O Viajante e sua Sombra
O ANONIMATO DA ESPERANÇA
Parte I
Vi certa sombra de figura lúcida,
Com a esperança em bolsa plástica,
Trazia a fé, embora acústica,
E uma postura quase elástica.
Morava à beira da rua Cítrica,
Num velho prédio de fachada rústica,
Bebia sonhos com água límpida
E lia o mundo com lente cônica.
Dizia: “Fui devoto e lírico,
Mas hoje sigo um rumo lógico.
Dispenso o culto, o rito trágico,
Descreio até no afeto ético.”
Tinha o olhar de um padre cívico,
Falava aos ventos com voz irônica,
Via o poder no gesto apático
De um figurão, uma pose estática.
“Pois que me reste” — dizia, cínico —
“A esperança, mesmo anônima,
Ainda pulsa na alma trágica
Que ri do abismo, sente dor crônica.”
E o desespero? Um cão asmático,
Que uiva ao nada de forma estrídula.
Mas foi vencido por flor simbólica,
Essa esperança tão anestésica.
Parte II
Cruzou a noite de rua lânguida,
Com passos certos, porém mecânicos.
Entrou num bar de luz esparsa,
De porta estreita e copos rústicos.
A mesa torta guardava vínico
Vestígio amargo de tempo estático.
Um homem rindo, de rosto pálido,
Falava ao nada com tom enfático.
Do rádio antigo, saía um tango
De melodia com ar apátrida.
O dono, ex-bardo de fala áspera,
Servia goles com mão metódica.
“Já vi coroa em leilão de feira,
E trono aberto por seda efêmera.
Conheci santos de voz histérica
Vendendo a culpa com ar bucólico.”
Ouviu aquilo de forma crítica,
Sem demonstrar juízo errático.
Mas sobre a mesa, com tinta rala,
Achou um bilhete de traço exótico:
Se a dúvida pesa, busque o vértice —
Há mais verdade no passo dúplice
Do que na vida contida e rígida,
Feita de cálculo e prumo estável.
Leu. Respirou. Sentiu o cárcere
Abrir no peito com corte elíptico.
Pagou a conta com nota mínima
E partiu leve... como um equívoco.
Parte III
Entrou na igreja de nave esguia,
Com passos mudos e ar hermético.
Sentou-se à sombra da tal capela,
De altar singelo e vitral histórico.
As velas ardiam com luz instável,
E a brisa espalhava o balsâmico.
No chão, mosaicos de tom hipnótico
Ecoavam sons de um tempo arcaico.
Ali, curvada sob véu cerúleo,
Estava ela — em prece angélica.
Tinha a postura serena e pública
De uma matrona, fé dogmática.
Mas — oculta à luz, o rosto insólito
Despertou nele lembrança implícita:
Era a mulher da noite pândega,
Dama envolvente, de um bar pródigo.
Lembrou do palco, da dança rútila,
Do corpo em transe, da voz melódica.
Do cabaré, num néon cálido,
E do desejo em vertigem fônica.
Trocaram beijos de riso trêmulo,
Ecos de vodka em copos gêmeos.
Depois, silêncio. Depois, milênios.
Agora ali — num banco cândido.
Ela o fitou com calma olímpica,
Como quem já redimiu a fábula.
E ao perceber sua alma líquida,
Fez-lhe um sinal... e voltou à página.
Parte IV
No dia seguinte, a rua inércica
Acordou cedo, mas sem vestígios.
O homem sumira — sem marca térmica,
Sem despedida, sem traço lícito.
Não levou nada: nem livro ou bússola,
Nem a camisa de linho pálido.
Deixou na mesa um copo acrílico
E um guardanapo com tinta tímida.
Sobre ele, uma escrita órfica:
"A liberdade não tem perímetro.
A esperança não é teórica.
E a lucidez… não mora em títulos."
Dizem que agora percorre as praças,
Com voz serena e olhar pacífico.
Entrega versos por entre esmolas,
E ouve o mundo com tom empático.
Alguns o viram no terminal lôbrego
Falando à brisa, sem causa nítida.
Outros juraram tê-lo em ambulatório,
Segurando a mão de moça cárnica.
Nunca mais teve um rosto fixo,
Nunca mais nome, nem mesmo cédula.
Mas muitos dizem — entre sorrisos —
Que a sua ausência se fez… parábola.
Te dei meu coração, rasgado e sincero,
você partiu sem olhar.
Hoje sou sombra do que eu era,
mas ainda olho a lua
e peço a Deus pra um dia
alguém ficar… e não trocar.
A tarde cai serena, o sol já se despede,
E a sombra longa esvoa sobre o chão que pisei.
Em cada brisa fria que a alma, triste, sente,
Um pensamento aflora que o tempo não desfez.
Todos nós carregamos uma luz dentro de si e você não é diferente, saia da sombra e comece a brilhar.
Só não me segue, e não compactua com meus ensinamentos quem quer viver na sombra
Mulher de impacto irradia sua própria luz
Ela se destaca!
Amor
Amar é ver sem querer mudar,
acolher luz e sombra em paz,
entender que o tempo é mar.
É estar perto sem sufocar,
dar asas sem medo do voo,
no silêncio também cuidar.
Ser porto em dia de ventania,
compreender antes de julgar,
amar é ser lar, não prisão.
SimoneCruvinel
Debaixo da sombra
do arvoredo os
passarinhos ouviram
o canto da minha
alma dizendo...
Tamo...Te amo...Te amo...
Hoje... sou só a sombra do que fui um dia...Já não era muito feliz...você me tirou o resto de alegria...
A influência do capitalismo e a busca pela verdadeira identidade
Será que sou apenas uma sombra do que almejo?
O modo capitalista molda meu ser, me rodeia
Para um nicho que me convém, mas será isso o que desejo?
Será que estou genuinamente mostrando minha ideia?
Os desejos se multiplicam em formas e jeitos
E eu, perdido, não consigo ser eu mesmo
Com várias camadas de outros eus, tantos conceitos
Que nem sei mais qual é o meu verdadeiro extremo
Seguindo como uma boiada, sem rumo certo
Volto sem saber se sou verdadeiramente eu
Ou apenas os eus dos meus antepassados, incerto
Busco encontrar a minha voz, o meu eu
Em busca do verdadeiro motivo da criação
Para não ser escravizado e dar lucro aos milionários
Será que são minhas outras versões, essa questão?
Busco a verdadeira essência, em meio a tantos cenários
Criados pela minha imaginação, tantas visões
Mas quando menos espero, sou retirado da ilusão
Assim encontro a verdade do outro lado da vida
A humanidade destrói seu próprio mundo com ganância desmedida
Esquecendo que seu ganho não ajudará o mundo, perdida
Espero que este poema possa trazer reflexão sobre nossas ações e o impacto que causamos no mundo ao nosso redor.
Que você seja...
Que você seja luz onde houver sombra
Que você seja calor onde houver frio
Que você seja certeza onde houver dúvida
Que você seja coragem onde houver medo
Que você seja esperança onde houver descrença
Que você seja alívio onde houver aflição
Que você seja abrigo onde houver despejo
Que você seja alegria onde houver tristeza
Que você seja companhia onde houver abandono
Que você seja presença onde houver ausência
Que você seja feliz em tudo que fizer, mas que acima de tudo, você seja sempre você mesmo!
A sombra do poder institucional é um véu de sangue inocente, que pende como um crepe fúnebre sobre a história da humanidade, lembrando-nos de que a autoridade e a ordem são frequentemente compradas ao preço da vida e da liberdade.
sem sombra para qualquer ausência
a dúvida do inventor
sou luz para a decadência
e pó de quem me criou
Areeiro.
Hoje, o sol escondido, fez sombra na barranca.
O rio brilhou, mais que a nascente.
Espelhou, Santa Rosa, escureceu o céu.
João areeiro, transbordou a barca, planando na correnteza.
Horizonte, incerteza, é o dia de amanhã.
No cais aguarda o retorno, um filho uma mulher.
No entardecer, correnteza bruta, que a vida leva de proa.
A areia é a vida, o pão de cada dia.
Espera Maria, a noite caiu.
O filho chorou, o João não subiu.
A tempestade sem aviso, não permitiu retornar.
Jaguarão levou a barca, areeiro não tem mais a pá.
Maria chorou para o rio, João, que não vai mais voltar.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp- Relacionados
- Decepção: frases para mostrar sua insatisfação com certas atitudes
- Frases de escritores famosos que vão despertar sua inspiração
- Frases de Paulo Freire sobre educação e sua ação transformadora
- Frases sobre sorriso para expressar toda a sua alegria
- Frases de desprezo para quem não merece mais a sua atenção
- Frases bíblicas para status que vão expressar e fortalecer sua fé
- Frases de saudades de quem morreu para manter viva a sua memória