Luc de Clapiers Vauvenargues

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Se as paixões aconselham por vezes mais ousadamente do que a reflexão, isso deve-se a que elas dão mais força para executar.

Luc de Clapiers Vauvenargues

Nota: In Reflexões e Máximas (1746)

Falta-nos o amor-próprio suficiente para nos não importarmos com o desprezo dos outros.

Uma viva inteligência de nada serve se não estiver ao serviço de um caráter justo; um relógio não é perfeito quando trabalha rápido, mas sim quando trabalha certo.

A solidão está para o espírito como a dieta para o corpo, mortal quando é demasiado prolongada, embora necessária.

O ódio dos fracos não é tão perigoso como a sua amizade.

A paciência é a arte de esperar.

A natureza concedeu aos grandes homens a faculdade de fazer e aos outros a de julgar.

A arte de agradar é a arte de enganar.

Não devemos julgar os homens por aquilo que eles ignoram, mas por aquilo que sabem, e pela maneira como o sabem.

O pretexto normal dos que fazem a infelicidade dos outros é de quererem o bem deles.

Há injúrias que temos de ignorar para não comprometermos a nossa honra.

É falso que a igualdade seja uma lei da natureza. A natureza não faz nada igual; a sua lei soberana é a subordinação e a dependência.

A utilidade da virtude é de tal modo evidente que os maus a praticam por interesse.

Os homens têm grandes pretensões e projectos pequenos.

A fé é a consolação dos miseráveis e o terror dos felizes.

O pensamento da morte engana-nos, pois faz-nos esquecer de viver.

Quem é capaz de suportar tudo pode atrever-se a tudo.

Os preguiçosos têm sempre vontade de fazer alguma coisa.

Ninguém se pode gabar de nunca haver sido desprezado.

As pessoas vaidosas não podem ser astutas; elas são incapazes de se calar.

Torna-se indispensável manter o vigor do corpo, para conservar o do espírito.

Fica provado que uma inovação não é necessária quando se torna demasiado difícil implementá-la.

É, por vezes, mais difícil governar um só homem do que um grande povo.

Não há ofensa que não perdoamos, depois de nos termos vingado.

A loucura dos que têm êxito é a de se julgarem hábeis.