Nao Ha Tempo para Errar

Lá onde a identidade individual se apaga, não há nem punição nem recompensa.

Não há baliza racional para as belas, nem para as horrorosas ilusões, quando o amor as inventa.

A felicidade não existe, há apenas pessoas felizes.

Por pior que um homem possa pensar das mulheres, não há mulher que não pense ainda pior do que ele.

Não há nenhuma mulher que se considere feia.

Não há gênero algum de preguiça pela qual sejamos tão facilmente seduzidos como aquela que é dignificada pela aparência de ser um negócio.

Não há nada de justo ou de injusto que não mude de qualidade ao mudar de clima.

Não há coisa mais fácil que vencer os outros homens, nem mais difícil que vencer-nos a nós mesmos.

De todos aqueles que consideramos felizes, não há um que o seja.

Como ao bem ocupado não há virtude que lhe falte, ao ocioso não há vício que não o acompanhe.

Não há dois tempos iguais de solidão porque nunca se está só da mesma maneira.

Não pode haver graça onde não há discrição.

Numa situação intensa não sabemos que dizer. Para isso é que há o formalismo do silêncio, traduzido num abraço de emoção ou nos «sentidos pêsames» sem emoção nenhuma.

Não há cinquenta maneiras de combater, há apenas uma: a do vencedor.

Não há coisas de que mais te devas recordar do que daquelas em que hajas errado, para nas mesmas não tornares a errar.

Não há duas pessoas no mundo que, por uma indiscrição diabolicamente concebida, não possam vir a tornar-se inimigos mortais.

Não há ofensa que não perdoamos, depois de nos termos vingado.

Não há homens cultos; há homens que se cultivam.

Não ha coisas úteis ou inúteis: a medida do seu valor está em nós.

Não há poder. Há um abuso do poder, nada mais.