Nuvem
Fumaça
A vida é simples nuvem
Na lembrança um sorriso
O cabelo esvoaçando
E chove, mas a gente
Não percebe
Qualquer semelhança
Nuvem, ventos, fumaça
Quando tudo se vai
Melhora, se a gente esquece
O coração não consegue
Agora que a vida prossegue
O branco da nuvem
Céu azul
Eu não sei se desejo
Que o tempo pare
Ou passe um pouco mais depressa
Hoje
Só o tempo esvoaça
A vida não faz
Nem tampouco ela cumpre promessas
Mais um dia se vai
Pra nunca mais
A vida perdeu o brilho
O viço e a chama
Os trilhos e o rumo
O prumo e a graça.
Edson Ricardo Paiva
A nuvem parada
No Meio do Céu
Pedia ao Sol que não viesse
Mas o Sol sempre vinha
A pedra da beira do rio
Pediu à nuvem
Pra que essa não chovesse
E o pássaro que ia pescar
Desejou que a pedra
Não fosse escorregadia
A Plantinha diminuta
Existente por sob o galho
da árvore onde o pássaro vivia
Pediu ao pássaro que voltasse
Desejou que o rio corresse
Sorriu para o Sol todo dia
Até hoje eu não sei como acontece
Mas tenho a impressão
Que essa prece
Era a única que Deus ouvia.
Edson Ricardo Paiva
A nuvem no horizonte
Não diz, nem quis dizer nada
ou pode ser que hoje chova
E forme um canteiro de flores
Naquela sombra escondida
que existe por sob a ponte
No final da longa estrada
A Lua minguante à luz do dia
Quem sabe exerça influência
E revire totalmente
Esse oceano de melancolia
Trazendo outra flor
e outra semente
Pode ser que outra dor somente
Os pássaros voltam
Quando o Sol brilha mais forte
Assim como o copo de cristal
Emite um som diferente
Varia a tonalidade
Harmonia em lugar de ruido
nas cores da luz do dia
Festa em fundos de quintal
A luz do Sol na janela partida
Um arco-íris de cacos
Aquarela, mosaico, poesia
Um castelo no ar termina
Tristemente o cristal partido
As cores quentes
Algo a surgir das ruínas
Pode ser que a nuvem feliz
Quis ser sinal no horizonte
a chover por sobre a gente
Conforme o escrito e prometido
e antes que termine a tarde
A vida passe a fazer sentido.
Edson Ricardo Paiva.
Chuva no chão
Calor de Sol
Raios de nuvem
Na linha do horizonte
Junto aos montes
Alguma coisa tinge o Céu
de cor maçã
Nesse momento eu percebo
Que deixei de perceber
O quanto a passagem dos dias
Foi minguando, de fato
As dores e alegrias
Que eu sentia
Agora
Os dias são apenas dias
Minh'alma já nem sofre
do doce ensimesmamento
Ao qual se recolhia
Nas madrugadas caladas
O coração quase que pára
Pouca coisa resta
O Passar do tempo
tem poder
de aparar arestas
e minimizar o efeito
das pedras que ficavam no caminho
E adentravam os sapatos
A ciência que eu que não tenho
é compensada
Pela vivência de tantos
Pores-do-Sol
de fato
Aqueles de nós
Que conseguem chegar nesse lugar
Poderiam sentir , quem sabe
Estranha estupefação
Mas há tanta calma no coração
Que tal coisa não mais lhe cabe
Resta-me, quem sabe
Dirigir aos Céus uma oração
de gratidão
Por tamanha mansidão
Que o tempo me trouxe à alma.
Edson Ricardo Paiva
Perdidos no tempo e no espaço
Só reflexos de espelho
A água evapora
A nuvem cresce
Uma nova notícia na porta de casa
Só agora se sabe do prazo
Apesar do tempo ter asas
Não voa e jamais envelhece
O que destoa é viajar com ele
E nunca mudar em nada
Sempre aquela vibração tão boa
da cadência do som
Em que soam as cordas do tempo
Momento a momento
Um dia a gente, que estava à toa
Fatalmente acorda
E percebe que o tempo envelhece
Friamente, a cara do espelho
A nuvem de chuva caiu
Fim de tarde
Horizonte vermelho
Abelhas rainhas
Foram minhas todas elas
O Sol se põe por trás
dos montes de notícias
Que batiam-me à porta
Eu lia o jornal
Mas jamais atentei pro resumo
MIsturado e torto
O compromisso era comigo
Meu abrigo, meu rumo
Não ligo e não brigo
Nem tenho nada com isso
Assim me acostumo
A olhar
Ver cara do tempo
A cada vez que eu o olho
mais moço
E sem nenhum alarde
Conforme convém-me
devido a ser tão tarde
Agora
Sabê-lo antigo
Molhar-me na chuva
Minha única amiga
Até que o próprio espelho
Que muda, qual cor do cabelo
E sem reclamar pra ninguém
Finalmente acatar-lhe
Assim como eu faço
Os conselhos, de vez em quando
Tendo, enfim, me encontrado
No espaço e no tempo.
Edson Ricardo Paiva.
Havia uma nuvem pintada
Numa parede da minha infância
Eu olhava pra tela e pensava
Que nuvens pintadas não chovem
Não se movem com o vento
Não matam a sede e nem fazem crescer as flores
Passa o tempo, isso arrepia!
As pessoas partem noutras nuvens frias
E as imagens que trazemos
Vivem à margem dessa nossa realidade
Mas, como eu disse, o tempo passa
Enquanto isso, nós passamos juntos
Apesar de juntos, sós
As nuvens de verdade, elas choveram todas
Num ciclo eternamente interminável
O mar arrebenta
Mas aquela velha amiga nuvenzinha
Ainda ostenta a mesma idade
Meu Deus, se ela me visse agora
Talvez fosse a vez dela, então, se perguntar
Por que é mesmo que as pessoas choram
Por que o tempo não demora um pouco mais
Mas, cada coisa tem o seu lugar
no espaço e no tempo
Hoje, logo cedo, os dois sairam pra brincar
Lembrança guardada
Se meus braços te alcançassem
Se hoje meus olhos te vissem
Como a vejo em meus olhares
Hoje eu te diria, minha amiga nuvem
Que é bem pouca a diferença
Nessa dimensão, cá onde estou
O tempo lento passa mais depressa
Chego mesmo a ter a impressão
Que ele, cruel, nos atravessa
Enquanto isso, você
No perene silêncio do seu céu de nuvem pintada
Atravessou comigo um universo e a vida
Choveu nos meus dias
Regou sim, muitas flores
Em cada poesia que eu lia, era ela
Soprando, nos ventos que as moviam
E foram muitas as sedes saciadas
Sim, de alguma maneira e apesar da distância
Também veio junta
Desde aquela vez, na infância
Pois não há nada na vida
Cuja função seja nada.
Edson Ricardo Paiva.
Nuvem branca, que passa lá no céu
Suave, leve como a vida deveria ser
Se tudo fosse como a gente quer
Arranca do meu rosto este tão breve sorriso
Pois é preciso viver e sorrir
Nuvem doce, que este claro céu nos trouxe
Doce como a tudo que pedimos que essa vida nos trouxesse
Suave e leve como a brisa que pedimos ao dia
Que um dia levasse de nós a toda qualquer tristeza
Assim como a toda mágoa e a má vaidade
Que só verdades saíssem de nossos lábios
Mas em formato de poesia e palavras boas
E que a gente deixasse o que há de bom em nós ao mundo
Carregasse com a gente
O resto de tristeza que o tempo não pôde apagar
Que seja simples e modesto, tudo que deixarmos
E, se for possível, carregado de pureza
Da melhor pureza e do melhor amor
Que, porventura, um dia tenhamos sentido
Aquele tipo raro de amor, carregado de leveza e bons olhares
...e de um resto de entardecer, que deixa tudo mais bonito
E que não é todo coração deste mundo que está preparado
Pra ler o escrito que Deus deixa lá pra gente
Lá na linha do horizonte
Pois há um tempo de sorrir
E um tempo de sentir vontade de sorrir
Mas se vem o tempo de nó na garganta
Que ele seja só da gente
Chorar é preciso também, pois mentir não adianta
Mas que Deus nos faça chorar de contentes
Leva este meu recado a Deus, clara nuvem do céu
Pois eu fico aqui no aguardo
Do retorno deste vento que te move
Volta em forma de alegria
E, nesse dia, vê se chove em mim também.
Edson Ricardo Paiva.
Eu não sei de nada
Queria entender
O que existe pra ser eterno
Nunca é maior que uma nuvem
Que a paisagem na lembrança
Não, não entendo esta vida
A alegria fingida de dia
Da alma que acorda rasgada
O olhar que se fecha e divaga
Veneno cortante
De flecha zunindo
Esse ar que se rarefaz
Senta, sente assim
Cada gargalhada, cada passo
O sereno cansaço
Só pressa é quem cumpre a promessa
Aquilo que destoa
É coisa à toa que não vale a pena
Resta a alma ensimesmada
O chorar só pra si
Seu sorriso às avessas
A colheita da escolha fria
Plena, pequena, perfeita, vazia.
Edson Ricardo Paiva.
Ainda se fosse
Uma tarde doce
Nem precisava ser linda
Pelo menos perdurasse
E essa nuvem me dissesse
O que é que o Sol tá querendo
Escondido atrás dela
Ainda se fosse
Uma tarde ao menos bela
Nem carecia ser linda
A chuva descia de lá pra me contar
O que é que o luar pretende, homiziado
Lá do outro lado do mundo
Ainda se essa tarde
Que mais me parece um lamento
Esse céu mais cinza que cimento ressecado
Me deixasse a par de tudo que a rosa pretende
Essa rosa seca, com cara de veludo velho
E esse ar de quem viu tudo
Mas que finge que olhou pro outro lado
Ainda se eu soubesse
Ah, Deus meu, se eu soubesse!
Nem precisava a tarde ser doce
Não fazia questão que fosse linda
Mas então a chuva veio
Meio que chuviscada
E ela não me trouxe nada
Além de partículas de tristeza condensada
Que se encontravam suspensas
Sobre as nossas cabeças despreocupadas
Só que a tarde não perdura; escurece
Por que é que não foram chover lá no mar?
Edson Ricardo Paiva.
Cúmplice
Entre a passagem de uma nuvem e outra, ali está a Lua esbanjando toda sua beleza e esplendor, continuei olhando para o céu admirado com o enigmático magnetismo da Lua Cheia. Logo, fui tomado por um êxtase intenso provocado pelas recordações de momentos maravilhosos ao lado daquela que amei, viajei em meus sentimentos quando vieram as imagens da nossa Lua de Mel; me alegrei quando voltei a navegar em pensamentos naquele passeio de barco aonde sei que fomos felizes; chorei ao lembrar do nosso romantismo acompanhado por belas músicas tocadas ao vivo nas noites de frente das piscinas do hotel; senti um aperto no coração quando lembrei do juramento que fizemos um para o outro de "ficarmos juntos para sempre," e hoje talvez momentaneamente estamos andando com as nossas mãos distantes. Minha Lua querida tu és cúmplice desses momentos doces da minha vida, agradeço a ti por me deixar compartilhar as minhas dores e por manter em segredo as minhas lágrimas.
A nuvem que guiava Israel pelo deserto
não pedia opinião.
Quando ela se levantava, era tempo de caminhar.
Mesmo sem destino visível, era tempo de confiar.
Segue a nuvem, filha (o).
Mesmo que teus pés tremam,
teu Deus vai adiante,
e o novo lugar já foi preparado com amor.
Senhor, dá-me sensibilidade para perceber quando a Tua nuvem se move.
Que eu não fique presa ao que foi confortável,
mas que eu caminhe na Tua direção, mesmo sem entender.
Leva-me, guia-me, protege-me.
Eu confio em Ti.
amém.
Primeira noite do ano, tempo que amo.
Nuvem grávida põe no ON o batuque das goteiras.
Vejo nas montanhas gotas de vida, nostalgia.
Nos gomos de um novo tempo, NOVIDADES.
Súbita inspiração... chova em mim.
Quando uma nuvem fica escura, e suas bordas pesadas, sobre um ar quente de lembranças, é que vai chorar de saudades.
Uma nuvem nova do teu céu
Pra provar dessa chuva
Pra viver sem despedida
Sem tempo de mais nada.
Faça-me nervos de aço
Dê-me tua carne e ossos
Junte os meus destroços
Faça de mim um amor.
O Mundo Cabe Num Balão
Pintei o céu com lápis de esperança, brinquei de nuvem, de estrela e de criança. No chão de giz, desenhei uma andança, com passos leves, dançando na lembrança. Fiz do relógio um pião de algodão, o tempo gira feito um coração. Abri a tarde com chave de ilusão e fiz do vento uma doce canção.
O mundo cabe num balão se a gente sopra com emoção. Colora o dia com invenção e deixa o riso em explosão. Pula, roda, gira, mão na mão, brinca comigo nessa canção.
No livro velho achei um passarinho, voava alto, mas pedia um ninho. Levei no bolso um verso tão fininho e dei pra ele um céu de pergaminho. Vi uma fada de chinelo e laço, soltando sonhos no espaço do abraço. Cantava o mundo com tanto compasso que até tristeza dançava no passo.
O mundo cabe num balão se a gente sopra com emoção. Colora o dia com invenção e deixa o riso em explosão. Pula, roda, gira, mão na mão, brinca comigo nessa canção.
Se você piscar o olho, vira pirata. Se fechar os dois… a alma já salta. No balanço do sonho, tudo se trata… até o medo dança, de sandália e gravata.
O mundo cabe num balão se a gente sopra com emoção. Colora o dia com invenção e deixa o riso em explosão. Balão no céu, pé no chão, sonhar também é profissão.
Arte e cultura às vezes se confunde com loucura, no bosque encantado todo azul e rosa uma nuvem negra se espalha e junta as cores, num tapete vermelho, sem fama, ficção ou drama, numa realidade crua e nua na era onde o café está nas alturas, a inspiração foi para o brejo e só sobrou essa rima de nostalgia e tédio!
Hoje, cada qual de seu jeito,
clama aos céus por dias melhores,
Criando uma nuvem de solidariedade,
envolvendo todo o Planeta Terra.
Alguns ainda persistem no erro,
mesmo diante de tamanha dor.
Mas a maioria mobiliza forças
para minimizar as dores
daqueles que ainda sofrem.
Deus, finalmente sente seus filhos mas próximo
do verdadeiro propósito que é Amar
indistintamente.
Isso vence qualquer vírus, podes crê nisso!
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