O Poeta e a poesia
Ele não é mais um poeta. Perdeu para sempre o sentimento do sublime, que, embora soe envelhecido, é o combustível necessário para escrever poesia.
O poeta tem o dom do vate, o som dos sinos quando o badalo bate, toca o instrumento do vento, a harmonia das cores no pensamento, um lume de costumes, em resumo, ALMA & CORAÇÃO.
Quem poderá entender um poeta que fala a linguagem do coração, não do dele, muitas vezes e sim aquele da inspiração? Manda assim palavras ao léu para que caiam onde sejam necessárias, aconchegando almas como num céu ou dando alento aos que lutam sem vitórias.
Quem me dera ser um poeta ou um manobreiro das palavras. Oxalá, dominasse nosso vernáculo para dele maior proveito tirar... Atrevo-me apenas escrever algumas frases despretensiosas para algo externar.
O verdadeiro poeta é aquele que expressa as mais belas palavras nos momentos mais terríveis de dor e sofrimento que inundam a sua alma.
Não existe grande poeta se esse não sofreu, pois a supressão ou a ausência de toda opressão em sua vida o faz apenas sorrir...
Para o poeta as palavras são o mesmo que o trilho é para um trem, se você perder o controle sobre o que fala, o vagão descarrila.
Dentro de todo poeta, existe um jardim secreto repleto de encantos, regados e alimentados com a seiva bruta da sua própria poesia.
Eu sou aquele poeta emancipatório acovardado pela dignidade da boa conduta, mostrando-me a rebeldia comigo mesmo na moda e no jeito de pensar.
"Poeta é alguém que vê o por detrás das coisas e o por detrás desse por detrás e ainda o por detrás disso."
Ler é arte, escrever faz parte. Ser poeta é uma escolha; ser poético é um dom. Ser ou não ser nem sempre será a questão pois o que importa no ontem, no futuro e no hoje; é o que temos no coração!
O poeta precisa se emocionar com algo para escrever, não importa o motivo, não importa a desculpa, não importa a culpa...
"Quando morre um Poeta, apaga-se uma luz no luminoso celeste. No entanto os Poetas vivos garantem com suas obras, a luminosidade do Universo(CCF)"
Um poeta sempre tem algo a escrever... nem que seja pontos e vírgulas, mas seu papel nunca estará em branco.
O poeta nasce pronto, se fortifica com o diálogo de seu interior e tudo que o rodeia, muitas vezes em luta insana. Em letras, sofre o poeta, subjugado por amores, desilusões, saudades, iras ou sorrisos. Mas elas mesmo o curam e ele traça com maestria seus versos. Mesmo que seja apenas no cofre de sua mente, onde guarda seus tesouros secretos.
Toda poeta tem um cemitério particular, dos poemas compostos, vividos (ou não), desvalidos, arquivados, esquecidos. Quando vividos, eram alegres, lidos, compartilhados, admirados, entregues, para então serem guardados… Certas poesias têm amor, desamor, dor(sua causa mortis). Começam com um encanto, para morrer num desencanto. Ao contrário de qualquer outro fim, a poesia é teimosa, inquieta, sagaz. Ao mínimo sinal de chuva e luz, desperta-se das profundezas de seu estado, e renasce ainda mais bela e florida, para ser entregue a novos amores, novas vidas. Assim, a imortal poesia teima em eternizar-se, ate que haja um último ser capaz de amar, ou os dois últimos seres da Terra. Só assim, como não houver nenhum coração para habitar, dar-se-á por satisfeita e findará, eternamente morrerá.
O poeta sempre conseguirá captar a voz do vento, seja num murmúrio de amor ou num grito rouco de saudade...
A imensidão do olhar, trás ao mundo a certeza insana que traduz a alma do poeta e faz chover no árido da solidão
"É preciso dar crédito ao poeta, pois as linhas e versos traduzem em si mais que a centelha da inspiração,expõe de forma desvelada fragmentos da alma do poeta,em pleno exercício de evolução."
