi profundamente...
Mas vai passar..assim como tudo passa... vai passar..tudo vai ficar bem...assim eu espero
Todo ser humano carrega dentro de si um vazio existencial tão gigantesco que somente o amor de Deus pode preencher. Nada mais tem este poder.
Reflexão
Uma poça cheia d'água continua superficial
A profundidade do poço vazio faz sua escassez colossal
O quão abundante é a duna permeando o deserto
E o quão irrelevante são os grãos que a erguem de modo incerto
No silêncio vazio da noite façamos uma autoavaliação e vejamos se a lição do dia foi uma graça ou apreendida na raça...
Bom... os pensamentos do ano passado voltaram e eu não me dei conta. Olá querido vazio, por que demorou tanto? Já se passaram 8 meses desde o nosso último encontro. Parece que você trouxe companhias indesejadas, então... sejam bem vindos medo, insegurança e amor.
Por que sempre quando algo acontece comigo, vocês são os primeiros a aparecerem? Gostam de jogar com meus sentimentos? Ou apenas estão me testando? Independente do que for, está me desgastando e me corroendo essa situação. É um looping infernal onde eu me apaixono, crio insegurança e sinto medo do futuro. Mas medo de quê? Do que eu tenho tanto medo? Estou há muito tempo buscando a resposta e nunca consigo encontrar.
O VÁCUO DAS MENSAGENS
No vácuo das mensagens que me dás,
Sinto um vazio que me invade em paz.
Palavras soltas, sem rumo ou direção,
Um silêncio que tortura meu coração.
O celular em minhas mãos, ansioso,
À espera de um sinal, algo precioso.
Mas o vácuo persiste, sem explicação,
E a solidão se instala, sem permissão.
Nas entrelinhas dos emojis sem sentido,
Percebo a ausência de um amor comprometido.
Onde antes havia troca e conexão,
Agora há apenas uma desconexão.
O vácuo das mensagens me faz questionar,
Se ainda há espaço para nos reencontrar.
Será que o amor que um dia floresceu,
Agora se perdeu, se esvaneceu?
Mas mesmo no vácuo, ainda guardo esperança,
De que um dia haja uma mudança.
Que as palavras voltem a fluir,
E o vácuo se transforme em pleno existir.
Enquanto isso, sigo no vácuo a refletir,
Se é tempo de seguir em frente ou resistir.
Pois o vácuo das mensagens me ensinou,
Que o amor verdadeiro não se cala, não se esvai, não se calou.
A FALTA DE ATENÇÃO
Na falta de atenção, o amor se torna solidão,
Em vazio que consome o coração,
Explicações ditas ao vento, sem eco nem razão,
Um sentimento perdido na imensidão.
Quando os olhos não se encontram mais,
E o toque se perde em gestos fugazes,
A solidão se instala, o amor se desfaz,
E a tristeza invade os espaços mais vorazes.
O amor precisa de cuidado e dedicação,
De olhares que se encontram em sincronia,
De palavras que tocam a alma e trazem alegria,
De gestos que aquecem, que trazem harmonia.
Mas quando a atenção se perde pelo caminho,
O amor se esvai como água entre os dedos,
E a solidão se instala como um destino,
Deixando corações partidos e destruído.
É preciso cultivar a atenção a cada dia,
Nunca deixar que ela se perca na rotina,
Pois é ela que mantém viva a chama da paixão,
E impede que o amor se torne solidão.
Portanto, que cada gesto seja feito com carinho,
Que cada palavra seja dita com verdade,
Para que o amor não se perca em desalinho,
E a falta de atenção não se transforme em saudade.
A busca pela elevação espiritual se inicia quando percebemos que nosso copo está vazio e precisa ser preenchido. Enquanto essa busca não acontece, seremos apenas um maresia fria durante a madrugada sem fim.
Esse meu vazio do sentimentos
São tão infinito que não acabam,
posso ate considerar meu fim,
mesmo assim ele estará em mim.
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