Nem Sabes Chegaste quando eu te Sonhava Poema
Ouço muito e de toda gente
Que nem tudo são flores
Pasmos às dores da vida mansa
/ ou de navegadores.
Para essas flores,
Haja campo
Recanto
Amores
Mas com dores!
Ora, pois nem tudo são flores
Meus desenhos estão todos engavetados
com riscos pretos.
Tênues entre a verdade e a exatidão
sem margens, sem papel, sem arte
todos engavetados
plenos de razão, frouxos perante qualquer convicção
mas com linhas escuras limitando sua exatidão.
Ele e eu
Ele vem...
E eu já não sei o que faço aqui
É, ele tem...
E eu só te olhei e sorri
Ele senta do meu lado,
me olha
E eu? Ah, me namora!
Ele fala seus doces, seus encantos
Eu só queria seu beijo agora
Ele vem mancinho,
chega pertinho
e sussurra
Eu só procuro uma solução,
uma cura
pra essa paixão
Ele me beija,
me abraça,
me enlaça
E eu, sem graça
Ele convida
Pede minha companhia
nessa noite tranquila
Eu? Fui
Eu não sou daqui
Eu não sou daqui
Não sou
Aonde me pertenço?
Não sei
Mas não sou daqui
Talvez more nos beijos apaixonados
Nós 5 segundos de coragem.
Talvez more na simplicidade
Na roça, na selva, na vargem.
Talvez more no coração de quem ama
De quem não se engana
De quem cedo levanta da cama
Atrás da música, do samba
Talvez até viva nas ruas, nas vielas
Onde pessoas cheias de si,
vazias
Buscando alguém para transbordar
seus corações desocupados
Talvez até me encontre nos becos escuros,
atrás de muros
No choro de uma mãe preocupada
Na angústia de uma menina mal amada
Na sala
fechada
Mas se sou daqui?
Não sou
Meu corpo trêmulo
Minha mente incurável
Sinto que nem dentro de mim queria estar meu coração acelerando.
EU, EU MESMO (soneto)
Eu, nos cansaços, as saudades
quantas as lembranças estilam
que o passado no exato pilam
assim, cheios de passividades
Afinal, tudo no tempo expilam
eu, eu mesmo nas fatuidades
duvidei, imperfeito, vontades
me levaram, na baixa bailam
Pois tudo é eu, sem metades
eu sou eu, e nada anteviram
e do meu eu, sai as verdades
E eu, que no eu, me inspiram
dele um passado, variedades
que do uno eu, “áses” extraíram
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano
Linear
Estou perdida
Não sei quem eu realmente sou
Tenho muitas faces
Muitos eus
Mas acho que descobri
Acho que sou tudo isso mesmo
E todas as coisas
Eu sou mesmo essa dualidade oposta de personalidades
Eu sou o frio e também sou o calor
Sou o fogo e também a água
Sou a neve, o granizo
E também sou a brisa, o raio de sol
Que entra pela janela e acalma
Sempre pensei que tinha que ser uma só
Mas não me lembrei que dentro de uma só podem caber várias e todas
E ainda sim ser única
Posso flutuar em vários estados
Posso ter várias sombras
Eu sou isso tudo e mais um pouco
E isso é o que me torna eu, enfim
Eu sou um emaranhado de descobertas, sonhos, segredos,
Recados não dados, palavras ditas
Mensagens caladas
Discursos ouvidos
Gritos sufocados
Corações partidos
Porque sou amor
E sou amor de vários tipos
Sou isso aí, o improviso
Um verso que não era pra ser
Mas foi
E acabou se tornando
A parte de mim mais verdadeira e genuína
Eu sou o meu estado atual, as minhas fases, a minha essência que fica
Os meus humores e estados de espírito
Eu sou tudo isso
E há de quem diga de mim
Que sou duas caras
Dupla personalidade
Eu não sou a mesma o tempo todo
Meu ser não é linear
É por isso que veem uma, duas, até três de mim ou mais
Não tenho um destino fixo
Meu destino é voar
Eu não fico, não fixo
Meu destino é parar, conhecer um pouco, e depois seguir, continuar,
Sendo quem eu sou
Por mais que eu não seja o mesmo ser sempre, um ser linear.
BEIJO BOM
Saudade é uma felicidade que já passou
Uma estrada já percorrida, uma paixão que foi vivida
Um perfume perfumado que o tempo não levou
Felicidade é um beijo bom
Um abraço bem quente, uma marca borrada na mente
Pintada pelo vermelho de um batom
Beijo bom não tem maldade
Mas pode ter um pouco de malícia, quase fui pego pela polícia
Por tentar matar essa bandida: a saudade.
Saudade é aquele beijo bom!
Eu sou a verdade das mentiras
Sou a revelação para lá dos muros
A certeza das incertezas
Sou o poder das montanhas
A força das águas
O aroma das florestas
A vontade do homem
O desejo da carne
O sentimento interno
Sou o todo que o nada preenche
O vazio que tudo ocupa
O passado que nunca acaba
Sem presente, nem futuro.
Eu.
Eu danço com ela lentamente
Mas observo em seus olhos:
Ainda há medo em você?
Você gosta de arte,
Porém tem medo das opiniões e do futuro
Se esconde e se mostra demais
Se esconde, mas fala pra se esconder
Eu te vejo dormindo em meus braços
Quando você disse que se amava, me amava
Seus olhos brilharam
E eu vi tudo, seu brilho – e seu medo de brilhar
Mesmo brilhando...
SE EU PUDESSE SER
Se eu pudesse ser
Eu seria:
O seu último ensejo
No final do dia.
Se eu pudesse ver
Eu veria:
O seu adormecer
Toda noite, todo dia.
Se pudesse hipnotizar
Hipnotizaria:
Apossava do teu ser
E feliz o faria.
Se tudo eu pudesse
Tudo eu faria,
Apossava-me dos teus sonhos...
300822
AS PALAVRAS E EU
Eu engulo as palavras como se fossem bolo.
Saboreio-as e as degusto lentamente.
Elas são doce em minha boca de criança
Tão pronta a imaginar e ver em tudo esperança.
As palavras não fazem pouco caso de mim.
Estão sempre atentas e prontas,
Colocam ideias em minha cabeça
Me sentem suas e em mim se proclamam.
As palavras são o meu alicerce e o meu consorte.
Sem elas sou um pássaro de asa quebrada
Sem poder voar logo após a madrugada.
As palavras são o meu norte, o meu chão e o meu forte.
Elas são a ponte de que preciso
Para sair de mim e encontrar o paraíso.
Nara Minervino
Autor
O livro o pertence, mas ao autor nunca se mostra
Como um ser de muitas faces
Possuindo vontade própria, da vontade não controla
Incompreensível, folheia as paginas em demora
Em passos penosos, perpassam as palavras
Manchando as paginas de sua revolta
No desencanto o seu livro ele joga
Da amargurada dor ele transforma
Em belas palavras para outrora.
O coração e eu!
-- Meu coração, minha melhor companhia.
-- Caminhamos juntos, grudadinhos
noite e dia.
-- Você, meu coração,
é meu melhor amigo,
mesmo que às vezes me põe em perigo,
por gostar confusão,
de viver na emoção.
-- Às vezes você e eu nos enganamos, albergamos corações traiçoeiros.
-- Sempre existiram e existirão os corações forasteiros.
-- Você não sabe julgar, vive para amar
-- Viver o AMOR, é seu atributo genuíno,
e isso é DIVINO
-- Nos dois temos um pacto de fidelidade, vamos nos ajudando nessa caminhada, você faz tum-tum continuamente, e eu prometo não ficar muito estressada, e nós dois ficamos contentes
-- Mesmo quando nos perdemos pela vida, e no meio do itinerário, as coisas
não ficam tangíveis,
e você se põe sensível
-- Sobressaímos, chegamos juntos para realizar essa jornada!
Na profundeza obscura do meu ser
Habitam angústias e desejos sem fim
Em busca de algo que eu possa conter
E dar um sentido ao que sou e ao que vim
Sou o pedaço de uma saudade
Uma gota de algumas lagrimas
Um conforto pós confrontos
Eu sou a composição de tudo que
me decompos
O quadro, não suas tintas.
O amor, não suas vítimas
Quem eu sou, não sei dizer,
Procuro em espelhos, mas não consigo me ver.
Tento achar meu lugar no mundo,
Mas me perco, em cada segundo.
As pessoas? Tento compreender,
Mas são enigmas difíceis de ler.
Vejo o mundo em várias fases,
Da infância às adultas passagens.
Criança, achava o mundo incrível,
Cheio de aventuras, um sonho possível.
Adolescente, vi um mundo cruel,
Onde a realidade rasga o véu.
Adulto, só restou solidão,
Tristeza em cada direção.
As histórias que ouvi, talvez mentiras,
Ilusões sobre felicidades finitas.
O mundo é de engano e de disputa,
Onde o mais forte prevalece, a luta é bruta.
Palavras doces, suaves e macias,
São cobras afiando suas línguas frias.
Não entendo o ser humano,
E nunca, talvez, entenderemos o insano.
Gosto de me isolar, de me esconder,
Enquanto me julgam, sem me conhecer.
Inventam histórias, falsas, vazias,
E eu, perdido, sem guia,
Não sei me expressar, agir ou falar,
Pois ninguém me ensinou como caminhar.
Erro, acerto, sigo sem direção,
Com o pouco conhecimento em minha mão.
Não guardo rancor de quem me feriu,
Pois, na mente delas, estavam no trilho.
A maldade é um véu, tão sutil,
Só percebemos quando já não é gentil.
Achamos que estamos certos, que o mal não fizemos,
Mas só depois, no tempo, é que entendemos.
Gosto da noite, sua paz, seu manto,
Talvez porque nela, não sinto o pranto.
E quando durmo, espero não mais acordar,
Ou que esse pesadelo venha a terminar.
Houve um tempo em que eu era uma mulher e ele, um homem. Mas, nosso amor cresceu, até não existir mais nem ele nem eu. Lembro-me apenas, vagamente, que antes éramos dois e que o amor, intrometendo-se, tornou-nos um só.
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